segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

TEMPO



Tempo... Tempo... Tempo....



sábado, 19 de fevereiro de 2011

FÉRIAS




A realidade da sociedade humana é provavelmente mais exaustiva do que ter que dedicar tempo às coisas do espírito, da alma.

É como ter que atravessar um deserto rodeado de ameaças e perigos, na seca.

Existem pessoas que gostam de lidar com essas questões básicas da vida humana: dinheiro, contratos, compra, venda, ganhos e perdas. Acho tudo muito rasteiro, senão, insólito.

O que fazer?

Ter paciência, lidar com as dificuldades do edificar, cuidar da mão de obra, trator, tramsformação do meio sem violentar a natureza, paciência e dedicação.

Serão longos os meses de trabalho e de transformação.

Pesquisa de materiais, construção ecológica, equilibrio entre o conforto e a simplicidade, despojamento, projetos...Projetos.

Ah! queria  July  por perto, mas ela se enveredou no estado burocrático. Torço para que mantenha seu espírito suave e delicado e que não seja violentada pela mesmice.

E os sonhos?

É hora de realizar aqueles que são terrenos.

Entre a força dos ventos e as ondas do mar, resta...Seguir o caminho!

Obrigado!


sábado, 12 de fevereiro de 2011

500 SONHOS






LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE SONHOS

chego hoje às 500 Postagens deste Blog. Ao longo dos últimos 20 Meses dediquei tempo e esforço para agrupar um número significativo de sonhos que pudessem servir de referência para, através de avaliação criteriosa, pudéssemos estabelecer parâmetros seguros para a compreensão da linguagem psy dos sonhos.

Em 1975 comecei a estudar a visão freudiana na Psicanálise Ortodoxa e poucos meses depois ao descobrir C.G.Jung abandonei os estudos psicanalíticos freudianos para me embrenhar no estudo da Psicologia Analítica Junguiana. A ansiedade da juventude cedeu espaço para a paciência e o entendimento de que, até o saber exige um momento certo para plantar e colher, estudar, compreender e aplicar.

Se antes as diferenças de cultura, de formação, de inteligência e de momento psicológico, entre mim e os pensamentos do mestre de Zurich funcionavam como limites separando os universos, nossos mundos, a natureza me mostrou sua generosidade me levando a percepções e conclusões lógicas, acentuando minha profunda identidade com os conceitos Junguianos. Isto me levou a mais respeitar o grande mestre, e a agradecer a referência lúcida daquele grande homem que para mim sempre esteve além do seu tempo.

Não! Não sou Junguiano no sentido lato da palavra. Não tenho o direito legal de formação didática que me permita e me autorize a dizê-lo. A vida me exigiu trabalho e busca do sustento e a esse luxo eu não pude me permitir. Sou apenas um homem que se formou psicólogo, aprendeu a tocar um instrumento e pesquisa enquanto vive suas possibilidades de descoberta.

Se antes o trabalho individual e restrito dentro da clínica limitava o partilhamento, creio que hoje posso dar uma pequena contribuição aos que se interessam pelo estudo dos sonhos.

São os sonhos relatados neste blog. As leituras representam a minha busca de entendimento dos mecanismos psíquicos, mas os sonhos estão ai para que possam ser estudados, pesquisados e compreendidos.


 vista parcial de um dos lados do terreno  
Hoje ao completar estes 500 posts também celebro a aquisição  de terreno localizado no alto da Serra do Espinhaço, em Minas Gerais, onde espero construir um centro de estudos e de desenvolvimento Psy, um espaço para o meu aprimoramento e para aqueles que buscam um local alternativo, não institucional, de desenvolvimento e de busca de aprimoramento pessoal e saúde.

Estou ainda à espera de autorização que me permita o atendimento On Line para que possa dar aos meus clientes o acompanhamento via internet e o encaminhamento para aqueles necessitados que vierem parar neste Site e na Sala de Atendimento.

A partir deste momento meu tempo ficará mais restrito, já que estarei me dedicando a edificação em Área de Proteção Ambiental (APA) e cuidando do meu sustento através de atendimentos terapêuticos que me permitam a subsistência.

Tentarei manter o blog, mas penso que será mais difícil. E como ao longo dos meses passados nunca recebi nenhuma doação que me permitisse administrar meu tempo de dedicação, chego à realidade de que preciso correr atrás do meu sutento.

...Estou doando a vocês o meu melhor através destes vinte meses de trabalho exaustivo.

A partir de agora, vocês definem a minha presença neste espaço; caso contrário ele se encerra aqui.

Aprendi muito nestes meses tentando elaborar as informações que me chegavam através do sonhos ou na captação de mensagens e insights, e espero que tenham sacado o intento.

Obrigado a todos!

POS SCRIPT.: Postarei na sequência uma classificação dos sonhos publicados.



 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

ESTRIAS, CELULITES, REALIDADES "CRUEIS" DA NATUREZA



Eu estava numa clinica de estética que fazia parte de uma agência de modelos. Eu havia ganhado uma sessão de tratamento contra estrias e celulite. Enquanto esperava o atendimento, via na televisão um noticiário sobre o funcionamento do sexto e sétimo chacra aos trinta anos.

Diziam que essa é a idade do despertar completo das funções energéticas superiores e das capacidades psíquicas. É a época donde a pessoa se potencializa tendo uma total auto-responsabilidade para ser pai e mãe de si próprio. Eles mostravam exatamente a diferença de fluxo do movimento energético (como se fosse um redemoinho) em tais chacras em diferentes idades.

Enquanto assistia aquilo lembrava de estar perto dos trinta anos e me sentia literalmente velha (como se trinta anos fosse uns noventa). Estava nessa observação quando fui chamada. Ao terminar a primeira etapa (não lembro do tratamento em si, mas acho que era algo com laser) a esteticista comunicou pelo rádio que eu estava subindo e assim o fiz para chegar até a sala donde passaria para a segunda etapa. Enquanto subia me sentia uma mulher irresistível, provavelmente isso já era efeito do tratamento em si. Talvez seja importante dizer que na vida real nunca me passou pela cabeça fazer algo do gênero. Era nessa parte de cima da clínica que ficava a agência e ao terminar de subir as escadas encontrei com minha tia, a qual já estava com pressa para ir embora. O local estava cheio, pois haveria uma seleção para um comercial de televisão. Pensei comigo que, desinteressada de participar do concurso, meu atendimento seria rápido. De todo modo eu queria ir ao banheiro e nem cheguei a comentar com minha tia que eu ainda tinha de fazer uma segunda etapa sequencial do tratamento. Ao ir no banheiro, o qual era unissex, entrei numa das divisórias, e como o espaço era muito pequeno, tive de urinar em pé e achei isso bem desajeitado. Só recordo disso.

Ψ
Ernest Backer, prêmio Pullitzer com o livro “A Negação da Morte”, abordou com maestria o dilema que todos vivemos como seres excepcionais, testemunhas de uma experiência magistral, mas limitados na natureza frágil e de constituição finita.

Ainda que seu dilema não seja entre a vida e a morte ele te envolve no conflito entre a vaidade e a profundidade da vida sagrada. Nada demais! Pior é quando não existe, quando o individuo se ilude na fantasia de Maya. Se existe é porque existe a consciência entre a beleza da natureza corporal que precisa e deve ser conservada e o foco no aprimoramento.

Não precisa haver conflito. O corpo precisa ser cuidado e protegido. É sábia a consciência da preservação, dos cuidados do maior de todos os templos, nosso corpo. E nessa consciência ampliada que nasce neste corpo cuidado, nasce a importância do desenvolvimento do aprimoramento. Duas ações que não precisam ser antagônicas, nem exigem patrulhamento, elas podem caminhar lado a lado, conservando o corpo, protegendo-o e buscando o aprimoramento da consciência que nasce resultante dos fluxos energéticos da vida.

Os “redemoinhos” podem ser chamados de Vórtices, o movimento cíclico da energia que rompe a dimensão material de nossa dimensão. A Energia produz campos de transmutação, tanto quanto os campos magnéticos realizam a transmutação da energia, abrem e fecham portais extra dimensionais, renovam fluxos de nossos sistemas, acionam a conexão entre nossos sistemas e outros sistemas da natureza e de outras dimensões.

Já falei da mudança de comando arquetípico, nesta idade de transição, entre o “Puer Aeternus” e o Senex, no seu caso o arquétipo da Velha Sábia, que quando as condições de desenvolvimento favorecem, vem para ocupar o lugar da eterna criança e redirecionar a dinâmica psíquica já num estado de maior amadurecimento.

O sexto chacra é o Frontal e o sétimo o coronário o último a se atualizar deixando de ser uma depressão energética para ser uma fonte de luz a jorrar radiance e esplendor, a Obra concluída do aprimoramento.

Mas para isso longo é o caminho do desenvolvimento, da integração dos opostos, para realizar o matrimônio perfeito. Antes disso, é necessário romper as dificuldades do dia a dia e encontrar neste mundo, no seu entorno, o espaço que lhe cabe para que possa realizar aquilo que precisa superar, aqueles pré requisitos que não podem ser deixados de lado ou sublimados mas que anseiam ser vividos.

Esse é o momento do Despertar, de amadurecer, de abandonar as velhas práticas do passado e encontrar sua nova forma de ser diante do mundo.

você tem problemas com estrias e celulites?

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

VOYAGE




Eu havia ido viajar com alguns conhecidos para um local e, por ser férias, mês de alta temporada, preferimos dividir um local barato. Ao chegar lá o quarto estava completamente mofado e as camas praticamente podres. Além do mais, tal quarto ficava no alto e era preciso subir perto de um pé de limão que atrapalhava a passagem com seus espinhos. Por fim a dona verificou que era impossível hospedar-nos lá e sem encontrar abrigo cabível ao que podíamos pagar, tivemos de voltar para casa.

Ao chegar na frente do local onde moro, fiquei surpreendida, pois ele não era o mesmo. Minha mãe o havia transformado num incrível prédio e já estava na fase do acabamento. Na parte de baixo havia uns andares com fachada abaulada e toda a parte da frente era feita sem parede, mas com duas camadas de vidro bem resistente preto, daqueles que enxerga-se tudo do lado de dentro e nada se enxerga estando do lado de fora. Uma camada do vidro ficava na parte interna e superior da varanda e a outra na parte esterna da mesma, ou seja, ampas as “paredes” de vidros podiam se abrir, mas sem prejudicar a segurança dos moradores. Sem dúvida foi o prédio mais chique e interessante que já vi na minha vida.
 
Ψ

Também sinto que o templo mais chic que podemos ter ou construir em nossa vida está relacionado à nossa vivência familiar, materna ou paterna. A origem de onde herdamos o material que nos permitirá construir o melhor do que aquilo que eles não conseguiram e abandonar o pior que os aprisionou em suas vidas.

O sonhos tem dois movimentos:

O primeiro movimento  foca os impedimentos;

O segundo  foca a referência familiar, sua matriz.

São as duas possibilidades: avançar naquilo que os nossos antepassados não avançaram, romper aquilo que eles não conseguiram romper, nos permitir ser a vanguarda do mundo. Por que neste aspecto ninguém é melhor do que ninguém. Cada um em sua singularidade é capaz de apresentar o melhor, mostrar o quanto está sintonizado com a vida, com a evolução e com a expansão do universo.

Ou...

Repetir o passado, repetir a tendência do passado. entrar no círculço compulsivo da repetição, abrindo mão do que temos de melhor, a vida e a capacidade de criar o novo, de projetar e experimentar a sintonia com o mundo com aquilo que o mundo quer de nós.

O sonho é isso: as dificuldades dos espinhos ou o belo agraciado. Renunciar aos espinhos e aceitar a riqueza do herdado. E o herdado nada mais é do que a vida daqueles de quem somos resultado.

Os espinhos, sabemos que existem, mas não precisamos fazê-los mais espinhentos. Precisamos rompê-los.

E para rompê-los podemos focar no que herdamos, valorizando o que os ancestrais nos legaram e avançando naquilo que damos conta. Sem precisar sofrer se as conquistas não são aquelas que almejamos. Elas podem representar mais do que ofereceremos aos nossos descendentes.

A dinâmica do inconsciente alerta: o passado não é apenas o negativo. Ele é também aquilo que somos. E o futuro será aquilo que conseguirmos realizar.

Será que realizaremos mais do que os nossos ancestrais realizaram?

Neste mundo moderno caótico, as nossas possibilidades são inumeráveis. Um bom caminho é a transparência dos vidros bem protegidos. São transparentes ainda que sejam vidros.


Ψ




terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

REFLEXÔES SOBRE IDENTIDADE E SEXUALIZAÇÃO


Aquiles Tentando Pegar a Sombra de Pátroclo
Henry Fuseli -Museu de Arte Zurich- XIX


A transmutação do menino em menina, mulher em homem, ou correlatos de transmutação como menina em menino, homem em mulher no Post “Castelo, defesas e Andróginos” pode indicar conceitos formais e rígidos ou aquela necessidade de classificar a ameaça em realidade padrão para se enquadrar no confortável. enquanto vive-se misturado na falta de identidade, como Andrógino. Desta forma a psique se adapta e protege o sujeito de transtornos mentais, Isto é, enquanto se busca o enquadramento numa determinada identidade ou vive-se perdido no conflito da falta de identidade deixa-se de perceber que se vive a androginia de origem. A natureza ambígua de que somos resultados, a múltipla origem. A natureza se aconchega nesta androginia enquanto trabalha para unificar os opostos evitando elevação dos conflitos e consequentemente de polarizações que resultem em configurações desastrosas para os mecanismos psíquicos.

Daí a elevação de defesas e resistências que protejam o sujeito do impacto devastador causado por ausências de referências, exclusões e o não estabelecimento de identidades consistentes. Daí a imagem psíquica ser construída como imagens assexuadas. A sexualidade é apenas simbólica ainda que os orgasmos possam ser reais. O individuo fica protegido na estrutura do narciso que ama seu reflexo.

A identidade não se resolve na mudança física ou material, na natureza imutável de nossa origem, mas na integração entre o masculino e o feminino. A natureza formal seja de preponderância masculina ou feminina se completa na integração dos conteúdos opostos internamente, integrando na unidade as características de um ou do outro sem a preponderância de um sobre o outro.

Escuto transexuais se dizendo internamente femininos, como a justificar em suas intenções de opção sexual. Sem que percebam agem estimulando a preponderância interna de um conteúdo sobre o outro (masculino/feminino), contrariando a necessidade de integração dos opostos internos, que são inevitáveis.

Simbolicamente, masculino e feminino, na psique não são macho ou fêmea. A feminilização ou masculinização no contexto sexual dos conteúdos internos contraria a natureza bipolar da origem, a natureza diferencial e promove o conflito que determina a sexualização conceitual do simbólico.

Como seres transcendentais e simbólicos a natureza física é apenas a singularidade manifesta de uma origem que busca se realizar independente da forma. O individuo de natureza masculina ou feminina que se transveste no oposto, não precisa “Se Sentir” como Mulher ou como Homem internamente, isto serve apenas para o “público” no entorno.

Para manter-se emocionalmente saudável inevitavelmente, o individuo precisa se sentir como individuo, pessoa, um “SER” que antes da sexualidade formal ou informal dentro do social se perceba como um “SER” de múltiplas características em busca da unificação de sua múltipla natureza, que lhe permita a integração plena como singularidade e a sua realização plena como existência.

Tentando ser mais claro:

Podemos projetar no mundo aquilo que desejamos como identidade, a forma que escolhemos como mediadora na relação com o mundo, o projeto que queremos na vida como homem ou como mulher, a compensação ou afirmação do que pensamos ser, e este é um direito inalienável do sujeito como entidade social e coletiva, mas internamente o individuo não precisa se reafirmar de uma forma ou de outra. Ele pode ser apenas o sujeito que simbolicamente escolhe como quer parecer “Ser”, mas trabalhando para não permitir a preponderância interna de uma natureza sobre a outra, já que as duas são essenciais e imprescindíveis. Caso contrário viverá a batalha do tormenta entre ter que se reafirmar como forma sendo bombardeado por conteúdos que em busca de afirmação trabalharão permanentemente para sobrepujar-se ao domínio de outra natureza tão imprescindível e fundamental quanto a si.

Se este movimento de proteção interna não se realizar, pode-se chamar o acontecimento como a sexualização do simbólico, do conceito e da significação do existencial. É querer que o conceito macho ou fêmea, transforme o símbolo sexualizando-o como macho ou fêmea, o que é reduzir a natureza à imagem que a representa. A imagem não pode sobrepujar a natureza, o seu sentido e conteúdo. A imagem interna configura a representação do sujeito e não sua sexualização.

O homem ou a mulher que se transveste de “outro sexo” para realizar o seu desejo ou para atender ao seu conceito, continuam a ser simbolicamente aquilo que sua configuração original definiu como “SER”. Um fenômeno de múltipla natureza que se realizará como unidade na unificação de seus opostos.

Assim, o se permitir homem ou mulher, ou homem e mulher, ou qualquer outro tipo como hoje se experimenta, não transforma aquilo que a natureza do sujeito configura. O individuo para seu conforto poderá tentar ser “um” ou “outro” porque pensando assim se protege, se defenda e se conforta num modelo padrão onde se assume nos seus desejos e na sua tribo, e naquilo que se permite ser. Mas essencialmente continuará a ser aquilo que todos somos:

Seres originados do masculino e do feminino, de natureza dupla, ambígua que nos impõe a tarefar de unificar para que rompamos a dualidade dessa natureza ambivalente.

Ψ

SEIS – O MATRIMÔNIO PERFEITO




Eu estava num castelo enorme e procurava por um banheiro. Ao caminhar por um dos longos corredores topei com três meninos que me pediram para tirar uma foto deles. Enquanto um dos garotos foi colocar o filme fotográfico (a máquina não era digital), outro muito travesso colocou a mão nas minhas costas, dentro da blusa, e desabotoou meu sutiã. Eu poderia me sentir envergonhada e depois de tirar a foto fazer de conta que nada acontecera, mas eu tive atitude, me voltei para ele e ordenei-lhe que abotoasse novamente o meu sutiã. Assim ele fez e quando me voltei para trás era uma menina que ali estava. Admirada e feliz eu abracei-a levantando-a nos meus braços e dei-lhe vários beijos no rosto deixando marcas do meu batom preto em suas bochechas. Enquanto voltava a colocá-la no chão, comentei sobre a marca e perguntei se ela queria que eu apagasse, mas ela quis ficar com as mesmas. Então expliquei-lhe sobre a cor preta. Disse-lhe que cansara das cores tradicionais básicas e suaves. Daí o fato de estar com unhas pretas e usar batom tão escuro também. Era como se eu quisesse explicar-lhe que eu era grande e podia usar algo que ela (enquanto criança e não cansada como eu do tradicional) não podia. Nisso resolvi levá-la em casa e o fiz dirigindo um veículo, mas não lembro muito bem dessa parte, pois meu foco estava na paisagem: passávamos entremeio a muitos castelos (parecia estar dentro do cenário de um vídeo-game). Consegui deixá-la próximo a sua moradia sem correr perigo de seu bravo pai ver que ela havia saído e estava até então com uma presença masculina. Sim, eu acabara de me transformar em um jovem rapaz muito apaixonado. Nisso fui pego de surpresa quando vi seu pai saindo de uma casa (talvez fosse um castelo mais simples) bem atrás de mim. Minha reação pareceu surpreendente: eu corajosamente disse que desejava falar com ele e então fui recebido em sua casa. Minha avó estava deitada lá dentro. Nos sentamos e minha avó se transformou numa mulher bem mais nova. Então eu revelei para ambos que eu ia me casar com a filha deles (creio que disse o nome da jovem), mesmo que isso fosse a última coisa que eu fizesse em vida. Falei mais alguma coisa, mas não recordo. Enquanto eu falava a mulher, que parecia muito minha amiga, falava junto comigo como se entoássemos o verso de um poema. Ela claramente aprovava o casamento. Não fiz nenhum pedido ao pai dela, eu simplesmente comuniquei minha intenção de casamento e expressei meu amor. Eu realmente estava disposto a tudo pelas minhas boas intenções. Ao final eu chorava emocionada e havia me transformado no ator Nelson Xavier. Nisso a mulher comentou que eu não havia seguido o conselho dos seis, mas havia interpretado a informação de cinco (isso foi algo que não entendi). Logo em seguida eu acordei.

*****

CASTELO, DEFESAS E ANDRÓGINOS
Seios – símbolo de proteção e de medida. Medida de líquido (leite), medida de comprimento. Associado ao princípio feminino, à medida no sentido de limite em oposição ao princípio masculino sem medida, sem limites limite, sem medida. É a manifestação suprema da maternidade, como proteção, recursos e afeto. O lugar do repouso ligado à fecundidade realizada, origem do primeiro alimento, associado à intimidade, à oferenda, dádiva fecundante de vida e refúgio.

Castelo - É o símbolo de proteção, de poder e de segurança no mais alto grau. Localizado no alto dos morros possui acesso difícil por isso pode ser considerado como uma “ilha” de proteção e de isolamento.

O castelo negro é o castelo perdido, o desejo condenado à insaciedade eterna, imagem do destino marcado, do inferno e do lugar da alma penada e solitária. O castelo branco representa o oposta é símbolo da realização.

O SONHO

A sua natureza mental continua a focalizar a necessidade de registro da imagem vivida. É preciso aliviar essa tensão resultante de necessidade de registro e aumentar a confiança interna de sua natureza seletiva e memorizadora. Essa característica pode ser compensadora de sua dificuldade em renunciar a lembranças “negativas” registradas na história de sua vida. É preciso abrir mão, não das lembranças, mas das mágoas e ressentimentos originadas no passado.

O inconsciente te desafia mostrando-lhe que é portadora de seios, portanto de natureza maternal e feminina mas você teima em se apresentar como homem belicoso e poderoso justificada em sentimentos, afetos e em passionalidade.

A dinâmica psíquica por outro lado indica que o movimento é de integração dos opostos, ou da necessidade de realizar essa integração entre masculino e feminino.

“Eu realmente estava disposto a tudo pelas minhas boas intenções. Ao final eu chorava emocionada e havia me transformado no ator Nelson Xavier.”

O choro compensa e alivia a tensão das elevadas polarizações internas, ou conflitos, mas as boas intenções não justificam os equívocos que determinam o destino e encaminham o sujeito para o inferno. E o inferno está cheio de bem intencionados. Por isso cuidado com as “bandeiras”, empunhar Porta Estandarte pode ser apenas mais um equívoco de boas intenções que escondem atuações teatrais, fantasiosas e representação e intenções disfarçadas, em geral espelho de vaidades.

A mensagem pode estar ao final do sonho

“... a mulher comentou que eu não havia seguido o conselho dos seis, mas havia interpretado a informação de cinco (isso foi algo que não entendi).”

Uma coisa seria o “Conselho dos Seis” e outra seria o “Conselho do Seis”

Cinco – Símbolo do homem, da saúde e do amor, da vida manifesta. A quintessência atuando sobre a matéria. Os quatros membro regidos pelo quinto, a cabeça. União do principio celeste (3) com a Magna Mater (2). Número da existência material e objetiva. Número da individualidade, exprime a ação, o ato e não o estado. Símbolo da ordem e da perfeição da vontade divina. O espírito domina os elementos.

Seis – representa a oposição da criatura ao criador, em um equilíbrio indefinido. Essa oposição pode indicar apenas uma pequena distinção que se transformará na origem de ambivalências. União do fogo e da água. Para os gregos representa o número hermafrodita. Número do término do movimento. Na bíblia, em apocalipse é citado como o número do pecado. Para alguns analistas ele é o número do homem físico sem o seu elemento salvador, sem seu lado supremo que o conecta com o divino. Na idade média era consagrado à Vênus/Afrodite, deusa do amor físico. O número mediador entre o princípio e a manifestação.

A indicação sequencial mostra que há etapas na dinâmica psíquica que estão sendo pontuadas dentro de ciclo predefinido. Você atinge o nível cinco, meio do caminho, tempo de construção da individualidade, mas precisa romper o sexto estágio que ainda não foi compreendido ou considerado.

Ao considerar a simbologia do seis pode-se pensar no confronto dos opostos, etapa de conflito e de ambivalência entre naturezas que precisam ser superadas. Então é o estado dos conflitos que solicita a síntese, a integração para romper a polarização. Por isso simboliza o equilíbrio, representa o dogma da analogia, o axioma gravado por Hermes em “A Tábua de Esmeralda” “O que está em cima é como o que está em baixo”.

Este é o estado em que não superou. A compreensão da dualidade, do bem e do mal. Após a chegada do filho de Deus é hora de superar a dualidade e atingir o Matrimônio Perfeito.



Ψ

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

PENTAGRAMA E HEXAGRAMA


PENTAGRAMA

O pentagrama, uma estrela de cinco pontas feita com um só traço. Este sinal, como outrosaqui representados, pertence aos tempos mais primitivos da Humanidade e por certo é muito mais antigo do que os caracteres escritos. Sinais deste tipo são positivamente dos mais antigos documentos humanos que possuímos. O pentagrama tem tido várias significações diferentes em diferentes momentos da história do homem. Os pitagóricos chamavam-no penta-alfa e os sacerdotes celtas, "o pé da feiticeira". É também o selo de Salomão, conhecido na Idade Média como a cruz dos duendes. O sinal também representa os cinco sentidos; os princípios masculino e feminino também são transmitidos pelo arranjo das cinco pontas. Entre os druidas, era o sinal da Divindade, e para os judeus significava os cinco livros Mosaicos. É crença popular que este sinal dá também proteção contra o demônio e, por analogia, é símbolo de segurança. Acredita-se também que ele propicia uma acolhida feliz, daí seu emprego como amuleto. Nos tempos antigos, era, entre os babilônios, um talismã.

O HEXAGRAMA
O triângulo é um antigo emblema egípcio da Divindade e também o símbolo pitagórico da Sabedoria. Na Cristandade, ele simboliza a tríplice personalidade de Deus. Também, em contraposição ao símbolo seguinte, ele é outro sinal do elemento feminino, que, firmemente baseado em questões terrenas, anseia, porém, pelo que é mais elevado. O feminino é sempre terreno em sua concepção.

Por outro lado, o triângulo apoiado em seu ápice é o elemento masculino que, por natureza, é celestial e busca a verdade.
  

















Agora, as duas figuras começam a mover-se na direção uma da outra e, ao se tocarem seus ápices, formam outra figura, de aparência inteiramente nova; contudo, nenhuma das figuras originais sofreu qualquer alteração ou interferência.

Porém, quando se interpenetram, a natureza de ambas é fundamentalmente alterada e, como se vê, oblitera-se, por assim dizer. Uma figura complexa e inteiramente simétrica é formada, com novas e surpreendentes seções e correlações, correlações, nas quais seis pequenos e distintos triângulos se agrupam em torno de um grande hexágono central. Surgiu uma bela estrela, mas, quando a examinamos, vemos que os dois triângulos originais ainda conservam sua individualidade. Assim sucede quando um matrimônio perfeito une Homem e Mulher.

Para os judeus, é a estrela de Davi.

Ψ



sábado, 5 de fevereiro de 2011

LIBERDADE E TOTALIDADE PESSOAL





Creio que o sonho dessa noite foi uma resposta do meu inconsciente a respeito do sonho passado sobre “anorexia afetiva”. Eu estava junto com um homem, o qual me mostrava algo que não lembro o que era, quando o carro dele estilo Kombi começou a andar sozinho. Como se o veículo estivesse desengatado ele saiu correndo atrás do mesmo e chamou-me para ajudá-lo, mas eu fiquei quieta, sem reação, pois sabia que não ia conseguir parar e segurar o mesmo (seria um pré-julgamento?). Depois de algum tempo ele voltou num outro carro e comentou que tudo tinha acontecido dentro do tempo certo. Ao escutar isso eu desconfiei que tudo fora armação, que ele deixara o veículo aberto para o mesmo ser roubado e assim poder conseguir outro com o seguro (seria um segundo pré-julgamento?). Pensar nisso me fez ter medo do sujeito e saí correndo com medo que ele viesse atrás de mim . Além de sentir-me usada para um plano escuso, também senti-o como um perigo, pois ele poderia voltar-se contra mim ao constatar que eu não aprovava sua atitude (terceiro pré-julgamento?). Conforme corria, o medo foi se tornando tão intenso que por fim comecei a voar. Quando parei estava perto de uma fileira de caminhões. Enquanto tentava entender o que se passava naquele local interditado, também analisava (ou será que tentava me auto-justificar?) tudo o que acontecera comigo. Lembrei que estar com as pessoas era algo sem-graça. disse comigo mesma que antes negar-me aos outros do que ser derrotada pela insatisfação de não sentir-me bem perante os relacionamentos, as amizades e as vivências humanas de modo geral. Não senti que essa insatisfação estivesse ligada ao fracasso de não ser semelhante a uma idealização sociável de mim mesma, mas sim um desgosto causado por não ter afinidade com os outros, por não achar divertido estar com as pessoas. Eu preferia ser esquiva a ter que me frustrar passando por situações desagradáveis, pois esse é o sentimento que geralmente sinto em companhia alheia: desconforto.

Estaria meu inconsciente apenas reforçando a resposta e o entendimento de que o constrangimento que sinto é o julgamento que realizo, é a severidade e o padrão classificatório que aplico ao coletivo, é o despreparo e a insegurança pra lidar com a imprevisibilidade? Mas como fazer se isso parece sempre ser mais forte do que eu?

Na relação com o mundo, apartir da construção do Eu, a justificativa funciona para todo neurotico como referência para atitudes que ampliem o conforto nas relações sociais. Assim o mentiroso encontra justificativas para mentir, o rato encontra justificativas para roubar, o assassino para matar, o oportunista para aceitar o assédio do corrupto, o imoral para transgredir,etc.

A justificativa tambem funciona como referência na construção da pessoalidade para a criação de defesas e resistências que protejam o sujeito de ameaças, distanciado-o da frustração. Em geral o limiar de resistencia à frustração é reduzido, em decorrência de hipersensibilidade ou de fragilidade emocional originada na imaturação neuropsiquica.

No seu caso existe tendência, e já comentei aqui, de predefinir os acontecimentos, antes que ocorram, para se precaver de frutrações e a sua justificativa é sempre a insatisfação de ter que conviver com o incômodo de relações que a “desagradam”. Há justificativa para proteger a individualidade que é ameaçada pela frustração de viver aquilo que não quer ou a expectativa que não se realiza.

É possivel que a frustração tenha se elevado a níveis de sofrimento quando voce passou a ser controlada e dominada na adolescência. Você “engoliu” o martírio de ser controlada pelo outro mas decisivamente rejeitou a submissão se tornando “Mal Criada” e evitando as situações que não atendiam sua expectativa severa e exigente.

Voce caiu na sua armadilha. Tentando se agarrar na sua suposta individualidade passou a se castrar antes que os outros o fizessem. E deixou de aceitar que todo processo de socialização é castrador. Que a maioria se submete a esse processo. Nos adequamos para que adaptados na sociabilidade possamos conquistar instrumentos que nos permitam reconquistar a Liberdade da natureza selvagem que impera no interior do ser.

Essa liberdade é possivelmente a grande reconquista do homem socializado. Está além de qualquer tipo de poder social, posses materiais ou fama. É a liberdade de poder transitar dentro do coletivo estando resguardado, com autonomia plena de sujeito, singularidade, individualidade.

A armadilha fez você renunciar ao que é inevitável: a interação, a relação com o coletivo. Há um momento em que isto é possível ao individuo liberto, se libertar do coletivo. Mas a conquista da libertação do coletivo é dada ao agraciado que conquista a liberdade do individual. E a liberdade do individuo se conquista através do sacrifício da entrega ao coletivo, à socialização que a civilidade exige.

Nos casos patológicos os que, não aceitam esses principios, seguem os caminhos da psicopatia, se perdem ao redor de seus anseios de centros deformados de carater, anseios de domínio, de ilhas absolutas de centro do mundo.

O sujeito egocentrado se entrega apenas à satisfação do desejo pessoal, nada oferece ao coletivo, nem mesmo a presença, a companhia, o compartilhar. Dessa forma suga o coletivo sem nada a oferecer. Seu castigo paradoxalmente é o aprisionamento no outro, no coletivo. Deixa de encontrar a liberdade pessoal, e não é libertado do coletivo.

Quando o medo supera seus limites, o voar, a ilusão, se torna a compensação da libertação, posto que o aprisionamento sufoca sua existencia.

Estaria meu inconsciente apenas reforçando a resposta e o entendimento de que o constrangimento que sinto é o julgamento que realizo, é a severidade e o padrão classificatório que aplico ao coletivo, é o despreparo e a insegurança pra lidar com a imprevisibilidade?

Reforçando a mensagem de que o constrangimento é resultante de confusão conceitual, conflito entre o desejo de inclusão e o desejo de exclusão. É o ritual do sacrifício de se punir, punindo aqueles que te castraram e a “obrigaram” a renunciar ao projeto de autonomia pessoal. Projeto que se deforma no capricho de não se permitir socializável. O projeto pessoal se transforma em conteúdo autônomo revestido de orgulho, capricho, ressentimentos, competitividade, amor próprio, vaidade, petulância, ou como conteúdo inferioridade se compensando como superioridade, atuando e conduzindo seu comportamento.

É a rebeldia para não se entregar ao inevitável: o partilhar coletivo.
A ilha se constrói, mas não se basta.

Mas como fazer se isso parece sempre ser mais forte do que eu?

Dirigindo seu veículo, sua Kombi. O termo Kombi é originário do alemão Kombinationfahrzeug que quer dizer veículo combinado. Combina carro de passeio e utilitário. Mas seu veículo Kombinado está sem motorista, sem condutor, e desce a rua comandado pelas forças que atuam na naatureza.

A pulsão interior, originária de conteúdos inconscientes penetra na área de transferência e conduz o sujeito já que o individuo não tendo consciência acredita que tudo o que ocorre dentro dele é ele. Ele passa a ser conduzido por conteúdos autônomos do interior que tem vida própria, mas como não é capaz de se distinguir passa a ser resultado de sua sombra, deste lado obscuro do inconsciente.

O caminho é a consciência. A partir das pequenas escolhas focar a consciência, fortalecer a compreensão, assumir o comando da vida referendado em princípios que favoreçam distinguir comandos de comportamento pessoal e comandos de conteúdos internos de origem desconhecida. Isso permite a diferenciação interna entre o Joio e o trigo, atuando na dinâmica psíquica e é um longo trabalho de paciência e humildade, de vigilância e determinação. Caso contrário é seguir pelo caminho da indiferenciação, o caminho do simplismo, onde o individuo se consome fortalecendo seu ego e enfraquecendo seu espírito. Seu domínio.

Esta, possivelmente, é a tarefa mais árdua do ser humano, se constituir individualidade estruturada, em pleno domínio de si mesmo, de seu mundo interior e na forma como estabele as relações com o mundo. Hoje em dia, as pessoas por se acreditarem indivíduos constituídos de um “nome” e um número de identidade se pensam individualidades formadas e bem constituídas quando na verdade se dedicaram apenas a estabelecer um projeto idealizado de individualidade, sem nem mesmo se distinguirem internamente como personalidades bem constituídas. Se acreditam fantásticas porque se pensam maravilhosas, se idealizam perfeitas. Se satisfazem com o projeto que idealizam acerca de si e acreditam que isso é o bastante e porque mentem acabam acreditando nas mentiras que criam.

O SER HUMANO TECE A SUA TEIA

ENQUANTO SE ENREDA NELA.



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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

CONSCIÊNCIA DESPERTA




Mais uma vez estava eu na chamada “paralisia do sono” (andei pesquisando sobre isso). Creio que isso acontece quando estou com muito sono ou quando começo a dormir de barriga para cima (geralmente quando deito para descansar ou meditar, mas sem a intenção de dormir). Dessa vez eu tinha consciência de que estava dormindo, mas não tinha consciência de que estava sonhando. Eu queria acordar, não conseguia mexer nem um dedo, sentia-me prestes a ficar sufocada e acreditava estar espiritualmente fora do corpo, ou seja, estar presente na realidade através de uma outra dimensão dos sentidos. Só que eu estava apenas sonhando.

Então sonhei que havia um ninho de aranhas venenosas em baixo da cama e eu precisava acordar antes delas subirem em mim. Tentei gritar, mas a voz não saía. Psiquicamente (não sei ao certo como explicar) eu me mexia com desespero, mas isso não causava movimento no corpo em si. Depois veio minha mãe com o celular que estava pegando fogo. Ela precisava da minha ajuda, mas nada me acordava, sendo que fora da dimensão física corporal eu me sentia completamente acordada. Eu permanecia conscientemente acordada, mas sem a percepção de que todas aquelas situações e acontecimentos dramáticos eram ilusórios, irreais, meramente oníricos.

Esse sonho parece um bom contraste com aquele outro donde eu sabia estar dormindo, sabia estar apenas sonhando e tinha não apenas consciência, mas também certo controle, tanto que fui brincar com um gato. No desfecho eu relaxei e creio ter entrado em sono mais profundo, mas ainda assim, depois de pouco tempo acabei acordando. Tais tipos de sonho outrora seriam chamados de pesadelo, mas agora sinto que aos poucos vou aprofundando neles de maneiras diferentes e por vezes penso que falta-me algo (talvez não desesperar) para conseguir adentrar em sonhos lúcidos de forma mais amena.

Qual a real importância de sonhos lúcidos?

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CATALEPSIA PROJETIVA

Vamos por partes, só para não confundir. Toda ocorrência humana dentro ou fora do padrão envolve estudos e concepções médicas já que o homem é o seu objeto de intervenção. Assim, como fenômeno patológico abordado do ponto de vista biológico, não me cabe abordar a Narcolepsia e a variante sintomática de conceito médico-biológico da paralisia do sono, o que foge da minha formação, competência e direito de abordagem.

Posso abordar o fenômeno através de leitura simbólica do psiquismo no fato e avançar na compreensão como fenômeno de estudo Projetivo que envolve, não a área de projeciologia que é abordagem não psicológica, mas a abordagem que engloba o psiquismo do homem como um fenômeno existencial, de natureza biopsicofísica multidimensional.

Tenho a tendência natural de me desvencilhar de concepções médicas já que a psicologia me faculta uma vastidão conceitual com a qual me identifico plenamente. Nas áreas de fronteira prefiro a cautela.

A indução consciente da projeção é uma técnica para entrar em um estado de sonho lúcido ou projeção da consciência, utilizada sécularmente por culturas ameríndias, africanas e asiáticas. E originadas a partir de ocorrências naturais nessas culturas milenares.

Como fenômeno sempre despertou a curiosidade e o interesse de grupos humanos como instrumento de “conhecimento” e saber.

Se houver indicativo de patologia cerebral ou disfunção, o caminho é procurar um atendimento médico.

Já tive oportunidade de abordar as diferenças entre o “Tempo Psy e do corpo” e o “Tempo” social do homem moderno.

A vida moderna nos induz a pensar num tipo de vida humano dissociado do universo e até mesmo do corpo. A mente veloz, a velocidade das comunicações, dos veículos, os hábitos, a aceleração física, a ansiedade, a impaciência, etc, levam o ser humano a acreditar que a máquina corporal é “sem limites” como as máquinas que constroi para seu conforto. Dessa forma passa a crer que o seu “Tempo” mental define a sua vida, sua ação, seu poder sem saber que até um “certo” momento o corpo acompanha mas a partir do momento em que são rompidos os limites, os sistemas orgânicos se alteram em seus ciclos, rítmos e frequências. São desconfigurados e reconfigurados dentro de nova ordenação, passando a funcionar em novas dinâmicas em disfunção.

As consequências podem ser inumeráveis e imprevisíveis.

Na sua vida,  a forma como funciona diante das exigências do mundo, ou como lida com a capacidade de excitabilidade, a hiperatividade pode deixar de lhe permitir o necessário repouso e sono profundo, induzindo-a a estados de consciência associados à compulsão, decorrentes de elevação da excitação, polarização, possibilitanto, consequentemente, um afloramento de consciência  no estado de sono profundo, a vivência de corpo adormecido e consciencia desperta, fenomeno comum em estágio anterior ou posterior à projeção do corpo astral.

Se a psique está em estágio de sono REM, condição de sonhos, a consciência pode experimentar um realismo hiperfantástico, ou projeções de imagens que podem ser compreendidas como “alucinação”.

Neste estágio o corpo experiementa o relaxamento mais profundo, está naturalmente fora do controle psiquico e além do poder da “vontade”. Se você “acorda” a consciencia, ou se a consciência “desperta” ela não tem o poder de mobilizar nenhuma parte do corpo. Não esqueça, a mente desacostumada e controladora pode entrar em Pânico com a falta de “Controle” na situação.

Como o tempo interno difere do conceito do tempo externo um ou dois segundos pode aparecer como “Sem Tempo”, uma eternidade, o apego ao “controle” ao corpo, à materialidade assim como a ansiedade, a impaciencia podem tornar a experiência natural como assustadora ou angustiante.

Portanto, cuide de sua ansiedade e se aplique nos estados de meditação profunda para desenvolver suas experiências noturnas.

Qual a real importância de sonhos lúcidos?

Têm a importância que você estabelecer.

Eles são um portal de consciência amplificada para que possa se conectar neste mundo com novas formas de experimentar a existência. A experiência pode favorecê-la a desenvolver a disciplina, o controle mental, o conhecimento acerca de si mesmo, o aumento da resistência mental, a descoberta de seus potenciais de força, o desenvolvimento da percepção, a ampliação de padrões de consciência que lhe possibilitem se relacionar de forma mais inteira com o mundo, etc.

Mas importância é uma questão relativa. O sujeito estabelece prioridades e dá importância aos seus objetivos.

O que tem importância nesta vida?

O amor? A afetividade? O poder político? A fama? O dinheiro? A família? A segurança? O conforto? Amizades? Riquezas? Tranquilidade? Saúde? Nada disso?

O que é importante nesta vida?

Princípios? Moral? Verdade? Honestidade? Ética? Consciência? Consciência Amplificada da existência?

Qual a real importância dos sonhos lúcidos? Nenhuma! A possibilidade de transitar em outras dimensões? Prá que?

Penso que você tem o direito de descobrir e de se responder.

Ψ

CONSCIÊNCIA DESPERTA





“Então sonhei que havia um ninho de aranhas venenosas em baixo da cama e eu precisava acordar antes delas subirem em mim. Tentei gritar, mas a voz não saía. Psiquicamente (não sei ao certo como explicar) eu me mexia com desespero, mas isso não causava movimento no corpo em si. Depois veio minha mãe com o celular que estava pegando fogo. Ela precisava da minha ajuda, mas nada me acordava, sendo que fora da dimensão física corporal eu me sentia completamente acordada. Eu permanecia conscientemente acordada, mas sem a percepção de que todas aquelas situações e acontecimentos dramáticos eram ilusórios, irreais, meramente oníricos.”

Sonhos são assim, a cada noite nos mostram que a realidade em que vivemos é relativa. Só nós não o somos, ainda o sendo como finitos.

Você tinha a consciência de estar acordada, mas não tinha a consciência diferencial entre o sonho, a alucinação e a realidade. A sua consciência era parcial por que não há diferença de realidades ou pelo limite da experiência?

O sonho pode ter ocorrido num intervalo de tempo fundamental para que você pudesse de forma integral memoriza-lo. Você foi “acordada” porque precisava memorizar o sonho, ver o sonho acordada para não esquecê-lo. O inconsciente queria que você visse o sonho

Na necessidade de ser protegida você se angustia querendo proteger. Você é filha em busca de proteção ou se arvora em ser mãe da sua mãe?

O telefone é a possibilidade de comunicação entre mãe e filha. Será que a falta de comunicação angustia a mãe, o instrumento se queima por que o diálogo inexiste? Enquanto você sofre as ameaças das aranhas venenosas.

Em sonho anterior veja o sentido de aranha, no Indicador Temático ou click


Mas nesse sonho, o que salta são as aranhas venenosas, portanto agressivas e pode-se associar a ameaça, a agressividade como conteúdo que existe entre você e sua mãe e que dificulta a comunicação?

O comportamento agressivo te angustia, porque você projeta veneno na relação? E isso dificulta a comunicação de sua mãe para você?

Reflita!

CONCLUSÃO

Você foi acordada num momento de relaxamento profundo, num dia em que o corpo mais cansado estava mais “ausente” E o inconsciente te acordou. Você experimenta a imobilidade, a incapacidade e a impotência de acionar através da vontade o domínio do corpo.

Mas o importante pode ser o sonho, a mensagem de que existem duas mulheres angustiadas que não conseguem se comunicar, ambas se necessitando. Você precisando da blindagem protetiva materna, e a mãe precisando de paz por te saber bem diante da vida, mas sem instrumento para chegar até você. A responsabilidade pode ser sua. É de quem descobre primeiro o nó. Procure-a, busque a proximidade e lhe dê chance para proteger e mostrar-se sua mãe.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ISOLAMENTO





Eu varria o quintal quando escutei algumas pessoas falarem mal de mim na casa da vizinha. A situação já estava me deixando irritada quando a dona da casa me defendeu dizendo que eu tinha família para se preocupar comigo (algo que eles não precisavam fazer) e que eu já era bem grande para saber o que fazia, para tomar conta da minha vida. Ela disse isso sem opinar sobre o assunto que comentavam, algo que não lembro a que se referia. Eu não importei com as críticas ou julgamentos em si, mas estar na boca dos outros me incomodou e irritou tanto que, logo depois, quando terminei de varrer o quintal e fui almoçar, minha mão tremia bastante. Eu não fiquei apreensiva com o quê falavam, mas sim com o objetivo fatal daquela conversa que seria tentar mudar-me.

Geralmente meu desconforto quando escuto alguém falar mal de mim é esse: a sensação de perigo por indiretamente quererem me controlar, dar jeito em mim, influenciar minha opinião e atitude para que eu decida estabelecer a vontade alheia e não a minha própria. Não sei se isso é um pré-julgamento de rejeição alheia que costumo fazer em situações do gênero, mas geralmente quando falam mal de mim a intenção maior é provocar posteriormente um confronto direto, algo que sempre costumou me abalar, me fazer sentir ameaçada, menosprezada e desrespeitada.

Venho conquistando o meu direito de ser o que sou enquanto cumpro o dever de respeitar o que os outros são. Sinto que aos poucos, aumentando gradualmente a auto-estima, o desalento vai diminuindo independente de haver confronto ou não.

De todo modo, o sonho pareceu-me claro ao mostrar que no fundo ainda existe sim uma boa cota de desconforto a ser superado. Há partes conflitantes dentro de mim?

A mulher que me defende, assim como os críticos, seria também uma projeção minha?

Esta parece uma tônica em sua vida a partir da infância sob o domínio da mãe e da adolescência sob o domínio da irmã. Você submetida ao severo comando de autoridade familiar decorrente da necessidade da família frear o comportamento impulsivo ou a autonomia que se desenhava caótica:

“...escutei algumas pessoas falarem mal de mim na casa da vizinha. A situação já estava me deixando irritada quando a dona da casa me defendeu dizendo que eu tinha família para se preocupar comigo (algo que eles não precisavam fazer) e que eu já era bem grande para saber o que fazia, para tomar conta da minha vida.”

Frente à dificuldade em controlar comportamentos fora do padrão de limites aceitáveis, os mais velhos tendem a promover o medo à rejeição, à critica, ao julgamento alheio, focando o individuo no medo de se submeter à condenação externa.

As técnicas de controle social incentivam esse medo associado ao que o outro vai pensar, dizer, comentar, julgar e condenar. Dessa forma direcionam a atenção do individuo para o outro. Retiram o sujeito dele e o lançam no espaço da ilusão, de Maya.

Ao invés de desenvolver no sujeito a consciência e o senso de civilidade que nasce da sociabilidade, o respeito aos direitos alheios que nasce no respeito a si mesmo como Ser vivo, a compreensão dos limites necessários na conduta social e a forma de estabelecer relações, o discernimento entre os opostos e aprendizagem para atuação nos cenários coletivos, o treinamento para o desenvolvimento das relações formais e privadas, as pessoas simplificam e ensinam pelo estímulo negativo, induzindo o medo de rejeição, de exclusão e condenação social, ensinam o ego Centrado no outro compensado na vaidade e no narcisismo, no distanciamento afetivo e no conceito do mundo girando ao redor da personalidade centralizadora.

A formação castradora sofrida leva ao desenvolvimento de transferências negativas em relação à origem da castração sofrida e de quebra à rejeição do coletivo. Você se submeteu à castração social, mostrando submissão, mas passou a rejeitar a família pela castração e a sociedade pela representação, interferindo decisivamente e dificultando a formação e a construção de relações afetivas autênticas que lhe permitissem a interação com os grupos pelos quais passou. Essa foi a escolhida nascida no orgulho ou na presunção compensatória de superioridade.

A individualidade castrada se vinga castrando e rejeitando o externo, ainda que esse externo seja a referência da expectativa de vida e seja a punição que se impõe como sacrifício, oferenda e renúncia.

A individualidade sacrificada não se realiza, ou só se realiza no ritual de sacrifício. Sente a ameaça e o perigo pela condenação. O outro passa a ser tão importante que enquanto foges para não sofrer o impacto da condenação invasiva deixa de perceber que já sofreu invasão perdendo o fluxo natural das relações afetivas e fraternas advindas do sentido de coexistir no coletivo.

Neste momento o destino já predefinido, coloca-a na busca de si mesmo na tentativa de reencontrar o eixo da vida. Mas é preciso resignificar os conceitos que definem a sua disponibilidade nas interações coletivas.

“Venho conquistando o meu direito de ser o que sou enquanto cumpro o dever de respeitar o que os outros são. Sinto que aos poucos, aumentando gradualmente a auto-estima, o desalento vai diminuindo independente de haver confronto ou não.”

Sua reflexão é perfeita! Esse direito é uma conquista associada ao respeito pelo direito alheio. O seu momento não é de “ilha”, mas de vivenciar o que não foi vivido até hoje. Como pessoa, encontrando outras pessoas. Como diferente encontrando outros diferentes. Como navegante encontrando outros navegantes.

Sem medo de encontrar a crítica, o julgamento dos que se acreditam superiores, a condenação dos invejosos, a maldade dos miseráveis entrevados. Mas com esperança de encontrar seus iguais, sua tribo com quem poderá compartilhar o melhor de sua vida.

Há partes conflitantes dentro de mim?

Grande probabilidade! Os opostos ainda atuam.

E a mulher que te defende, mostra que existe um novo velho caminho para tratar as diferenças. O respeito! Ela já existe dentro você e se torna referência de condução da sua dinâmica psíquica.

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

PERSONA




Persona é o termo derivado do latim para a máscara usada por atores na época clássica, daí referir-se à máscara que um individuo constrói para se relacionar com o mundo.

Já escrevi que a consciência media a relação do inconsciente com o mundo, mas essa mediação se realiza inicialmente através da construção da persona que espelha o processo de sociabilização e de idealização do sujeito com o mundo.

Para Jung A Persona é um arquétipo significando que existe uma inevitabilidade e ubiquidade para a “persona”. Ubiquidade é a qualidade daquilo que pode estar presente em vários lugares ao mesmo tempo.

Na vida social existem exigências que favorecem o intercâmbio, que funcionam como identificadores que aproximam os indivíduos na formação de tribos e grupos, esta é a função da persona. A persona pode ser indicada como “arquétipo social” envolvendo todos os facilitadores próprios para se viver em comunidade, estas referências variam de em culturas e se transformam com o tempo.

A persona não deve ser entendida como uma manifestação patológica ou falsa. O risco patológico resulta de uma identificação exclusiva da pessoa com sua persona. Isto resulta de falta de consciência do individuo inflacionando o papel social (advogado, político, cantor, ator, médico, empresário), do papel sexual (mãe, pai) e falha no processo de desenvolvimento e maturação, dificuldade de adaptação ao meio social, etc. Essa identificação excessiva à persona leva à rigidez ou à fragilidade emocional. O individuo se confunde com o seu papel social. O ego identificado com a persona é orienta a partir dos acontecimentos externos, não percebe, anula ou releva os eventos internos. Ele se indiferencia e se transforma na persona que o media.

Se Anima/Animus mediam a relação entre ego e inconsciente a persona media a relação entre o ego e o mundo externo.

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PERSONAGEM






Eu estava com minha mãe em uma farmácia numa cidade considerada como patrimônio histórico. Ela ia comprar cálcio de ostra (medicamento que minha avó toma) para mim, mas eu achei o remédio caro (vinte reais) e disse que aquilo não ia adiantar para nada. Minha mãe começou a reclamar sobre mim para a atendente. Então eu repliquei contando-lhe que pelo fato de ser introvertida e quieta, minha mãe sempre me julgara ser doente, apática e depressiva. Disse claramente que meu jeito de ser era de tal modo e que inclusive gostava de ser assim, pois me aceitava, algo que a família não conseguia fazer. Continuei dizendo: “...não gosto de ser importunada e quando não me sinto à vontade com alguém, quando não há afinidade, prefiro não me relacionar e, se a distância física não for possível, mantenho a distância afetiva...”

Realmente não sou muito sociável e não associo isso a questões físicas de saúde, como geralmente faz minha mãe. Não sei se ela chegou a comprar o remédio ou não, mas sei que apareceu um senhor, provavelmente o dono do local, comentou que ia haver um teatro e convidou-me para participar do mesmo. A justificativa de que isso seria bom para minha introversão não interferiu na minha escolha, pois aceitei o convite por gostar de teatro. Assim fui conhecer o local donde o teatro ocorreria, conhecer o resto do pessoal que faria parte da peça e, pegando meu papel, comecei a ensaiar também. A história seria sobre um antigo bar que funcionara exatamente no local vazio donde estávamos. A arquitetura era bem antiga, estilo século XVIII, mas conservada. O ambiente era agradável e embora não sentisse ser amiga de ninguém, sentia me dando bem com todos. Almoçamos juntos até que resolvi ir embora. Eu estava hospedada num local bastante moderno (um contraste arquitetônico para a cidade) donde subi as largas escadas de aço brilhante. Fiquei meio perdida nas escadarias e não lembro exatamente como foi, mas sei que voltei para baixo. Nisso eu percebi que cada leque da escada tinha duas voltas, pois eu já estava descendo direto no estacionamento. Subi outra vez e então desvendei o mistério: de um lado ela descia para o andar de baixo (térreo) donde havia a piscina e, do outro lado, donde eu descera, ela descia dois andares indo parar no primeiro piso do estacionamento. Conseguindo chegar na piscina, encontrei com alguns conhecidos, mas não quis entrar na água. Fiquei a observar tudo enquanto me divertia relacionando (conversando) com as pessoas sem muito entrosamento. Também lembro que fiz massagem nos pés de um rapaz que saindo da piscina veio sentar-se ao meu lado. Dentro das minhas limitações e, apesar do meu jeito austero de ser, tudo parecia estar tranquilo e confortável.

O sonho envolve um aspecto decisivo de sua vida: a relação com a família e com a sociedade. A sua postura é de não envolvimento afetivo e você encontra justificativas que lhe são confortáveis para a sua dificuldade de interagir com as pessoas.

Caprichos, severidade, elevado grau de exigência, superioridade, criticidade e tudo isso inserido na necessidade de compensação, excluindo enquanto mascará o medo de ser excluída ou não aceita pelo coletivo.

No teatro grego, os atores representavam usando máscaras e túnicas de acordo com o personagem que iriam representar. Muitas vezes, eram montados cenários bem decorados para dar maior realismo à encenação.

Eu não a vejo como “não sociável”. É diferente, você se faz “não sociável” quando a situação não lhe agrada. Desta forma exercita seus caprichos, sua vaidade, suas exclusões, demonstra sua insatisfação, intolerância e impaciência e se refugia no ensimesmamento.

O sonho indica a permanência desta postura na sua relação com a vida. parece-me que você se esconde na “introversão” enquanto anseia a aceitação e o aplauso social. Prefere escorregar para evitar relações que estética ou socialmente não lhe agrada. Como se a inferioridade fosse compensada por uma atitude de superioridade. As concessões que faz estão associadas a situações que atendem à expectativas construídas na idealização de seus propósitos de vida.

“...não gosto de ser importunada e quando não me sinto à vontade com alguém, quando não há afinidade, prefiro não me relacionar e, se a distância física não for possível, mantenho a distância afetiva...”

RAPUNZEL, desça dessa torre onde por livre escolha se aprisiona à espera de um príncipe que não existe. O príncipe você constrói, pega um bom sapo e o transforma em nobre, assim como os homens fazem com as pererecas, transformando-as em princesas.

E, infelizmente, não é questão de sorte nem de santo, a fama é resultado de um destino ou de árduo trabalho. Se tens sonhos de ascensão social, corra atrás e lute pelo Pódio, chegue ao palco e trabalhe pelo aplauso. Mas, enquanto isso não acontece aprenda com as relações humanas, esse aprendizado a tornará mais humana no pináculo, menos solitária na torre, mais feliz como ser humano.

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