sexta-feira, 9 de julho de 2010

HUMILDADE, AVANÇO E PARALISIA

104 B

Também me levantei e fui para um local que era uma escola de idiomas enorme (eu não estudava nela, mas já houvera estudado quando era num outro local menor). Lá tinha uma parte, depois da lanchonete, com exposição de artes culturais e embora não lembre direito, fui participar de uma atividade donde tive que tirar o chinelo. Quando fui calçá-lo outra vez, ele estava rebentado como se alguém o houvesse estragado. Quis ficar com outro chinelo, pois muitos daqueles pares pareciam abandonados e me via no direito de querer aquilo que me haviam estragado, mas alguém não me deixou fazer isso e tive que ficar descalça. Ao sair tomei uma espécie de trem que andava muito rápido, mas nisso ocorreu uma colisão de vários caminhões bem na linha dele, logo a frente. O motorista acenou com os faróis e a buzina tentando fazer os caminhões colididos saírem do local. Os dois primeiros que haviam chocado de frente, depois de algum tempo (eu já estava super agoniada querendo sair do trem que não parava) conseguiram sair do local, mas depois deles haviam muitas peças soltas e tudo parecia prestes a explodir. Então o motorista do trem conseguiu frear o enorme vagão e dar marcha ré. Impedida de seguir adiante, desci com mais alguém e após caminharmos um pouco, parei numa casa na intenção de pedir um chinelo velho. Por sorte, quando aproximei-me para tocar a campainha, lá estava um vendedor de chinelos e mostrou-me vários na intenção de fazer a caridade de doar-me um par. Uma jovem (talvez dona da casa) experimentou uma blusa (creio que na intenção de comprá-la) e, ao pedir minha opinião, fui franca dizendo que a blusa era muito bonita. Pensei comigo mesma o quanto seria bom se eu pudesse ganhar uma roupa também. Sentia-me quase uma mendiga. Nisso apareceu um rapaz e numa atração muito forte (não lembro se conversamos primeiro ou se já eramos conhecidos) nós nos beijamos. Ele já estava indo embora quando chamei-o outra vez. Nessa parte eu estava sentada na calçada como se de fato fosse uma mendiga. Ele voltou para perto de mim e perguntei quando ia vê-lo novamente. Ele relatou-me uma série de afazeres e prometeu um reencontro não deixando nada preestabelecido. Senti-me nas mãos dele e tive pena de mim mesma por conta disso, como se eu tivesse sempre de esperar a boa vontade alheia de me querer ou de gostar de mim. Isso parece uma recorrência de minha natural e fortíssima vontade de encontrar um príncipe encantado que me tire da condição de pobre donzela borralheira. Será que algum dia desvencilharei disso?

A escolha é sua. Transformando seus conceitos, redefinindo a sua relação com o mundo, renunciando às velhas formas de se relacionar, você se liberta dessas amarras que aprisionam os incautos.

A Tônica do sonho, do início ao fim, possivelmente, faz referência à conduta pouco humilde, ou à dificuldade de aceitar as condições impostas pelos desafios apresentados ou que surgem em sua realidade. Neste caso a mensagem é intrínseca, sem ela, essa condição de aceitação, flexibilidade, humildade, você atropela seu desenvolvimento, é obrigada a recuar, encontra dificuldades ou é impedida de avançar em sua viagem pela vida.

Essa “falta” de humildade parece estar relacionada à sua seletividade estética, ao preconceito, à impaciência, à autoestima comprometida e a piedade (comiseração) que sente por uma condição que vem considerando como uma origem e um destino trágico. A atitude lhe impede o fluxo, o que aumenta a sua carência afetiva, a sensação de abandono, rejeição ou solidão, o que leva à “falsa humildade” uma condição de submissão oportunista, subserviência.

É precisa abandonar essa postura de mendiga e incorporar a postura de responsável por suas escolhas, uma atitude mais pró ativa que amplie sua condição com Ser autônomo, independente e livre e que expresse a condição de dignidade de sua natureza divina como mulher. Escolher, mostrar seu desejo e aceitar a escolha do outro, o desejo ou a falta de interesse.

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