quarta-feira, 2 de junho de 2010

COITO INTERRUPTO



CH 78
Sonhei que eu estava com dois rapazes. Um deles se mostrava interessado em mim e falava com o outro evidenciando-me. Comentei que certa vez gostara de um rapaz parecido com ele, mas que havíamos nos encontrado umas três ou quatro vezes e somente um ou dois beijos fora trocado. Disse que havia me sentido desprezada e expliquei o motivo: o rapaz era gay. Isso de fato é verdade, mas no sonho eu parecia ter certeza da sexualidade desse terceiro, algo que na vida real ficou sendo apenas uma suposição, uma ideia (um tanto absurda) que fiz do sujeito por ele não ter se interessado o suficiente por mim. Eu conversava bem perto olhando para seus olhos, uma mistura de azul com cinza que me atraía. Ele elogiava-me para o amigo do lado: tanto ele se envaidecia quanto eu. Nisso nos beijamos. Alguma coisa nele não me agradava, apesar dos beijos serem bons. Era como se eu estivesse sendo esnobada, mas preferisse acreditar na possibilidade daquele relacionamento. Conforme o clima foi esquentando, o amigo dele saiu de cena e apareceu uma mulher trazendo uma camisinha e, numa brincadeira, disse que eu sabia o que fazer com aquilo. Havia a sensação de estar me entregando ao outro rápido de mais, o que me gerava insegurança. Por conta disso, era como se eu estivesse mais disposta do que desejosa, ou seja, a falta de segurança diminuía meu prazer estimulativo do desejo. Entretanto, o homem foi se transformando em um pequeno boneco conforme lhe coloquei a camisinha. Fiquei com o boneco na mão sem entender o que estava de fato acontecendo. Daí a mulher falou que ia ficar ali esperando eu utilizá-lo. Fiquei esbabacada quando entendi o sentido lógico do que ela houvera dito. Em momento algum tinha suposto que o boneco teria uma finalidade masturbatória. Fragilizada, confessei que houvera sido muito tola, pois acreditara fielmente que estava sendo desejada. No sonho eu percebia a situação como se o sujeito houvesse brincado com meus sentimentos desaparecendo e deixando aquele boneco para rir de mim, ou seja, eu não via o homem no boneco em si. É como se a utopia do envolvimento houvesse se transformado na realidade de usar aquele boneco-objeto. Recusei-me a usar aquilo, dizendo que houvera perdido o clima, pois obviamente não era o que eu queria, muito menos na presença daquela mulher desconhecida. A recorrência da homossexualidade nesse sonho por certo deve explicar ou revelar mais alguma coisa sobre minha personalidade. Foi um sonho desgostoso.

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