sábado, 27 de fevereiro de 2010

FEED BACK 5

  


"Eu sei que me auto-manipulo de forma inconsciente e, quando tomo consciência disso, fico chocada comigo mesma, com as minhas próprias artimanhas internas de fuga do confronto com o mundo externo. Já percebi que sou capaz de me convencer de algo que não quero para não ter que assumir e deixar claro para as pessoas a minha oposta convicção e vontade pessoal. Eu mantenho interiormente a sensação de que, se for encarar o mundo externo, ou seja, pessoas e situações, vou acabar perdendo a “briga” e daí, por autodefesa, sempre fui omissa concordando com o que não concordo. Essa sempre foi a maneira de não criar intrigas e inimizades. Sempre tive a teoria maquiavélica de ser mais forte dando a entender que meu inimigo estava no poder e no comando de tudo e, enquanto isso, sendo falsa, eu dominava o término da situação/enfrentamento fazendo o outro de bobo. Eu dizia a mim mesma que essa era a melhor atitude e me boicotava para não enfrentar meus medos de combate, ou seja, em me fazendo de esperta, acabava sendo a grande boba da historia. Desde pouco tempo, com essa constante análise dos sonhos, eu entendi que é mais importante criar uma inimizade e me defender, do que ser hipócrita a ponto de me enganar, mentir ao outro e viver na constante sujeição defensiva inconsciente de meus medos. Sempre tive medo de confrontar e magoar o “outro”, mas também sempre senti que arcar sozinha com as magoas provocadas por esse outro me seria injusto. Cabe-me uma necessidade: não me ofender perante a opinião alheia a meu respeito, sabendo expressar minha opinião para me esclarecer e conseguir assim enfrentar os argumentos alheios. Esse enfrentamento sempre me teve aspecto desgastante exatamente por não me julgar forte o bastante para ele. Longe de estar com vontade de convencer qualquer pessoa sobre minha opinião, mas preciso fortalecer-me a ponto de me defender, não enquanto dona da razão, mas sim enquanto alguém que, como qualquer individuo humano, merece respeito e liberdade para ser o que é, agrade aos outros ou não. Conforme me disse anteriormente, sinto sim que núcleos autônomos atuam sobre mim e me comandam. Eles reduzem totalmente meu poder pessoal e minha autoestima. Sinto que sempre vivi no constante “autoengano”, pois assim sempre encontrei a realidade que me parecia mais favorável. Tenho consciência disso tudo, mas cadê a coragem de largar mão desse agradável conforto de uma realidade favorável? Tudo isso me parece tão complexo! Será que tem “cura”?"

Minha Cara, se não tiver, nós estamos condenados ao calor dos infernos. Quero dizer-lhe: se não formos nós a assumirmos a responsabilidade de nossas escolhas nos restará apenas sermos a consequência de nossa inconsequência e em decorrência disso sofrermos ao sabor da instabilidade no oceano das pulsões atormentadoras. 
A vida é uma possibilidade permanente de renovação, transformação e renascimento. Só não é passivel de muidança os que já estão tão estragados, ou refratários, que suas vidas já estão definidas no enrijecimento.
Você toma consciência de que, na vida, as escolhas “simplistas” podem nos custar muito caro. Geralmente paga-se um preço muito alto por caminhos aparentemente mais “fáceis”. E caminhos que se aparentam facilidade, inicialmente, podem se mostrar péssimas escolhas no desenrolar dos acontecimentos.
Não! Não existem caminhos fáceis nesta jornada. E é melhor de cara enfrentar as dificuldades ao invés de adiar decisões difíceis para momentos pressupostamente melhores.
Na dinâmica da vida, há um “Time” que não se pode perder, principalmente por que as estações mudam, os ciclos se fecham, portais se mostram e desaparecem, janelas se abrem e se fecham num flash fotográfico.
Veja só, eu, por exemplo, estou nesse blog impulsionado para uma ação coletiva com tempo marcado para ser encerrado. Há possibilidades dessa janela manter-se aberta, depois do propósito realizado saberei o que escolher, mas os desígnios já estão traçados. E depois que as coisas se fecham, novos são os momentos, outras as possibilidades.
Se você ainda não tem a coragem o suficiente para empreender as mudanças que se fazem necessário, se prepare para elas, e esse preparo não é realizando grandes mudanças mas transformando aquilo que neste momento você se acha forte o suficiente para realizar. Melhor!  Avance um pouco mais, arrisque um pouco mais do que o possível, assim terás pelo menos a certeza de não estar se enganando com justificativas neuradas, o que a levaria inevitavelmente à paralisia.
                                                                       Bye

Um comentário:

  1. Acabei de acordar de um sonho meio futurista e bastante pueril. Ele começou comigo dentro de um trem. Eu sabia que era trem, mas ele parecia um ônibus por dentro e também por não andar sobre trilhos, mas sim flutuando acima do chão. Ele tinha janelas enormes (que estavam fechadas) e andava incrivelmente rápido. A distancia entre as poltronas era muito pequena e, incrivelmente maravilhada com a visão que apontava do lado de fora enquanto o dia amanhecia (nesse momento andávamos sobre uma ponte imensamente alta), pedi ao casal dos bancos da frente para tirarem a inclinação dos assentos, pois eu estava me sentindo muito apertada. Achei divertido notar que eu estava falando inglês, mesmo que com certa dificuldade e tendo até de fazer mímica com as mãos para explicar melhor o que queria. Eles atenderam meu pedido e seguimos viagem. Nisso chegamos num local incrível, tipo um paraíso de outro planeta. Era um local muito limpo, com construções muito simétricas de mesmo tom e havia muitos carros todos amarelos que levantavam vôos e depois voltavam para o chão. O trem parou em frente uma praça redonda grande com um enorme chafariz no centro e vários bancos ao redor dele. Não havia muitas plantas, apenas algumas poucas árvores. Desci do trem com a turma. Estávamos muito empolgados com o lugar. Dando seqüência a rotatória da praça e seguindo reto na rua que surgia adiante, havia uma praça cujo letreiro grande numa construção de fundo dizia ‘Praça Colombo’ e abaixo outra escrita com o nome do edifício que não lembro qual era. A rua era bastante larga e tinha dos dois lados pequenos chafarizes próximos do chão que espirravam água amarela para cima. Tantas coisas amarelas me fascinavam e me perguntava por que alguém havia escolhido aquela cor para dar destaque em tudo. Era um lugar paradisíaco e nesse momento eu tive uma preocupação, precisava anotar o sonho. Daí eu me vi dormindo numa cama de casal entre lençóis de seda (nada a ver com minha caminha de solteiro) de uma casa elegante e enorme, dessas que é possível se perder dentro delas. Estava de dia e eu podia escutar minha filha (no sonho eu sabia que tinha uma filha) tocando piano no quarto dela junto com o irmão e um primo. Eu queria continuar o sonho anotando o mesmo enquanto dormia como se fosse uma sonâmbula, pois tinha certeza de que ia fazer uma excursão longa e incrível. Fiz a difícil tentativa. Comecei a escrever e voltei para o lugar do sonho tornando a dormir, ou seja, me vi no local do sonho escrevendo os pontos principais do mesmo com uma caneta amarela (fora do sonho ela não era amarela). Quis conferir se fora do sonho eu estava escrevendo também, mas quando retornei em mim mesma dormindo, notei que não tinha força suficiente para escrever fora e dentro do sonho ao mesmo tempo, ou seja, eu estava escrevendo apenas dentro dele. No meio da peleja acabei acordando de verdade. O que pode ser esse sonho tão diferente além de legal e tolo ao mesmo tempo?

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