Sonhei que treinava uma coruja branca e mansa a fazer uns malabarismos de voo. Ela pousava no meu punho e eu ficava admirada de ver a inteligência do animal. Entretanto, num determinado exercício ela se machucou e daí ficou arisca, foi para perto da parede e ficou lá parada. Eu fui atrás dela verificar o machucado, mas ela fugiu de mim como se estivesse com medo ou raiva. No que ela afastou-se de mim, foi se transformando num gato, o qual só deixou eu chegar perto ao levar-lhe comida. Uma vez esfomeado não se importou com minha proximidade.
Parece-me a historia de um individuo que nasce, adquire consciência, sabedoria (Fiat lux), a dádiva da natureza e, serelepe, vive ludicamente, voando, experimentando com inteligência. E aí... Se machuca! Riscos da vida. Fica defensiva, cheia de medos e agressiva. Metamorfoseia-se num felino, possivelmente oportunista como um gato, carente, faminto de carinho e de alimentos. Sem autonomia para correr atrás de seu sustento pessoal, sem sua natureza original se submete ao domínio do mais forte e..aceita seu destino.
Esta estória lembra-lhe alguém?
Bem! A coruja é símbolo tradicional de sabedoria e inteligência, mas precisamos mais do que a inteligência mensurável. Precisamos de inteligência emocional, que nos assessore em nossa relação com o mundo. Assim temos mais chances ao lidar com as dificuldades, os problemas, os desafios que a vida nos inflige.
Não basta apenas a inteligência da coruja!
Precisamos ser afetivamente mais inteligentes, menos dependentes, mais ousados.
Não há como escapar dos desígnios da vida! Precisamos de projetos que nos dê suporte e que nos sirva de instrumentos para que possamos realizar nossos destinos.
Lembrando o filosofo dinamarquês Soren Kierkegaard: “Arriscar causa ansiedade, mas deixar de arriscar é começar a morrer”.
O fracasso não deve impedir novas tentativas de busca de sucesso, não deve definir o futuro do individuo. Nós temos a opção de nos entregar, entregar os pontos, mas a vida continuará do mesmo jeito. A opção mais inteligente e levantar e seguir e tentar e arriscar. E se machucar novamente, levante-se mais uma vez, quantas forem necessárias.
A VIDA AGRACIA OS GUERREIROS
E PUNE OS QUE SE ENTREGAM.
Entre outros significados a coruja ainda simboliza a divindade da morte e é considerada a guardiã dos cemitérios.
O cemitério reaparece, a morte se anuncia. São indicios de que algo morre e algo renasce, dentro ou fora de você.
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