sexta-feira, 20 de agosto de 2010

VIAGEM A PARIS


PARIS
CARLA 149

Em segundo sonhei que minha irmã havia me dado uma viagem para Paris. Nós duas íamos para lá. Eu estava muito feliz como se estivesse vivendo um sonho... e era apenas um sonho.

PEQUENAS CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

Para compreender a leitura do sonho

Uma imagem possui uma representação, um significado ou uma simbologia específica. Mas a imagem é mais do que isso. Através das imagens oníricas somos conectados com o universo psíquico, nosso lado mais profundo e desconhecido, nossa origem, nossa alma. Pelas imagens somos, como seres visuais, sensíveis e perceptivos, conduzidos através do nosso foco de atenção para aquilo que o espírito interior define como o melhor para nós, somos mobilizados, lançados, conduzidos e resgatados para o eixo, para o ponto central que possuímos, aquilo que nos distingue como sujeitos.
Portanto, a imagem é essencial, para que o Intento Psíquico, o comando interior, possa se realizar e para que nós como seres simbólicos possamos nos referenciar nos significados, aproximando ou nos distanciando das experiências na realidade.

Cada imagem que é codificada possui uma carga energética, um conteúdo, uma polarização produzida pela psiquê, uma referência psíquica ou uma polarização produzida por nós a partir de nossa experiência na existência, no dia a dia, na vida. Digo produzido por nós quando definimos e elaboramos o significado ou como o resultado do processamento e dos acontecimentos naquele momento específico. Quando a imagem é arquetípica ela já vem codificada e polarizada da origem.

Não se pode também esquecer que quando herdamos o conteúdo, a configuração está codificada pela imagem. Temos de concordar que uma imagem vale mais do que mil palavras, sendo portanto mais sintético e mais sábio armazenar imagens do que conteúdos de imagem.A imagem define o conteúdo assim como um conteúdo pode ser sintetizado numa imagem.

Com o nascimento as imagens são resgatadas do arsenal herdado e recodificado quando necessário a partir do desenvolvimento do individuo. Quanto mais informações mais resgatamos conteúdos e mais podemos usufruir do conhecimento humano herdado.

Muitas vezes quando existem diferenças entre o conteúdo produzido pela psiquê e o conteúdo produzido pela experiência pessoal e incorporado nos centros psíquicos, essas diferenças podem indicar o surgimento de conflitos.

Quando não existem diferenças entre o conteúdo produzido pela psiquê e o seu similar, aquele que produzimos, os conteúdos se acoplam em representações mais significativas e consistentes.

Se os conteúdos não se integram é porque existem diferenças entre a significação arquetípica, e a significação produzida pelo sujeito a partir de percepções ou julgamentos equivocados.

Um exemplo, para tentar clarear na vida diária:

Em várias religiões a sabedoria, alerta:

NÃO JULGUES PARA NÃO SER JULGADO.

Desconsidere a questão religiosa. Quando o sujeito se arrisca a julgar o outro, ele produz um conteúdo que vai ser incorporado como definido, se a percepção for correta ela encontrará respaldo psíquico que incorporará a avaliação final, definindo as possibilidades de resposta do individuo frente às situações que forem originadas na realidade. Se o conteúdo for incorreto ele será incorporado, mas não se integrará ao seu espelho já construído anteriormente pela psiquê, e receberá uma polarização diferenciada para que possa ser distinguido quando este conteúdo for invocado pela consciência.

Assim pode ser a origem de um comportamento ambíguo e ou conflituoso, conteúdos de polarizações opostas.

Outro exemplo: Uma pessoa que mente se transforma em grande produtor de conteúdos que serão incorporados promovendo um grande desacerto psíquico. Na verdade promoverá a construção de uma realidade interna imaginária diferenciada e polarizada distintamente, em desacerto com os conteúdos referenciais da psiquê. Esses desacertos serão devastadores.

Outro exemplo: Há pouco tempo abordei no Blog aeternus femininus a questão da formação da Personalidade do Sociopata no desenvolvimento humano. Assim que nasce, a criança é indistinta da mãe. Se o biótipo materno é de uma Mãe Abandônica o comportamento distanciado, pouco afetivo, promoverá reatividade no individuo, se esta natureza reativa for acelerada, ressentida, agressiva ela gerará a formação de uma representação negativa da mãe como objeto promotor de desconforto.

Ora, o arquétipo da mãe é um arquétipo poderoso e fundamental na formação e no desenvolvimento humano, portanto o conteúdo introjetado conflitará com a imagem arquetípica da mãe como objeto protetor. O sujeito já nasce tendo que lidar com a rejeição, tendo que negar um lado seu que o frustrante. Neste caso, haverá a formação de conflito e consequentemente a formação de conteúdos autônomos de defesa. Como resposta o indivíduo desenvolverá respostas pouco ou nada afetivas, pragmáticas, manipuladoras, no sentido de obtenção de recompensas que o compensem de uma cisão psíquica entre a realidade negativa experimentada e o código herdado da imagem de mãe boa.

Isto tudo para dizer que:

Continua...

ADENDO

Quem leu a reflexão até aqui merece esta observação: Ontem à noite fiz a leitura do sonho e realizei  a reflexão acima, nesta noite sonhei com uma  mulher que estava sentada, com uma saia rodada, acolhendo em seu colo diamantes e pérolas, e eu  ajoelhado catava, no colo dessa mulher os pequenos diamantes, aproximadamente 100 pedrinhas, e as pérolas, apenas duas. acordei pensando que tinha a ver com a reflexão acima que, para mim, enriqueceu-me a compreensão, realizá-la.

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