domingo, 21 de fevereiro de 2010

MASCULINO


Carlot 30
Ah, Também lembro de sonhar que fazia uma reportagem entrevistando um homem na praia e todos olhavam para mim. Eu fiz a primeira pergunta e o homem começou a falar, não lembro sobre o quê, e ele falava tanto que me dispersei da reportagem olhando para os demais homens do local imaginando qual seria o próximo. Depois de um bom tempo sem nem prestar atenção no que o sujeito falava, o qual me desgostara por completo, fiz sinal de tempo para o homem da câmera e ele encerrou a gravação cortando a fala do homem, o qual ficou sem entender o que acontecera. Não sei se antes ou depois de tudo isso eu estava numa cidade diferente, mas parecia conhecê-la como se nela morasse. Eu peguei dinheiro com minha mãe para tomar ônibus e fui dar umas voltas em algumas lojas do centro. Eu continuava me vendo e me sentindo bem mais jovem. Aliás, eu nem parecia ser eu mesma em todos esses sonhos. Em verdade eu queria ir à casa de uma conhecida, mas não tinha o endereço dela e, sem ter como descobrir, fui apenas dar umas voltas. Estranhamente fui atraída para uma enorme loja de calçados, mas que vendia praticamente de tudo como se fosse um supermercado. Eu subi a escadaria e comecei a ver os cadernos, livros, cds, etc. me perguntando porquê tinha entrado naquela loja se não estava interessada de comprar absolutamente nada. Nisso escutei alguém me chamar e, por coincidência, era a amiga cujo endereço eu não tinha. Achei o acaso incrível e fiquei calada, pois se dissesse ela ia achar que eu descobrira seu local de trabalho. Somente então descobri que ela fora contratada por outra amiga cujo pai era dono daquela enorme loja, provavelmente uma das maiores da cidade. Pensei que poderia arrumar emprego ali também, mas logo em seguida não gostei da idéia.
Na seqüência essa minha amiga colocou
um montinho de palha numa das prateleiras e, disfarçando, disse para eu pegar a palha e segui-la. Sem entender para quê aquilo, eu fiz o que ela falou e pegando a palha segui-a até a rua. A outra amiga, filha do dono da loja, também saiu e ficamos do outro lado da rua, no que parecia ser um ponto de ônibus, conversando coisas que, por certo, eram sem importância, mas não lembro da conversa em si. Percebi que, pela amizade, o trabalho das duas não era rigoroso, pois elas podiam estar lá atendendo ou não na hora que quisessem. Talvez a palha fosse apenas uma espécie de sinalização, mas não cheguei a perguntar, pois ao sair da loja, joguei-a no jardim e ficou por isso mesmo. Depois saímos às três para ir a algum outro lugar que parecia uma feira de artesanato ou um mini-shopping, mas não lembro o resto, só lembro de estar preocupada uma vez que havia anoitecido e eu precisava avisar minha mãe que ainda ia demorar um tempo imprevisto para voltar. Pelo visto eu não tinha como avisá-la e isso me deixou atormentada, já que eu continuei preocupada tanto com minha mãe quanto por pensar que voltar sozinha para casa à noite era perigoso. Isso é o que lembro dessa noite.
 Será que tudo é apenas um amontoado de confusão mental ou possui algum significado?  

Não! Não é confusão! Sonhos podem parecer intransponíveis, mas os limites são nossos para compreendê-los. De maneira alguma o sonho relatado é um amontoado de confusão mental, como pensas. Ele tem uma sequência e passa uma ideia de um encontro que você tinha a intenção de realizar.
O fragmento inicial parece-me interessante, pois a imagem é de uma figura masculina que tem um discurso, e fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala, fala até você se cansar e dispensá-lo. Sua atenção não está voltada para a escuta que se fazia necessária, mas para o momento seguinte, para o próximo falante. Você não gosta, e se irrita, despreza, interrompe, finaliza. Provavelmente porque ele é a sua negação. Você não Fala o que precisa ser dito. E ele fala demais. É interessante porque essa é a habilidade que precisa ser desenvolvida e você vai encontrar no principio masculino, no princípio de realidade, na lógica, a força necessária para te impulsionar no movimento de resposta ao que a realidade lhe exige. Sintonize essa sua força Yang, para fazer seu movimento. É verdade que a fala exige certa agressividade, exige energia, coordenação, atenção, concentração, raciocínio lógico, abstrato, verbal, espacial, memória, domínio do presente para administrar o que pode ser dito e o que não deve ser dito, conteúdo (consequentemente muita leitura), etc. E tudo isso associado te permite o domínio do cenário, do tema, e do seu instrumental (corpo) para realizá-lo. Energia Yang. Em principio as mulheres são mais desenvolvidas no verbal, possuem mais fluidez verbal, falam mais. E essa é uma característica que você não aprova, já que a travou com sua criticidade. Mas possivelmente no seu intento masculino, no seu ANIMUS (sua alma masculina) você poderá encontrar essa força.
Para isso você precisará prestar atenção em si, no seu diálogo interno, se escutar para realizar a sua fala, para soltar sua voz.
“O verbo se fez carne e habitou entre nós”. O verbo é a palavra de Deus, é movimento ou vida da divindade. Todas as línguas residem no verbo, na palavra.
A palavra simboliza a manifestação da inteligência na linguagem. Ela é a verdade e a luz do ser.
Excluindo o fragmento inicial, a 2ª parte inicia-se no seu movimento de pegar um ônibus e acaba na mesma intenção de volta para casa. Você sai de casa e volta para casa. A imagem é bacana. É bom sair, mas melhor é voltar para  casa, sua vida, seu corpo, tomar posse do seu rumo, ir e vir. Você saí com intento, um propósito, sabe o que quer mas não sabe ONDE. Faltam-lhe informações. Você tem um propósito, mas não sabe como realizá-lo. E a vida lhe mostra que mesmo que não saibamos como, quando iniciamos nosso movimento, ela o realiza. Este é o milagre. Mas é necessário atenção aos rumos que você escolher, para deixar de ser "perdida".
 Dois detalhes: neste sonho parece-me que há repetição da imagem da loja grande de amiga em sonho do ano passado; Também ocorreu a imagem da palha, em sonho passado, a palha pega fogo. Não me foi possível voltar para rever sonhos.
Palha pode representar a cobertura, ou o poder inflamável, “dar uma palha” é dar uma canja, trabalhar um pouco, fumo ruim, fumo paia, fumo de xuxu, que não liga. De qualquer forma parece o contrário já que a palha podia ser o sinal para a saída do trabalho. Eu continuo sentindo que a sua severidade e a sua rigidez estão sendo confrontadas. Severidade de julgamento, medo de cobrança, dificuldade com a figura de autoridade, tensão, preocupação, angústia. Seu nível de tensão parece ainda significativamente elevado. Tem um uma questão aberta, um estar desconectado, sem foco, sem objetividade no seu intento. Ele existe mas precisa ser mais focado, objetivado.
            Bye.



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