sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ANIMUS - DOMÍNIO E SUBMISSÃO


 DOMINADORES E DOMINADOS

“Vivemos um tempo onde ainda prevalece a necessidade de domínio nas relações entre indivíduos e com o mundo. No cenário contemporâneo existem dominadores, dominados e, felizmente, aqueles que não querem dominar nem ser dominados. Em uma sociedade de supremacia onde se luta por migalhas, dominados e dominadores fazem parte do mesmo modelo, da mesma natureza e do mesmo tempo. São prisioneiros uns dos outros e brincam de guerrear, como generais, no cenário das relações pessoais. É o modelo comum. Chama a atenção àqueles que não são dominados nem se interessam em dominar. Este tipo acredita nas diferenças qualitativas entre seres, mas se sofisticaram na prática do ideal de Igualdade, Fraternidade e Liberdade, que antes de ser ideal francês é realização de evolução da espécie.” Do livro, “Manto Verde Jade”

A sociedade humana pode ser patriarcal ou matriarcal. Mas mesmo em sociedades definidas não se exclui as possibilidades de variações na forma do estabelecimento do domínio nas relações.

O fato do meu animus ser submisso ocasiona esse tipo de preferência por homens mais femininos?

Não compreendo essa possibilidade de submissão do seu animus. Primeiro porque o conteúdo puro não se molda nestes padrões de contaminação e segundo porque, quando procura por homens passivos você busca maior possibilidade de domínio sobre ele. O animus é uma figura, uma representação do conteúdo, do arquétipo. E o conteúdo é o que é, no caso, é um conteúdo masculino, que independe de sexualidade, de submissão ou domínio, não é homem ou mulher, é masculino. E masculino é masculino.
Quando a mulher subjuga esse masculino, o animus, ou o homem subjuga o femino, a ânima, o conteúdo pode aflorá em forma deformada, ou imponde-se como conteúdo através de configurações possíveis, como por exemplo, em forma de desvios ou prevalecendo como característica sobre a personalidade.

A sua família é constituída de mulheres dominadoras, castradoras, impositivas e condutoras, mulheres fálicas. Isto quer dizer que a natureza é de mulheres que apresentam na sua conduta uma atitude Yang diante da vida, diante das relações. São mulheres que apresentam a forte presença do conteúdo masculino dentro delas. Esta forte presença do masculino se manifesta no comportamento em atitude de domínio. Elas são Dominatrix. Mulheres que mantêm seu lado feminino sob custódia da força do masculino nelas e projetam esse domínio, a que estão submetidas, como visgo, imperativo sobre os outros.

Naturalmente muitas são as mulheres que facilmente encontram em homens flexíveis e tolerantes mais facilidades de exercer esse domínio, já que suas relações, de mulheres dominadoras, com homens não passivos podem favorecer o confronto e o embate entre macho e fêmea quanto ao rumo e ao domínio dos cenários em que vivem.

Variáveis são os motivos, emocionais ou racionais, que levam homens a se apresentarem como passivos e mulheres como dominadoras, bem como múltiplas são as formas de domínios que estabelecidas ficam subentendidas nas relações. O certo é que a ideologia do dominado não é diferente da ideologia do dominador, cada um possui um ingrediente que o leva a se entregar e submeter ou ser submetidos a esse tipo de relação.

A vida moderna foi abrindo espaços para que as mulheres pudessem manifestar seu lado Yang, e espaço aos guerreiros masculinos para que se aceitassem ser conduzidos por fêmeas dominadores.
Quanto à fantasia de se entregar a um homem forte, buscar um homem onde possa descansar no seu peito, parece-me a fantasia da maioria das mulheres dominadoras e castradoras. Assim elas revivem a feminilidade perdida, a alma feminina desencontrada e de forma idealizada, tentam resgatar essa feminilidade já abandonada no tempo, entregando ao macho idealizado o poder de conduzir a vida.

Mas isso é apenas ilusão e compensação. Assim continuam a viver o conto de fadas do encontro de um príncipe encantado que as salva dos tormentos da vida. Ainda que, quando encontram algum homem que se enquadra neste perfil, elas o massacrem com selvageria até destruí-los ou reduzi-los a um fantoche, afastando-os como insignificantes. Produzem relações destrutivas, competitivas e de insatisfação.

O preço que, como adultos, pagamos pelas nossas escolhas sempre é um preço alto e muitas vezes sem o saber vendemos a alma eterna para satisfazer os desejos temporários de poder, domínio e conquista.

Desejos de domínio sempre são formas de aniquilar o outro, num processo de canibalismo social e de autofagia.

Mas não tenhas dúvidas, o caminho não é o domínio, muito menos a submissão. O encontro, na igualdade, é sempre o melhor. O encontro sem a necessidade de dominar, ou de se permitir dominado. Mas para isso é preciso que sejamos mais maduros. E quando o somos, além da igualdade, somos agraciados e encontramos a liberdade de sermos mais plenos, permitindo ao outro a mesma experiência.

Para isso é preciso RESPEITO, mas... Enfim, esta é outra conversa.

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