segunda-feira, 18 de outubro de 2010

SELETIVIDADE

imagem do livro:      Tantra O caminho da Aceitação
OSHO - Ed. Cultrix -

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Já notei que existe uma complicação comigo: geralmente os homens que se interessam por mim são agitados, másculos e aparentemente nada neles me atraem além da beleza física ou posição financeira-profissional. Ao contrário disso, me interesso por homens mais afetivos, calmos, sensíveis e delicados, os quais, por sua vez, parecem não se interessarem o suficiente por mim.

O que explica essa atração trocada e não correspondida?

Existe alguma relação com a anima e o animus?
Somos em nossas atividades, no cenário que estamos inseridos, direcionados por uma seletividade perceptiva que acaba focando a nossa atenção em situações, acontecimentos e pessoas que são capazes de mobilizar, ou que mobilizam nossos interesses. Nossas escolhas, atitudes, ações ou movimentos  nascem nesses momentos e são resultados de duas dinâmicas básicas:

1. Um filtro de SELEÇÃO DE INCONSCIENTE;

2. Um filtro de SELETIVIDADE DA CONSCIÊNCIA.

A Seletividade de Inconsciente maneja e conduz os instrumentos perceptivos -visão, audição, sensações tateis e proprioceptivas, olfato - para focar objetos e áreas de interesse que funcionem para atender propósitos predeterminados, que levem a encontros que possam favorecer a construção de confrontos que permitam ao individuo superar desígnios, enigmas, ou pré requistos na definição de realização de seus propósitos ou a fracassos e repetições no infinito oceano do Sansara.

Quando superamos os desafios nos libertamos da repetição e novos desafios se apresentam. Quando não os superarmos os repetimos. Somos, portanto, guiados por uma pré-determinação que é a configuração básica do nosso destino. Essa pré-configuração determina a seleção que guia o interesse associando conteúdos de gênese com características individuais que nos constituem.

A Seletividade de Consciência funciona como um Mediador entre a pré-configuração de desígnios e confrontos existentes no inconsciente, as características individuais que constituem nossa personalidade e o meio no qual estamos inseridos. O mediador atua entre o inconsciente e a consciência porque recebe imputs de inconsciente que definem seus movimentos, intenções e pré-intenções.

Essa seletividade varia de acordo com princípios estéticos, morais, religiosos, políticos, de interesse pessoal, filosóficos, etc., e da natureza do individuo. Um indivíduo esteticamente severo escolherá seu parceiro pela força da imagem do outro; se vaidoso poderá escolher pelo resultado que provocará no coletivo; se intelectual, pela capacidade de ser compreendida ou de compreender, etc.

Para compreender:

Para você, na sua dinâmica, os exemplares masculinos Belos se sentem atraídos por você, e você se sente atraída pelos AfetivosSensíveis que não se interessam por você.

Naturalmente existem pessoas belas, afetivas e sensíveis mesmo que corram mais riscos de serem vaidosos, orgulhos, narcisistas, prepotentes e arrogantes. A beleza é uma armadilha que escondem muitos perigosos, armadilha que muitos caem.

A questão: Porque os belos são atraídos? Porque você é uma mulher que os atrai, deve fazer parte da Tribo das Belas.

Por que não atrai os sensíveis e afetivos? Possivelmente por que seu modelito de Bela usado para atrair os Belos é inadequado para atrair Sensíveis, Afetivos, Calmos e Delicados.

Você precisa descobrir o modelo, se é que existe, que atrai os S,A,C,D. Possivelmente, com o modelito que usa para atrair os Belos, os Afetivos-Sensiveis, devam correr apavorados, como os cristãos fogem do diabo e o diabo foge da cruz. O que não é de se estranhar. Em geral Belos vaidosos narcísicos são caprichosos e cheios de vontades. Se superestimam, querem o mundo girando ao redor de seus umbigos, como Deuses no Olimpo. E geralmente o sensíveis tendem a sucumbir à força assertiva dos vaidosos, portanto escolhas mais inteligentes levem ao distanciamente.

Valha-me Deus!

De qualquer forma escolhas feitas a partir da identidade comum favorecem os parceiros. Quanto menores as identidade maiores as dificuldades de sintonia na relação.

Existe alguma relação com a anima e o animus?

No seu caso a relação com o animus. Que em sua representação, simbolismo e imagem, é revestido de acordo com a sua natureza arquetípica e pode ser acrescido de revestimentos produzidos, por novos imputs de idealização ou de mudanças incorporadas. Assim como a idealização pode ser constituída pela ingerência do inconsciente.. É uma via de mão dupla.

Nós interferimos na maturação do inconsciente como ele procura interferir na nossa formação e condução.

Assim seu padrão de escolha pode ser definido pelos seus projetos idealizados, tanto quanto essa idealização pode sofrer alterações por influencia de inconsciente.

Um indivíduo estético define suas escolhas pelo padrão de beleza que ele idealizou e construiu. Assim como um individuo sensível e carente escolhera pela capacidade do outro de oferecer afeto, Um individuo focado no alimentado escolhera pela capacidade do outro em satisfazer sua oralidade, um alcoólatra escolherá um parceiro que o permita alcoolizarse ou castrar sua compulsão, impondo-lhe os limites que não consegue se impor.

De qualquer forma esse animus será projetado naquele que espelhar sua configuração.

A projeção é como uma GOSMA, ou MIASMA, que projetada no outro, na realidade, define a vinculação de destinos.

Quando o individuo atinge a sua maturação ele deixa de projetar esses miasmas e de promover esses desarranjos pessoais e coletivos.

No seu caso pode haver ambiguidade que lhe dificulta sua escolha. O patrão estético define sua escolha e o afeto define sua necessidade. A estética alimenta o narcisismo e a idealização o afeto alimenta o espírito. A beleza promove instabilidade, o afeto favorece a harmonia. Qual caminho seguir? Agraciar o prazer de conviver com o Belo ou saciar a fome do afeto?

Porque a beleza promove instabilidade?

Porque o universo é impermanente e beleza nenhuma se sustenta.

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