quinta-feira, 8 de julho de 2010

CAMINHOS


CARLA 103


Não sei se nessa sequência exata, fiquei hospedada na casa de alguém onde eu tinha de ajudar a fazer uma espécie de ritual ou macumba que era feita diariamente antes do sol nascer. Acho que era para um bebê crescer forte ou ficar saudável, mas não tenho certeza. Lembro que eu houvera pegado os materiais (eram sempre os mesmos) e nisso tive que retornar para buscar um tomate bem maduro que eu houvera esquecido. Eu parecia bem envolvida naquilo como se tivesse prática para tal, mesmo sendo eu apenas uma ajudante. Sentia como se além da ajuda em si eu estivesse contribuindo com minha própria energia. Eu me sentia útil, consciente do que fazia e isso era muito bom. Logo depois eu estava com uma jovem que segurava uma criança com pouco mais de um ano, mas ela teve de fazer algo e deixou a mesma comigo. Era uma criança tão esperta que parecia um adulto. Nisso ele se transformou num gato que parecia gente e inclusive estava segurando uma xícara com café do qual bebia. Esse gato me cheirou e com sua pata segurando em minha mão, puxou-me para um canto isolado. Lá ele se transformou numa mulher e ela pareceu-se muito interessada em mim, mas não recordo direito o que conversamos. Eu me sentia muito a vontade e de certa forma até mesmo agraciada. A mulher voltou primeiro para o local anterior e demorei para retornar, pois queria prender o cabelo e o prendedor não fechava. Quando lá cheguei, a jovem que segurava o bebê perguntou se eu gostava de beijar e respondi que sim, dizendo que inclusive beijaria uma outra mulher por questão de curiosidade. Saí com essas duas jovens e entramos num local dançante. Eu não lembro do que se passou por lá, mas ao sair perdemos o primeiro ônibus. Quando passou o segundo ela entrou, mas eu não consegui entrar nele também (não recordo por qual motivo, parece que eu perdera minha carteira). Logo em seguida a jovem que pegara o ônibus apareceu dizendo que descera no primeiro ponto e retornara, pois eu não sabia voltar sozinha para casa e, portanto, ela não poderia me deixar para trás. Isso fez-me crer que ela realmente era confiável. Nisso a outra mulher apareceu e querendo acertar as contas falou que minha despesa tinha ficado em quarenta e cinco reais. Achei muito caro, mas nisso outro ônibus veio e não tive como analisar os gastos direito. Sentei ao lado de um jovem que também havia estado no local. Comentei com ele que não gostava de dividir despesas, mas sim de pagar unicamente a minha própria despesa. Falei sobre uma viagem que fizera com uma amiga e a raiva que passara pelo fato dela impor a divisão de todas as despesas, mesmo àquelas donde ela gastava mais do que eu (isso é um fato real que me aconteceu). Perguntei para ele o valor da entrada no local dançante e ele respondeu que eram quarenta reais. Então aceitei melhor o valor que me fora cobrado, pois embora continuasse achando caro, sabia que ninguém houvera me explorado ou me trapaceado. Quando desci do ônibus com esse jovem, ele me levou para assistir um filme sobre seu futuro, o qual havia sido feito baseado em fatos reais ainda não acontecidos, mas revelados por um médium vidente de bastante prestigio. No filme esse jovem havia se tornado uma pessoa de grande importância em questão de trabalhos caritativos e possuía vários dons, dentre eles o de cura que era o mais utilizado. Fiquei impressionada e até mesmo com uma ponta de inveja. Eu adoraria que algo do gênero (uma revelação de um bom futuro, principalmente ligado a trabalhos de cunho religioso) me acontecesse também. Por fim eu estava perto de casa quando vi um avião caindo nas proximidades. Uma multidão de pessoas começou a correr e fiquei sem saber se corria também ou se ia para casa (na direção contraria da multidão) avisar quem lá estava sobre a tragédia e o provável perigo de uma explosão alastradora. Nisso fui me sentindo em minha cama (como se eu houvesse voltado para casa instantaneamente apenas com o pensamento de para ela voltar) e acordei assustada pensando se algum avião teria acabado de cair por perto. Com certo custo dei-me conta de que estava apenas sonhando e voltei a dormir. Não tenho certeza se os sonhos foram nessa ordem, mas fui escrevendo conforme lembrei. Foi uma noite muito longa.

pensamento mágico,
auto estima em equilíbrio,
adulto a cuidar da criança
criança que cresce
metamorfose em gato.

Parece-me que o sonho envolve a sua relação com o coletivo e os desafios que, como todos, tem que enfrentar. Aparece a curiosidade de beijar mulher, possivelmente pela identificação e pela dificuldade de relacionar-se com a figura masculina. À medida que os homens não realizam suas expectativas e não satisfaz sua necessidade de construção de um relacionamento consistente, você, como que, é empurrada para o relacionamento com o feminino que favorece a facilidade a partir da identidade de natureza. Mesmo que a autoestima favoreça esse envolvimento, e a curiosidade possa ser satisfeita, o medo e os bloqueios a impedem.

No inicio do sonho fica claro a proeminência do pensamento mágico e ritual (espécie de ritual ou macumba que era feita diariamente antes do sol nascer. Acho que era para um bebê crescer forte ou ficar saudável), ou é possível que a indicação desse caminho ritualístico seja sinal de desenvolvimento e crescimento para se libertar da conturbação que se segue e que pode espelhar a sua vida.

O gato, já foi visto, parece ser um espelho pessoal, pela mansidão, oportunismo, e por ser felino. Mas também indica movimentos de metamorfose de sua energética. Podem também sinalizar para o caminho de circular no cenário humano de forma mais sutil, já que a rigidez favorece o encontro de resistência e confrontos.

Você continua suscetível à sedução, seduzível. O que indica riscos. Observe o caminho do meio, nem tão defensiva nem tão seduzível, mas silenciosa como um felino.

É bom fica atenta para suas relações de troca e com o dinheiro. Você sempre aparece como aqueles que têm dificuldade em gastar, ou pagar, não sei se pela falta (miserê) ou pelo pão durismo (miserável). Nesta vida poucos são os miseráveis que prosperam sem aprender a compartilhar e a trocar, a maioria deles fica encalacrada na miséria que criam ao redor.

Partilhar e trocar são formas de comungar afeto, e mesmo que essa sociedade materialista e egocentrada conduzam as pessoas à possessividade material e acúmulo, o exercício da comunhão abre as portas para que penetremos no fluxo do rio da prosperidade, enquanto que os miseráveis, ainda que acumulem bens materiais, se tornam pobres e espiritualmente refratários. Cuidado!
É preciso articular bem os seus propósitos para superar as carências e romper com os obstáculos que impedem sua prosperidade para que o rio de sua vida corra de forma mais livre.

Será que há conflito entre qual caminho seguir: espiritualidade ou o anseio material? O futuro nos construimos no presente. tolos são os que buscam solucões instantâneas para problemas materiais, que em geral são resultantes de erros do passado.

O avião? Caia na real, caiu na terra! Ou... Caiu na terra, caia na real!

Entre outros, alguns dados significativos. Bye

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