sábado, 5 de junho de 2010

SOBRE O ARBÍTRIO E A CONSCIÊNCIA

  Spiritus Sanctus

Avanço um pouco mais em algumas questões levantadas no post anterior.

O inconsciente independente do sujeito amplia a imagem, ou inverte o mecanismo de percepção do sujeito, como consciencia, produzindo a sensação de aumento da imagem e criando um bloqueio na ação do sujeito com o objetivo de paralizá-lo. Neste último caso o controle total e de tudo completamente nos subjuga e a consciência é apenas um ramo desta força maior sem um mínimo de árbitrio.

Eu sempre tendo a acreditar que o arbitrio é relativo mas existe, e temos uma única possibilidade: a de fazer algum tipo de escolha, o que determina, em nós, a existência de uma individualidade, como sujeito, menos subjugada na rede da vida, no universo.

Na primeira possibilidade somos ingnificantes.

Na segunda possibilidade não somos tão insignificantes. Como depositários de uma natureza onde a matéria se manifesta em estado de consciência, somos significativos como banco de dados dessa matéria inteligente, mas também somos como a criatura do criador que se manifesta com vontade própria.
Em princípio somos como que impotentes diante dos caminhos da vida e da morte, ou até da continuidade da vida em nova forma. Mas esse dilema sempre inquietou a humanidade na relação do homem com as máquinas. O imaginário humano sempre foi invadido pela idéia da revolta das máquinas que criamos, contra nós seu criador.
No filme Blade Runner essa abordagem se sofistica e mostra a máquina (espelho humano) como um espelho do criador. No filme, aqueles seres excepcionais se revoltam contra o criador porque não aceitam o destino de ter que  morrer depois de terem experimentado o sabor da vida, e terem gostado do que provaram. Há similar biblico nesta metáfora.
Entre tantos aspectos significantes em Blade Runner, este como que salta do filme: As máquinas não são as máquinas insensíveis, mas máquinas que descobrem o amor, o sentimento, as emoções. Descobrem o amor pela vida! Mas terão que aceitar o destino trágico, a morte, (bem analisado pelo prêmio Pullitzer,Ernest Backer,  em A Negação da Morte, que aborda nosso destino trágico).
Como dizia, o que salta do filme é esta associação, as máquinas não são as máquinas, Somos nós. Nós que sentimos, que choramos, amamos, e...  temos o poder de sermos, entre outros seres possíveis existentes, testemunhas da magnitude fantástica deste universo.
E como máquinas, com tempo de funcionamento prédeterminado, variando um pouco para mais ou para menos, mas como depositários da consciencia da matéria podemos não apenas mudar o destino da vida quanto nosso próprio destino. Ainda que nossa possibilidade de intervenção seja ínfima.

No filme Blade Runner a pomba é a última imagem: O espírito sobrevive, em nossa esperança, ao defecho trágico, à morte, ao fim, e ascende livre, etérea, como espectro multidimensional.


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