sábado, 24 de outubro de 2009

RELEXÕES SOBRE O SIGNIFICADO DE BANHEIRO















 

                                      Capa e Contracapa do Suplemento Literário de    Minas de Abril/2009

O sonho de Aline chega em uma boa hora para que possa avançar na significação do simbolismo de banheiro. Naturalmente podemos falar em dois tipos de banheiro o banheiro masculino e o banheiro feminino. Apesar de possuírem pontos comuns, o significado feminino difere substancialmente do masculino. Para ser mais claro, O espaço para as mulheres é significativamente mais rico, diversificado e complexo do que o masculino. E como homem posso ter vislumbres e algumas "fantasias" desta representação feminina à medida que só posso conhecê-lo, indiretamente, a partir de relatos femininos e do olhar feminino. Estou fazendo o uso da imagem de banheiro, veiculada em abril no Suplemento Literário de Minas pelo sincronismo já que ontem me chegou às mãos esta publicação reconhecida pela intelectualidade mineira, e utilizei a capa e contracapa exatamente para iniciar a diferenciação entre os dois universos (masculino e feminino). Não tenho idéia dos pressupostos da utilização da imagem no conceito do Suplemento e nem tomei conhecimento do conteúdo interno. Apenaspelo sincronismo e pela diferencia~ção optei pela utilização pelos conceitos que posso extrair ientificaos com minha reflexão. Penso que não haverá dificuldade para detectar um diferencial de banheiros masculino e feminino. Vamos pensar didaticamente. Na origem o banheiro pode estar diferenciado apenas no conceito da intervenção mas faço uso da intervenção para diferenciar a natureza, à medida em que podem representar bem uma natureza feminina do outro. Nem penso em organização e ocupação já que as qualidades podem ser características de ambos os sexos. Eu até penso que ambos poderiam ser um ou outro, mas a lingerie pendurada no lugar da toalha evidencia a ação feminina e a importância que este “instrumento” tem para a mulher na atualidade. Ambas, toalha de rosto/mãos e calcinha têm importância fundamental na higiene diária, mas a lingerie envolve um universo simbólico mais rico por acondicionar, proteger e adornar o órgão feminino. Para a Psicanálise de 100 anos atrás (e para muitos até os nossos dias) a mulher sofria de um recalque em decorrência de não possuir Pênis, chamado de complexo de Castração. Mas hoje, se vivo Freud estivesse não tenho dúvidas e que mudaria o seus conceitos em relação a essa característica feminina. Diria que psicologicamente incorreremos em erro histórico ao falar de castração feminina. E mesmo que no passado este complexo se manifestasse, já poderíamos falar que as mulheres avançaram de uma forma tão fantástica que podemos pensar no desenvolvimento de um poder simbólico e real do órgão feminino. Se por ventura houver, entre os que acompanham o blog, estudiosos da área, já gostaria de esclarecer: só observo o desenvolvimento humano. Eu só posso acreditar na psicologia, na intervenção psicológica se formos capazes de favorecer a mudança e se os indivíduos se transformam o coletivo também se transforma. Para mim, frente ao comportamento feminino na atualidade, o complexo de castração estabelecido por Sig. Freud, foi superado pelas mulheres. A autoestima feminina vem superando o poder fálico masculino. As mulheres já exercitam o poder do “falus ausente”, se fazem fálicas sem a necessidade do poder físico do falo. A metamorfose coletiva se faz. Mas... voltemos à significação de Banheiro. As mulheres transformaram o banheiro em um espaço onde elas se recompõem na transformação que operam, o espaço de higienização se fez espaço de pausa, interregno, distância do masculino, conchavo feminino, fortalecimento, recuo estratégico. Sair de cena causa o impacto do controle, do domínio da situação, para o reservado, para o “Claustro”, de onde se avalia atitudes, conduta. Local para refazer a imagem construída para impactar o outro, para o relax da tensão exigida pela disciplina, para a conquista. Lugar de se exibir e poder ver as “outras”, competidoras, avaliá-las, diagnosticá-las e conhecê-las. O espaço reservado protege o tesouro que são as próprias mulheres e seu instrumental de poder, seu corpo fecundante gerador dos prazeres carnais, do prazer reprodutor consubstanciado como matrix, geratrix da espécie. Isso é muito, é tudo na existência. Serve também para um importante papel de diferenciador o masculino e do feminino. Considerando a androgenia, e a multiplicidade sexual da atualidade, me referenciar apenas no masculino e no feminino é considerar a dinâmica original sem a interferêcia da época de transição e o processo de massificação da atualidade que mistura as naturezas e produz tanto homens-femininos quanto mulheres-masculinas, redireciona o individual  para a compensação de sua natureza. daí o banheiro feminino passa a representar um reduto do Elemento Feminino. Este fenômeno têm menos força para o masculino na significação de banheiro, já que o Elemento Masculino encontra na Sociedade Machista m,ais possibilidades de compensar esta identidade. Estou pensando na sociedades   brasileira que passa por uma metamorfose fenomenal (cultural, social, moral) mas mantêm arraigado a natureza conservadora, em que se escora para suportar a pressão das transformações. A sociedade européia já convive a décadas com banheiros comuns a homens e mulheres, está em outro estágio.

Um comentário:

  1. Olá, gostaria que verificasse o seguinte sonho: Eu agachei-me p/ um padre não me ver. Escondi perto de duas moças que pareciam presas até que, repentinamente, mais duas mulheres saíram da porta dos fundos de uma igreja cuja missa estava acabando. Ali parecia um espaço grande com várias igrejas e eu parecia estar num serviço secreto. Eu fiz sinal de silêncio para as moças presas e elas ficaram caladas, porém, depois que o padre passou sem me ver, as outras duas mulheres que haviam saído da missa disseram que também iam me encobertar, mas eu ia ter meu tempo de fuga e nisso soltaram uma espécie de gás explosivo. Sai correndo como se voasse no ar e fui obrigada a entrar numa igreja cujo interior era gigantesco, tudo em cor prata metálico como se fosse uma construção de inox e cheio de pessoas que pareciam trabalhar. O local não lembrava em nada uma igreja: parecia mais uma empresa de escravidão e não sei porque tive essa impressão. Conforme corria ligeira via o fogo surgir atrás de mim como se estivesse num filme de ficção. Eu olhava para as pessoas e, uma vez que elas não sabiam que tal gás havia sido solto, pensava em quantas delas morreriam explodidas após contaminarem-se respirando o ar tóxico que rapidamente entrava em processo de combustão e se transformava em fogo. Entretanto eu não podia fazer nada além de fugir super rápido. Vi-me correndo dentro de uma espécie de túnel quadrangular muito comprido e também metálico brilhante. No final desse túnel saí noutro ambiente. Era um lugar requintado de alta sociedade, mas não sei se era uma feira ou uma festa, só sei que comecei a dançar a cerca de dois metros suspensa do chão. Dançar no ar era muito gostoso pois parecia dar leveza nos movimentos, mas acho que eu era a única que dançava. Estava com um vestido rodado e leve que ia até o joelho e algumas pessoas me observavam encantadas. Eu dancei um pouco, despedi de alguém e me retirei, pois sentia incomodada com o ambiente. Em seguida eu acordei.

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