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"Vou contar um segredo que nunca disse a ninguém..."
"...Conscientemente é isso. Não tenho dúvidas de quem é minha mãe biológica, do mesmo modo como não tenho dúvidas de que o papel responsável pela minha educação ficou com a pessoa errada, ou seja, minha irmã, a qual não tinha a sensibilidade emocional materna para cuidar de mim com 13 anos."
Pois é... Segredos, Segredos são!
Portanto...
Obrigado pela confiança e pelo relato. Enriquece a minha compreensão da dinâmica do inconsciente.
Em relação a sua mãe que bom que não tenha mais dúvidas quanto à sua filiação. E com certeza uma menina (a irmã) nunca poderia estar preparada para educar e formar outra criança. Sinal de que sua carência pode advir de uma mãe abandônica em sua história.
Não cabe julga-la, condena-la, critica-la. No universo pessoal muitas são as variáveis que podem nos levar a cometer erros. A infalibilidade na vida real não existe e não resiste, a não ser na idealização.
A visão que condena a família como uma grande fonte de neurose e dos problemas das pessoas, para mim, é fundamentalmente equivocada. Acredito mais no poder construtivo familiar, nos pontos positivos do que de pontos negativos traumáticos e desconstrutivos.
Ficar culpando pai e/ou mãe por nossas dificuldades é ficar focado nos erros e esquecer a força e o poder dos acertos. Em geral as dificuldades são coletivas e envolvem toda uma geração social.
Em trinta anos de escuta psicoterapêutica posso dizer-lhe com tranquilidade que todos erram, uns mais outros menos. Portanto essa é uma variável pouco determinante, e só o é, quando ultrapassam os limites sociais do aceitável. Aí a devastação psíquica e arrasadora.
Mas de forma genérica, a presença dos pais tende a ser mais promotora de organização, referência, afeto, disciplina, formação, do que o contrário.
A sociedade hoje mostra que a desagregação tende a gerar, promover, produzir, indivíduos com mais dificuldades de socialização, individuos mais perdidos e sem referências afetivas, individuos com maior tendência à sociopatia, destrutivos, revoltados, com mais dificuldades de estabelecerem vínculos afetivos.
Portanto, houve uma mãe boa, ainda que possa ter sido abandônica, e uma mãe severa. É mais sábio aproveitar o melhor daquilo que lhe passaram, do que são. Se possível supere-as, vá além, realize mais do que elas conseguiram, corra atrás de seus sonhos e encontre a sua forma de ser feliz.
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