sexta-feira, 5 de novembro de 2010

MIRA E AD MIRA


 


Art em Cerâmica de Minas Gerais 


Sonhei que estava a minha irmã com o marido num local com várias outras pessoas. Eu estava logo atrás quando uma mulher chamou-a num canto querendo conversar algo. Na frente de todos minha irmã respondeu que não ia ir ao encontro dela pois seu noivo (não sei porque ela chamou o marido de noivo) e irma estavam presentes e ela não tinha nada a esconder dos mesmos. Daí, como se lembrasse de algo, perguntou se ela estava querendo saber sobre os preços. A outra concordou e disse que nem parecia minha irmã falando daquele jeito. Minha irmã balançou o cordão do chaveiro na mãe enquanto respondia: “É que eu sou a racional lá de casa”.

O mais interessante do sonho é que eu não olhava para ela com olhos críticos, pois entendia que qualquer postura, fala ou atitude da parte dela que eu não gostasse seria apenas um reflexo, uma representação, uma parte de mim mesma projetada. Uma vez que ela “era eu em outro ser”, existia ali uma afinidade virada ao avesso e, portanto, naturalmente senti a criticidade se transformar em admiração. Fosse ela o que fosse, eu gostasse ou não, ali eu estava apenas para orgulhar-me da irmã que eu tinha enquanto um espelho mais ousado de mim mesma.

Parece mágico essa nova significação que começa a ocorrer ao entender que aquilo que não gosto nos outros é apenas parte de minha “sombra”.

BRAVO!


A “coisa” funciona mais ou menos desse jeito.

Bem percebido. Isto é RESIGNIFICAR. Por isso a reconstrução conceitual  é tão importante. Reintroduzimos IMPUTS conceituais, princípios éticos,  que depois de processados nos permitem novas respostas, novos OUTPUTS, o organismos se prepara para responder ao mundo de forma renovada.
A vida é Mágica. Mesmo que a enquadremos em conceitos que nos são confortáveis e que aumentem a confiança e diminuam o desconforto de viver num mundo inimaginável.

Talvez nisso esteja uma armadilha: Quando nos blindamos diante do mundo deixamos de perceber a magia de um mundo subjetivo e incontrolável ainda que aumentemos o conforto e o controle ao redor do umbigo, nos aprisionamos num mundo limitado e nos tornamos o nosso próprio algoz. Mas quando sintonizamos a sutil energia que envolve a vida, sem medo, confiantes na força do universo, portais afloram se abrem e podemos perceber o milagre da vida se desenrolar.

O sonho faz referência aos segredos possíveis em sua vida ou às suas fantasias de origem. Mesmo que sua mãe seja sua mãe e sua irmã seja a sua irmã a simbologia do sonho reforça a ideia da admiração ou do desejo de que sua verdadeira mãe fosse sua irmã. Neste caso mais do que a identificação, haveria o desejo simbolizado de ter como mãe a irmã, independente da forma severa como ela conduziu sua formação ou sua educação, ou de ter sido pela firmeza uma mãe simbólica.

Tudo, é claro, escondido pelo olhar critico, pelo julgamento e pela frustração de não ser ela sua verdadeira mãe.

Até mesmo a sua forma de se relacionar com as crianças parece um espelho de como sua irmã a conduziu. Sua referência de autoridade.

A compreensão da identidade projetada favorece a formação de sua consciência e sobre ela transforma a sua atitude, rompendo com as defesas neuradas que a levavam à severidade crítica, ao julgamento e ao distanciamento da irmã.

Como dizia o francês André Lapierre: Quando não vivemos o acordo Tônico com o outro, desenvolvemos uma reatividade agressiva diante dele.

Na verdade mesmo a sua severidade ou o seu julgamento projetado na sua irmã sinalizam uma identidade tão significativa já que essa sua atitude a protegia, diferenciando-a a da irmã e permitindo-lhe um pouco de construção pessoal.

Entenda: para não ser apenas o reflexo ou o espelho dela, a sua “antipatia” aflora, ou aflorava, como uma tentativa desesperada de se diferenciar daquela que é o seu grande modelo de identidade, distanciando do modelo.


*****
Depois sonhei que meu pai ia pagar umas contas e ajudando-o procurava um dos papeis de boleto, mas como eu estava demorando a achar o papel específico, ele me olhou enfezado e pegando o monte de papeis começou a remexer neles sozinho negando a minha ajuda. Não achei ruim a atitude dele, só me desagradou não poder mais ajudá-lo. Foi um olhar bastante severo e não ousei dizer algo ou insistir em ajudá-lo.

No segundo sonho, que me parece um sonho de confronto, o olhar severo da autoridade poderia desmontá-la, mas não o faz. Você resiste diferenciando a severidade do olhar com a afetuosidade da relação.

Você não sucumbe ao olhar de cobrança do outro. Aumenta a resistência mental, maior consistência emocional, menos fragilidade, autoestima mais fortalecida, maior segurança afetiva e além disso:

Uma postura mais natural, menos misturada, mais espontânea.

Os sinais são de uma menina moça que se centrando amadurece como mulher consistente. Sabe diferenciar a hora do embate e o momento de aceitar os limites. Ainda que haja uma submissão consentida a referências masculinoa de autoridade.

São sinais auspiciosos para quem está em jornada buscando equilíbrio e felicidade.



FELICIDADES!

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