terça-feira, 27 de julho de 2010

O RIO DA VIDA

        imagem do filme SONHOS (1990) de Akira Kurosawa
Carla 125

Essa noite sonhei que carregava um periquito no ombro. Ele tinha as asas inteiras e não voava porque realmente queria ficar comigo. Ele era branco rajado de cinza e bastante manso: eu passava a mão na cabecinha dele e ele se arrepiava todo remexendo as asas como se estivesse brincando comigo. No sonho de outrora vi uma mulher com um papagaio e neste a cena, um tanto diferente, foi outra vez com uma ave domesticada. Também sonhei novamente com fezes e dessa vez eu estava defecando no banheiro de casa. Foi um sonho bastante real, pois não houve nada diferente ou estranho na cena. Por ultimo eu estava flutuando sobre um rio que parecia um mar sem ondas e com água turva. Eu tanto estava no nível superior quanto me via lá dentro da água, era como se eu houvesse me dividido em duas. Eu não nadava, apenas me mantinha na superfície. Eis as poucas lembranças que conservei.

Não se pode esquecer que o pássaro simboliza o espírito. Asas para voar e querer ficar. É salutar e de bom augúrio que o espírito santo, purificado e solar, esteja ao seu lado. A proximidade sinaliza associação e principalmente envolve afeto. Esta é a união pelo qual devemos trabalhar, e quando não acontece é a rejeição que devemos evitar ou com a qual devemos nos preocupar. Quando vivemos em harmonia com o nosso espírito nada é mais importante. Por isso quando o adulto se vê dominado pelo sofrimento ou pela dor da rejeição é hora de pensar se existe o abandono da alma? Uma pessoa sem alma, ou separada de seu espírito é verdadeiramente um indivíduo “desalmado”, abandonado, rejeitado pelo Divino, uma alma penada.

Mas se o espírito pousa feliz no seu ombro, há que rejubilar-se. Que rejeição, ou perda pode provocar dor, se o Espírito Santo mora ao seu lado e está casado com você?

O ato de eliminar os dejetos aqui aparece como uma eliminação do desnecessário, do refugo. O corpo funciona em equilíbrio, o sistema se alimenta e se purifica eliminando o que não é mais necessário. Veja que o foco é no ato de higiene, não na matéria densa.

Na profusão dos sonhos, no desencadear dos acontecimentos, no desenrolar da experiência, dinâmica e imputs, e respostas, ações, reações e proposições, não é estranho que sejamos como que lançados para dentro do sonho como sujeitos e, após, como observadores do lado de fora da ação. Não é muito diferente da realidade, funcionamos como observadores e no momento seguinte centralizamos ações, direcionamos acontecimentos, nos tornamos sujeitos com o poder de intervir, a partir de nossas escolhas ou da focalização de nosso Intento, da intenção que projetamos.

Você está no Rio de sua Vida. Ontem, mergulhada, hoje, por enquanto, sem nadar, se deixando ficar, suspensa. Será que ainda muito passiva? Ou apenas se situando na realidade de sua vida? A indicação é de Trânsito. O rio passa, segue seu curso. Você no meio, nem tão lá, nem tão cá, nem numa margem nem na outra, passando o rio, passando o Fluxo e... você se preparando para seguir. Onde chegará?



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