quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

TORMENTO

O Pesadelo -  Johann Heinrich Füssli -1781
The Institute Of Arts - Detroit

Charlot 30

Que noite horrível! Tive uma seqüência de pesadelos e, pelo pouco que consigo lembrar, tenho quatro contextos péssimos para relatar. Vou enumerá-los:

1. Sonhei que estava numa arquibancada de madeira e, no meio de um conflito policial que surgiu do nada, um homem começou a atirar balas explosivas na minha direção. Eu as tirava jogando longe antes de explodirem, mas foi até que uma incendiou-se antes de conseguir tirá-la. Daí eu fui obrigada a fugir agarrada na vertical por uma tela que havia por trás. O local parecia uma quadra de esportes, mas não tenho certeza. Passei por várias janelas experimentando em qual conseguia passar e, numa delas, a qual mal cabia minha cabeça, eu consegui fugir sem nem mesmo entender como conseguira tamanha proeza. Não sei se pulei ou se desci escalando a parede, pois o lugar da janela era muito alto. Perambulei a rua preocupada por não ter donde me esconder. Busquei refúgio numa casa me oferecendo para trabalhar. Não sei que casa era aquela, mas parecia um convento ou algum local religioso que abrigava mulheres por algum motivo. Uma das mulheres me acolheu e me mostrou o local que era imenso (com vários quartos, salas e jardins internos). Achei bonito e agradável o local, o qual tinha acabamento e decoração num estilo barroco conservador. Tudo parecia bom demais, porém eu continuava com muito medo e, embora me vendo posteriormente disfarçada com peruca e uma horrível roupa masculina meio esfarrapada, sabia que ia ser procurada pelo homem mal e desconhecido.

2. Eu escutava barulhos em casa e fiquei com medo pensando que era ladrão. Não estava com medo de roubo, mas de algo ruim me acontecer. Entretanto, saiu do banheiro o espírito de uma criança. Inicialmente continuei com o mesmo medo, mas depois percebi que, mesmo não a conhecendo, ela me era familiar e querida. Interrogando-a, fiquei sabendo que se chamava Isabel (ou Izabele, não lembro direito) e que, embora não pudesse me contar donde ou desde quando me conhecia, garantiu que gostava muito de mim e senti isso verdadeiramente ao abraçá-la. Ela disse morar no espaço junto de uma legião infantil que muito bem me queria. Nisso ela começou a cantar e, nos meus braços, foi se transformando num bebê. Vale lembrar que, conforme já relatado, não é a primeira vez que tenho um sonho de regressão física de uma criança se tornar um bebê.

3. Eu estava numa praça escura quando alguns homens e mulheres que pareciam drogados vieram em minha direção e me cercaram. Eu dava socos neles, mas era como se eles nem sentissem. Daí eles me prenderam numa espécie de jaula, cobriram com um pano preto e me levaram, mas depois alguém com muito custo concordou e conseguiu me soltar. Eu saí voando (e todos pareciam surpreendidos de eu voar) de um lugar que parecia uma creche ou abrigo de crianças. O estranho é que as crianças pareciam estar com medo de mim ou, então, não gostar da minha presença. Eu podia ver e sentir isso pelo rosto delas enquanto voava me retirando do local. Obviamente esse sonho é um contraste com o anterior pelo fato de haver crianças amigas e, posteriormente, outras aparentemente inimigas.

4. Para finalizar com chave de fel, sonhei que estava dormindo com muito sono como se estivesse dopada, mas precisava levantar, reagir, identificar se o meio estava ameaçador. No que levantei e fui para a cozinha, minha mãe, irmã e cunhado estavam montando um complô para me transformar noutra pessoa e me forçar a ser e usar o que eu não queria. Ao me ver minha mãe deu um dinheiro para meu cunhado comprar um desodorante para mim, mas ele disse que não ia ter tempo e ela se encarregou da tarefa. Comecei a chorar, mas o fazia completamente constrangida, dizendo muito irritada que não queria que minha mãe e nem ninguém comprasse desodorante para mim, porém, ninguém queria respeitar meus gostos pessoais. Era em vão meu desespero, pois eles queriam fazer de tudo para impor-me exatamente o que eu menos gostasse. Pareciam agir por maldade. Embora num contexto totalmente diferente, essa sensação de estar completamente indefesa perante essas três pessoas sempre me causou pânicos reais que, de tempos em tempos, vive me atormentando em sonhos de briga ou de submissão como esse. Enquanto discutiam sobre o desodorante que me comprariam, eu via energias malévolas em forma de bolhas que saiam do meu cunhado e adentravam invisivelmente no peito da minha mãe fazendo-a tossir. Eu comuniquei-a disso, mas ela não ligou a mínima. Minha ira era tanta que, se pudesse, explodiria o mundo naquele momento.

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