sexta-feira, 4 de junho de 2010

FEED BACK 19

 Dart Vader - Guerra nas Estrelas
representação do arquétipo Sombra

A troca dos papeis do sonho demonstra que eu não me exponho para não estarrecer minha mãe. É isso? Se for é uma boa verdade. Não consigo me expor ao coletivo na presença materna. Por outro lado, independente da figura materna, eu busco a exposição pois gosto dela, faz bem ao meu ego que quer ser evidenciado, mas, ao mesmo tempo, tenho medo e provoco a fuga. A busca por um parceiro e o desejo de casamento também são reais.

Muito Bem, garota! Essa é a leitura.

O que significa além do perfeccionismo ter um lado sombra configurado em um rato?

O rato pode ser representação simbólica de conteúdos arquetípicos da Sombra. O que representa? Animal furtivo, fugidio, esperto, oportunista. Divindade maléfica no antigo Egito, pestilento. Na idade média era associado ao demônio.

O perfeccionismo tenta esconder o rato, mas o rato furtivo aflora para desinflar, reduzir o perfeccionismo, a idealização, que suga o sujeito da realidade, levando-o para a terra do nunca, onde o aniquila como sujeito. O rato vem para espelhar a realidade e mostrar: veja! Você não é essa maravilha toda, veja a realidade, a verdade da sua natureza, você tem um lado que anseia por luz e pela transformação, limpe sua sujeira, transforme suas deformações, aprimore-se ao invés de ficar se acreditando Deus. Somos o belo, mas também somos o feio. Quando me faço apenas belo, o feio surge para equilibrar a relação, mostrando que não sou tão belo, e se quiser sê-lo é preciso aprimoração e lapidação, um trabalho árduo de metamorfose das sombras para a iluminação.

Não esconder o lado sombra seria o mesmo que não esconder os defeitos e tendências negativas que temos ou seria evidenciá-los conscientemente?

Tai, fico refletindo sobre a tarefa de esconder o lado sombra. Não há como. Ele é parte da dinâmica da vida, aflora, e de uma ou outra forma ela aparece. Também sinto que a questão não é soltar os bichos, abrir a caixa, mas reconhecer esse nosso lado e transformá-lo em conteúdo mais positivo, reordenado, construtivo. Por isso essa integração dos opostos é uma grande jornada pela vida. Se você tentar aprisioná-lo ele aflorará com força redobrada, se soltá-lo você pode abrir espaço para uma força poderosa e destrutiva. Transforme-o em algo positivo e terás uma fonte de energia poderosa que te auxiliará na sua caminhada.

Negar a noite? Engrandecer o dia? Ambos constituem a vida, Quando aprendemos a conhecer nosso lado sombra, desenvolvemos a humildade para nos reconhecer limitados, mas esse reconhecimento e essa aceitação nos permite incorporar o desconhecido em nós, iluminar o escondido e quem sabe descobrir tesouros.
Muito válido pensar que deixo os outros tomarem decisões por mim, sejam de forma direta ou indireta. Muitas vezes sinto a vida cobrar escolhas que não sei fazer. Por mais responsável que queira ser perante minhas decisões e atitudes, fico muito indecisa exatamente por não querer agir de modo imoral, porém parece que o limite da imoralidade está mais na minha cabeça do que nos fatos em si. Mesmo que eu me posicione, ainda assim fico sem saber se fiz o certo ou se fui apenas uma tola. Creio que minha maior severidade está nesse não saber que teme ousar para vir, a saber, tarde demais. Daí viria as fugas para o mundo da fantasia. Acho sim que me conturbo demais nessa busca de saber como agir com a perfeita certeza de que faço o que é perfeitamente certo. Desvencilhar-me disso parece tão difícil quase impossível por ser muito autônomo.

Essa certeza pode ser impossível conquistá-la. Por isso o perfeccionismo, serve para esconder sua dificuldade de se lançar, se aventurar, se expor. Reavalie a rigidez de seus conceitos morais. O excesso de moralidade pode ser perverso ou a tentativa de esconder uma natureza que é original. Mas quando esse moralismo busca negar o seu lado supostamente imoral, você será severamente confrontada e aquilo que seria natural tenderá a aflora deformado e pervertido colocando em cheque sua moralidade. Quando se consegue, mesmo assim, segurar essa força, ela pode explodir em forma de neurose ou outras patologias. Você precisa encontrar um caminho para viver os seus desejos, aos poucos de maneira suave aprendemos a administrar o sagrado e o profano sem precisar tingir de dejetos nossos princípios. Quando existem princípios podemos administrar nossos desejos, e até transformá-los. O caminho é o amor, a autenticidade, a verdade, o afeto, a coragem, o respeito por nós e pelos outros. Quando descobrimos nossa animalidade pensamos que podemos trancafiá-la no armário. Impossível. Ela se transforma em um monstro fora de controle. Mas quando aceitamos essa nossa natureza imperfeita, temos a chance de transformá-la e de aplacar seu primitivismo. Assim a vida fica fácil e os nossos princípios deixam de serem clausuras de perfeição para se tornarem um ensaio ético da generosidade e do afeto onde podemos nos refugiar vivendo a harmonia e o prazer.

As exigências da realidade seriam criações minhas perante o que me desagrada na vida? Creio que na maioria das situações sou sim indiferente ao coletivo por puro egoismo e exacerbada preocupação. Como mudar isso?

Reconhecer essa natureza é o primeiro passo.

A partir do reconhecimento cada novo momento lhe dará a chance de fazer novas escolhas: ser egoísta ou renunciar ao egoísmo? Partilhar? Mas agora existe a consciência. Ser dirigido por ela ou pela direção do passado? Ser guiado pelo desconhecimento, pela ignorância? Fingir que não reconhece ou identifica o seu comportamento egoísta?

A partir de agora é seu o poder de escolher qual caminho seguir, qual atitude tomar, como se comportar.

Depois que tomamos do vinho, reconhecemos o sabor do prazer. Beber o sangue pode ser um grande dissabor. A consciência nos permite essa escolha. Escolher o melhor.

Brindemos... Às boas escolhas!

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