quarta-feira, 27 de outubro de 2010

EU CORUJA, EU GATO




Sonhei que treinava uma coruja branca e mansa a fazer uns malabarismos de voo. Ela pousava no meu punho e eu ficava admirada de ver a inteligência do animal. Entretanto, num determinado exercício ela se machucou e daí ficou arisca, foi para perto da parede e ficou lá parada. Eu fui atrás dela verificar o machucado, mas ela fugiu de mim como se estivesse com medo ou raiva. No que ela afastou-se de mim, foi se transformando num gato, o qual só deixou eu chegar perto ao levar-lhe comida. Uma vez esfomeado não se importou com minha proximidade.

Parece-me a historia de um individuo que nasce, adquire consciência, sabedoria (Fiat lux), a dádiva da natureza e, serelepe, vive ludicamente, voando, experimentando com inteligência. E aí... Se machuca! Riscos da vida. Fica defensiva, cheia de medos e agressiva. Metamorfoseia-se num felino, possivelmente oportunista como um gato, carente, faminto de carinho e de alimentos. Sem autonomia para correr atrás de seu sustento pessoal, sem sua natureza original se submete ao domínio do mais forte e..aceita seu destino.

Esta estória lembra-lhe alguém?

Bem! A coruja é símbolo tradicional de sabedoria e inteligência, mas precisamos mais do que a inteligência mensurável. Precisamos de inteligência emocional, que nos assessore em nossa relação com o mundo. Assim temos mais chances ao lidar com as dificuldades, os problemas, os desafios que a vida nos inflige.

Não basta apenas a inteligência da coruja!

Precisamos ser afetivamente mais inteligentes, menos dependentes, mais ousados.

Não há como escapar dos desígnios da vida! Precisamos de projetos que nos dê suporte e que nos sirva de instrumentos para que possamos realizar nossos destinos.

Lembrando o filosofo dinamarquês Soren Kierkegaard: “Arriscar causa ansiedade, mas deixar de arriscar é começar a morrer”.

O fracasso não deve impedir novas tentativas de busca de sucesso, não deve definir o futuro do individuo. Nós temos a opção de nos entregar, entregar os pontos, mas a vida continuará do mesmo jeito. A opção mais inteligente e levantar e seguir e tentar e arriscar. E se machucar novamente, levante-se mais uma vez, quantas forem necessárias.

A VIDA AGRACIA OS GUERREIROS

E PUNE OS QUE SE ENTREGAM.

Entre outros significados a coruja ainda simboliza a divindade da morte e é considerada a guardiã dos cemitérios.

O cemitério reaparece, a morte se anuncia. São indicios de que algo morre e algo renasce, dentro ou fora de você.

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