sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

RISPIDEZ 2

  
Carlot 28

Carlota eu gosto de ver sua reflexão, suas descobertas, este é o caminho... compreender, transformar, amadurecer. O caminho é árduo mas profundamente realizador e gratificante. Você esta certa é preciso ter cautela e equilíbrio perante as palavras e...cautela na postura ativa. As palavras podem ser profundamente, ferinas, ofensivas e violentas em situações que envolvem competição, diferenças e conflitos, elas em geral acabam sendo devastadoras. Toda a força agressiva é projetada no outro em forma de sons, e sons com formatos para destruir, dilacerar o “outro”. Eu percebo a agressividade como um produto defensivo, reativo e cumulativo, isto é, quanto mais você se utiliza desse mecanismo para relacionar-se, deste meio de defesa e ataque, desta maneira de se expressar-se, mais agressividade você será capaz de mobilizar. É como uma conquista, a cada vez maior será o poder de mobilizar essa força destrutiva. Mais força agressiva será acumulada e maior será sua capacidade, seu poder explosivo, sua tirania.
Ou seja, Caia fora desta fria. Não é por aí. A sociedade competitiva nos exige certa capacidade de mobilizar esse poder agressivo. O trânsito, por exemplo: se você não tiver essa disposição, o trânsito se fará assustador, você nem conseguirá circular dirigindo. Mas nem por isso você poderá sair por aí passando por cima dos outros, reagindo com seu cavalo de força, caso contrário acabará matando pessoas inocentes. A agressividade é uma força, um poder que precisa ser disciplinado a nosso favor, dominado e controlado dentro de certos limites do razoável e do aceitável.
No seu caso; Você reprime de maneira a se fazer passar por “boazinha”, e tem medo dessa força superar seu poder de controle. Ora, não há como engessar um vulcão. Uma hora a força reprimida, aprisionada é liberada e pode se manifestar de forma mais destrutiva. É preciso aprender a dosar esse veneno. Se for excessivo ele mata.  Somos recém-saídos das cavernas e ainda vivemos num mundo absolutamente selvagem, apesar de todo o verniz social conquistado.
Como dosar essa força? Primeiramente não a deixando se acumular; não promovendo “imputs” QUE PROMOVA O SEU CRESCIMENTO, que a  multiplique dentro de nós, canalizando-a para ações positivas e construtivas. Transformando e projetando esse poder de forma a promover e gerar retorno positivo.
Isto é um exercício excepcional. Quando você se diferencia do outro no seu processo de maturação, deixa de ser reativa ao que o “outro” faz. O “outro” deixa de mobilizar, a partir de suas ações, sua capacidade reativa, Ele não mais a atinge. Mas... se você estiver indiferenciada o espirro do outro fará cócegas no seu nariz, o drama alheio será devastador, o desequilíbrio do “outro” a sugará e a desequilibrará. Por isso o trabalho de aceitação do outro como ele é, é pré-requisito na diferenciação.
Eu acredito em “não ser omisso”. Em não permitir que o outro me bata na cara. Para quem se permite apanhar não sei dizer o que isso pode representar, cada realidade é uma. Muitos apanham e desenvolvem doenças fatais, muitos renunciam à vida se anulando, muitos viram santos, cada caso é um. A minha opção é não permitir que o outro “Me Bata”, isso não quer dizer que eu necessite bater, aprendi a manter o outro à uma certa distância para administrar minha força, e tenho trabalhado intensamente a compaixão que sinto pelo outro. A omissão promove a culpa no “outro” e resíduos reativos no sujeito. É fundamental avaliar a situação e responder ao que a realidade lhe exige. Para mim o caminho é o diálogo. Sempre o diálogo. Não permitir acumulo de ressentimentos e mágoas, amor próprio ofendido, orgulhos caprichos, vaidades essas misérias humanas que nos corroem como vermes.

O seu Sonho é claro, sua natureza é semelhante à natureza de sua irmã, sua irmã é você, e você sua irmã. Enquanto ela explode para fora, você explode para dentro. Ela faz mal ao “outro” destrói o “outro”, e você se destrói esperando que o outro se transforme. O bonzinho é tão mal quanto o mal, porque ele permite que o outro o destrua, ele se permite destruído para destruir o outro. O caminho pode ser não sendo ela e nem sendo o que você se tornou. Existe uma outra forma, um outro caminho, a firmeza, a autenticidade e isso não nasce como uma magia, é o resultado da transformação que processamos em nós. Manifeste-se. Experimente-se. Administre. Exercite-se.
O sonho é compensador mostrando-lhe suas semelhanças, e seus conflitos, sua capacidade de se colocar no lugar dela, seu julgamento e suas críticas, sua repressão seus desejos e suas identidades. Se ambas se assemelham, paradoxalmente se identificam, o crescimento não está no oposto mas na busca de transformação. Aprender a lidar com essa força e transformá-la a seu favor. 

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