sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O SUBLIME

                Caritas - 1878 - William -Adolphe Bourguereau
"Alguns sonhos:

Primeiro eu estava numa espécie de evento donde havia muitos bebês recém-nascidos e eles sorriam muito, inclusive dormindo. Por vezes algum chorava, mas a maioria estava sorrindo."

O sonho é auspicioso.

Os sonhos geralmente nos permitem várias portas de acesso. Estas portas se abrem para caminhos que em geral nos levam a um foco central, a um alvo onde existe o conteúdo mais significativo da mensagem, passando por pontos intermediários também constituídos de riquezas de conteúdos associados à mensagem principal. Por isso neste sonho poderia penetrar pelos caminhos passando pela fecundidade, pela realização da maternidade ou pela expectativa de realizar essa dimensão de sua feminilidade, essa natureza de Matriz, pela característica de regeneração, de transformação, de reatividade, agressividade, pulsão de vida e de morte, etc., mas prefiro recuar e me ater à imagem do sublime, da renovação, da transformação, do renascer.

Nascituros dormem e calmos, protegidos, repousam no colo da pureza, na imagem que cura, que perfuma esperança.

A natureza se realiza porque cumpre seu desígnio de perpetuar a criação divina.

Choros existem, porque mergulhados no universo do desconhecido, ocupando e preenchendo a matéria sutil do corpo, sofrem o impacto do universo sensorial que desperta a consciência, mas se atormenta com o desconforto e com a dor.

É assim, a dor é desconfortável, mas acorda o Ser e puxa a consciência fortalecendo-a na frágil natureza do corpo temporário, tanto quanto o conforto adormece, totaliza o prazer, amortece a consciência e a permite volátil, etérea.

Se pudesse extrair uma mensagem do seu espírito, do seu inconsciente, neste sonho, diria:

Dentro de você repousa a sua criança, que por momento descansa, mesmo que por vezes chore. Hora espera acordar, nascer em ti ou através de ti, para que possa se cumprir o destino já destinado de ser mulher madura e plena.

E... Que essa criança nasça sorrindo, como agora descansa. Porque a vida também é feita do sublime, um sublime, delicado, sensível, fraterno, afetuoso, amoroso que alivia, acolhe e liberta a todos, porque em nós reina.

Que esse Ser simbólico, ou real, nascido, ou a nascer, represente o seu Renascimento como pessoa amorosa e afetuosa, livre dos estigmas do sofrimento dos desesperançados. Que esse novo Ser nascido de seu trabalho exaustivo e muitas vezes dolorido lhe anuncie novos tempos em sua vida. Você bem o merece.

 

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