quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

ANCESTRALIDADE E VIVÊNCIA TRIBAL



A vivência tribal é sedutora e atraente, porque nos toca na Ancestralidade Primordial, aquela que reina em nós. Mas no passado, aquele era um encontro pleno e totalizador que se constituía numa reunião do grupo com o sagrado, com o universo e que servia para a consolidação e proteção daquele grupo tribal, geograficamente isolado, culturalmente limitado e protegido, diante de um universo desconhecido e ameaçador.

Neste aspecto a função tribal era um tarefa fundamental:
  • Na constituição de uma unidade tribal;
  • No diagnóstico de ameaças que os componentes individualmente pudessem sinalizar; 
  • No diagnóstico de ameaças coletivas que o grupo pudesse sofrer;
  • No estabelecimento de referências que os permitissem se situar neste mundo de forma mais segura; 
  • Na formação e educação dos mais novos;
  • Na constituição de referências tribais ritualísticas que permitia à geração mais nova um modelo de integração do grupo e o impedimento da dispersão ou a regressão para estados mais primitivos. Entre outros aspectos.
Bem, ainda que os tempos sejam outros e que a sociedade no seu processo evolutivo avance induzindo o distanciamento social, paradoxalmente essa pós-modernidade empurra os indivíduos para uma busca da constituição tribal que permita a reconstituição de grupos de identidade que favoreçam a diminuição do isolamento e a despersonalização a que todos são submetidos como sujeitos sem cara dentro da sociedade de consumo.
Sinceramente, dentro de nosso tempo tenho dúvidas se uma vivência tribal ancestral responde à demanda de nossas vidas nessa complexa sociedade pós-moderna. Eu prefiro evitar a repetição do passado, mesmo que aprendamos com ele, e encontrar instrumentos modernos mais adequado para que possamos crescer como grupo.
O nosso tempo favorece o encontro, independente do espaço e da distância. Encontramos-nos na identidade estando a milhares de quilômetros uns dos outros.
Portanto antes de avançar nesta reflexão vou lhes dar inicialmente algumas sugestões?
1. Constituam o grupo.
2. Introduza os participantes na iniciação dos estudos:
. Aquisição de um caderno de sonhos, de capa dura. Procure no indicador temático “caderno de sonhos”.
. A ideia é de que o material esteja protegido por capas que protejam o “tesouro” da alma;
. O caderno precisa ser pessoal, e ninguém deve ter acesso a ele. Por isso melhor que outros fora do grupo não saibam de sua existência;
. Estabeleçam uma bibliografia básica de estudo;
3. Comecem buscando estudar a história dos sonhos nas diversas culturas humanas;

4. Façam a a leitura do livro Autobiográfico de Jung, para que todos partam da mesma base.
    A segunda leitura que eu indico é "A linguagem Esquecida" de Erich Fromm;
5. Iniciem estudando sonhos de indivíduos desconhecidos. Por segurança não se arrisquem a estudar os sonhos de uns e de outros.
Poderei fazer as indicações sequenciais para que não fiquem encalacrados numa teoria complexa e que exige certos pré requisitos conceituais para a compreensão.
  
Se quiserem seguir a sequência dos sonhos do Blog, vocês poderão acompanhar a dinâmica do inconsciente de uma Mulher Jovem e um fantástico processo de desenvolvimento, metamorfose e transformação de uma dinâmica psíquica. Neste caso passo-lhes a sequência dos sonhos.
Mas se optarem por sonhos aleatórios, poderão se desenvolver do mesmo jeito, recolhendo-os aqui ou em qualquer publicação.
De qualquer forma poderei acompanhá-los e dar minha contribuição nessa formação. Posso não ser um feiticeiro tribal, a humanidade se reconfigurou, mas os papeis não são tão diferentes. Somos nós diante do universo, numa jornada pessoal, tentando encontrar repostas primordiais na busca de mantermos o equilíbrio e a sanidade mental e de realizar nossos desígnios nesta vida.
Perdoe-me, mas para lidar com conteúdos de inconsciente de forma segura não podemos correr o erro de sermos simplistas. Caso contrário o “feitiço vira contra o feiticeiro”.
Não se assustem com esta reflexão, todo início e busca de objetivos precisa ser criteriosa, já que será apenas uma etapa de processos mais profundos e escolhas mais profundas que independem de nós.
E mesmo esse “ser criterioso” não impede que se caia em armadilhas. Na hora em que perceberem o “espírito da coisa” vocês navegarão com segurança, independência e maestria.

Avancemos na reflexão, mantenham contato..

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