Depois sonhei que eu estava vendo um rapaz que beijava uma jovem no pescoço e a abraçava. Embora distante eu podia sentir aquele afeto em mim, mas parecia pouco senti-lo apenas vendo a cena. Consciente de que estava sonhando e pensando que aqueles dois deveriam ser uma representação ou projeção de mim mesma, eu fui até eles, joguei a jovem longe com toda a minha força, para vê-la morta mesmo, e tomei-lhe seu lugar dizendo a ele que aquela era apenas uma parte de mim, mas que eu resolvera tomar meu lugar por completo. Ele aceitou e, abraçados, trocamos vários beijos no pescoço e nos ombros.
Eis um sonho que evidencia a sua mudança de atitude de Agente Passivo Submisso para Agente Pró Ativo.
Duas observações:
1. Há transformação em sua dinâmica psíquica. Mudança na dinâmica que rege sua singularidade diante do mundo, na atitude, na postura e comportamento. Não importa a justificativa que a leva a desencadear o seu movimento. A intenção se realiza.
2. Altera-se o padrão psíquico. O movimento anterior era para o interior, recuado e... Protegido no papel de vítima, carente e rejeitada.
Mesmo que, a princípio, a força para realizar o movimento possa ter sido excessiva, é preciso compreender que para romper a inércia, do submisso carente e recuado para o dinâmico proativo exige-se um processo de adequação para o movimento. Assim, a pulsão inicial pode ser "sem medida", excessiva por ter que colocar o corpo onírico em ação.
Esse corpo onírico necessitada de sutileza, energia edominada, e a psique pode tê-lo acionado com uma pulsão que usa para despertar o corpo, promovendo a reação além dos limites.
Esse corpo onírico necessitada de sutileza, energia edominada, e a psique pode tê-lo acionado com uma pulsão que usa para despertar o corpo, promovendo a reação além dos limites.
Importante é que há o Intento. A energia é desbloqueada e liberada para a ação. O sujeito rompe as travas e realiza a intenção.
O RESULTADO:
A Tensão eleva-se rompendo com padrões e limites, até então, aceitáveis e o sujeito busca a realização do seu desejo.
Se anteriormente usava-se a manipulação do meio como vitima abandonada, e pobre coitada, para a realização do desejo, a dinâmica agora coloca o sujeito como responsável pela sua satisfação assumindo todos os riscos pela escolha que faz.
O sonho confrontando-a com a condição de abandonada e colocando apenas como assistente mobiliza a sua capacidade de responder, dando-lhe a oportunidade de escolher outras formas de respostas.
Mas para isso foi necessário romper com as defesas, conceitos morais, assumir o desejo e correr atrás de sua satisfação. Este é o primeiro movimento decorrente de suas transformações pessoais.
Naturalmente este ímpeto, essa tendência de movimento será projetado na sua realidade dando-lhe a chance de experimentar novas formas de responder aos acontecimentos no seu entorno.
Pessoalmente acredito numa grande mudança. Você se assumindo como mulher. Mulher adulta capaz de buscar a realização de seus desejos, sua satisfação. Seu prazer, suas necessidades.
Pode-se pensar que é apenas um sonho compensatório onde você compensa a incapacidade de realizar a ação assumindo posições mais positivas. É Possível.
Prefiro considerar que mudanças tão significativas tendem a correr primeiramente no interior para posteriormente serem projetadas na realidade, incorporando-se ao comportamento manifesto.
Há indicação de risco na indiferenciação: O estimulo lhe induz a reação, sua suscetibilidade está elevada. Mas essa indiferenciação pode estar associada a necessidade de satisfação do desejo, do encontro com o outro, sua necessidade de trocar carícias e atender à sua sexualidade de mulher adulta. Beijar na boca, abraçar, saciando a oralidade, a necessidade de carícias que o corpo nos exige e quem sabe chegar aos prazeres dos múltiplos orgasmos.
O Poder Feminino
espelhado pelas poderosas, famintas e atormentadas
mulheres de New York
em Sex and the City
Nosso destino se realiza a partir de nossas escolhas e decisões. Certas questões na sociedade moderna exigem novos padrões de comportamento, não podem apenas serem desejadas, precisam ser caçadas, conquistas.
A mulher conquistou o direito de caçar, ir de encontro ao masculino, exercitar a “corte” tanto quanto o homem. Essa já não é mais uma questão fechada, exclusiva da masculinidade, é uma questão de direito pessoal, o direito de escolher, buscar, de se permitir ir de encontro à realização dos desejos pessoais.
Se no passado a posição feminina era a de esperar a corte, o presente exige que a mulher manifeste a sua intenção, o seu desejo, a sua escolha. São novos os rituais antropomórficos no estabelecimento das relações humanas. Os novos tempos abrem essa possibilidade de igualdade.
Estes são apenas jogos iniciais de um complexo envolvimento e entrelaçamento das vidas do masculino e do feminino, que definem os relacionamentos. Nada parecido ocorreu antes. Neste momento a vida exige essa maleabilidade para os que sentem a estranheza nas mudanças dos costumes e dos padrões de envolvimento entre homens e mulheres. Os novos tempos exigem novas formas na busca das interações e no estabelecimento de relações afeto-emocionais-econômicas. Os mais flexíveis e astutos se adaptarão com menos sofrimento.
Este é um detalhe arquetípico do sonho. Ele transcende o pessoal porque espelha a Mulher do nosso tempo. A mulher que busca seu espaço, conquista seu lugar e tem o direito de reivindicar o amor o direito à sexualidade plena, por que antes de tudo ela é dona de seu corpo, do seu destino e de suas escolhas.
As contradições, os malentendidos, os sofrimentos advindos desta busca, é uma outra questão, que só sera resolvida quando
As mulheres romperem com os padrões históricos de submissão ao masculino.
E com o padrão masculino
De domínio do "outro".
Aquele padrãozinho machista
que elas não gostam de ver neles, mas adoram repetir.
Aquele padrãozinho machista
que elas não gostam de ver neles, mas adoram repetir.
Aí, estaremos mais preparados para viver o "poder" da Igualdade.
E neste aspecto, sinto dizer às meninas,
uma linhagem masculina moderna,
Já está à frente no tempo e à frente das garotas.
Mas este é um outro papo.
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