segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

MÉNAGE À TROIS





OUTRO OLHAR

Uma vertente que prefiro priorizar como mais significativa é a do sonho como um resultado de uma intenção psíquica de ordenação, resignificação, e configuração da energia sexual. Penso numa dinâmica de ordenação dos conteúdos psíquicos e indicação de processo de elaboração de sua relação com a sexualidade, com o seu prazer e com os limites do aceitável frente as suas dificuldades resultantes da repressão moral.

Captou?

Quero tentar ser mais claro:

Os detalhes anteriores são importantes e significativos e merecem consideração, mas para mim a questão chave é a apresentação da transformação do seu olhar sobre a sexualidade, o que define suas escolhas, atitudes, conceitos e posturas espelhando a forma como se relaciona com a Sexualidade.

O olhar de observadora lhe dá uma distância de segurança e de diferenciação do acontecimento, favorecendo uma postura mais livre e menos suscetível ao apelo e encantamento sexual.

O cenário sexual e do jogo erótico te envolve, já que é intrínseco ao sonho, mas sinto que ele não conduz para o conteúdo puro da sexualidade e sim para a dinâmica que indica sua diferenciação, a elaboração e transformação de seus conteúdos libidinais.

O sexo é fundamental e envolve toda a nossa existência, origem e fim, mas... A casa é mais importante e o sexo com toda a erotização é deixado para trás. Somos mais do simples seres procriadores e erosbióticos

Há o confronto com conteúdos que moralmente poderiam, eu disse, poderiam ser criticados, mas que não devem sê-lo. Você se apresenta com uma atitude firme sem afetação e sem se encantar. Como uma jovem que descobre e amplia possibilidades para se situar dentro de sua realidade.

Há a ampliação dos conceitos de sexo, associado à afetividade à uma liberalidade amorosa, à ausência de controle e cobranças. Todos são conceitos fundamentos que precisavam, ou precisam, ser resignificados para que possa ter diante da sexualidade uma referência conceitual que lhe dê consistência e tranquilidade de mergulhar nesse lago de prazeres de uma forma mais espontânea e consistente, sem se confundir ou ter que se escorar em conceitos inadequados e defensivos para o seu momento.

Princípios morais e culturais, ao contrário do que se imagina, precisam ser flexíveis para que permitam uma adaptação mais adequada à realidade e ao cenário do momento, ainda que a base desses Princípios exija solidez conceitual, moral e ética, porque isso protege a Psiquê da devastação causada por conceitos confusos, severidade crítica e julgamento.

A base é o respeito, e a cautela é fundamental para não enfiar a mão na cumbuca e sair sem lucidez.
Precisamos evitar a rigidez moral que impede a adaptação as mudanças do meio e lançando o sujeito em conflitos desconstrutivos. A flexibilidade permite navegar com segurança em águas turbulentas e confusas até que se encontre um porto seguro para curtir com segurança a ditadura das pulsões e dos desejos. Aí, minha cara... O que resta, é saborear os prazeres da carne.


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