sexta-feira, 23 de julho de 2010

ÉTICA E OPORTUNISMO


CARLA 122


Em terceiro eu estava numa piscina que mais parecia um rio, pois era rústica e o interior era recoberto de pedras (haviam outras piscinas de fibra de vidro no local) e havia uma mulher com um papagaio. Fiquei admirada do bicho não se afogar. Minha mãe estava fora da piscina e segurava um cachorrinho de pelúcia da minha sobrinha. Ela comentou que ia ficar com aquele e depois daria vários para minha sobrinha. Era como se o objeto tivesse um valor muito maior do que qualquer outro. Não entendi o apego dela com aquele brinquedo.

A regra parece simples: Papagaio que aprende “avoar” sabe boiar. Quem aprende a nadar, corre menos risco de se afogar. Quem aprende a navegar nesta realidade tem mais chances de se dar bem. É uma questão de ampliar o repertório ou as possibilidades de responder mais adequadamente à imprevisibilidade da vida.

Diferentemente do papagaio que não se afoga a resposta da “mãe” aparece como oportunista e sem ética, ela não aprendeu a nadar.

Neste aspecto, mesmo que o oportunista aprenda a se dar bem tirando pirulito da boca de crianças, ele se mostra descompromissado com valores morais e princípios básicos de ética. O Que, para mim, é sinal de contra mão da civilidade e do aprimoramento pessoal. Conceitos equivocados que induzem ao simplismo, como se pudessemos nos excluir da responsabilidade por nossos atos.

Pessoas comprometidas apenas com seus interesses pessoais relevam princípios fundamentais que protegem e blindam nossa saúde mental. No frigir dos ovos sempre pagam pelos erros acumulados, mesmo que atônitos se lamentem: Mas porque isso acontece comigo?

O apego, a posse, a competição. Em sonho anterior você competia com sua sobrinha pelo afeto materno, e agora você assiste a mãe retirar da neta, sua sobrinha, o seu objeto de afeto, o cachorrinho, substituindo-o por outros quaisquer. Ausência de compaixão? Egoísmo? Punição? Falta de afeto materno?

Você assiste ao oportunismo. O outro não merece o melhor. O outro pode ser subestimado. Será que responsabiliza sua mãe por seu lado egoísta, oportunista, sem ética? Ou será que essa criança é o seu lado ingênuo que você mesma subestima em você.

Sua mãe é a imagem, o símbolo, o conceito, que possui dela, é assim que a percebe. Considere que essa representação está além do seu amor por ela, e não nos cabe julgá-la, já que o conteúdo representado necessariamente não é o que ela é na realidade. É apenas conteúdo incorporado por você, o que foi assimilado a partir de seu ponto de vista, da relação construída e da história que viveram.


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