sábado, 26 de junho de 2010

ÀGUAS EM ONDAS


CH 98


"Adorei a análise das projeções e o fato delas significarem um distanciamento ou ruptura com os conteúdos autônomos. Parece complicado entender como isso acontece dentro da psique, mas o importante é estar acontecendo."

Conteúdos autônomos quando existem podem ser dissolvidos, acrescidos, transformados ou metamorfoseados.

Sabe-se que algum acontecimento pode gerá-los e que nova configuração mental, comportamento ou escolhas os dissolvem. Quando isso acontece penso que eles são responsáveis por um uma mudança de nível da consciência, para mais, produzindo uma transformação de consciência, um estado mental mais blindado, mais consistente, mais amadurecido.

Quando digo mais blindado penso num estado mental, configurado de uma forma que aumenta o limiar de resistência das funções mentais. O aumento dessa resistência faz com que o individuo fique menos suscetível ao impacto dos estímulos externos, o sujeito fica mais diferenciado do meio, portanto mais protegido de reações intempestivas, passionais, pulsionais, Mais protegido porque não responde reativamente a acontecimentos externos o que lhe favorece nas respostas ao meio e à obtenção de mais sucessos em suas intervenções, além naturalmente, de proteger-lhe evitando a perda do controle em decorrência de estímulos ou ações em que poderia sucumbir.

Um pequeno exemplo: Num embate emocional entre indivíduos passionais, eles podem ser tomados por impulsos reativos respondendo de forma destrutiva e até aniquiladora. Abandonam o embate formal, simbólico, nas palavras e partem para agressões físicas. A força física pode ser mobilizada em nível profundo de Ira, o que significará a perda do controle e a ação destrutiva do ódio descontrolado. Os crimes passionais se incluem neste estágio. O individuo se acha no direito de aniquilar o outro. Mata-se até em nome do “Amor”. Neste caso conteúdos autônomos podem assumir o controle do individuo levando-o a responder de forma parcial, caprichosa, passional, pulsional, impulsiva, sem medir as consequências da resposta.

Se o individuo for diferenciado, estará consciente de sua dignidade e não responderá com o amor próprio ameaçado. Evitará o comportamento descontrolado. Respeitará diferenças, escolhas e aceitará o “não”, sem precisar matar fisicamente o outro.

Como dizia, os conteúdos podem ser dissolvidos e integrados à consciência. Quando não são considerados, eles podem crescer e ocupar indevidamente espaços vazios, vagalhões, ausência, instabilidades, brechas deixadas pela falta de linearidade da consciência e invadi-la, ocupando indevidamente estas brechas.

Sabemos que a consciência não é linear. Ela não é Contínua. As pessoas tentam produzir uma continuidade, se aprisionando num espaço limitado e controlável que não passa de ilusão. Tentam fazer isso através do pensamento ou do controle prévio dos acontecimentos ou do exterior. Pura ilusão! A consciência é descontínua, funciona como ONDAS. E nos Vácuos, o inconsciente pode prevalecer.

Eu acredito que quando passamos a considerar o mundo interior e a reordená-lo, produzimos uma nova configuração, pois estabelecemos uma nova forma de funcionar interferindo na ordenação disciplinada através da consciência. Desta forma estabelecemos novas dinâmicas de funcionamento psíquico, inclusive o nível vibracional de nossas ondas mentais. Estes novos níveis podem alterar polaridades energéticas, e até o campo eletromagnético do cérebro gerando como consequência a dissolução de conteúdos autônomos que se organizavam como estados subliminares de consciência, fragmentos de egos, com o poder de interferir, comandar e ocupar a consciência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário