sexta-feira, 30 de abril de 2010

SONHO E CONFRONTOS I

  

CH56

Sonhos dessa noite: Havia uma competição em equipe da qual eu tinha de participar, mas o líder eliminava três pessoas do grupo a cada etapa. Os critérios estavam em competência e afinidade. Presenciei uma eliminação e achei aquilo injusto, mas não era eu quem ditava as regras. Eu estava dentro de um carro com meu grupo quando o veículo entrou no túnel que dava inicio a competição. Parecia um estacionamento de supermercado subterrâneo bem estreito e escuro. Ao descer do carro eu imediatamente me vi sozinha e o primeiro desafio era me jogar no espaço escuro. Isso aconteceu não lembro exatamente se por conta de coragem própria ou empurrão surpreso do próprio processo de competição, mas o que aconteceu em seguida foi impressionante: eu era resistente à força gravitacional e não caía. Foi então que apareceu um homem malvado e me disse que na vida eu não conseguia nada porque era daquele jeito: me jogava e não me permitia cair, pois ficava presa a superfície, ao passado, ao medo, às mágoas. Fiquei muito mal ao escutar ele dizendo aquilo e tentei fazer força emocional para desvencilhar-me de tudo. Num tranco comecei a cair de uma vez, mas depois o impacto da queda me chocou e controlei-a tentando cair numa velocidade agradável. Não lembro do resto. Embora eu tenha forçado a queda e conseguido, o sonho pareceu tenebroso e ruim exatamente por estar a cair num vão completamente escuro após ser aconselhada por um sujeito que era mais medonho do que parceiro ou amigo. Parece interessante tal sonho, mas que significado posso atribuir a ele? A mensagem do homem tem veracidade? Também tenho a pequena lembrança de beijar o corpo de um homem e decepcionada constatar que ele não conseguia ficar ereto. Para mim isso transparece sentimento de incapacidade perante algo da vida, não necessariamente ligado a sexo. Faz sentido? É impressão minha ou estou tendo uma recaída onírica? Bem, não foi uma boa noite de sonhos...

SONHO E CONFRONTOS II


    
O sonho lhe propõe um desafio coletivo: Competir. Competir é ação natural, retrato da sociedade moderna; retrato da presença humana na escala de evolução, na teoria evolucionista, retrato do mundo animal. Somos bem sucedidos como espécie porque a natureza nos brindou com uma capacidade competitiva que nos fez vitoriosos. Os princípios do teste, em equipe, são indicados: competência e afinidade.

Como exige afinidade posso pensar em suas relações sociais e possivelmente familiares. Entrar no túnel, já vimos, é ritual de passagem, transição, mudança de margem, de estado de consciência. SUPERMERCADO é mercado, relações sociais. Participação social, coletividade. Seu carro é você. Você está só... SÓ... Conta com você,

Primeiro desafio:
SE LANÇAR NO ESPAÇO!

AVENTURAR-SE!

Se jogar no espaço escuro. Não me parece que seja se jogar no espaço de seu lado escuro, isto você já faz, jogando luz no seu lado sombrio, no escuro. Tambem não parece-me que seja voar, como fuga. Se voar pode estar relacionado com fantasias e suspensão, se jogar poderia parecer intento de suicídio, coisa que não acredito. Parece-me mais o espaço desconhecido, arriscar-se no escuro, onde não tens controle da situação: A vida! Assim o sonho te confronta com seus limites, suas reistências.

VOCE RESISTE! Aparece sua resistência, suas defesas, seus medos, seus bloqueios. A força da resistência atua eliminando a GRAVIDADE, te segura, trava, impede seus movimentos, sua autonomia, suas escolhas. Lhe impede o risco, arriscar-se.

E a mensagem é clara:

“Foi então que apareceu um homem malvado e me disse que na vida eu não conseguia nada porque era daquele jeito: me jogava e não me permitia cair, pois ficava presa a superfície, ao passado, ao medo, às mágoas. Fiquei muito mal ao escutar ele dizendo aquilo e tentei fazer força emocional para desvencilhar-me de tudo.”

Sua consciência, sua lógica, representada pela figura masculina, princípio de realidade lhe traduz os acontecimentos, você reage e mobiliza energia para mudar a passividade, os limites, a incapacidade de mover-se. Busca forças para romper sua resistência.

Você rompe as amarras, se lança, supera seus limites e se lança no espaço e aí...:

Você abre mão do controle e encontra o domínio sobre si-mesma. Supera o medo de morrer e se descobre mais viva do que nunca, tendo o domínio em um cenário, em um meio que além do seu poder o AR e dentro de uma realidade que antes lhe era desconhecida. Voce se descobre nadando, no ar, ou voando, ou descobrindo um novo plasma no espaço que antes assustava mas que agora domina.

É exatamente essa a experiência que experimentamos quando nascemos, passamos por um túnel e ao invés de morrer nascemos num novo mundo. Também é assim que vivenciamos a ansiedade de aprender a andar, ainda bebês. E assim aprendemos a andar de bicicleta. Etc. Superar limites é sempre um desafio, é ter que superar nossas dificuldades e o despreparo pessoal.

Essa é a vida para romper com o passado,

precisamos nos arriscar no presente

e nos descobrimos transformados no futuro.

Nunca mais seremos os mesmos.

Eu me lembro de Kierkegaard:

“Arriscar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar é começar a morrer.”

A vida é assim!
Permanentemente nos exige.
 E quanto mais buscamos o conforto,
para fugir do desconforto, de ter que enfrentar os confrontos,
 mais nos matamos e nos anulamos.

Ah! um detalhe: todos nós estamos viajando no espaço, só não percebemos isso por estar limitados à realidade da terra e aos nossos filtros que nos protegem de um universo sensorial inimaginável. A psiquê tambem usa de atualização nesta relação do individuo com o seu espaço para regular as mudanças originárias a partir do sujeito. Neste caso, é como se o seu ponto de vista em mudança levasse a psiquê a refazer suas coanfigurações mentais para se adequar à novas referências de estado de consciencia. É como se um paraplégico voltasse a andar e a psiquê não se adequando continuasse a considerá-lo paraplégico.



SONHO E CONFRONTOS III

                

Parece interessante tal sonho, mas que significado posso atribuir a ele?

O Sonho espelha seu momento de mudanças, e transição. E a mensagem parece-me a indicação da sua necessidade de arriscar-se mais, romper com as amarras, se permitir experiências novas sem medo de ser feliz, ainda que isto lhe exija superar medos. Romper com parâmetros tradicionais. Se lançar no espaço é mergulhar em novo cenário sem as referências conhecidas e sob seu controle. É abrir espaço para novas realidades, superar a mesmice.

A mensagem do homem tem veracidade?

Parece-me bem articulado pela psiquê e resultado de forças internas que a confrontam e lhe mostram seus limites, e a necessidade de superá-los para avançar na sua realização. Este homem é parte de conteúdos masculinos de sua origem, fonte de energia, referencia e exigência de realidade, que você conceitua como “malvado”, um lado desconhecido por você, portanto,sombrio. Mas sua mensagem parece fortalecer uma mobilização de energia que a impulsione a ação e que lhe mostra a origem de seus fracassos.

Também tenho a pequena lembrança de beijar o corpo de um homem e decepcionada constatar que ele não conseguia ficar ereto.

Isso pode ser resultado de baixa estima, ou do medo de não eriçar o prazer de um homem. Em geral essa é uma fantasia de homens e mulheres que temem não satisfazer seus parceiros. Se seu parceiro não tem ereção o problema é apenas dele, relacionado ao desejo dele, ou à uma disfunção erétil nele. Cuide de satisfazer seu tesão e deixe que seu parceiro cuide do dele. O que eu falei antes é questão do seu conceito que forma sua atitude diante do mundo. No sonho o acontecimento, além do conceito, pode ter relação com seu medo de despertar o desejo do outro, se responsabilizar pelas consequências do que pode provocar, ou sua dificuldade de excitar-se, brincar ludicamente nesta área de laser, suas dificuldades com sua sexualidade e o que pode representar.

Se há o medo não ser o bastante para excitar o macho, há também o medo de não se sentir excitada, de não conseguir romper a sua frieza sexual, de não coseguir fazer erecto o seu falus.
Para mim isso transparece sentimento de incapacidade perante algo da vida, não necessariamente ligado a sexo. Faz sentido?

Faz sentido. A dimensão sexual pode ser apenas uma entre outras variáveis. Uma variante de sua dificuldade de se relacionar afetivamente com outras pessoas. E suas dificuldades envolvem outras áreas pessoais, outros limites que não o sexo, mesmo que essa “sexualidade” conceitualmente possa ser muito mais do que a dificuldade sexual, já que envolve, como um todo, a energia da vida.

É impressão minha ou estou tendo uma recaída onírica? Bem, não foi uma boa noite de sonhos...

Se bem entendi, não penso assim, muito antes pelo contrário. Não me parece uma regressão, ainda que estados de regressão possam também ser favoráveis em determinadas circunstâncias. O que não é o caso. Mesmo que tenha sido uma noite de pesadelos, eles vêm para impulsionar o sujeito à mudanças inevitáveis na vida.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

FEED BACK14

  

"Tenho analisado todos os sonhos que tantas reflexões me propuseram desde setembro do ano passado. Antes disso eu não tinha sua ajuda e imagino o quanto perdi de aprendizado onírico e autoconhecimento. Pois bem, estive pensando que sempre fui muito fechada em meus relacionamentos e justificava a mim mesma dizendo que não havia intimidade e nem confiava em ninguém para falar qualquer coisa que expusesse a fundo meus pensamentos e sentimentos. Quando era forçada a isso ‘saia pela tangente’ mentindo. Hoje vejo que existe orgulho por trás disso, pois me expor seria dar a conhecer meus defeitos e pontos fracos. Não gostava e temia julgamentos e críticas alheias, mas acho que isso era pelo fato de não ter coragem para assumir exatamente a realidade de possuir tais defeitos que me desagradavam. Parece que o caminho de melhoria está em expor os defeitos, independente de afinidade, intimidade ou confiança, ao invés de escondê-los, aceitando-os com humildade, principalmente diante da incompreensão alheia".

É isso ou há equivoco?

Não! Não creio que haja equivoco na sua constatação.

Seria minha introspecção uma mistura de subestimação (me sentir defeituosa de forma exagerada) com orgulho?

Não creio. Sinto suas afirmações como resultantes de uma reflexão verdadeira e autêntica. É graça ver alguém renascer, se permitindo afastar os lixos do caminho, se lapidar, para aflorar como um Ser, no caminho na busca do seu direito de Ser COMPLETA, PLENA E REALIZADA. Agora, se sua reflexão é equivoco, fruto de mentira, você engana a si mesma.

Nesta vida esta a grande riqueza, o maior tesouro: nascer para realizar o sentido da vida de forma plena. Muitos são os que nascem e passam pela vida acreditando que a graça é a vida recebida. Enganam-se, isto é muito pouco. Nascer é apenas o princípio do caminho, a divina graça é caminhar, fazer o caminho e... Caminhando construir a lucidez, o aprimoramento da consciência na busca dessa TOTALIDADE.

Ah! Atenção esse exercício de se abrir para o mundo exige cuidados e avaliação do cenário para não se expor sem estar bem postada nas suas atitudes. Senão... pode ser um suicídio. E a sociedade exige cautela, pois a maldade é CHAGA DISSIMULADA.

Bye.



quarta-feira, 28 de abril de 2010

SIMBIOSE



               
CH55

Segundo: Eu tinha um menino no colo e sua mãe à minha frente. O menino chorava, pois sua mãe o culpava indiretamente da morte de seu irmão mais velho, mas era claro para mim que o menino não tinha culpa nenhuma. Não lembro dos detalhes direito. Eu sabia que ela dizia aquilo sem de fato o querer dizer, como se fosse apenas uma reação explosiva de seu nervosismo. Com muito carinho eu lhe dizia enxugando-lhe as lágrimas e acariciando seu rosto, para que ele não ficasse com raiva de sua mãe e nem desse importância ao que ela dizia a ponto de ficar revoltado ou triste com a situação. Expliquei-lhe que ela ainda não havia se conformado com tal acontecido, que ela não soubera lidar emocionalmente com o fato e, nos momentos de tensão, descarregava nele dizendo um monte de tolices para se sentir menos culpada, para extravasar sua revolta e pesar da suposta perda. Eu estava ali para aliviar o mal, para confortar o menino e fazê-lo entender que não podia entrar no clima ignorante da mãe e aceitar aquela projeção de revolta, remorso e tristeza. A mãe escutava tudo calada e eu não me importava. Eu não dizia aquilo tentando mostrar a mãe a sua postura errada de agir para com o filho mais novo, pois eu também tinha compreensão para a dificuldade da mesma perante a morte do outro filho e queria passar isso para o menino que estava no meu colo de forma que ele se fortalecesse para entender a mãe em seus despautérios e ataques de culpa. Não cabia ao filho mudar a mãe, mas unicamente compreendê-la e ter-lhe piedade ao invez de raiva, revolta ou tristeza. Foi assim que eu participei e vivi tal cena. O que isso reflete de mim?

O que isto espelha? A realidade ambivalente de sentimentos em relação à sua mãe? A criança que vive em você chora essa amargura? Chora alguma culpa? E nasce em você uma atitude que busca compreensão para se libertar de sua visão critica à mãe?

O que me passa é dinâmica do processo, sinal de libertação! Diferenciação! Elaboração! Em duas vertentes:

  • Você se liberta de sentimentos, afetos projetados em sua mãe, advindos de uma relação simbiótica indissolúvel;
  • Você se liberta da criança ressentida, carente e sofrida que vive em você.
Podemos pensar que mudanças de consciência, ou da luz jogada em conteúdos que antes eram ignorados, indicam uma construção, e objetivação dessa realidade antes diferenciada e que agora se mostra em forma projetada.

Outro aspecto é a possibilidade de sonho catártico e compensador. Frente a uma elevação de seu nível de tensão a psiquê lhe favorece:

A elaboração a partir da construção de imagens. Essas imagens já surgem como gestalt de conteúdos que antes eram fragmentados e que agora já formam um mosaico da integração destes fragmentos.

A catarse para reequilibrar sua tensão, criada e mobilizada na sua relação com a realidade Filha X Mãe.

Possivelmente, se a relação com a mãe é complexa, lhe envolve em uma tensão que tende a descompensá-la. Neste caso ela ainda mobiliza na criança em você uma tensão elevada, e reativa e significativamente neste momento surge um grande diferencial:

Uma jovem mulher mais amadurecida, mas postada, mais consistente que busca compreender a realidade da relação, desfavorável ou ainda indiferenciada, E que sente e identifica o impacto desta relação no seu humor e no seu equilíbrio emocional mas considera a verdade das responsabilidades tentando se desvencilhar de julgamento e culpas.

Neste caso os indícios são de que você começa a sentir os resultados de sua mudança de consciência, Já que a partir de sua compreensão, a consciência diferenciada começa a ordenar os conteúdos passionais e pulsionais, elaborando os sentimentos, administrando as emoções, superando a reatividade e reordenando conceitos que redefinem a sua relação Filha X Mãe.

É interessante, já que no final do sonho anterior este cenário havia sido mostrado na formação do triangulo Avó X Mãe X Filha e agora aparece no triangulo: Mãe X Filho X Filha, onde você já diferenciada aparece na vinculação como estranha. É quase uma reafirmação do mesmo triângulo relacional. E você realiza a vivência do idealizado superando os conteúdos formadores e geradores desta transferência negativa.

Em relação aos sentimentos projetados na mãe, é interessante saber se você cultua a ideia de que seu amadurecimento e libertação desperta na sua mãe um sentimento de perda da filha. Neste caso, este fato pode ser apenas uma justificativa para que você mantenha-se no vínculo simbiótico, na dependência, sob a barra da saia, ou o jogo realmente pode existir (em geral as mães exercem esse domínio fascínio sobre os filhos aprisionando-os em nome do sentimento sagrado da maternidade) o que caracteriza e define o seu aprisionamento.

Obs.: A imagem do post vem como ilustração desta realidade que pode se fazer trágica quando não conduzida com sabedoria afetiva e libertadora, o cordão umbilical simbolo magistral do nascimento mesmo cortado permanece materializado não evoluindo e se transmutando para a dimensão simbólica como afeto como amor. A mãe se assegura da manutenção dos vinculos de dependência e o filho se debate em águas tormentosas na busca da libertação, prouzindo desafetos, resistências, amores irrealizados.

AVANCE!

BYE

terça-feira, 27 de abril de 2010

A CAPITÃ DE CAPITÃO

Imagem de Fragata Pirata em mar calmo: 

CH54

Sonhos dessa noite. Primeiro: Eu passava por uma estrada quando visualizei uma senhora e uma jovem sentadas no meio do caminho. Havia irradiação luminosa nelas e outras figuras humanas de luz opacas que imaginei ser espíritos e, sem muito conhecimento, uma vez que nunca vi espíritos, deduzi que deveriam ser benévolos já que a luz era branca e clara. Nisso a senhora e a jovem também se transformaram em luz e saíram deslizando na minha direção. As figuras pereceram se misturar ou sumir de forma que ficaram apenas duas que se aproximaram de mim e depois já havia apenas uma mulher com um semblante irritadiço como se quisesse me matar. Perguntei o que ela queria comigo e ela respondeu em deboche e com raiva: ‘Você não está lembrando de mim? Pois vai lembrar agora’. Não sei o que ela fez comigo, mas eu comecei a reviver mentalmente milhares de cenas vivenciadas como se houvesse um filme sendo repassado em velocidade na minha cabeça, dentro da pálpebra dos meus olhos. Então eu me vi enquanto capitão ainda jovem de uma fragata (com roupas azuis e um chapéu preto estilo de pirata) e aquela mulher era um homem um pouco mais velho, um integrante de um posto maior da mesma tripulação e, não sei exatamente por qual motivo, eu não gostava dele, o via como inimigo. Mesmo me vendo e me sentindo num jovem rapaz, questionava interiormente se aquela regressão de memória seria real ou se era uma invenção de minha mente. Todas as cenas passaram-se muito rápido e quando voltei à realidade eu estava em casa e minha avó despejava todo o vidro de azeite em seu prato de comida. Desesperada eu corri para pegar o azeite e disse para minha mãe que não podia deixar determinadas coisas ao alcance de minha avó. Minha mãe pareceu não se importar, mas eu fiquei bastante irritada. Minha avó já está gagá a ponto disso, mas o que me atormentou no sonho não foi o descuido de momento, mas sim o descaso de minha mãe em relação á situação de cuidar da vovó. Essa ultima parte foi bem parecida com sonhos passados nos quais houve irritação da minha parte e descaso da parte dos outros. Os espíritos podem ser influência da nova novela das seis horas (Escrito nas Estrelas) a qual comecei a assistir. Mas me ver na pele de um capitão de fragata pareceu-me sem sentido. O que pode ser?

O inconsciente é a eterna fonte inesgotável de memória da espécie, Uma memória sem tempo. Os estímulos externos podem acionar imagens oníricas, ilusões e fantasias, mas o que acionam essas imagens, o que estas imagens podem representar e a respeito do que querem falar é a nossa grande questão, o nosso alvo.

Neste sonho se posso tirar de imediato um sentido, é a noção da relatividade do tempo. Ainda que vivamos aprisionados “num tempo ou num intervalo de tempo” ele é o que menos conta, primeiro porque o passado e o futuro se reúnem no presente, e quando pensamos no presente estamos mergulhados, como resultado que somos, num passado inimaginável, ali ao lado, dentro de um futuro impensável. Essa linha do tempo é relativa e não existe, ainda que para referência de consciência precisemos deste constructo de realidade que nos permite nos referendar para não mergulhar nessa inimaginável e múltipla dimensão cósmica mais próxima do caos e dos estados psicóticos fragmentados e desagregados.

Então, considere a relatividade do tempo, e o tenha apenas como referência de uma realidade que mais nos protege do que elucida sobre este mundo.

Assim, “a mulher” que lhe inquire pode ser de origem arquetípica já que faz aflorar uma memória de sua vida. O que ela lhe diz parece indicar um alvo específico, tem a ver com a figura do capitão ou sobre a relação de inimizade nutrida em seu passado? Eu tendo a considerar a incorporação de uma figura castradora de um homem (dentro de uma mulher, o capitão em você) que nutre desafeto por um homem mais velho de hierarquia superior. Não sei se pode ter sido resultado de um processo de formação subliminar que tenha sofrido (em decorrência de relação competitiva entre pai e mãe), falta-me subsídios e informações para afirmar. Seria a representação de seu Pai? Ou diz respeito apenas à sua dificuldade de relações harmoniosas com conteúdos masculinos introjetados e incorporados como ressentimentos ou fruto de mágoas. Mesmo que a origem não seja nas relações indiretas a partir de pai e mãe, podem estar relacionadas até à sua terceira geração ancestral. No seu momento, Já há algum tempo esses processos de reconciliação acontecem e tendem a continuar. Neste sonho há sinais de acionamento de conexões com seu passado, que pode ter sido seccionados em sua dinâmica de vida ou terem sido herdados já seccionados em decorrência de experiências de seus antepassados.

A figura da avó já surge como foco de afeto que precisa ser considerado, os cuidados com a grande mãe, a atenção às origens ancestrais em você, seu comportamento critico, de cobrança e julgamento que lhe norteiam. Ainda em relação à sua avó observo que ela derrama o azeite, e aí aparece você chorando pelo azeite derramado. Essa "avó" envolve um sentido de responsabilidade diante de sua vida e diante da evolução de sua estirpe familiar. Você é a pessoa que agora possui o instrumental para evoluir, para não repetir seus ancestrais para ajuda-los no processo de evolução da familia. E arquetipicamente ela surge como Figura de Senex decrépito que precisa ser considerado, focado.
 Será que tá na hora de deixar de chorar pelo seu passado, de parar de ficar catando coisas naquele passado de decrepitude, ou de interromper na sua vida os lamentos pelos acontecimentos já definidos no passado? E principalmente olhar para seus atos e ações ao invés de focar o alvo no outro. Comportamento que favorece a insatisfação e o foco permanente no outro, como resultado de uma transferência negativa. À medida em que não consegue um acordo tônico responde de forma severa e crítica ao outro, à sua presença.

Mas é interessante te ver como capitã, responsável pela rumo do seu barco de Guerra, conduzindo sua vida, o barco de sua vida nas águas do oceano primordial, nas águas turbulentas do inconsciente. Ainda que seu barco seja dominado por uma mulher macho guerreira e seu ornamento (o chapéu que cobre sua cabeça) seja de um pirata. Os resquícios da pirataria AINDA SOBREVIVEM. E você como “rapaz” deveria levá-la a se perguntar onde anda sua feminilidade? Sua postura é de guerra? Onde anda a mocinha em você? Será que você se faz mais homem e mais velha do que mocinha? Será que é necessário resgatar essa feminilidade? Será que você está precisando é da impetuosidade, vigor e ousadia de um rapaz para romper os entraves que te impedem de realizar seus desejos?
Fragata tambem é a denominação de ave da região costeira, o que pode singularizar a evidência de uma polaridade entre o conteúdo pesado de deslocamento (a NAVE ave de guerra), e a NAVE ave que plaina sobre as águas primordiais, neste caso o indicativo é de necessiadade de mudança de atitude e de postura diante da vida.
agora... se voce olhando este sonho perceber que você foi fragada. E só voce pode dizer, enriqueça-me me dizendo em que?


fragata


De qualquer forma, em raros indicios, este parece-me um sonho que aponto para um momento de Morte, Transição e... Renascimento.

PARA NASCER  É PRECISO MORRER
SEM SUICIDAR.

Reflita... Bye.

Perdoe-me, existem sonhos que parecem fechados, como o sonho acima, um verdadeiro deserto, mas dentro deles o oasis é rico, nós é que não vemos. Tentei tirar alguma riqueza deste poço. Se não fez sentido, perdoe-me a falha. Muitas vezes a calmaria do mar, a ausencia de sopro divino, nos faz paralisados. Sonhos intransponíveis não me fazem desistir, ao contrário, me mostram que sempre precisamos de humildade para suavemente acariciar sua magia e encontrar a compreensão.

domingo, 25 de abril de 2010

UMA ALQUIMIA I

 
  
CH 53

Mais uns sonhos: Eu caminhava com minha mãe por uma espécie de bosque com lindas casas rústicas quando encontramos uma árvore chamada palito de picolé. Achei incrível pois o chão estava cheio de palitos. Fiquei impressionada, pois não achava que os palitos já viessem prontos de alguma árvore. Minha mãe mostrou-me que a casca da árvore se soltava e esfarelava ficando apenas os filetes de palito, os quais já vinham na largura certa e depois de recolhidos bastava apenas ser cortados em tamanhos iguais e adequados ao picolé. Fiquei totalmente fascinada! Noutro flash de memória eu estava no quarto (parecia de hotel) com um homem que fazia suas malas e separava seus documentos. Ele era um jogador de futebol famoso e percebi isso quando ele tirou um documento parecido a um passaporte donde tinha os carimbos dos jogos que ele já participara. Não sei o que eu fazia ali a observá-lo.

Depois eu estava conferindo uma mulher que tinha inúmeros pinos de plástico saindo das costas. Tentei verificar se aquilo não era uma montagem sobreposta à pele, pois de fato parecia, mas quando comecei a perceber que era real, ou seja, que de fato estavam cravados dentro da carne também, nem quis continuar analisando. Também havia um homem que tinha gigantes cortes pelo corpo. Tais pessoas diziam que estavam sofrendo tais fatos estranhos de forma involuntária. Nisso eu entrei num local com uma outra jovem e comentei para uma terceira moça que conferira as pessoas e os fatos só não seriam verdadeiros se aqueles indivíduos tivessem algum distúrbio mental a ponto de provocarem aquilo em si próprios. As duas fizeram seus comentários e então a que entrara no local comigo pegou uma espada que enfeitava uma das paredes e fazendo suspense disse que também poderiam ter sofrido aqueles danos de uma terceira pessoa numa espécie de ritual qualquer. Indagando a coragem que eles teriam para se alto flagelarem na intenção de aparecerem e ganharem fama, a jovem passou a espada no rosto da outra moça. Ela pareceu-me tranqüila, mas eu não. Eu sabia que a jovem não ia cortar a pele da outra moça, mas fiquei com receio disso acontecer. Ela passou a espada na lateral direita do rosto, na testa e parte acima da cabeça, finalizando com o mesmo no lado esquerdo da face. Foi algo rápido e não entendia por qual motivo ela estava fazendo aquilo.

Quando percebi que ela vinha com o instrumento para meu lado saí do local não querendo passar pelo seu ‘teste’. Eu sabia que ela não ia fazer nada comigo, mas visivelmente aquilo era sinônimo de ameaça e perigo, pois ela podia me ferir mesmo sem querer. Ela não me deixou escapar e mesmo com medo fui obrigada a encarar a situação. Ela passou a lamina do lado direito. Senti meus cabelos voarem com o movimento rápido dela passar a espada e me paralisei de medo. Ela comentou que daquele lado eu não tinha energia não sei o quê. Não escutei direito e nem me importei tamanho medo que sentia. Ela pós a ponta da espada na minha testa, entre os olhos e depois deslizou o metal para trás. Nisso um tremendo bem-estar percorreu todo meu corpo. Um forte arrepio desceu a me envolver feito uma descarga de energia. Ela voltou a esfregar a espada e comentei que aquilo era bom, tanto que inclusive podia sentir cada fio de cabelo se eriçar. Sorrimos alegres. Nisso a espada transformou-se numa chave gigante e outras jovens apareceram. Não sei por que, mas eu me senti uma deusa no meio de ninfas. Com os dentes da chave a jovem começou a pentear as compridas mechas do meu cabelo enquanto cada uma das outras seguravam um pouco dos meus cabelos. O medo foi tomado pelo sentimento de imenso prazer, alivio e completude. Foi algo rápido e percebi a tolice do medo que houvera sentido, mas o qual irrefutavelmente tinha de existir e ser enfrentado. Percebi claramente no sonho que não há problema em ter medo, pois em verdade, o problema está em não ter coragem para enfrentá-lo. Depois de enfrentá-lo, seja de forma natural ou forçada, percebemos que ele passa e abre caminho para o alivio, o prazer da superação, a completude da força pessoal.

Elas ainda remexiam em meu cabelo quando apareceu uma professora trazendo umas crianças e adentramos novamente no local de antes, o qual já não era o mesmo. Havia dois tapetes de aniversário montados sobre o chão e em cada um deles haviam dois bolos lindamente decorados com motivos infantis. Era uma comemoração de dois meninos e duas meninas. Observei os bolos bem diferentes de todos os que já vira. Eram bolos comuns com um diferencial: eles não eram inteiros, mas sim montado de pedaços já partidos e cobertos com chocolate ou pasta americana bem fina. Além do mais, creio ser totalmente fora do comum tudo ser montado sobre o chão e não sobre uma mesa. Fiquei perto dos dois aniversariantes masculinos e analisando aqueles rostinhos lindos, serenos e carismáticos por natureza, lembrei do meu jardim de infância. O tão gostoso momento foi interrompido, pois logo em seguida eu acordei.

Isso é um sonho ainda com sinal da necessidade de superar os medos?


UMA ALQUIMIA II

François Boucher - 1747 -The Rape of Europe
Paris - Musée du Louvre 

Eis mais um sonho desafiador. Poderia neste momento levantar varias significações possíveis para o sonho mas focarei, independente de sua vasta simbologia, aqueles que considero como dois pontos mais significativos e relevantes:


  • A espada como ornamento passivo sendo transformada em instrumento de ameaça, arma para cumprir sua função real;

  • A transformação da ameaça em instrumento que abre portas ou portais: a chave.
Por partes:

1-O PRINCÍPIO:

este parece-me a entrada no intento do inconsciente: te leva por bosques harmoniosos equilibrando suas energias psíquicas, atualizando-as e lhe introduzindo num cenário onde suas emoções são mobilizadas a partir de um foco seletivo e de interesse pessoal, pela psiquê.

Eu penso que a partir do momento em que você se sentiu “totalmente fascinada” e encantada pelo acontecimento, você foi direcionada através da atenção Visual a viver e participar de um processo de transformação e de metamorfose. Esses momentos de transformação são como uma mobilização pelo fascínio, onde o eu é submetido a uma condição inexorável de mudança energética.

Essa vivências podem ser consideradas excepcionais pois de forma suave, enquanto nos preparam, processam em nós uma alquimia de transformação da libido.

2-A DINÂMICA:

O momento CRUCIAL é, o que parece-me, essa dinâmica, você inserida num cenário inesperado é levada a acompanhar, a interagir e a responder aos acontecimentos. Participa de um ritual (você o percebe) de imolação, flagelação, sacrifício involuntário, sem consciência de causa e propósito. Em geral quando a pessoa sofre de algum desarranjo emocional ou psíquico não sabe nem mesmo que sofre imolação ou que se flagela como consequência do desequilíbrio, sabe apenas que sofre sem saber por quê. Você tem consciência no sonho e diagnostica o sofrimento, o flagelo e a relação com o distúbio mental.

A espada, ornamento passivo, é mobilizada - pela consciência, pela ação humana, pelo conhecimento - é apossada, colocada em ação -se põe em movimento - é transformada em instrumento do ritual de mudança. Aparece como ameaça, arma para cumprir sua função real, e assusta. Mas usada com maestria e poder , O SABER, se transforma em mediador da transformação.

Primeiramente opera como bisturi,  ativando o centro de poder energético, acionando energias vitais, colocando em movimento a energia estagnada  pela rede do corpo. Neste caso a energia desce para acionar centros inferiores, sensoriais, sensacional (de sensações) que necessitam ser acionados (posteriormente, um dia, subirão já para acionar centros superiores ou chackas de energia) e parece-me que reconectando o corpo de cima com o corpo de baixo, integrando, unificando, o seu universo sensorial e o fluxo de energia de seu sistema nervoso.

“Nisso um tremendo bem-estar percorreu todo meu corpo. Um forte arrepio desceu a me envolver feito uma descarga de energia.”
“Sorrimos alegres.”



“Nisso a espada transformou-se numa chave gigante”

A transformação da espada no instrumento que abre as portas e portais; a chave. A espada já era chave antes de se mostrar. Mas o seu uso instrumental , cumprindo as etapas de devidas aciona a sua transformação, e a transformação se faz visível. A chave abre as portas para novos momentos em sua vida, novas formas de se relacionar com o mundo. Pelo menos internamente a dinâmica de mudança se anuncia.

“e outras jovens apareceram. Não sei por que, mas eu me senti uma deusa no meio de ninfas.”

3-A CONCLUSÃO

A festa, os festejos são indícios de celebração e conclusão do feito. O sonho fala por si, o significado salta para fora do sonho e se faz visível:

“O medo foi tomado pelo SENTIMENTO DE IMENSO PRAZER, ALIVIO E COMPLETUDE. Foi algo rápido e percebi a tolice do medo que houvera sentido, mas o qual irrefutavelmente tinha de existir e ser enfrentado. Percebi claramente no sonho que não há problema em ter medo, pois em verdade, o problema está em não ter coragem para enfrentá-lo.”

“Fiquei perto dos dois... masculinos... lindos, serenos e carismáticos por natureza, lembrei-me do meu jardim de infância. O TÃO GOSTOSO MOMENTO...”

A atualização concluida, a resignificação Afetiva é ativada na relação com o mundo, há indicios de reconstrução no estabelecimento de novas referências na relação de confiança com o meio, a energia liberada aflora em forma de sentimento e de elação. Os sinais são auspiciosos.

Obs.: considerando a espada como símbolo moderno de bissexualidade, prefiro não focar este lado, principalmente porque, em passado recente, você manifestou o desinteresses homossexual, e portanto não precisa ser focalizado. Prefiro pensar em dinâmica de integração de conteúdos femininos, e considerar a imagem da Deusa rodeada de Ninfas como projeção da imagem curativa de sua saude e reconstrução de equilibrio e harmonios entre naturezas múltiplas.
Se voce  colocar o I Ching a mensagem poderia ser:
O CAMINHO, É UM BOM CAMINHO.

BYE.
 

sábado, 24 de abril de 2010

A BRUXA NO ESPELHO

      Ticiano Vecellio, 1514, Amor Sacro e Amor Profano
Galeria Borghese, Roma
“MdeLON”

sonhei que entrava numa casa pela porta dos fundos,ao entra me vi numa biblioteca, comecei a procurar livros quando surgiu uma mulher que parecia uma pessoa muito sabia,que me falou que se era conhecimento que eu queria deveria sair da casa dar a volta e entrar na casa pela porta da frente.Imediatamente fiz o que falou. Ao abrir a porta da frente, havia um pequeno corredor ao entrar a minha direita na parede tinha um espelho o qual me olhei vi refletida a imagem de uma bruxa com os olhos cor de fogo, corredor que dava acesso a uma sala que mais parecia um consultório.Tinha varias pessoas com capuz todas de cinza,e a primeira pessoa se levantou sem capuz veio em minha direçao e vi que era meu filho e me dizia :
- Mãe eu te perdôo.

O sonho parece-me instigante, mas alguns detalhes não favorecem:

A leitura de um sonho pode ser feita independente do tempo em que ocorreu, mas tem relação com aquele momento específico, com o cenário em que o sonhador estava inserido, com as atitudes desenvolvidas pela pessoa para as exigências da realidade naquele tempo. Portanto considere estas variáveis para tirar proveito de algum conteúdo que ainda se mantém ou que ainda se repete no seu repertório de respostas dentro de sua realidade. No caso de existência de conflitos a referência é o passado passado, não diz respeito à realidade presente. Realço pela citação: ‘...na época desse sonho eu fazia...”.

Outro detalhe: Identifico-me com os estudiosos que acreditam que o inconsciente nada tem a esconder, e que, portanto nâo se esconde em imagens, subterfúgios ou símbolos para dizer alguma coisa. Ele diz dentro de seus limites, o que aponto como primordial para que o individuo reavalie a rota de sua vida previna-se com mudanças necessárias e evite desastres e sofrimentos desnecessários. Neste aspecto o sentido do sonho é funcionar como instrumento de atualização, reestruturação, compensação e em situações de urgência, Confronto. Estes, os confrontos, podem surgir de forma suave ou intensa e dependerão da posição, em estágio de desenvolvimento, em que o individuo se encontra. Quanto maiores se anunciam os perigos do individuo atravessar a faixa de segurança definidas pela psiquê a partir de referências instintivas e codificadas geneticamente mais intensas as evidências, maiores os confrontos. Como se o rompimento das margens de segurança fortalecessem conteúdos autônomos ameaçadores à psiquê.

Considerando estes detalhes, sua reflexão deverá levar em conta as variáveis citadas na sua avaliação e busca de compreensão.

Entrar pela casa pela porta dos fundos é exatamente escolher portas secundárias de entrada na sua casa, subterfúgios, dissimulações, máscaras. Entrar por trás. A mulher que surge parece-me imagem arquetípica que te orienta a refazer sua entrada, seu comportamento, referenciada no eixo de sua vida. Disse-lhe parece-me porque pode ser um lado pessoal que conduz e referência moral, de princípios, de ética, e que lhe aponta   a nova entrada para não incorrer em erros que possam ser devastadores na tua vida.

Voce aceita a condução deste princípio, deste lado e refaz sua entrada pela frente.

Você entra se depara com um corredor, transição, instabilidade, período de travessia, de mudança de margem. E aí...SURPRISE!!!!

Você vê um espelho com a imagem de uma bruxa. Você se depara com seu lado sombra, a bruxa espelhada. Seria ela narcísica? Possivelmente pode ser uma evidência de um momento narcísico, egocentrado. Um momento em que poderia estar voltada para vivências de grupo, ou coletivas que espelhassem, Exoterismo, Hermetismo, Privacidade, segredos inconfessáveis, buscas que poderiam contrariar princípios severos de formação. Por exemplo: Uma pessoa de formação familiar, cristã, ortodoxa, poderia desenvolver conflitos ou ser confrontada de acordo com a rigidez da formação, se passasse a buscar grupos religiosos alternativos. Captou?

E do meio do grupo surge o filho te perdoando. Cristãos em geral já nascem do pecado, carregando a culpa, mas mulheres tendem, em decorrência da pressão social histórica, a carregar mais culpas do que os homens. A culpa da mulher nasce na ambivalência do conflito entre a os conceitos e a imagem de pureza virginal e sagrada e de pecadora e fonte de prazer do profano e do pecado.

Ou seja, a mulher se liberta na maternidade. Vive a luxuria, peca é fecundada, e a gestação, imagem exposta do pecado é sacralizada na maternidade. Aí minha cara, a mulher passará a vida frente ao produto do pecado sacralizado. Inevitavelmente e dificilmente as mulheres conseguem se libertar da culpa, principalmente porque não abrem mão da ideia mítica do sagrado. Dificilmente a mulher se torna humana e, portanto carrega pela vida a culpa quando foca a construção de sua individualidade e de sua maturação. Correm o risco de fortalecer conteúdos psíquicos do imaginário, ilusórios e infantis, não atingindo a plena maturação.

O sonho pode espelhar essa ambivalência, o conflito entre suas buscas no presente e seu passado, o seu fortalecimento enquanto pessoa, a sua maturação humana como individuo pleno e o seu papel maternal e sagrado, mas aprisionador porque apenas fruto de expectativa ancestral. Neste aspecto o trabalho no presente pode transformar esses conteúdos míticos que anseiam se transformar e se realizar.



Alguns trechos da leitura será post na reflexão do Blog Aeternus Femininus

quinta-feira, 22 de abril de 2010

CORNUCÓPIA I



     
CH52

Essa noite sonhei outra vez com um cachorro labrador branco. Havia dois homens no cenário: um rapaz que era o dono do cachorro e outro que estava perdido e pediu ajuda. Entretanto o rapaz disse que estava indo à casa de sua namorada e só poderia ajudar o homem depois. Para completar convidou o homem para ir também até a casa de sua namorada. Ambos usariam o ‘dom’ do cachorro de farejar até chegar ao local desejado. Portanto, era o cachorro que guiava e os homens apenas iam atrás. Não sei se o dono do cachorro era cego, mas mediante o contexto isso até faria sentido. Logo na seqüência eu estava noutro local com minha mãe quando minha irmã chegou com um cachorro poodle preto no colo. Incrível essa permanência repetitiva de cachorro nos sonhos! Ao soltar o animal ele correu até mim e subiu na cama. Fiz-lhe carinho e ele deitou levantando as patinhas. Fiquei acariciando sua barriga e ele ficou quietinho como se houvesse morrido. Nisso minha irmã comentou que ele estava muito preguiçoso e ele se levantou e sentou-se num banquinho. Estávamos distraídas conversando quando ela notou que o cachorro estava chorando e nesse choro ele se transformou no meu cunhado. Acho tão legal essas fantasias e mutações dos sonhos! Com dó de sua cara manhosa, minha irmã o pegou no colo (de forma que ele ficou sentado com as pernas cruzadas em sua cintura) e o levou para a sala (só em sonho mesmo para ela ter tanta força!). Fui atrás e ele falou que estava planejando um emprego autônomo para mim donde eu ia tirar minhas autofotos, estilo modelo, mas também responsável pela arte fotográfica, para fazer propaganda de roupas, adereços, sapatos, etc. Eu queria saber mais, pois o assunto me interessou, porém senti que ele nada ia me adiantar antes de ter tudo acertado e garantido. Parece que ele estava arrumando esse tipo de trabalho para mais alguém. O assunto minguou e retirei-me indo até o espelho. Nisso assustei-me muito: meus olhos estavam tampados de remela e cada pupila estava num canto do olho. Saí desesperada em busca de um banheiro para lavar os olhos e não encontrava. Nesse momento o local parecia uma escola, pois tinha grandes salas de aula, professores, alunos, mas também duas escadas rolantes e a que descia estragara de forma que os degraus estavam desmontando-se no final da mesma. Percebi que eu não era a única agoniada naquele momento. O cenário foi me parecendo caótico como se tudo fosse começar a desmontar. Algumas pessoas pareciam agitadas e outras nem se preocupavam mantendo uma tranqüilidade quase mórbida como se estivessem acostumadas a situações conturbadas. Eu enxergava tudo de maneira normal e não sentia nada diferente nos olhos, mas preocupada com o que vira, ia de um lado para outro a procura de um banheiro para lavar o rosto. Minha respiração estava ofegante e alta como se eu estivesse tendo um ataque asmático ou fosse desmaiar a qualquer momento. Acho que foi isso que chamou a atenção de uma jovem que me seguiu na intenção de perguntar se eu precisava de ajuda. Disse-lhe que precisava urgentemente de água e ela levou-me até um bebedor dando-me um copo grosso de vidro. Tinha muitas pessoas com garrafas esperando para enchê-las e, ao colocar água no copo, fiquei sem jeito de lavar os olhos e acabei bebendo a água. Claramente noto que disfarcei o tempo todo o meu problema, mesmo que tenha expressado meu desespero. Ninguém me olhava de modo estranho por causa dos olhos ou comentava sobre tal, e isso me deixava ainda mais confusa. Ao olhar para o lado, a jovem que me dera o copo estava aos beijos com um menino que teria idade para ser seu filho. Estranhei aquilo por causa da diferença de idade, mas o ambiente estava tão tranqüilo que me portei como as demais pessoas, ou seja, sem reparar a cena como uma anormalidade. O menino parecia oriental com os olhos puxados (vale notar que meu foco foi o olhar por conta do problema dos meus próprios olhos) e, embora bastante jovem, tinha um semblante de conquistador convencido.
Nisso ela levantou o copo dela me mostrando e ofereceu-me a bebida fazendo gesto com a cabeça na direção do bebedor. No que olhei já não era um bebedor, mas um arranjo de umbigos de cacho de bananeira (ou algo parecido) enfeitado com minúsculas flores amarelas claras e, no meio dessa composição, havia uma espécie de tonel com saquê. Ao aproximar-me fui servida com cerca de um dedo da bebida e tomei-a num único gole, mas não lembro que gosto tinha, era como se eu estivesse com o paladar desligado. Na vida real nunca provei saquê e até então nunca me interessara em saber que tipo de bebida é. Tomar aquilo pareceu cerimonioso, além do que, é algo que nada tem a ver com o contexto real da minha vida, ainda mais com aquela evidente ligação oriental.
Semelhante a um fechamento onírico, veio-me um flash de tudo o que eu sonhara e senti a precisão de acordar para não esquecer os detalhes. Forcei para acordar. Vi-me numa cama e enquanto tentava acordar eu conseguia mexer-me da cintura para cima em movimento lateral para a direita entre pontos luminosos dourados que formavam uma nevoa. Aquilo me assustou e comecei a chamar minha mãe, clamando por socorro e gritando para ela me acordar, mas como essas tentativas de acordar já me são conhecidas, eu sabia que minha voz não estava saindo o suficiente para ela escutar e que a peleja ia ser em vão. Eu estava muito pesada, com total dificuldade para acordar e sabia que só o conseguiria se me acalmasse e deixasse isso acontecer de modo natural. Eu sabia que se não conseguisse acordar provavelmente não me lembraria de nada depois. Foi então que parei de gritar e me entregando ao risco de não conseguir acordar e esquecer tudo, inesperadamente eu inspirei e expirei rápido como se fosse um soluço e acordei assustada como se houvesse caído na cama em cima de mim mesma. Tal tipo de despertar sempre me foi agonizante, mas dessa vez eu me senti mais controlada e compreensiva sobre tal maneira específica de despertar em mim mesma, o qual é impossível de se dar de forma forçada, por mais que continue sendo abrupto esse acordar para a realidade de forma desejosa e consciente. Era como se meu inconsciente e consciente estivessem trabalhando em equipe. No momento do flash eu me tornei consciente de que tudo era um sonho e tive a sensação de que cada detalhe tinha grande importância. Conscientemente eu queria despertar para anotar tudo, mas era como se meu inconsciente ainda em trabalho me pedisse para confiar no processo como um todo. Além de um sonho, pareceu-me uma experiência bem diferente, pois o desfecho foi forçado, mas não deixou de ser natural ao mesmo tempo. Posso dizer que consegui acordar de maneira mais fácil, rápida e tranqüila do que em todas as demais vezes que passei por isso, mesmo que ainda me seja um processo estranho. Exatamente pela necessidade do despertar, tenho para mim que esses sonhos são importantes, mas não sei decifrá-los. O que essa seqüência onírica pode representar?

CORNUCÓPIA II




   
CH52 - leitura

Como já disse, o cachorro é o guia dos homens após a morte, psicopompo, guia dos que “não enxergam”, e aparece no sonho como uma solução alternativa para os que estão perdidos, mesmo que a escolha pareça ruim, levar o desconhecido para casa da namorada ao invés de deixá-lo seguir seu caminho, trazê-lo para dentro do caminho pessoal, ao invés de dizer não à interpelação, levá-lo para a intimidade agregando o desconhecido perdido. Arriscar-se por ingenuidade? Independente do dono ser “cego”, um está perdido e o outro não sabe onde ou se guia como “cego”.
Você transformar o cachorro no cunhado é como perceber seu cunhado como cachorro, não no sentido ou de forma pejorativa mas como o elemento submisso ao domínio do outro, de um dono.,e ele lhe arrumar um emprego é como compensar (possivelmente) sua visão crítica sobre o outro dando-lhe importância e relevância no encaminhamento de sua vida. A compensação amortece sua criticidade ou julgamento do outro te colocando na condição similar de desempregada subjugada. Não fixe o olhar critico da condição alheia sem olhar sua realidade, seu aleijão. O “emprego autônomo” é essa conquista da individualidade, da autonomia, superando o estado de submissão.
 “O assunto minguou e retirei-me indo até o espelho”. Singular, não! Ao se olhar no espelho você será capaz de se identificar como quem precisa superar o nível do cão, fiel mas submisso. Mas seus olhos estão cheios de remela:

VOCÊ NÃO ENXERGA E NÃO SE VÊ.

 Se percebe no meio do caos, sob controle, mas... no caos, e permanece na ambivalência. entre as necessidades pessoais de amadurecimento e o equivoco de avançar na linha de manutenção de uma imagem vendida para o outro, no moelito mediano da sociedade marketeira. Com vergonha não resolve o seu problema, lavar o rosto, mas disfarça, dissimula, se esconde bebendo a água da lavação, louvação.
“nem se preocupavam mantendo uma tranqüilidade quase mórbida como se estivessem acostumadas a situações conturbadas.” Fico pensando se isso é exatamente o que você faz.
Ao olhar para o lado, a jovem que me dera o copo estava aos beijos com um menino que teria idade para ser seu filho. Estranhei aquilo por causa da diferença de idade, mas o ambiente estava tão tranqüilo que me portei como as demais pessoas, ou seja, sem reparar a cena como uma anormalidade. ... (vale notar que meu foco foi o olhar por conta do problema dos meus próprios olhos) e, tinha um semblante de conquistador convencido.

Aqui fica mais evidente sua criticidade e seus pré conceitos, com a diferença de idade, com as escolhas do outro, e a justificativa de olhar para o outro apenas por conta de suas dificuldades. Essa “normalidade” “normal idade” “idade normal” adequada para que as coisas aconteçam não existe. Cada um tem o seu tempo e suas escolhas e isso é que precisa ser entendido e superado. Precisamos aceitar as diferenças e não nos esconder nelas. Você precisa trabalha esses conceitos.
O Buda faz da Bananeira o símbolo da fragilidade, da instabilidade das coisas e que não merecem por conta disso absorver o interesse... “as construções mentais assemelham-se a uma bananeira”. É o símbolo da impermanência e da imprevisibilidade da vida. Algumas possibilidades de significado por sair disso:
Somos indivíduos em transição em um universo transitório. Só posso nos conceber como um processo em andamento, uma dinâmica dentro da dinâmica da vida.  Como o umbigo da bananeira prenuncia o desenvolvimento da fruta, o bebedouro, Fonte, renovação, purificação, seu propósito original se transforma ou dá origem ao surgimento da fruta, regenera-se e aflora como fruta. À medida que suas mudanças pessoais mudarem o foco e sua vida “do outro” para si você se reconstrói, regenera-se, superará a cegueira causada pelos miasmas em forma de remela (escória) e deixara aflorar em você o nascimento do fruto carnudo, a cornucópia da vida. Mas não se esqueça:

    É preciso deixar de ser cão para se tornar banana,
melhor,
 amadurecer para  frutar

sf (lat cornucopia) 1 Vaso, em forma de corno, cheio de flores e frutos, e que antigamente era o símbolo mitológico da fortuna ou abundância e hoje simboliza a agricultura e o comércio; corno da abundância, corno de Amaltéia. 2 Qualquer fonte de riqueza ou felicidade. 3 Bot Planta solanácea (Datura cornucopia).

Adendo: Como suas atitudes vem sendo transformadas, sua relação com a natureza os seus fenomenos corporais caminha para se tornar mais harmoniosa. A mudançade seu "Pãnico" modifica o cenário do seu terror, a perda de controle, do medo da morte, da necessidade de acordar. Já que você vem aos poucos acordando de seu sono profundo de pouca consciência.

  Bye.


terça-feira, 20 de abril de 2010

SONHOS e REFLEXÕES I



"Rir das misérias humanas é compreender que o pior de tudo em todos os humanos simplesmente é o outro lado da face donde se encontra o melhor de todos nós enquanto seres divinos em latente desenvolvimento. O senso crítico deve existir nessa busca de permanente melhoria interior, mas ele também deve ser generoso e complacente para não nos deixarmos na posição de carrascos da vida, de nós, do mundo e das pessoas. Alcancei o entendimento?" CH

   PERFEITO!

SONHOS e REFLEXÕES II

 CH52

Interessante a recorrência dos risos.



Essa noite sonhei que estava dentro de uma padaria, não sei se sozinha ou acompanhando alguém. Não sei bem o que fora comprar, mas enquanto aguardava na fila do caixa, reorganizei um punhado de ramos de alecrim bem viçoso que segurava na mão esquerda e que, pelo visto, já carregava comigo antes de entrar naquele local. Nisso uma mulher da fila olhou para os ramos, não me importei. Aproximando do balcão, o atendente ao invés de registrar minha compra, perguntou o que eu fazia com alecrim. Disse-lhe que podia fazer banho e todos riram. Nesse momento já não era mais uma fila, pois as pessoas haviam se espalhado ao redor do balcão. Disse que dava para fazer chá e foi mais uma gargalhada geral. Eu não me incomodei com os risos e achei legar estar sendo engraçada, embora nao identificasse o que teria de cômico naquela cena tão banal. Disse que dava para fazer emplasto, essência, defumação, qualquer coisa que se quisesse. Daí o atendente pegou o molho de alecrim e começou a fazer uma espécie de ilusionismo, mas não lembro direito. Sei que eu comentei que já tentara muito fazer aquilo também com o alecrim, mas ainda não conseguira. Daí os risos cessaram, a atenção voltou-se para o homem tentando improvisar seu ‘show’ e as lembranças ficaram apenas nisso. O que um sonho desses pode representar?

Nos últimos sonhos é perceptível uma atualização e regulação dos níveis de tensão intrapsiquicos. Isto quer dizer que o Inconsciente apesar de compensar seu elevado nível de tensão, aproveita o momento para liberar energias bloqueadas pela rigidez de personalidade e pelos limites impostos pela repressão ao longo de seu desenvolvimento. Parece-me tambem exercícios de reeducação na sua relação com o mundo, e principalmente mudanças na sua auto estima, ou suscetibilidades que a faziam defensiva, regredida e inferiorizada. O grau de importancia diminui, diminuição de caprichos e vaidade que deformam o amor próprio, enquanto consolida uma relação mais natural com o seu entorno. BELEZA PURA!

O Alecrim, é uma planta que aquece e estimula o cérebro e o corpo, é ótimo como cardiotônico, estimulante, antirreumático, resolve rapidamente dores de estômago e asias, restitui a energia dos estressados por muito esforço mental. É bom para tosses, bronquites, e problemas respiratórios. Usado externamente limpa feridas de pessoas que tem dificuldades de cicatrização. E reconstitui rapidamente a energia perdida, fortalece a estrutura mental, é uma das ervas que diminui sintomas de depressão e neurastenia.

Favorece os que têm  emocional passivo, submisso, aos indivíduos que não respondem de forma concreta às agressões da vida. Aumenta a capacidade de aprendizado. É a planta chave da falta de autoestima. Atua nos desconfiados, nos que não acreditam em si mesmos, nos que não têm coragem de se lançar em novos projetos. É a erva da coragem.

SONHOS e REFLEXÕES III


O amadurecimento me parece algo difícil de ser compreendido: por vezes sinto-o naturalmente acontecendo e, então, me indago por que não o consegui exatamente enquanto lutava para alcançá-lo. É como se existisse um momento propício para ele suceder independente do meu esforço pessoal. Parece que minhas mudanças de crenças e postura frente à vida favorece esse complexo e difícil amadurecer, mas em contrapartida, essa maturidade deslanchada modifica meu jeito de pensar e ser de uma maneira mágica, espontânea e sem esforço. Enquanto pelejo para ter maturidade frente a alguns pontos conturbados da vida, como os medos e neuroses, isso parece praticamente impossível, mas depois isso apenas flui quase imperceptivelmente e fico sem entender o que aconteceu em mim, como ou por que motivo eu melhorei. Daí eu sinto como se houvesse descarregado um chumbo das costas. Parece que amadurecer independe de ter força de vontade ou de simplesmente querer, pois acontece de acordo com o fluxo natural da vida conforme se adquire conhecimento, sabedoria prática e algo mais que não sei explicar pela contradição indecifrável que surge quando tento desvendar o que me bloqueia ou me encoraja, o que me prende e o que me solta.

Porque meu conteúdo arquetípico masculino é o coadjuvante desse bloqueio?

Quando não se dá atenção suficiente para conteúdos significativos e determinantes da sua natureza, origens e constituição, esses conteúdos não encontrarem canais adequados para se manifestarem são como que inflados e polarizados o que lhes abre acesso à consciência onde podem eclodir deformados, distorcidos e desordenados e morbidos.

Mas então por que muitas pessoas que pouco se preocupam em se autoconhecer e se melhorar aparentam ser super maduras perante a vida?

As aparências podem enganar, mas considere que cada indivíduo é um universo complexo composto com características singulares que os tornam únicos. As variáveis que definem um estado mental favorável são múltiplas e podem não ser percebidos. A configuração da saúde mental e física depende de uma série de arranjos específicos, o que não quer dizer que seja uma receita, que seguida produzirá um delicioso e sofisticado estado de harmonia. A chave é resultante de uma dinâmica de aprimoramento de respostas, atitudes, comportamentos, posturas e conceitos cultivados que permitam uma relação harmoniosa INTERIOR e com a realidade. Muitas vezes nossas origens não favorecem esses estados, ao contrário, tendem a favorecer os desafios e dificuldades. Outras origens são mais favoráveis, pois vindas de ancestrais que se dedicaram ao aprimoramento. Assim descendentes podem encontrar facilidades ou dificuldades, cada um no seu quadrado.

Estou certa de pensar que a sabedoria ligada ao autodescobrimento é um ponto chave nesse processo de amadurecimento?
Claro que está certa. O conhecimento é caminho básico para bem viver, a ignorância é determinante para a infelicidade e equívocos na relação com o mundo. Com o conhecimento (não necessariamente com informação) temos instrumento para ordenar nossa relação com o mundo e com nós mesmos, estabelecendo referências que nos protegem da loucura do mundo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

CAMPOS VERDEJANTES



    

CH 51

Mais um pequeno sonho...

Durante a noite sonhei que estava num campo donde a vastidão de verde era infinita, muito bela e agradável. Havia uma plantação de cana recente que batia no rumo da cintura e ao longe era possível avistar um trator numa lavoura e boa quantidade de vacas (ou talvez ovelhas) espalhadas. Eu caminhava com um cachorro labrador branco e, no meio do trajeto, encontrei um formigueiro. Parece que eu e minha mãe estavam de fato procurando por formigueiros para jogar veneno a fim das mesmas não picarem as plantas (isso foi um fato real que ocorreu na chácara na ultima vez em que lá estive, há cinco dias atrás). No sonho minha irmã estava também, mas eu não sei dizer o que ela fazia no contexto, uma vez que ela não gosta do espaço rural. Na concepção da minha irmã, uma vida simples é sinónimo de uma vida medíocre e é isso que ela pensa de quem prefere o campo à cidade.
Eram formigas cabeçudas e eu comentei que não sabia como aquelas formigas conseguiam equilibrar-se e locomover tendo a cabeça maior do que o corpo. “Ao invés de arrastarem o rabo elas arrastam a cabeça” – eu disse em tom de brincadeira. Foi apenas isso o que eu me lembro, mas conservei em mim a sensação de tranqüilidade natural que aquele local campestre me transmitia. O cachorro, as vacas ou ovelhas e as formigas parecem ser elementos oníricos novos (mesmo que talvez não sejam inéditos). O local do sonho me era desconhecido da vida real e, inicialmente, eu me divertia correndo com o cachorro como se fosse uma criança. Vale esclarecer que gosto de todos os animais, mas entre os domésticos, sempre preferi os felinos aos caninos. Ainda assim não tenho vontade de ter nenhum dos dois e me satisfaz cuidar apenas dos passarinhos do quintal que livremente entoam seus cantos agradáveis enquanto tomam água adocicada e ‘fazem a festa’ comendo migalhas de pão ou arroz cru que lhes proporciono. Se isso reflete a minha personalidade, posso dizer que primeiro vem à liberdade e alegria, depois a introspecção e independência (que tem um forte fundo de egoísmo), ficando por fim a amizade e o companheirismo afetuoso. Talvez essa ordem não seja boa ou benéfica, mas que sou assim eu assumo que sou. Eu não estive rememorando os formigueiros da chácara que estavam picando os pés de laranjeira e carambola, daí presumir que deve existir uma significação além da sincronia com o fato vivido dias atrás. Formiga para mim representa trabalho. Enfim, o que tal sonho num contexto geral pode significar?


O verde é envolvente, tranquilizante e tonificante, símbolo da esperança, virtude, é feminino reflexivo, natureza. Sua vibração (frequência da cor) é essencial para a saúde assim como sua ausência pode sinalizar desequilíbrio e desarmonia. Com localização entre o azul e o amarelo, ele é o despertar das águas primordiais o despertar da vida. No sonho, se surge como compensação, indica a necessidade de proximidade a essas origens terapêuticas. Pode ser indicativo de equilíbrio para você ou de suas necessidades de ficar atenta para essa proximidade com a natureza como fonte de revitalização.
A função mítica do cão é a de Psicopompo após ser o fiel amigo na vida se faz guia na hora da morte. É o intercessor entre o mundo e o além. Herói civilizador e conquistador do fogo, símbolo da perenidade.
A formiga é símbolo da atividade laboriosa, organização, hierarquia, previdência.
A ovelha é o cordeiro de deus e a vaca simboliza a renovação, o renascimento, a esperança e é regente e corpo do céu.
A princípio penso o sonho como compensatório do nível de tensão, mas considero três vertentes:
  • - A proximidade com a natureza sinaliza reencontro com elementos básicos de sua origem que poderiam estar relegados;
  • -O veneno para matar as formigas pode indicar algum tipo de processo de intoxicação química corporal. Como não sei se faz uso de medicamentos ou de algum tipo de química corporal, ou de alimentos com grau de resíduos de agrotóxicos, é melhor ficar atenta, inclusive considerando a presença do Psicopompo como evidencia de algum tipo de morte;
  • - a frase: “Ao invés de arrastarem o rabo elas arrastam a cabeça”, pode ser evidência de presença de infestação por micro organismos, reforce hábitos de higiene preventivos; Por outro lado pode ser evidência da força do nível de tensão aplicado na cabeça, Hiperatividade mental, ao invés de aplicar a força em hábitos de saúde que envolva  a prática de esportes e  exercícios.     



Em principio é o que me passa neste momento.