quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

RÉVEILLON






Nesta tarde absolutamente agradável 
fui preseneado com este arranjo 
que partilho com vocês.


"Kenia Chan 
Que legal você postar relacionado ao meu comentario!
 Gosto de analogia, acho que ela faz parte de mim. E me identifiquei completamente com isso. "



Estava me preparando para postar  a imagem acima do arranjo  e aproveito para desejar a todos que visitam este Blog Feliz Novo Ano Novo.


A idéia Kênia è partilhar. Na verdade é a idéia da era de AQUÁRIUS.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FEED BACK 3





Annie Leibovitz - Christo, New York City -1981



Gostaria de avançar na leitura de feed back2 , já que ela mesma pode esclarecer para você caminhos que seus conteúdos internos lhe apontam. 
Daí eu aprendi a camuflar-me, ser fingida ou, na maioria das vezes, ficar calada sem externar minha individualidade... Mas sim como uma forma de autoproteção. É exatamente assim que funcionamos: desenvolvemos respostas que nos protegem e com o passar do tempo elas vão sendo aperfeiçoadas, ou repetidas. Quando as respostas são apenas repetidas, caímos na armadilha da mesmice e de girarmos ao redor de nós mesmos. Em um primeiro momento a resposta nos protege, mas na repetição nos “trava” e acaba nos impedindo a possibilidade criativa de desenvolvermos novas atitudes aumentando o repertório de possibilidades de responder ao que a vida nos exige. O simplismo favorece que a cada novo momento ir ao arquivo de poucas respostas, e responder ao que somos exigidos. Se ao contrário de responder apenas com esse repertório restrito, pararmos para avaliar os acontecimentos, compreendendo-os como novo momento, novo evento, com novas variáveis. Dessa forma podemos desenvolver e nos especializar em repostas cada vez mais adequadas ao que o cenário exige. Um tipo nos aprisiona e nos limita, o outro nos projeta no presente. O primeiro nos protege tanto que passa a sufocar nos tornando  limitados e o segundo nos fortalece e nos prepara.
...que sou muito perseverante e disciplinada naquilo que quero. Duas grandes qualidades. Sem elas você não se sustenta. Muitas vezes não quero nada, sou simples e acomodada... Essa questão é chave: O desejo pessoal castrado surge como resultado da individualidade castrada. Se não existe individualidade, não existe desejo pessoal, ou é mais difícil detectá-lo, ou ele surge como a força, já em forma definitiva e incontrolável, de um vulcão e te reduz, ainda mais, a um  resultado de pulsões inconscientes, te fazendo suscetível, frágil e reativa.
..sem ter que entrar em conflitos com as pessoas. Falta-me uma vontade firme, um querer que me faça ser capaz de entrar em ‘guerra’ com os outros para me auto-defender. Pessoalmente acredito que você não precisa entrar em “guerra”. Lembro-me de Ghandi, baseado na Desobediência Civil de Thoreau. A resistência Pacífica e silenciosa. A ação através da Não-Ação.  Mesmo quando atacado e oprimido o limite do outro é estabelecido com clareza, ele pode até de matar, mas não pode mais do que esse limite. Há limites para a ação humana destrutiva.
Pessoalmente não subestimo ninguém, nem o poder da maldade ou a estupidez destrutiva da IRA.  Mas contra a resistência passiva nada se pode fazer. Então é uma questão do tipo de resposta que você escolhe dar. A “guerra” é a aceitação das armas do domínio. Não HÁ NECESSIDADE DE GRITAR, BATER, agredir. ofender, guerrear. Deixe isso para o “outro”, dessa forma eles perdem a “Razão”, perdem o senso e se escoram na estupidez, o que os torna mais fáceis de serem desarmados.

“costumo cumprir a vontade da vida sem impor a ela as minhas vontades,” Eu penso que isto é bárbaro, um exercício extraordinário de aprimoramento. Se você procurar na Biblia, encontrará o correspondente: Esteja onde Deus quer que esteja e serás abençoada. Isto é aceitar que os nossos limites existem e são claros. Vejo pessoas acreditando que podem construir seus destinos, e reviram o entorno, promovendo caos e sofrimento. Querem porque querem viver o que escolheram viver, e passam como um trator por cima do que quer que seja. Eu penso que existe um caminho entre o que queremos e que podemos. Podemos, e devemos, até romper e superar obstáculos, mas em sintonia com princípios éticos que envolvem a existência. Eu não acredito no poder humano de impor ao mundo a vontade pessoal. Podemos e devemos nos aprimorar, mas para mim a existência é ação coletiva e a pessoalidade tem limites absolutos. Isto não quer dizer que devo apenas “deixar a vida me levar” Há “mal entendido” nesta postura. Não podemos nos esconder na omissão. Problemas? Fazem parte. O que muda o nosso destino é a forma como enfrentamos nossas dificuldades.

Bom!
Desejo a você e a todos que visitam este BLOG um Novo Ano Novo. E Que você possa abrir suas asas e voar como um ser LIVRE em busca de sua realização. 





sábado, 26 de dezembro de 2009

FEED BACK 2







Sempre tive muita dificuldade de expressar sentimentos e opiniões, pois na família sempre fui criticada e menosprezada, algumas vezes a custo de inveja dos outros, mas na maioria das vezes apenas por discordar ou ter uma maneira diferente de fazer as coisas. Não estou falando da falta de compreensão alheia, mas da falta de respeito mesmo. Nunca me senti respeitada. Daí eu aprendi a camuflar-me, ser fingida ou, na maioria das vezes, ficar calada sem externar minha individualidade. Não é que eu faça as coisas para agradar os outros, mas sim como uma forma de autoproteção. Entretanto, creio que sou muito perseverante e disciplinada naquilo que quero. O problema é que muitas vezes não quero nada, sou simples e acomodada, de forma que sou conformada com as coisas do jeito como são. Essa simplicidade me faz parecer uma pessoa tola, pacata, passiva e dependente. Muitas vezes eu aproveito disso como uma esperteza para ficar quieta na minha sem ter que entrar em conflitos com as pessoas. Falta-me uma vontade firme, um querer que me faça ser capaz de entrar em ‘guerra’ com os outros para me auto-defender. Daí costumo cumprir a vontade da vida sem impor a ela as minhas vontades, ou seja, deixo ela me guiar ao invés de comandá-la. No geral a vida fica parada, e eu sem novidades vivendo num mundo de ilusão. Não gosto de ser criticada, mas também detesto ter que ser falsa e isso vira um dilema na minha vida. Dentro de casa nunca pude fazer quase nada, pois sempre recebi broncas de alguém além das criticas. Aprendi a ser quieta, obediente, sem direito a responder, a desabafar-me. Sempre tive que ser a boa moça e de tão boazinha fiquei apenas acatando a vontade alheia sem ter as minhas próprias, pois aos olhos dos outros elas eram ‘aberrações’. Tendo uma mãe controladora e super-protetora, fiquei omissa do mundo real e da possibilidade de desenvolver-me completamente enquanto alguém que pode ter sonhos e capacidade verdadeira de realizá-los. Moldei-me apenas como uma pessoa inibida, mesquinha e insegura, tanto que muitas vezes pareço ser um tormento para mim mesma, principalmente quando quero mudar esse molde que tanto me sufoca. E daí pergunto: o que fazer?


Sinceramente...? Estou encantado com sua leitura. Uma fala madura de quem se propõe a se conhecer, que avalia como chegou, onde está,  e localiza com precisão a origem de seus bloqueios. Auto crítica mas sem a morbidez punitiva, sem o papel apenas de vítima.
Penso que falta um detalhe: a responsabilidade. Comece a entender que a responsabilidade do que você é, não é apenas das pessoas que te envolveram ou que têm autoridade sobre você. A responsabilidade é também sua. O “outro” faz aquilo que acredita que é bom para você. É claro que as possibilidades que levam uma pessoa a querer “o melhor” para você são inúmeras e  sinceramente não penso que faça alguma diferença se ela está carregada de boas ou de más intenções, se está sob pressão, se foi assim que aprendeu, se esta repetindo os próprios pais, se é mobilizada, por inveja, ignorância, arrogância, recalque, neuroses, ou o que quer que seja. Este é um problema delas.
O seu problema é outro: Como se libertar do aprisionamento e da doença do “outro”? Como se libertar do domínio fascista do “outro”? Como impedir que o “outro” promova uma devastação em sua vida, te anulando, te aniquilando, destruindo sua auto-estima, sua personalidade, sua individualidade? Como conquistar o repeito do “outro”? Como conquistar o respeito próprio? Como abandonar essas gosmas projetadas pelo “outro” que a impedem de realizar  a sua viagem?
A psicologia do século passado identificou na família a origem de nossas neuroses e por isso escarafunchou o passado como forma de tentar desfazer os nós que nos levam a ser o que somos. Mas o final do século passado e essa década inicial de novo século, já nos sinalizam outras possibilidades. Conhecer e diagnosticar a origem do que somos é primordial, mas já não cabe jogar responsabilidades em cima da família. Precisamos encontrar novos caminhos, novas respostas, buscar novas atitudes, transformar os medos, os impedimentos, experimentar novas saídas, romper as amarras para nos reconstruirmos, para nos reformamos, reconceituar o que somos, abandonar nossos restos de passado para integrarmos aquilo que nos ajudou a ser o que somos de melhor.
Um ponto básico é desviar o foco: o pai foi mal mas o que ele acrescentou? Eu reduzo o mal feito, para fortalecer o positivo, evitando ficar focado no mal que ele me fez. O que você aprendeu com a sua experiência? 
Eu tenho um irmão de Inteligência privilegiada que não respeitava os limites ou as regras, o que o levou a bater de frente com o nosso pai e em decorrência disso muita surra levou. Eu fiz uma escolha: eu não permitirei que ele aplique essa violência em mim. Nunca apanhei. Meu irmão se distanciou. Ele era uma autoridade ditatorial. Eu escolhi me aproximar, me permitia ser seu auxiliar. Aprendi muito com ele, devo muito a ele independente do que ele foi ou representou. Mais tarde vim a descobrir que havia estrategicamente feitos escolhas mais inteligentes que a de meu irmão. Se você não pode destruir seu inimigo, mantenha-o sob sua vigilância. Ao invés de lamuriar o destino trágico, buscar tirar proveito da situação negativa.
Por exemplo; Você enfrenta um RUSH. Escolha: descabelar ou arrumar a maquiagem? Se irritar, berrar, espernear ou respirar fundo e aceitar a via bloqueada? Acalmar ou ansiar? Gritar ou cantar? Escutar uma música e silenciar ou se atormentar? O leite já esta derramado, se punir? Parece-me pouco sensato.
A consequência familiar como evento é coletiva e em geral pode representar o positivo e o negativo. Mesmo histórias que se originam de pais equilibrados produzem focos naquilo em que não foram positivos. Isto me parece natural. Parece-me uma forma da psykhé gerar uma transferência negativa que possibilite uma diferenciação do coletivo e fortalecimento da personalidade pessoal, individual. Assim, ainda que tenhamos sofrido consequências  funestas de nossos genitores, de forma diferenciada, o foco não pode ficar neste passado negativo. Este passado pode servir como diagnóstico para que se saiba o que precisa ser transformado.
O primeiro passo você já deu. Você conseguiu sobreviver. Agora é avançar.
Continua...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

FELIZ NATAL




Rafael (Raffaello Sanzio-1483/1520)
Madona Sistina (detalhe)
Gemäldergalerie,Dresden/Magnum foto/Erich Lessing

Houve um tempo...
Tempo de inocência,
de Ingênuidade.
Não que maldade não houvesse,
Que guerras fossem românticas,
Que diferenças fossem menores,
Que o poder não fosse disputado,
Que não existesse competição, Ganância, Orgulhos,
arrogâncias, prepotentes e essas misérias humanas.
Esse lado sombrio sempre existiu, faz parte do desafio humano de levar luz à escuridão.
Mas... houve um tempo de inocência
em que viviamos sob uma aura de mágia,
onde a existência era agraciada por uma luz suave que a todos envolvia,
e até a maldade era refreada por temor ao quinto dos infernos.
Mas esse tempo acabou.
Passamos a fronteira para um novo tempo.
Um tempo real de consciência em que a vida pode ser tudo e pode não ser nada
um tempo que não permite a ingenuidade da ignorância
mas que pode nos transformar em refratários,
Um tempo de perigo que exige atenção, cautela, cuidados, prevenção,
pois o perigo ronda em cada nova esquina.
Um tempo que não nos envolve na magia da existência
mas nos permite redescobri-la abrindo portais,
onde do lado de lá, a um segundo,
reside toda a inocência e toda a ingenuidade do leve, do amor.

Eu desejo a vocês,
O simples, o suave, a leveza,
a carícia delicada do amoroso,
da calma, do tempo sem pressa,
da fala sem ansiedade,
do escutar como quem escuta pela primeira vez,
sem pré-escutar,
sem saber o que vira,
com os olhos de quem vê a beleza
e o mistério que renasce a cada instante da vida.
de COR

FELIZ NATAL

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

FEED BACK




Realmente tenho essa tendencia de dar preferencia as carícias no ego. Isso é um certo comodismo irresponsável de minha parte. Sou de sentir e nao demonstrar, obedecer sem desejar e fazer de conta que tudo está bem. Interessante notar isso através dos sonhos. acho que sou levada tanto por agentes externos quanto pelos conteudos autonomos. Mas até que ponto isso é um erro capaz de tirar-me dos meus propositos? Se estes fossem realmente fortes talvez nao acontecesse essa necessidade ou comodidade de ser conduzida. Sempre penso que me falta força de vontade e de tomada de decisão. isso leva ao comodismo que, por sua vez, leva-me a menos ação ativa perante a vida. Será que é isso mesmo? Será que os proximos sonhos darão sequencia a essa enfase da minha personalidade?


Bem... Obrigado pelo retorno, ele enriquece a nossa compreensão da mensagem onírica. Antes de tudo, se o propósito é compreender a mensagem, quando leitura nos aproxima do seu conteúdo, realizamos a primeiro passo, a decodificação. Agora que temos a “mensagem”, o passo seguinte é compreendê-la. Essa segunda etapa já pode ser enriquecida com uma pergunta: porque seu inconsciente está tentando lhe comunicar esta mensagem? Provavelmente ele que lhe alertar para o risco que corre ao abrir mão de seu arbítrio, de sua individualidade, fazendo escolhas conformistas, descaracterizadas de sua marca, indiferenciadas de sua pessonalidade. Ao abrir mão de sua possibilidade de amadurecer princípios e fortalecer sua individualidade, você intensifica o fortalecimento do coletivo em você, numa intensidade que pode fragilizar e/ou dissolver a constituição de sua pessoalidade, tornando-a amorfa e indiferenciada como um produto do meio. Ninguém sai ileso por abrir mão dessa individualidade e do sentido de sua constituição, já que esta indiferenciação pode favorecer e promover a suscetibilidade, a fragilidade psíquica passível de dissolução no coletivo. E aí adeus Carlotinha, o que surgirá ninguém pode prever como resultado dessa mutação ou dissociação. O que nascerá? Uma mulher descompensada; dissociada; inconsistente; frágil; reativa; explosiva; deformada; doente; sofrida. Onda dará a tábua ao sabor das ondas do oceano? A sobrevivência da entidade pessoal é fundamental na constituição de nosso destino e paradoxalmente, o fortalecimento do ego não indica maturação da individualidade. O ego é mediador do sentido de existência, não é a existência, é instrumento, não é a personalidade. É mediador entre o ser e o meio entre o interno e o externo. O preço que se paga pela omissão pode ser um alto preço com consequências inimagináveis. E a omissão não é apenas a omissão de resposta ao meio, ao cenário e à realidade em que estamos inseridos. O pior do gesto omisso é a omissão que praticamos abrindo mão da manifestação autêntica que somos, deixando de realizar o intento da vida em nós, ficando no meio do caminho no processo de maturação. Ninguém merece essa punição mítica: o irrealizável. Tudo bem... Vamos morrer, é verdade! Tudo pode acabar e se perder na poeira do tempo. Mas até o último segundo podemos mirar o alvo para realizar em nós o sentido da existência. Ninguém pode se permitir ser inferior a qualquer outra pessoal. O sentido da vida é real e direito de todos. Essa balela de sangue azul é conceito de dominadores. Precisamos ser guerreiros, fazer escolhas, buscar as melhores escolhas, definir propósitos, seguir de cabeça erguida, altivos, dando o melhor de nós mesmos, o melhor que conseguirmos realizar. Neste sentido, podemos nos superar, realizar nossos sonhos e chegar até o que qualquer outro realiza.

É interessante notar que o ser conduzido por agentes externos (no pressuposto de se deixar conduzir), é apenas referencial, já que na verdade "esse se deixar levar" é ação dos conteúdos autonômos. Assim, você se deixa conduzir é pelo "outro" que mora dentro de voce e assume o controle de seu corpo. Esse outro determina sua imobilidade e se alimenta desse imobilismo para roubar-lhe energia e continuar existinto como um complexo autônomo. Quando nos fazemos omissos já somos um resultado de uma ação interna, de conteúdos que se sobrepõem à individualidade minando-a e produzindo comandos que tiram a "autonomia", e roubam a vida pessoal.

Outro detalhe: Sempre trabalhe sua determinação, seus objetivos e suas realizações, sua postura, sua firmeza, suas posições. Se posicione ainda que abre mão explicitamente. Por exemplo: O "outro" quer te levar a um evento que pouco lhe interessa e voce identifica sua falta de interersse, mas se dispõe a ser acompanhante. Manifeste-se: Não tenho vontade; não me interessa; mas estou disponível, vou lhe acompanhar. Captou? Assim voce se fortalece na sua pessoalidade assumindo o controle de sua vida. Seu poder. E isso nós fazemos por nós mesmos, não pelas pessoas. A vida nos exige este preparo. Qualquer um passa ou passará por dificuldades e provações e este preparo, este treinamento, favorece que saiamos mais rapidamente dessas situações. Não podemos ser simplistas nem subestimarmos a imprevisibilidade da vida. Se hoje a falta de determinação lhe favorece, no amanhã, inevitavelmente, você será confrontada e já será “presa” da armadilha.

Obs.: Com a foto acima, quero passar a idéia de que esse "abrir Mãos de nós mesmos" é como se fossemos arrancados do nosso eixo, deixando de ter uma configuração harmoniosa e centrada. Tipo:

Tá Tudo Certo...Mas tá Esquisito!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

TECENDO NOVOS CAMINHOS




O que lembro do sonho dessa noite: sonhei que eu estava numa festa muito boa e divertida. Não lembro muito desta parte. Na hora em que saí da festa passei por uma mulher que estava com uma barraca cheia de artefatos de crochê e ela estava dando chapeis para quem se inscrevesse num curso para aprender a fazer aqueles artigos. Tinha um monte de vestidos e biquínis pendurados também, mas estes eram apenas para exposição. Eu queria um chapéu, mas não tinha condições de me inscrever no curso, pois não residia ali. Nisso um grupo de excursionistas começaram a ver os chapeis e a dizer que aquilo era arriscado para ela, pois poderia sair no prejuízo chamando a atenção das pessoas daquela maneira e enquanto o assunto decorria, observei que do lado havia um desenhista com uma prancheta cheia de desenhos de amostras. Ele desenhava rostos, pessoas, cenários e havia um desenho enorme de uma fera. Quando olhei para o desenho dessa fera ela pareceu ganhar vida e a rosnar fazendo rajadas de vento sair de suas narinas. Saindo de fininho eu fui para o aeroporto. Enquanto fazia o chek-in uma jovem perguntou se eu também viajara no vôo da festa de aniversário e disse que não. Aquilo me fez ficar desconfiada de que ia haver uma festa no vôo que eu estava prestes a tomar. Tirando a parte da fera que ganhou vida e passou-me um pouco de terror, o resto do sonho foi muito bom, animado e um pouco positivamente apreensivo.

CHAPÉU- Na maçonaria a cabeça coberta com chapéu é sinal de prerrogativas e superioridade. Pode corresponder ao simbolismo da coroa, signo de poder, soberania. Como o cabelo representa o instrumento receptador das influências celestes, a coroa de pontas simboliza as pontas do cabelo e a aba do chapéu, ou pontas pode ter a mesma representação. O chapéu ornamenta a cabeça do chefe e é sinal de identificação, representa os pensamentos e as ideias. Mudar de chapéu é mudar de ideias. E usar é assumir responsabilidades.
O sonho parece que continua te confrontando com seus limites, com a ideia de exclusão, de estar fora do ambiente do qual faz parte. Parece uma inadequação, de espaço, de tribo, de lugar. Novamente pode haver associação com a estima inadequada, e uma relação com o meio de inferiorização. As compensações ocorrem com os sinais de viagem, aeroporto, voar, festas (relaxamento dos níveis de tensão, atualização física e psíquica) mesmo que ameaça (a fera rosnando) surja como confronto e a sua resposta seja de sair de fininho. Negação da realidade? Desconfiança. Refazendo defesas?
A princípio me vem a necessidade de você fortalecer suas ideias, seus princípios, suas referências, como forma de se proteger das ameaças e de invasões inadequadas, isto favorecerá a formação de defesas constituídas em conceitos firmes e bem assentados. Essa história de ser levado pelas correntes, pelo fluxo em geral me parece mal entendido. Uma coisa é fazer parte do fluxo, do rio da vida e se deixar levar sem resistência pela força da vida. Outra coisa é não ter firmeza, conceitos bem assentados, referências bem constituídas e se permitir ser guiada por timoneiros inconsistentes. A NAU em que você navega você dita o ritmo e o rumo de sua vida, pode ser desastroso deixar que outros ditem o que fazer ou não fazer.

domingo, 20 de dezembro de 2009

TENTAÇÃO E PRAZER



Cristo e a Tentação

É dificil dizer para mim mesma que esteja me boicotando, mas isso pode ser uma verdade. Estou lhe enviando mais um sonho, quem sabe não podemos descobrir isso de forma mais clara através dos proprios sonhos seguintes?
 Desta vez sonhei que estava num local alto, tipo uma montanha, donde podia avistar toda a cidade. Tinha uma sensação ótima por estar ali no alto, como se isso me concedesse poder. Estava com umas amigas fazendo um trabalho que não sei dizer sobre o que se tratava. Mas eu tinha que ir a um evento donde ia receber um premio e uma das amigas ia comigo. Eu comecei a correr para o lado errado quando ela me chamou e disse que era para o outro lado e mostrou-me muito ao longe donde ficava. Ela disse que já estava anoitecendo, que estávamos em cima da hora e que o local era muito longe para irmos correndo. O melhor seria pegarmos um helicóptero-taxi. O problema é que não tínhamos dinheiro para tal e assim, ela sugeriu que fossemos primeiro até a casa dela. Enquanto conversávamos, estranhamente catávamos lacres de latinha de refrigerante no chão gramado. Conforme combinado fizemos. Ao chegar na casa dela eu observei que havia dois carros na garage e mais um do lado de dentro, ou seja, havia uma garagem interna e outra externa. A casa tinha pé direito alto e a parte de baixo era enorme parecendo um salão de festas com o chão todo de pedras claras. O ambiente todo muito claro, amplo, iluminado e bonito. Ela levou-me até a copa donde sua mãe conversava com um casal de visitantes. Fiquei a conversar com eles enquanto essa amiga foi pegar o dinheiro. Fui questionada sobre o trabalho que estávamos fazendo. Disse que estava quase pronto. No meio da conversa ela convidou-me para ir ao cinema com eles após receber o premio e aceitei dizendo que meu único problema era não ter dinheiro nenhum naquele momento. Nisso começou a chover e olhando da janela a vista era como se estivesse num andar muito alto de um prédio e dali também podia avistar grande parte da cidade toda iluminada, ou seja, já estava de noite. Espantei por constatar que eu estava perto de casa, ou seja, ainda não percebera que ela morava perto de mim. Nisso saímos de carro sob de uma tempestade estrondosa para ir ao evento e posteriormente ao cinema. Haviam arvores caindo, carros batendo, capotando e um caos danado. Interessante que tudo no sonho era muito requintado, os carros por exemplo eram modelos importados muito bonitos. Essa parte do sonho foi ruim, pois senti medo de acidente, mas ao mesmo tempo estava tranqüila como se pudesse saber que nada ruim ia me acontecer. Continuei sonhando muito, mas não lembro o resto. Foi um sonho muito diferente, assim como os ultimos.

O sonho enriquece algumas questões chaves, que me levam à associações. Você está no cume de uma montanha, se sente com poder e vai receber um prêmio. Naturalmente é a realização de chegar ao topo, que distingue a pessoa e a premia. Uma realização natural, para mim, é a realização do principio da existência, a pessoa cumpre o seu sentido de existir. Em geral, todo organismo anseia se realizar.

A MONTANHA: O simbolismo é múltiplo e participa do simbolismo da transcendência; na mediada em que é o centro das hierofanias atmosféricas e de numerosas teofanias, é parte do simbolismo das manifestações. O encontro do Céu e da Terra, morada dos deuses e objetivo da ascensão humana. Vista do alto El surge como a ponta de uma vertical, é o centro do mundo; vista de baixo, do horizonte, surge como a linha de uma vertical, o eixo do mundo, mas também a escada, a inclinação a se escalar. As altas montanhas são símbolos de segurança (Salmos, 30, 8).

Alem disso, as montanhas são imediatamente vistas como símbolos da grandeza e da pretensão dos homens que, entretanto não podem escapar da onipotência de Deus. Deus se comunica sobre os cumes, mas aqueles cumes aos quais o homem só se eleva com o fim de adorar o homem e seus ídolos, e não absolutamente o Deus verdadeiro, não são senão signos do orgulho e presságios de desmoronamento.
Assim o sonho pode estar levantando um questão primordial. Voce entre a Gloria de Deus e o prazer do Diabo.Você ao alto em glorificação a si, ou ao seu Deus? Neste aspecto a sua “amiga” que lhe desvia de um lado (que você chama de errado, mas era o que você ia seguir) para o outro caminho, pode representar aquele que te seduz e te guia para a vida profana, para o descaminho, para baixo, suprindo sua necessidade de dinheiro, lhe oferece o meio, mas a mantém sob submissão. Este, aliás, é uma evidência marcante em todo o sonho, suas condição de conduzida e de submissão, realça a situação do inferiorir tutelado e agraciado pela condição favorável do outro. Vejamos:

  • ·         quando ela me chamou e disse que era para o outro lado;
  • ·         mostrou-me muito ao longe donde ficava;
  • ·         assim, ela sugeriu que fossemos primeiro até a casa dela.;
  • ·         Ela levou-me até a copa.

Os seus limites no sonho são evidentes e te colocam numa situação de "tranquila" aceitação da condição de conduzida, mesmo sendo aquela que é agraciada com o prêmio. Pode parecer mimo, ou que você receba como mimo ou como carícias de ego, mas podem sinalizar a condição do inferior submisso, parece-me que há conflito entre o esforço pessoal para crescer e uma natureza que prefere as carícias no ego, que se contenta com a condição de conduzido, e mantém a “tranquilidade” enquanto o mundo se desmorona no entorno. Um detalhe é a catação de LACRE, que nada mais é do que fechamento, proteção e defesa, Pode ser a indicação da necessidade de refazer suas defesas para deixar de ser conduzida com tanta facilidade.

Esta condição de conduzida pode estar associada a duas vertentes:

1ª- Agentes externos (pessoas) te conduzem e você se deixa ser levada abrindo mão de sua autonomia e igualdade dentro da realidade e das relações;
2ª Conteúdos autônomos atuam na sua consciência e te conduzem (pensamento mágicos, fantasias), e dessa forma te desviam de seus objetivos enquanto você se deixa levar. Enfraquecimento de princípios, propósitos, objetivos, determinação, iniciativa.
Veja que a questão aparentemente é religiosa, Deus e o Diabo, profano e sagrado, mas são apenas símbolo para realçar a dinâmica na qual você se conduz ou se permite ser conduzida: o cume e a parte de baixo, o prêmio e a casa com dois carros, o lado da luz (prêmio) e das sombras da noite, o carro sofisticado e a tormenta exterior. O conflito é pessoal e determinante na condução de sua vida.



quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

BOICOTE


Rumos

Olá. tive mais um sonho que parece continuação dos demais, mas só lembro uma parte: Eu estava num país diferente, parecia árabe, acompanhada de um sujeito que se assemelhava ao rapaz da lan house do sonho de outrora. Provavelmente até seria o mesmo, mas não posso afirmar com muita certeza. Nós andávamos por uma ruela estreita, mas não era bem uma rua, pois parecia um canal subterrâneo e era um pouco escuro. Não passava carros, mas sim grande quantidade de pedestres. Num dos cruzamentos parei para ver uma barraquinha donde uma mulher estava vendendo umas especiarias alimentícias muito diferentes. Pensei em provar algo, mas nessa distração perdi de vista o rapaz e fiquei sem saber se ele seguira reto ou se virara para a esquerda. Ele simplesmente sumira e fiquei ali perdida sem nenhuma noção de que rumo devia tomar. Nisso acordei e não lembro de mais nada. Será que pode ser uma continuação mesmo dos sonhos anteriores?

Calotinha, qual é a sua origem? Você descende de árabes ou familia  Comerciante? Veja:

 Relato:
 no sonho 1- “saímos por uma rua cheia de mercados até que paramos na porta de um  estabelecimento”.Quis conversar mais com ela, porém nisso chegou fregueses e ela adentrou para o estabelecimento.”
No sonho 2- ‘Era um balcão enorme cheio de variedades alimentícias”
No sonho 4- ‘comprar um pacote de salgados de um vendedor ambulante, mesmo após eu dizer que não queria.’
no sonho 5- ‘Sei que após as fotos estive passeando sozinha pelo mercado indiano’ ‘...fazendo quitandas e bolos decorados para vender’
No sonho 7- ‘mas brinquei que podíamos virar sacoleiras e sair para vendê-los’

Voce pode rever seus sonhos e encontrará outras recorrências. Não sei o que faz como trabalho mas pode ser um indicativo de natureza de negociante, empreenderora e de caminho na sua vida, ou relacionado à ancestralidade e que precise ser considerada.
No sonho 9  lembro-me de “Nisso ela me mostrou uma caixa de achados e perdidos e lá encontrei tanto o pé do chinelo com que estava quanto o outro par perdido outrora.”, e neste sonho...
“mas nessa distração perdi de vista o rapaz e fiquei sem saber se ele seguira reto ou se virara para a esquerda. Ele simplesmente sumira e fiquei ali perdida sem nenhuma noção de que rumo devia tomar”. Não detectei mas parece que em um sonho anterior ocorre de você se encontrar perdida. Existe dúvidas quanto ao caminho que você se prepara para seguir? Ou algum conflito em escolha profissional? Ou será que neste momento você se encontra sem referências e sem saber para onde você vai?
“perdida sem nenhuma noção de que rumo devia tomar” será que você está se sentindo assim? Sem rumo? Avalie rumo e sua ansiedade.

Um detalhe é o seu nível de "atenção", e o que desvia seu interesse: comércio, objetos, descobertas.Te envolvem de uma forma que roubam a atenção de seus propósitos. Pode ser que esta característica feminina defina a sua atenção e que o conteúdo masculino seja a sua referencia de realidade, mudada pelo "INTENTO" feminino. Isto pode ser significante já que o acontecimento define o seu movimento e sua referência, neste aspecto o desvio de atenção atua boicotando seus avaços e seu rumo. Não precisamos  acreditar que a origem seja feminina mas funciona assim:  Voce tem um objetivo, aciona a dinâmica de sua intenção e inicia o movimento. O seu interesse feminino é despertado e utilizado por um conteúdo autonomo que quer boicotar sua realização; Este conteúdo autonomo toma posse de sua atenção, ja que conhece seus interesses, e pronto voce é conduzida na intenção de boicote deste conteúdo autônomo. Paralizada. Até mesmo sua determinação pode ser abalada. Reflita: Voce se percebe se boicotando?



domingo, 13 de dezembro de 2009

ANTÔNIA 3



Eis aqui mais algumas respostas: Costumo dormir entre dez e onze horas da noite. sempre tive muita insonia, mas daí uma amiga me ensinou a fazer respirar e espirar sem pausas e realmente isso passou a dar certo, pois parece que relaxa e assim além de nao pensar em nada por estar prestando atencao na respiração, também parece que é incrivel para dar sono. nunca apago quando deito, alias acho que isso nunca me aconteceu, mas quando faço esse exercicio de respiração antes de dormir eu consigo pegar no sono facilmente. nao sei porque acordo muitas vezes durante a noite, simplesmente desperto. algumas vezes acho que é para ir ao banheiro e consequentemente acabo tomando agua quando acordo e daí sempre que acordo aproveito para ir ao banheiro. acordo naturalmente alguns dias e noutros acordo mais cedo, dependendo das obrigacoes matutinas. acho que sou tanto pensante quanto intuitiva, nao sei dizer o que sou mais.




Hora boa de dormir. Parece-me que você além de pensante é Hiper Pensante, Superligada, não sei se hiperativa. Os exercícios respiratórios são ótimos para favorecer a entrada no sono. Em geral, as atividades pensantes intensas desencadeiam a compulsão mental e fica difícil paralisar o processo mental desencadeado. Os exercícios respiratórios favorecem essa parada. Você deveria realizá-los ao longo do dia, para produzir uma pausa nos pensamentos e despertar outras formas conscientes de viver, outros níveis de atenção que não seja apenas a função pensante. Esta, aliás, é para mim a grande causadora dos males deste início de século, favorecendo o desequilíbrio em todos os sistemas corpóreos. O PENSAMENTO DEVE SER UTILIZADO COM CAUTELA. Ele pode ser uma armadilha fatal. Pode ser que esta forma de funcionar a leve a um desgaste mental significativo, o que pode ser indicativo do corpo exigir mais repouso e não estar de prontidão ao seu comando. Você pode estar mentalmente levando seu corpo a um processo de exaustão mental.

Quanto ao sono interrompido pode ser outra forma do corpo não conseguir mais rapidamente realizar sua atualização, seu repouso. É hora de repensar a sua ingestão de líquido noturno. Existem pessoas que funcionam com ciclos de hidratação noturno e outras com ciclos diurnos. Provavelmente você não bebe água nem pela manhã ou à tarde e só começa a sentir sede no entardecer se isso ocorre pode ser por hábito ou ingestão excessiva de sal nas refeições e o corpo começa a recompor o equilíbrio do sistema após a digestão e você só identifica a sede após o limite. Avalie isto. Voce tem Pressão Arterial elevada?

Se necessário refaça seus ciclos:

• Diminua a Ingestão de sal;

• Diminua a ingestão de alimentos com alta concentração de sal;

• Aumente o consumo de frutas;

• Exclua carnes de sua dieta;

• Aumente o consumo de peixes.

• Aumente o consumo de água pela manhã e à tarde,
 para não precisar repor à noite,
nem ter que verter na madrugada;

Este aumento de consumo da água vai favorecer o seu equilíbrio e a sua saúde e diminuir a interrupção do sono, o que favorecerá o repouso do corpo.

BYE

ANTÔNIA 2

Ilustraçãodo Livro "Medicina da Alma"

nao costumo ter sono profundo, mas acho que quando tenho esses pesadelos realmente devo estar dormindo pesado. nao sei se tenho apneia, mas creio que não. ´nao acordo assustada. algumas vezes costumo acordar suada. também nao sinto falta de ar. costumo acordar varias vezes por noite e durmo cerca de nove horas. as vezes sou ansiosa, mas no normal sou calma. dependendo da situacao sou controladora, mas muitas vezes prefiro ser passiva para nao ficar nervosa ou brigar atoa. nao sou de ter medo, mas acho que tenho medo de nao ter controle do corpo quando durmo e estar consciente dessa incapacidade de movimento ou de retorno ao mesmo. e muito ruim sonhar que acorda sem de fato acordar. é como se a mente estivesse enganando a propria mente. quando acordo de verdade é um alivio muito grande e tem vezes que fico desencorajada de voltar a dormir com medo de ficar presa no sono. já aconteceu de eu ter consciencia do que estava se passando na casa. certa vez eu sabia que ia chegar uma visita, queria acordar pois estava sozinha em casa e nao consegui acordar. escutei a campainha tocar e desesperada nao conseguia acordar. quando por fim acordei eu pensei que tudo houvesse sido apenas um sonho, mas depois a pessoa confirmou que houvera ido na minha casa e nao havia ninguem. isso também acontece quando tenho que acordar em determinado horário. daí eu sonho que está na hora de acordar, mas nao consigo despertar. muitas vezes eu preciso relaxar, nao forçar o despertar e daí consigo acordar naturalmente. mas nao entendo o que realmente se passa. é tudo sonho? seria algum tipo de desprendimento? nao entendo dessas coisas de viagem astral e tenho receios disso. medo de morrer creio que nao tenho, mas nao posso afirmar isso com muita conviccao. sou professora e nao me considero perfeccionista ou severa. nao uso remedio e nao tenho segredos me incomodando.


Agradeço-lhe as respostas, elas enriquecem o entendimento. Poderia responder-lhe dentro de parâmetros gerais mais minha preferência é investigar para que encontremos o entendimento de sua vivência. Você tem duas possibilidades: Causa Orgânica e funcional e natureza psíquica. Naturalmente se excluirmos possibilidades orgânicas, funcionais ou neurológicas, poderemos concentrar o foco na natureza psíquica o que pode favorecer o entendimento e a saída para essa vivência angustiante. Caso contrário, só através de exames numa clínica especializada do Sono.

De imediato é importante que você aceite que mesmo em vigília o controle que temos sobre o corpo é relativo e pequeno, considerando o funcionamento dos sistemas e dos órgãos que nos constituem. Nós interferimos no funcionamento corporal através das consequências de nossos atos e não pela intervenção da intenção. No sono este controle inexiste, está entregue ao próprio corpo, que define ritmos, ciclos, frequência, tempo. A vontade, que faz parte do contexto da consciência, e é mobilizada por ela, precisa ser desenvolvida e de inicio pouco pode interferir. Apenas com treinamento podemos aumentar a consciência e o poder de intervir no estado onírico. Mas independente da baixa tensão que não favorece a consciência, sua localização naquele tempo e naquele espaço, e pouco menos a memória, ela é real.

Um exemplo recente:
Duas noites atrás, eu em sono profundo, sonhando, vejo o que me pareceu uma mulher batendo asas como se voasse. Eu me concentro no fato e escuto as batidas de asas como se fossem absolutamente reais, me viro para ver a cena e num flash escuto as asas batendo e aí percebo que os sons são externos, ligo meu despertar, imediatamente acordo, silêncio... escuto o bater de asas, localizo a origem dos sons, me levanto, subo uma escada que leva ao sótão e vejo uma grande Mariposa, do tamanho de uma mão, se debatendo no vidro de uma janela, lá fora uma lua minguante às 3:30 hs da madrugada, levantei a janela e a bichinha sumiu na noite.

Estou relatando este fato recente pois parece-me o oposto de sua vivência, em milésimos de segundos, a partir da localização dos sons externos eu acionei o estado de vigília e o mecanismo funcionou. Meu filtro auditivo, seletivo, diminuiu e os sons me despertaram, a partir de meu intento.

Neste momento me lembro de uma cachorra que gostava muito. Depois que sua mãe morreu, ela se sentia muito triste no terreno e solitária na noite, e toda madrugada ela latia compulsivamente, até que eu me levantava ia até a janela, dava um assovio, ela parava e ia descansar, não mais latia no fim da noite. Este fato para mim foi de importância pois mudou a minha dinâmica de sono. Eu escutava os latidos, me recusava a levantar e mergulhava no sono para depois realizar o ritual de acordar e assoviar. Com o tempo passei a ser imediato no despertar. Depois disso continuo tendo sono profundo, mas minha atenção no sono se transformou e me desperto com sons mínimos.

Ah! Outro detalhe é a memória onírica. Como o corpo desativa certos mecanismos psíquicos, em geral para se atualizar, se reconfigurar (mecanismos de adaptação e de regulação corporal), todas as funções são reduzidas a baixa atividade, baixo consumo de energia, para repouso e regulação orgânica, Como um processo de hibernação em tempo acelerado. É a hora em que o corpo se refaz do esforço da vigília. Assim a memória também é praticamente desativada. Para tentar ajudar a compreensão uso de uma comparação; É como se na vigília construímos imagens para registro com até 2mega Pixeis e no sono trabalhamos com imagens de 5kbs, Com o tempo as imagens do estado de vigília vão sendo reduzidas e chegam à sutiliza das imagens oníricas quando acionadas ou ampliadas. E uma forma do cérebro não recarregar suas funções de registro. No sono os mecanismos de defesa continuam atuando já que estamos praticamente desarmados e sem defesa, não completamente já que como a visão é utilizada para atualização psíquica com os sonhos, a sensibilidade tátil, proprioceptiva, de equilíbrio térmico, olfativa e principalmente auditiva continuam ativadas mesmo que com filtros mais fortes.

Se você viu “O Poderoso chefão”, lembra quando o produtor de Hollywood se desperta com a sensação de umidade na cama e descobre que a cabeça do seu cavalo tinha sido deixada na cama? O que quero lhe dizer é que os mecanismos instintivos continuam a funcionar em baixa atividade como defesa e sobrevivência. E esta parece-me a porta para o retorno ao estado de vigília. Seu universo sensorial. Mais do que a consciência mental, a consciência corpórea (Atenção auditiva, tatil, olfativa e proprioceptiva) é a porta para o retorno à vigília.

Aqui podemos avançar “pensando seu fenômeno”. Uma primeira associação me passa: seu corpo dorme mais do que sua consciência e ele possui um tempo menos acelerado para responder do que ela. Sua consciência desperta, mas seu corpo continua “dormindo” em estado de relaxamento profundo. Neste caso a chave você já demonstrou que tem: muitas vezes eu preciso relaxar, nao forçar o despertar e daí consigo acordar naturalmente. Você acorda, ligada e o corpo continua dormindo, e você desesperada, aprisionada no seu corpo. Uma possibilidade é de que seu corpo esteja em estado de exaustão, entra em repouso e você acorda antes da recomposição orgânica, antes do corpo; Seu corpo pode ter ritmos e ciclos mais lentos; Sua mente pode ser hiperativa e a máquina não acompanha a sua velocidade mental; Você pode exigir do corpo um ritmo que ele é quem dita, como ele não muda você não aceita.

certa vez eu sabia que ia chegar uma visita, queria acordar pois estava sozinha em casa e nao consegui acordar. escutei a campainha tocar e desesperada nao conseguia acordar.

Veja que pode ter sentido a reflexão, a capainha toca e você a escuta enquanto dorme, A consciência acorda mas o corpo não desperta e você não recupera o domínio do corpo.

Neste caso você precisa reaprender a ler seu corpo para respeitar os sinais que ele lhe envia. Uma Variante, em caso de não haver hábito, é a indicação para que você passe a realizar exercícios (caminhada, Body Walk) para aumentar o ritmo de suas respostas corporais, despertando o corpo na vigília, aumentando o seu limiar de resistência física.

Em relação à saída do corpo (viagem astral) pessoalmente não creio. Apesar de certa semelhança de estado de consciência ativada. Mas parece-me que em caso de viagem astral o cordão de prata é retraído quando ocorre intenção de recuo, susto, ansiedade, estímulos externos e retorna com tanta rapidez que a tendência é evitar esses retornos acelerados para evitar traumas, e como é um processo natural de desprendimento as saídas são trabalhadas de forma consciente.

Havia lhe levantado mais alguns itens, em busca de informações, espero que esta reflexão possa lhe ajudar no entendimento do processo, se quiser avançar na investigação, vou vasculhar meus livros para ver se encontro informações. Mande-me noticias de suas observações quem sabe assim aprendemos com sua vivência e com isso que para mim é dessincronização. Se não foi útil, perdoe-me a ignorância.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ANTÔNIA 1







olá, meu nome é Antonia, tenho 39 anos e tem um tipo de sonho que muito me apavora e tenho ele direto. Sonho que quero acordar e não consigo. Noutras vezes eu consigo acordar e o sonho é muito real donde eu acordo, mas sei que estou dentro de um sonho, ou seja, acordando apenas em sonho. Mas daí continuo querendo acordar de verdade e fico muito tempo nisso, num sofrimento horrível. Pensei que isso fosse por dormir com o estomago cheio, mas já verifiquei que não é isso. Porque será que tenho esses sonhos?


Você pode me responder alguns itens? Seu sono é muito profundo, pesado?  Você tem apneia (dificuldade de respirar, falta de ar)? Acorda assustada?  Sem Ar? Quantas horas você dorme por noite?  Dorme, acorda em que horário? Quantas vezes acorda à noite? Você é ansiosa? Controladora? Dominadora? Tensa? Passa por algum tipo de angustia? Depressão? Tem medos que te impedem de fazer alguma coisa? Tem medo de Morrer? Fica apavorada com a possibilidade de morte? Trabalha em excesso? Qual a atividade? Perfeccionista? Severa? Faz uso de algum medicamento? Tem alguma disfunção Orgânica? Existe algum conteúdo ou tema que você escapa para não ter que enfrentar? Algum evento, segrêdo que te incomoda?

Adendo1: Sua respostas foram precisas, mas eu preciso saber sobre o seu esquema de dormir. A que horas voce se deita? dorme em seguida ou demora a dormir? Dorme de cansaço, apaga? ou tem algum ritual? Porque acorda várias vezes? Barulho? Para ir ao banheiro? movimento do parceiro? Ronco? E como é o esquema de acordar? Acorda a que horas? Por obrigação ou despertar natural? Você é de natureza Mental? Pensante? ou menos pensante e mais intuitiva?

CONFLITOS

...eu estava conversando com uma mulher ainda jovem que foi me procurar querendo um conselho. Ela estava grávida do marido, mas eles estavam brigando muito e ela havia se apaixonado pelo médico que estava fazendo seu pré-natal. Ela queria saber se trancava a faculdade, pois estava tendo muita dificuldade de conciliar os estudos com a gravidez. Disse-lhe que naquele momento sua prioridade era a saúde sua e do bebê, aconselhando-a assim a trancar a faculdade.
Depois eu já estava com um rapaz que gostava muito de mim e estava tentando me conquistar. No sonho estávamos juntos não como namorados, mas como amigos bem íntimos. Daí ele me levou para almoçar. Ele era dono de um local que se dividia em um restaurante, uma lan house e um supermercado nessa exata ordem. Ele me explicou que o estabelecimento todo recebia o nome de lan house exatamente porque esta era a menor parte entre o restaurante e o supermercado. Quem passasse por ali não imaginaria o enorme restaurante e supermercado que havia por trás da fachada de uma lan house que parecia gigantesca e, em verdade, era bem pequena.

Vamos ler o sonho:

• Você escuta e aconselha uma mulher grávida que vive um conflito com o marido enquanto sonha com o “príncipe” e apresenta dificuldades para fazer suas escolhas, entre o que a realidade exige dela (cuidar da gestação) e o que ela tem de projeto para realizar(completar os estudos);

• Você é conduzida por um “amigo” “intimo”, apaixonado, bem situado na realidade prática da vida, que lhe apresenta suas conquistas e seu poder de realização.

Este primeiro item mostra uma postura madura como conselheira, objetiva, sabendo priorizar, bem postada na realidade, o conflito subjacente entre a tendência a se deixar  levar pelas fantasias amorosas, o conflito com a figura masculina e a dificuldade de definir escolhas que podem lhe ser favoráveis.

A tônica do sonho é absolutamente consistente: Escolher o afeto ou se comprometer com escolhas objetivas dentro da realidade?

Na novela Caminho das Índias, um tema muito interessante foi o conceito da união no casamento indiano. Eles privilegiam a união a partir de interesses, deixando que o afeto nasça na convivência e na intimidade do casal, enquanto que os ocidentais privilegiam inicialmente o romance (pagam prá ver) para posteriormente cuidarem das questões práticas. Para o ocidental nada mais natural do que fazer escolhas cuja referência sejam emocionais, conuzios pelo encantamento, pela ilusão, pelas pulsões do desejo, pelo “amor”, pela paixão.

A realidade mostra que se deixar se levado pelo encantamento pode ser absolutamente inebriante. O que define a escolha é o poder do outro de nos levar numa viagem alucinante no universo das sensações. Até aí tudo bem. Mas em geral pode ficar mais difícil conciliar os interesses, já que as cobranças podem ser avassaladoras. Enquanto que relações construídas inicialmente em vínculos de amizade em geral permitem menos mistura, pouca transferência (paixão pelo médico), menos despersonalização, menos submissão, menos domínio.

Sabemos que príncipes podem se metamorfosear em Sapos e Sapos podem realmente serem sapos, mas têm a possibilidade de se transformarem em príncipes. Pensando bem, já vi muitos príncipes e princesas, no dia a dia, se desnudando e mostrando que não passam de grandes farsantes.

Esta reflexão me remete a outra: O que você procura na vida? Amar ou ser amada? A tendência é querermos os dois, mas isso é resultado do crescimento e amadurecimento dos envolvidos na relação. O discurso amoroso muitas vezes é enganador. O amor pelo outro pode ser apenas “o amor que sentimos pela nossa capacidade de amar” , e nos permitir sermos amados é um duro trabalho de aprendizagem.

Neste sonho vejo um avanço nas relações entre conteúdos de origem masculina e feminina. Em sonhos anteriores localizamos conflitos dessa natureza, mas parece-me que ocorreu diminuição dos conflitos e aproximação de naturezas opostas.  O movimento e a paixão do amigo por você, e a dinâmica de paixão da mulher pelo médico. ( Ambos sinalizam movimentos de vinculos e de proximidade). Isto é importante para que possa ocorrer a integração de conteúdos de natureza opostas.
Seria interessante voce observar se os sonhos de gravidez (recorrentes) ocorrem no seu período de maior fertilidade mensal, ou  se antecedem este  período. Se o antecedem podem, significar alerta na prática sexual, proteção para não cometer erros de estratégia, ou podem sinalizar desejos e realizar esta sua natureza materna e insegurança por conta de relações instaveis.

PARLAMENTO


Depois disso eu já estava no Parlamento Britânico acompanhada de minha mãe, irmã, cunhado e sobrinha. A visita ao parlamento era vigiada por câmeras, de forma que após a visitação os turistas podiam pedir a gravação de si no local. Havia uma máquina na recepção própria para selecionar e retirar a filmagem. Achei aquilo muito diferente e bom. Depois disso passamos numa loja de fotos donde meu cunhado mandou revelar algumas. Havia uma maquininha própria que era só encaixar a maquina fotográfica e as fotos saiam impressas numa tira corrida. Não precisava nem de atendente, pois o dinheiro era colocado direto na máquina, a qual era pequena, do tamanho de um livro. Eu estava de salto e o chão escorregava muito, de forma que comecei a ficar para trás quando todos saíram da loja. Ao sair dela, correndo para alcançar o pessoal, comentei que ali parecia a França por causa das ruas de cascalho e as casas suspensas. Não conheço a França e muito menos o Parlamento Britânico e nisso o sonho assemelha-se ao anterior das campânulas e os Cânions. As casas não ficavam no chão e é difícil descrevê-las. Pareciam taperas bem conservadas feitas de madeira com barro pintado e para entrar nelas tinha de subir em escadas que ficavam suspensas. Algumas tinham escadas com degraus normais praticamente dependurados na porta, mas outras escadas de madeira eram completamente na vertical e fiquei pensando como as pessoas se adaptavam àquilo. Eu me sentia muito tranqüila por ali, ou seja, não me sentia uma turista passeando. Eu conhecia muito bem aquele local, sabia o que tinha depois daquele povoado, tanto de um lado quanto do outro. Nessa parte do sonho minha mãe subiu nos dois pequenos degraus que davam a soleira de uma casinha que ficava no bico de uma ruela e perguntou a uma senhora que apareceu na janela se a Dona Luzia já chegara. Não sei que Luzia era essa e na vida real também não conheço nenhuma pessoa com tal nome. Não me lembro mais nada. Enfim, são sonhos que não parecem ter nada a ver com meu cotidiano ou realidade de momento.

“sm (ingl parliament) 1 Dir Câmara ou conjunto das duas câmaras (o Senado e a Câmara dos Deputados) que na maioria dos países constitucionais exercem o Poder Legislativo; congresso nacional. 2 Antiga assembléia dos Grandes, na França.

adj (parlamento+ário) 1 Que parlamenta ou é próprio para parlamentar. 2 Que é próprio de um parlamentário. sm 1 Aquele que parlamenta. 2 Veículo que conduz quem vai parlamentar com o inimigo.”

Manifesto duas associações, que me passam:

• O sonho sinaliza sua entrada em espaço de conciliação de conflitos, debates e redefinição de leis, regras, referencias, conceitos, pode significar avanço nas relações familiares;

• O sonho compensa aquilo que não existe e sinaliza o caminho e a necessidade de romper com parâmetros de relações que favorecem conflitos te colocando no espaço (parla) do debate para que você possa buscar soluções que favoreçam a administração dos conflitos familiares  através da tolerância, diálogo e compreensão, generosidade, amorosidade, entendimento. Avance em comportamentos mais tolerantes e menos reativos.

Neste aspecto a França complementa e enriquece a imagem onírica, ela pode representar o Renascimento, dos princípios de Fraternidade, Igualdade e Liberdade. A escada é a ascensão, aprimoramento e o avanço necessário , a mudança de estágio e dona Luzia pode representa o DOM de LUZIR, o dom de iluminar. Interessante é que não podemos esquecer que o Renascimento tambem é chamado de... Iluminismo, tempo de luz.

Se considerarmos o sonho como compensatório, penso que uma mudança de atitude, de comportamento poderá significar para você e para a sua familia uma mudança de vida e  momentos de encontro com a dona Luz ia. Procurar e colocar a dona Luzia na sua vida deve ser seu propósito. Sem luz, falta energia para seguir.

Adendo: Esta segunda parte complementa a primeira por um detalhe: se nos aproximamos do sentido de Dona Luzia, a procura da mulher que trás luz pode estar associada à conciliação entre opostos, masculino e feminino ( tônica da primeira parte).

“Luzir - (lat lucere) vint 1 Emitir luz, espalhar ou irradiar luz: Luzem as estrelas. vint 2 Refletir a luz: As areias luziam como cristais. vint 3 Brilhar: ...luzia estranhamente qualquer coisa, com claridade quase cor de enxofre (Valdomiro Silveira). vtd 4 Fazer brilhar, irradiar: O amanhecer luzia as primeiras claridades. Unipessoal no sentido próprio; no figurado, conjuga-se em todas as pessoas: Não luzo pela riqueza. Luzimos por Cristo. Luzir o buraco, pop: raiar o dia. Luzir o olho: abrir demasiadamente os olhos, em sinal de desejo por uma coisa.”

 Fique com essas reflexões para realizar a tua. Bye

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

KENIA CHAN


Capa do Livro de Conroy Maddox


Acho tão gosotoso sonhar... Aind é um mistério não é verdade?
Sonho todas as noites e geralmente me lembro. Na maioria das vezes as sensações que ele me deu, me persegue o dia todo...

Gostei da interpretação que deu. Da analogia que seu sonho fez entre estar boiando na agua e estar boiando em suas decisões e vida.

Eu ainda acredito que sonho é uma analogia. Simplesmente uma analogia.

Olá! Kenia Chan

Obrigado pela participação e generosidade. Acompanhando clientes em processo psicoterápico, dentro do cenário e ambiente terapêutico eu me permito pensar em interpretação do significado dos sonhos. Mas na proposta do blog e neste cenário tenho preferido pensar, humildemente, em “leitura”, pelas condições especiais do instrumento e da carência de comunicação e informações.

Você toca em um ponto essencial:

• A leitura analógica, se assim posso chamar e aproveitando a sua observação.

E Eu acrescento um outro:

• A conquista da simplicidade, da síntese.

Estes dois aspectos são delicados e fronteiriços de uma realidade que pode nos levar ao engano, mas parece que quando atingimos o alvo acende-se uma luz que pode, como um Farol, nos direcionar o caminho.

É verdade, sonhos são mistérios a serem desvendados. Os sonhos são originários de uma dimensão primordial da existência, a busca é tentar compreendê-los para decifrar a mensagem entre a nossa realidade e a realidade dos sonhos e o que esse centro primordial tem para nos dizer, auxiliar, conduzir, reordenar.
No dia a dia não é de estranhar que pessoas no nosso entorno façam referência ao “non Sense” da vida, e é possível passar uma vida inteira vivendo uma vida em que não se encontra sentido para a existência. Na minha busca pessoal encontrei nos sonhos uma possibilidade de conexão com o “Espírito do Tempo”, que pode ser chamado de “Espírito Santo”, “Divino”, etc. De uma coisa eu já tenho certeza: quando abrimos espaço para essa conexão abrimos espaço para escutar e permitir a manifestação do mais profundo de nós mesmos, e isso para mim tem sido um caminho de saúde mental e bem estar.
No caso do significado da imagem que você cita, ele nasce de um processo que agora aproveito para descrever, já que o objetivo de blog é compartilhar informações com aqueles que queiram conhecer uma vertente de entendimento do significado de sonhos.
Ao longo de minha vida e do meu trabalho, aprendi a me escutar. Assim quando me proponho a fazer uma análise de sonhos de um cliente, me coloco numa situação de concentração total para fazer a escuta. É quase como me retirar para o “silêncio” espiritual, e a partir da escuta inicio o processo de dissecação dos eventos oníricos. Em geral, quando passo por esse estágio é que me vem as “Associações”, resultantes de investigação lógica, leitura e escuta que meu inconsciente faz das informações que recebeu, associações que me vêm, significado de imagens e o que representam para mim e para o outro. Sendo que há a considerar que a representação, codificação e associações do Cliente é de fundamental importância.

Aqui neste universo, e neste instrumento experimento uma condição, a princípio, absolutamente precária, já que me faltam informações do “outro”. Tenho recursos limitados na minha comunicação inconsciente e consciente com o “outro” e por isso muitas vezes a leitura pode aparecer pobre, mesmo que pelas condições eu as credite como especiais. Existem pessoas que fazem leituras fantásticas, mas frente às minhas dificuldades prefiro tatear aos poucos este instrumento para não incorrer em erros, banalização de leitura, ou reducionismo.

A imagem referida é direta, mas na primeira leitura que fiz no dia 3.12 no início da noite, absolutamente nada me veio. Como não tive oportunidade de me envolver novamente com o sonho, ele, em princípio, me apareceu impenetrável. Apenas hoje quando realizei a segunda leitura essa imagem me veio com clareza, e apesar de não ter certeza parece que faz sentido.

Portanto, reconheço sua observação como perspicaz. Até penso que essa analogia a que você se refere seja uma tradução do sentido de “Associação”, que é a busca do significado correspondente. Mesmo que os sonhos pareçam irreais e ilógicos, não podemos esquecer que a lógica é conquista da natureza da matéria pensante. A natureza contém lógica na sua ordenação e mesmo quando lidamos com universos distintos, apesar de interagirmos com diferentes dimensões, nos resta tentar compreender o que temos em comum, sem reduzir uma realidade à outra.

                                                       Obrigado!

ANALOGIA: sf (gr analogía) 1 Qualidade de análogo. 2 Proporção matemática ou igualdade de razões. 3 Semelhança de propriedades. 4 Semelhança em algumas particularidades, de funções etc., sem que haja igualdade atual ou completa: Não há como negar a analogia entre o coração e uma bomba aspirante-premente. 5 Filos Identidade de relação entre seres de natureza diferente. 6 No ocultismo, método lógico intermediário entre a dedução e a indução, pertencente à teoria. Antôn: diferença. Raciocinar por analogia: julgar pelas semelhanças que existem entre os fatos.

domingo, 6 de dezembro de 2009

TORMENTOS


Olá, Estou tendo muitos sonhos tumultuados e confusos. Essa noite eu sonhei que estava num grande tanque de água, muito fundo, mas eu parecia um isopor na água e sem fazer nada me conservava facilmente a flutuar. A água estava manchada de azul numa parte, como se fosse uma tinta que não se misturasse em toda a água e ficasse apenas numa parte do reservatório. Não sei porque, mas havia uns desenhos de baleias e eu disse a minha mãe que ela havia matado um dos filhotes de uma baleia ao fazer o parto do animal, pois eram dois filhotes e não apenas um. Voltei a sonhar com água outras vezes, mas não recordo.


Olá! Sonhos tumultuados e confusos muitas vezes refletem estado emocional conturbado em nossa realidade ou cenário complexo de pressão atuando sobre você.

A associação que me vem é de que quem flutua no tanque d’água está ao sabor das ondas. Considerando que é um tanque com correntes (de água) inexistentes você não corre perigo mas o perigo pode estar na mudança da realidade. Veja bem: Se você já boiou no mar você sabe que as correntes te levam para onde elas se direcionam e não para onde você quer ir. Tábua na água, para onde a corrente levar ela vai. Isto pode significar que você está “BOIANDO”, precisando tomar a direção de sua vida, ser a agente Ativa e não Passiva. O mar como a água representa o ambiente do estado primordial. Neste aspecto o sonho pode estar apenas compensando um ambiente carregado de pressão te situando num cenário uterino de proteção e segurança. Aquele ambiente onde bastava ficar e viver. Naturalmente o tanque de água remete ao útero materno onde o feto flutua, estado regredido. E este é um mecanismo que a psique utiliza, recua para proteger. O momento evidencia necessidade de proteção? voce está insegura? se sentindo só? desprotegida? precisando de um lugar de conforto? O que você sabe de sua gestação? Há ocorrências de gêmeos na família? Sua mãe teve natimorto? Investigue.