quinta-feira, 5 de agosto de 2010

AUTONOMIA



CARLA 135a

Sonhei que dirigia um carro e até parecia saber dirigi-lo, mas estava com medo de atropelar alguém. Quando fui estacionar resgatei um bebê que uma menina acabara de colocar num terreno vago dentro de uma sacola de papel. Tanto ela quanto o bebê e a mãe eram de cor negra. O bebê era muito pequeno, mas ao pegá-lo pude ouvir seu coração batendo forte e não consegui não me importar com ele. A menina havia dito para a mãe que ninguém notaria que aquilo era um bebê, pois tinha muita semelhança com uma boneca. Entretanto, ela viu eu recolhendo o bebê e contou para a mãe. Essa deu-lhe uma bronca dizendo que era para colocar lá num momento em que não houvesse ninguém na rua. A mãe pareceu aflita pensando que eu fosse entregá-la para a polícia e eu realmente ia fazer isso, principalmente por não pretender ficar com aquele bebê para mim carro. Saí meia fugida com medo que a mãe viesse atrás de mim e, como se já não houvesse mais, tive que subir uma ladeira caminhando mesmo. Por fim escutei a mãe dizendo que ninguém ia dar atenção ao fato e que eu é que ficaria com o problema sem resolução.

O carro é o veiculo que nos simboliza, como o corpo que é um veículo mediador entre a alma, o espírito, e a realidade. Simbolicamente, independente de ter ou não um carro que lhe favoreça o seu deslocamento, não modifica a representação ou o significado. Ainda que a conquista da carta seja a superação de um estágio de aprendizagem que dá ao individuo o direito jurídico de condução do veículo, e isto represente um símbolo de mobilidade e autonomia pessoal. Se bem me lembro, o seu estágio é o de quem evitou a encrenca de tirar a carteira de direção, relevando o fato de que isto representaria sua autonomia e fazendo a escolha preferenciaç de se deslocar em coletivos ou na dependência de terceiros.

No sonho a indicação é de que você aprende a dirigir a sua vida, ainda que tenha receio de que com sua autonomia suas escolhas e decisões possam passar por cima de interesses alheios.

Parece-me natural a ideia de que você como uma pessoa que sempre nutriu o conceito de abandono e carrega a cruz de abandonada, carente, se identifique com o bebê abandonado no lote vago e escolha resgatá-lo. As crianças vêm aparecendo no sonho, já falamos nessa criança abandonada no sonho anterior, e agora a mensagem vem mais clara; Você está se resgatando do abandono que se infligiu. Foca seu olhar para sua sobrevivência psíquica, como indivíduo. Ainda permanece o conceito de culpabilidade materna, projetado na mãe, a atitude de julgamento, autoridade e a busca de justiça, por se sentir como vítima, injustiçada.

Mas, existe confusão conceitual, e a vítima sai como que fugida, os papeis invertidos, a vítima passa a ser perseguida, o culpado passa a ser autoridade.

Um sinal bacana é a subida da ladeira com seu esforço pessoal, Esse é o movimento pessoal de mudança, a energia que liberada serve para romper com os obstáculos, esse o sinal de transformação pessoal, quando somos tomados de uma força que nascendo do profundo aciona a resposta, aciona o sistema e promove a revolução pessoal, esse o evento que muda o mundo.

E por fim, “Por fim escutei a mãe dizendo que ninguém ia dar atenção ao fato e que eu é que ficaria com o problema sem resolução.” Você é provocada, ou se provoca, acreditando que seu movimento é inútil, que não faz diferença fazer alguma coisa. Não se deixe levar por esses boicotes internos, esses conteúdos que te desacreditam, lhe diminuem no seu poder e intenção de transformar sua realidade, sua vida.

Agora, considerando todas as possibilidades de estar equivocado, surge uma segunda possibilidade: Há culpabilidade por conta de aborto realizado na sua vida, no passada? Se sim, você foge dessa lembrança? Mas nessa vertente me faltam dados.

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