quinta-feira, 29 de julho de 2010

RATOS E OUTROS BICHOS


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O segundo sonho foi desgastante. Eu estava deitando para dormir num colchão que estava no chão quando apareceu um rato grande e começou a querer subir em mim. Foi horrorizante! Quanto mais eu fugia, mais ele me queria. Comecei a sentir coceira no corpo, subi numa cadeira, gritei e chorei histérica até ficar completamente sem voz. Por fim eu apenas mexia os lábios ainda desesperada com o rato, já quase desfalecendo. Minha mãe estava junto e durante todo o tempo ela ficou apenas me olhando sem dizer ou fazer absolutamente nada. Aquele rato, bem como o transtorno que o mesmo me causava, não a incomodava de forma alguma. Acordei assustada.

Como sequência o sonho é perfeito. Você sendo objeto de desejo de um rato. Isto éo inferno. Como bem disse Freud, este animal impuro tem conotação fálica e anal, que o liga às noções de riquezas, de dinheiro.

Daí ser associado a uma imagem da avareza, da ambição e cobiça, de atividade noturna e clandestina. O rato é associado a roubo, como ladrão, fraudulento, ganancioso, não respeita limites e só atende suas necessidades. Ele é este componente sombrio que nos ameaça e ataca. ´´E preciso detectar se há comportamentos, identificados aos ratos, que precisam ser reconhecidos.

Como sonho sequencial, não há como não considerar que as questões levantadas no sonho anterior se mostram pertinentes nesse sonho como mensagem. Quando nos permitimos ser levados ou por outros ou por conceitos e impulsos corremos o risco de sofrermos as consequências daquilo que mobilizamos. E nada nessa vida fica sem consequência.

Essa mãe não é conteúdo para interferir, ou melhor, sua interferência é a “não ação”. No post anterior levantei a questão de que há limites para o que a maternidade pode fazer. E mão nenhuma pode proteger o filho daquilo que é obrigação dele fazer: Amadurecer. Quando a mãe protege alem do limite ela retarda esse encontro decisivo entre o individuo e o seu destino. Ela o empurra para o abismo. Essa mãe que representa sua proteção se mostra passiva, talvez porque sua expectativa é de ser salva por ela, natural dos dependentes ou de atitudes que jogam no outro a responsabilidade que deveriam assumir. Mas a mãe em você, o conteúdo que deveria te proteger está imobilizado na expectativa do outro te proteger. É necessário que você mobilize esta força em você, incorpore atitudes antes de esperar a proteção externa.

É necessário aumentar a sua autoconfiança, segurança e independência, porque só você pode sair de seus desafios ou enriquecida ou debilitada. Não é hora mais de culpabilizar o outro por dificuldades ou por fracassos.

A força de conteúdos que querem aflorar se mostram ameaçadores, quando se abre espaço para que eles cresçam e se fortaleçam.

Esses sonhos possuem relação com meu animus e minha sombra?

Não necessariamente com esses arquétipos, ainda que possam apresentar traços arquetípicos. A mãe pode ser a Mãe Divina, essas figurar masculinas podem ser conteúdos contaminados não necessariamente de animus e o rato pode sinalizar conteúdos de sombra ameaçadores que invadem porque negados.

O que podem significar? Os personagens repetitivos representam sempre o mesmo dentro de mim?
Nem sempre! Podem apresentar repetições, ou representações que são permanentes. Mãe é quase sempre mãe, mesmo que possa aparecer em outro formato, ou forma  de mulher que não a sua mãe.

Eu poderia dar nome para diferenciá-los das pessoas da realidade? Por exemplo, minha mãe no sonho deve ser representação de uma parte minha e não a minha mãe externa em si. O rapaz por certo deve ser a mesma coisa. Eu poderia identificar com nome essas partes de mim mesma para facilitar?
Claro! Se isso favorecer a caracterização do conteúdo interno, uma forma de reconhecimento, uma diferenciação.

OBS.: na parte superior da página, lado esquerdo, há um pesquisador dentro do blog, pesquise rato e verá o histórico dessas aparições e poderá ver a evolução do conteúdo.

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