Depois de acordar nesta manhã fria e chuvosa nas montanhas de Minas, uma suave neblina que me permite, de um lado da casa, uma visão de pouco mais do que uns cinco Km de montanhas, e do outro lado o aeroporto internacional em névoas, quando em dias normais minha visão se estende a quase cem kilômetros. Ligo o Ipod e escuto um saxofonista japonês, Terumasa Hino, tocando a música “Suavemente” do seu álbum "Spark".
Ao fim da execução e lembrando-me de Miles Davis, escuto “Round Midnight” no álbum Jazz Legends. Pulo para ouvir Jan Garbarek no álbum "Mágico" tocando “Silence” junto com Egberto Gismont ao piano. Bem... Aí fiquei quieto, ouvindo o álbum até o final com a maravilhosa “Palhaço”.
É bom iniciar o dia ouvindo músicos geniais, cheios de "Graça", depois de uma noite de sonhos instigantes.
A vida é estranha e magnífica e paradoxal. Quanto mais vou vivendo mais vou encontrando a paz escapando das armadilhas que sugam para o inferno dos tormentos.
Se para Sartre o inferno são os outros, eu penso que o Inferno não é um ou outro, mas são muitos outros infernos. E eles não estão lá, eles são criados na vida pessoal.
E uma grande tarefa em uma vida é ser inteligente o bastante para escapar dessas armadilhas para encontrar a harmonia, Não porque a harmonia seja melhor, mas porque ela permite que saboreemos com um pouco de sofisticação, satisfação e prazer, o gosto da vida, mesmo que a manhã seja de acordar dentro de nuvens ouvindo sax para elevar o moral do espírito.
Este sábado promete. Resta a minha parte para acrescentá-lo, preparar um peixe ao forno, uma truta ao molho de alcaparras, ou uma truta salmonada chilena, e saboreá-lo acompanhando de um bom Champagne (é a única bebida que me permito).
Posso ser brasileiro e pobre, palhaço é que não sou,
E muito menos tolo.
Mas como diria o poeta Carlos Drumond:
Êta vida besta, meu Deus!
ACRÉSCIMO E PONTO.
Muitos podem acreditar que Alma é coisa que não existe. Na vida podemos acreditar até no que quisermos. Mas existem coisas nesta vida que não é questão de acreditar ou não acreditar, mas sim questão de "SENTIR". E para sentir precisamos refinar a sensibilidade, e para elevar a sensibilidade precisamos refinar, aprimorar e ampliar as funções do sistema neurológico, nosso fenomenal instrumento de captação da realidade.
A alma existe, é real e tem tom, rítmo, frequência, uma vibração única. Em geral ela vibra em sintonia com a vibração natural do planeta terra. Ainda que sendo passionais, românticos, rebeldes, ou extravagantes quisessemos a alma em rítmo de tango, valsa, pop, rock ou moderninha no Funk, nenhum desses riímos toca a alma, mesmo que possam provocà-la.
A alma tem uma vibração muito próxima do mantra "OM" e o SAX é o instrumento que mais se aproxima do SOUL.
Aproveito para indicar mais um álbum do extraordinário Jan Garbareck: "Officium". Para momentos em que a tranquilidade reina na alma escapando da euforia excitante desta pós-modernidade sem prumo.
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