quinta-feira, 1 de outubro de 2009

LUTAS E CONFLITOS


Andei anotando mais uns sonhos: No primeiro eu estava numa biblioteca donde havia dois homens e uma mulher, todos armados trocando tiros. Fiquei com medo de receber uma bala perdida. De repente a mulher que estava meio escondida na defensiva de um ataque deu de cara com um dos homens, tendo apenas o entremeio da prateleira de livros a separá-los. Ela deu vários disparos, mas havia acabado a munição e imediatamente o homem lhe atirou fatalmente. Foi uma cena chocante como se eu estivesse dentro de um filme. A mulher foi julgada e sua pena de morte sentenciada igual nos séculos passados por pratica de bruxaria, feitiçaria, magias, encantamentos, etc. Não sei o motivo, mas fiquei me sentindo como observadora e ao mesmo tempo ‘na pele’ daquela mulher, como se eu fosse duas em uma. Será que o homem matando a mulher reforça apenas o que você já me disse anteriormente da minha visão sobre o feminino X masculino?


Fatalmente! Não é apenas uma questão de visão, mas mais, muito mais! Envolve um domínio arquetípico, melhor... Uma busca de domínio entre conteúdos femininos e o masculinos (não podemos falar em um conteúdo purista feminino ou masculino já que não significa uma unidade, mas conteúdos que forma uma natureza). Esta disputa, este embate, que de forma genérica acontece em todos nós, pode evidenciar que conteúdos opostos que deveriam, no processo de maturação encontrar o caminho da unificação, se integrar, se ajustar num conjunto, continuam a agir autônomamente como naturezas distintas que tentam se sobrepor uma à outra, formando conflitos de supremacia e adiando a constituição de uma natureza integrada.

No primeiro sonho é interessante notar que em uma biblioteca, (do grego biblio – livro, derivado de bibliopoles- livreiro) lugar de conteúdos, intelecto, aprimoramento, estudo, desenvolvimento, ocorre uma troca de tiros. Uma batalha, disputa, contenda, entre pessoas. Me passa oposição entre energias focadas em atitudes de embate, agressivas que desconsideram a dimensão do lugar sagrado, lugar do aprimoramento e de formação da civilidade. Dualidade entre energias densas de embate que precisam ser trabalhadas, transformadas, metamorfoseadas, sublimadas, para que possam realizar a transposição de estágio de desenvolvimento. Neste caso, se são energias que já são manifestas, necessitam ser transformadas, se não expressas evidenciam que podem estar recalcadas, aprisionadas e precisam ser trabalhadas antes que explodam de forma reativa, impulsiva e conseqüentemente destrutiva, ou que ressurjam em forma de caprichos ou desvios de personalidade incômodos. A energia agressiva é cumulativa, assim se represada ela se fortalece tanto quanto quando expressa. Quanto mais manifestamos essa força agressiva, mais agressivos seremos em novas manifestações reativas. O que precisamos é transformar estas energias focando-as em objetivos construtivos, elaborando a reatividade, nos diferenciando do meio que nos mobilizam essas forças.

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