sábado, 29 de maio de 2010

FEED BACK 17



 
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Algumas perguntas para reforçar meu entendimento no assunto:

Através dos sonhos nos autoconhecemos a um nível inconsciente?

O inconsciente são as águas primordiais, o oceano da vida, de onde se origina a nossa vida, é como a reserva e a conexão com a essência do universo, portanto inacessível, mas como bem o disse Jung: “anseia por luz”. E este é o propósito: considerá-lo, não perdê-lo de foco, para iluminar aquilo que for possível ou passível de iluminação.

Os sonhos como produto do inconsciente nos permite conectar e conhecer uma tendência de sua dinâmica, ou uma mensagem que ele queira nos comunicar. Quando abrimos as portas para compreender esta linguagem abrimos a possibilidade de integrarmos à consciência, e portanto à nossa vida, conteúdos e energia resguardos, representados e vivos neste universo desconhecido.

Seria como ter acesso ao ponto primordial de todas as nossas crenças, conceitos, bloqueios, temores, etc., tanto de forma individual quanto coletiva?

Mais do que conceitos, crenças ou medos. Muito mais.

O sonho é esse acesso, permite nos conectar a essa raiz primordial de nossa gênese. Como quando nos conectamos, através do cordão umbilical, com a fonte da vida, a mãe. O inconsciente é a conexão com o oceano primordial, como a Mãe Divina. E os sonhos é uma de nossas possibilidades de nos conectar com os conteúdos de inconsciente que precisam ser considerados.

São conteúdos que são carregados de simbolismo, portanto de referências, dados, princípios, conceitos, que indicam a gênese e que buscam a integração, ou um canal de comunicação, relação com o universo como o conhecemos. (ver considerações em CH69).

Não nascemos do nada, mas a partir de uma matriz genética, que além das informações que permitiram a constituição e formação do SER, o produto, recheia este produto com dados, configurações de funcionamento e informações que servem como referência para que ele tenha um mínimo de possibilidades de se gerir como indivíduo autônomo e como extensão da natureza para avançar no projeto básico da evolução dessa matéria.

Alem dos conteúdos herdados, novos se formam e se constituem se tornando fatores determinantes no processo de desenvolvimento, regularização, ordenação e atualização deste novo ser que também será transformado em matriz, na dinâmica de preservação e perpetuação da espécie.

Os conhecimentos acumulados pela humanidade, já nos permitem compreender a vida como um constructo de ordenação envolvido por um universo aparentemente caótico, e a vida já pode ser melhor compreendida além da visão abstrata, mágica ou religiosa do passado.
Sem esquecer que a religiosidade é configuração básica para a formação de respeitabilidade pré-requisito para a conexão, assim como a ciência pelo espírito ordenado nos permite evitar cair em armadilhas fantasiosas do pensamento mágico, se mostrando, cada vez importante nessa caminhada em busca de compreensão. Neste aspecto a ciência assume uma configuração que a religião tambem ocupa, como formato de religiosidade. O pensamento lógico é conquista da ciência e referência de investigação. Sem a consciência ficamos mergulhados no oceano primordial.

A dinâmica interna de mudança decorre dessa liberação de emoções do inconsciente levadas à atenção da mente consciente, a qual nos faz mudar a própria personalidade para manter a estabilidade mental e emocional?

Existe uma tendência natural de preservação. Quando o sujeito se acredita determinante e deixa de considerar essa força interior, ele como se coloca em contraposição a essa força. Neste momento, ao cometer este equívoco, ele se torna alvo do imponderável, de uma força, ou de múltiplos núcleos de força, que a partir de seu interior, podem invadir a consciência e até aniquilá-la, caso de distúrbios mentais, comportamentos destrutivos e autodestrutivos, já como manifesto patológico, como sinal de desordenação, desregulação, caos.

A consciência pode iluminar este universo desconhecido, transformar, metamorfosear e incorporar conteúdos originários desta dimensão interna, tanto como configurações mentais de consciência podem favorecer conexões e configurações apropriadas para que transformações de consciência possam ocorrer. Esse processo acontece de forma continua num ciclo permanente de trocas e interações entre o inconsciente ligado ao universo, pelo interior e a consciência, ligada à nossa realidade no universo, pelo exterior.

Quando o sujeito a partir de seus comportamentos e referendado na consciência estabelece uma interação bem constituída com a realidade, em parâmetros internos modelados ao longo da formação da civilização humana, paradigma do nascimento e surgimento da consciência, ele caracteriza os princípios de sua relação com sua natureza interior e passa a ser regido a partir de sua formação de consciência e de seus conteúdos de origem inconsciente que penetram e o direcionam a partir da câmara do pensamento.

Hoje sabemos que a partir da matriz genética somos como que ordenados por conteúdos arquetípicos que precisam ser considerados por nós, já que eles indicam referências de princípios que foram incorporados na constituição da sociabilidade humana. Princípios que envolvem parâmetros como justiça, base de troca, valores, relação com o divino, valores éticos, hierarquia, etc. Configurações que preservam a natureza da espécie humana sua relação com o mundo e com o universo.

Obs.:

Bem... Os temas são complexos e por mais que eu tenha a intenção de repassá-los já mastigados, não deixam de serem conteúdos de psicologia profunda que precisam de paciência para ser compreendidos em sua vastidão. Estou tentando respondê-la não com conteúdos históricos ou conceitos de grandes teóricos do passado, mas como conhecimento de ponta, como no presente consigo pensar a construção humana, dentro de conhecimentos humanos acumulados que nos permitem compreender ou tentar compreender um pouco mais dos mistérios de nossa natureza. Se não consigo respondê-la, perdoe-me a incapacidade.


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