quarta-feira, 3 de novembro de 2010

FEED BACK





feed back em ESTRANHOS CAMINHOS ONÍRICOS":


VOLTANDO PARA CASA

Gostaria que falasse mais a respeito do ultimo paragrafo que escreveu.

Desde criança nunca ficou muito claro perante as pessoas de quem eu sou filha. Minha irmã tinha treze anos quando eu nasci e, apesar da pouca idade para ser mãe, todos achavam que ela fosse a mãe e que meus pais fossem os avós. Minha mãe diz que ela se dispôs a cuidar de mim a fim de livrar-se do serviço da casa, algo que só enfezava minha mãe. Não sei o porquê, mas minha irmã sempre se sentiu responsável por mim como se ela de fato fosse a mãe e o pior da minha educação sempre ficou para ela. Minha mãe me ameaçava utilizando minha irmã, pois desta eu tinha medo. Enquanto minha mãe não 'dava conta de mim', tanto por falta de autoridade quanto por falta de coragem de me bater ou me subjugar, minha irmã com seu rompante arrogante, agressivo e intolerante não deixava nada passar desapercebido. Não quero com isso criticá-la, pois começo a perceber que me pareço mais com ela do que sempre imaginei. Difícil é aceitar essa semelhança. Sempre detestei o fato de minha mãe deixar e autorizar minha irmã mandar em mim e até me machucar em muitas situações das quais, enquanto criança, fazia algo errado. Sentia-me muito frágil, desrespeitada em meus gostos pessoais e inclusive desprezada. Daí o grande apego que sempre tive com meu pai e o fato de nunca ter reconhecido minha mãe como uma mãe. Só fui ter um relacionamento favorável com minha mãe depois do falecimento de meu pai e a saída de minha irmã de casa. Soa chato para mim dizer isso, mas a verdade é que sempre foi um alivio ter minha irmã longe, morando em... No princípio minha mãe ligava para ela e punha ela para me dar bronca por telefone. Minha mãe vivia reclamando de mim para minha irmã e eu não suportava nenhuma das duas, vivia dizendo que eram “farinha do mesmo saco”. Eu vivia em guerra dentro de casa e me sentia a pessoa mais sozinha e abandonada do mundo. Mesmo sem ter intimidade com meu pai, o via sofrer do mesmo mal que eu, embora não precisasse ser corrigido pela minha irmã. Embora parecesse neutro na minha educação, era ele quem se importava de me levar para passear, me acalentar, por vezes o via me defender e sentia-o como o único apoio e proteção que podia ter, tanto que sempre dizia para mim mesma que, se um dia ele e minha mãe se separassem, eu faria um escândalo para ficar com ele. Para dizer isso por certo presenciava muitas brigas entre ele e minha mãe, embora não lembre direito.

Tinha pena do meu pai do mesmo jeito que tinha pena de mim. Isso esclarece alguma coisa?

Sim! Em relação ao seu “pai” identidade no sofrimento, na exclusão, no tratamento recebido, etc. em relação ao feed back, definitivamente enriquece um pouco mais o conhecimento sobre a riqueza e complexidade de sua história e o entendimento da linguagem do seu inconsciente.

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