quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

EU ELA NÓS II


 

  
Carlotinha 27
Depois disso eu estava num outro ambiente que não sei dizer se era um restaurante ou uma festa, mas sei que também tinha muitas comidas variadas e sobremesas, das quais eu já sabia que podia comer de tudo livremente, mesmo que algumas variedades houvessem de ser marcadas em meu cartão de consumo e despesa. O local era iluminado à meia-luz e estava achando-o um pouco escuro, tanto é que errei de mesa num determinado momento em que fui servir-me de algo. Lembro que depois eu fui servida com salada de frutas e creme de leite. No que fui buscar uma colher e voltei alguém houvera pegado minha porção e, irritada com a desorganização de tudo, fui servir-me pessoalmente na mesa donde eram organizadas as porções. Sei que o sonho estendeu-se enquanto eu permanecia nesse ambiente, mas não lembro quase nada. Parece-me que eu comia sozinha sem muito me entrosar com as pessoas, pois, de certa forma, eu não estava muito agradada daquele ambiente. No que me parece uma outra etapa do mesmo sonho, mas provavelmente num outro local, eu fui sentar-me na mesa com umas outras pessoas e um garçom foi trazendo um monte de quitandas enormes e entregando para a jovem que estava sentada do outro lado da mesa, a minha frente. Fiquei olhando o enorme pudim, a enorme rosca, etc. Como tudo estava sendo entregue diretamente a ela e o que ela fazia era colocar as entregas na mesa de modo desinteressado, eu perguntei-lhe se ia comer tudo aquilo e ela respondeu que não. Perguntei se ela ia levar para a viagem e ela também respondeu que não. Somente então perguntei se podia me servir das quitandas e ela respondeu que sim. Nisso outras pessoas se aproximaram e sentaram-se do meu lado. Eu não sabia se podia dar da quitanda que comia para tais pessoas e, embora preocupada de oferecê-las, não o fiz por vê-las comendo outras coisas. Havia muitas variedades de coisas de comer e todos pareciam estar comendo algo. Enquanto comia eu retirei os pedaços da quitanda que, não sei por qual motivo, havia colocado no colo, e coloquei sobre a mesa deixando explicito que a pessoa que estava do meu lado poderia pegar da minha porção se não lhe fosse permitido pegar da quitanda original. Logo em seqüência eu coloquei a cabeça no ombro dessa pessoa que se sentara do meu lado e falei algo que não me lembro. Não sei quem eram todas aquelas pessoas que já não eram as bêbadas que haviam ‘enchido a cara’ no primeiro sonho. Não sei se eu era intima delas, mas, ao mesmo tempo em que eu parecia estar à vontade com elas, eu também parecia estar vendo-as pela primeira vez.

Este segundo momento eu tomo consciência depois de ter escrito as observações iniciais. Esta sequência parece-me mais compensadora na satisfação de seus desejos orais, mas mais focada em sua dificuldade de estabelecer vínculos sociais.
Em princípio poderia fixar-me na Dinâmica Pessoal Psíquica: Indícios de desorganização, sombras, conflitos. Tudo dentro de certo “padrão” aceitável. Mas Há movimentos, busca e interação, integração. Contudo chama a atenção a fixação oral, a fixação no alimento, sinais de carência, ou composições gestálticas em aberto na configuração de personalidade. Isto é, sinais e imaturação afetiva, vinculação não resolvida em laços de afeto (possivelmente familiares devido a referencia oral).
Consideremos: O alimento é o sustento da vida, primordial na manutenção da vida. Mas o alimento não é só o objeto concreto, ele nos vincula com o mundo e estabelece o tipo de relação que teremos com este mundo, o tipo de troca que realizaremos com o meio. Mas aí surge o avanço, o sinal de mudança na dinâmica psíquica, a proximidade com a figura masculina, a troca ( superação do Ego-ismo infante).  O sinal de transformação e metamorfose do símbolo na aproximação afetiva: “eu coloquei a cabeça no ombro dessa pessoa que se sentara do meu lado e falei”. ...E FALEI! Parece pouco. Não o é. É mudança da dinâmica interna. A energia pessoal se volta para partilhar e para se aproximar. Aumento da segurança, da força pessoal. Do Poder e do Intento pessoal.

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