sábado, 10 de abril de 2010

JESUS CRISTO



CH44
Compreendo... tudo recorre Da necessidade de ser autentica e ter coragem de expressar-me, ariscar, me dispor a realidade sem fugas evasivas. Por mais dificil que seja estou me esforçando.
Aproveitando a ocasião, essa noite eu não sei se sonhei que rezava ou se estava conversando com Jesus de fato, mas prefiro crer na primeira possibilidade para não ser pretensiosa. Eu fiquei com a imagem dele na minha cabeça e, embora parecida com essa normal que todos conhecemos, era muito mais serena e confortadora. Eu dizia a ele, não sei se pessoalmente ou em prece: ‘Se conseguistes suportar tanto, eu também vou conseguir suportar esse pouco que me cabe’. Sei que foi um sonho longo do qual daria tudo para lembrar com detalhes, mas não recordo nada além dessa vaga impressão. Eu acordei com a sensação de ter rezado a noite toda e isso foi uma espécie de alivio para mim. Claro que não consigo acreditar em algo mais profundo como faria uma pessoa fanática, e tenho isso apenas como um reflexo da minha carência espiritual, da necessidade de estar em paz num nível mais completo, de ser encorajada e amada de maneira mais pura e segura, bem como do meu desespero para crescer e cumprir meu senso de utilidade.
 Por mais benéfico que seja um sonho assim, posso dizer que ele me assustou, pois parecia existir em mim uma cota de responsabilidade gigantesca daquelas donde sabemos que o fardo vai ser pesado, mas do qual estamos resignados a cumprir, custe o que custar, tendo necessidade muito maior de apoio espiritual.
Será que isso tem a ver com essa época de Páscoa?
Depois disso sonhei que conversava com meu marido e estava dentro de uma cena de séculos passados, com vestido rodado, de mangas com franzido, anáguas, corpete e cabelos pretos bem presos em transas que rodeavam a parte de trás formando um topete firme na frente (parecia quase um capacete). Também conservei uma lembrança muito vaga. Meu marido usava cartola, fraque, colete, cabelos na têmpora e, se não me engano, bigode fino. Era um homem imponente, de fibra e muito esbelto. Deveríamos estar na faixa etária de uns trinta anos, não sei ao certo. Parece que estávamos separados ou brigados por algum motivo e eu lhe disse olhando-o de lado, numa postura submissa, porém firme: ‘Senhor meu marido, por acaso achas que nosso casamento está consolidado apenas entre os homens por meios de meros papeis e posturas formais?’ Com isso eu queria dizer que, ao menos de minha parte, existiam sentimentos reais e responsabilidade afetiva perante o matrimonio, algo que ele sabia sim existir pelo meu profundo respeito aos deveres matrimoniais e pela admiração que demonstrava por tê-lo enquanto marido. Eu sentia presente um amor de conivência mútua que está muito além do sentimento de mera paixão romântica.
Não lembro mais nada. Por que tais sonhos? Pareceram-me tão vívidos!

Ao abrir seu e-mail fiquei intrigado. Este “comentário” é do dia 01.04. feito em Feed Back 11. Posteriormente postei feed back 12 e 13(e 2ª parte, medo), Questões, CH 42/43. Havia feito a escolha de postar os feed back e as “questões” para não deixar pendentes esclarecimentos que são importantes para a compreensão da leitura. Na postagem de ontem (quinta feira) fui levado a escolher a imagem que é a cruz.  Para mim a cruz, como imagem, simbolizaria perfeitamente o seu momento e a sua reflexão, e o título de ”descendo da cruz” completaria minha compreensão desse momento significativo.
Quando agora aproveitando um espaço de tempo para avançar na leitura do sonhos vejo em  seu relato de sonho o surgimento do cristo, a imagem e o significado de cristo e todas as implicações inseridas neste contexto.
O fato de não haver lido o sonho anteriormente, não ter tomado ciência de seu conteúdo e de ter chegado antecipadamente ao simbolismo cristão me vem como sinal da realização de uma leitura absolutamente isenta e pertinente com aquilo que seu inconsciente vem tentando transmitir para você. Neste aspecto, recebo sinal de que o meu papel, que envolve uma responsabilidade significativa nesta tarefa, de tentar traduzir o significado desta comunicação entre seu inconsciente e você vem sendo agraciado com a sincronia do nosso encontro, independente da forma do diálogo, do tempo e da distância. Possivelmente é como um sinal de que a leitura pode ser feita resguardando certos limites, mantendo-se a consistência e profundidade da intervenção.  O acontecimento relevanteé para mim incrível.
Geralmente não abro o e-mail até que possa estar disponível para realizar sua leitura e vez por outra sou levado a abrir, considerando possibilidade de feed back que precisa ser respondido para complementar a leitura postada e após identificado pela primeira ou no máximo a segunda frase, completo a leitura e se o conteúdo é de sonho, fecho-o para reabri-lo apenas dentro de condições especiais de leitura.
Quanto ao sonho:
Independente da questão religiosa e do dogma cristão, o cristo como símbolo transcende a cristandade, tanto quanto Buda, Alá, pois se tornaram símbolos arquetípicos e coletivos fundamentais da humanidade. Simbolizam nossa relação mediada pela representação com o fundamento e o criador do universo. Neste aspecto o sonho com o cristo não precisa ser visto com fanatismo religioso mas um sonho com um símbolo humano de uma representação divina. Sua conexão com o divino, reencontro, renascimento do espírito santo, do cordeiro de Deus em você.
Por isso não entrarei na especificidade do símbolo. A riqueza da presença do senhor cristo, no sonho, já é bastante significativa. Fala por si. O significado do símbolo salta de sua representação.
No sonho você diz: ‘Se conseguistes suportar tanto, eu também vou conseguir suportar esse pouco que me cabe’. Você tende a romper com o papel de vítima, como “o pobre coitado” que se sacrifica e sofre em vão por não aceitar a condição humana inerente á realidade do seu significado no universo. Somos seres em processo de transição, evolução e mutação e com poder limitado para  se dar ao luxo de não aceitar esses limites ou a condição inerente à vida e à sua imprevisibilidade.
Se o filho santo do pai, filho dileto se submeteu ao inevitável destino, como se homem comum fosse, nós, meros mortais, não temos como escapar aos nossos desígnios. A nós nos cabe suportar os desafios, os confrontos e o dever de, suportando, completarmos o desígnio pessoal de nossas vidas. Sinceramente, o nosso destino é inevitável, e quanto mais tentamos fugir, quanto mais nos revoltamos, mais penosa, sofrida e dolorosa se torna a jornada.

“posso dizer que ele me assustou, pois parecia existir em mim uma cota de responsabilidade gigantesca daquelas donde sabemos que o fardo vai ser pesado, mas do qual estamos resignados a cumprir, custe o que custar, tendo necessidade muito maior de apoio espiritual.”
Outra percepção lúcida. Mesmo que muitos acreditem a vida não é uma festa, ao contrário, somos envolvidos por desafios permanentes que precisam ser superados, quando não os superamos o fardo cresce, se avançamos o fardo se suaviza. Só posso conceber uma vida que seja leve e suave, mas  ela só se faz leve quando rompemos nossos bloqueios, dificuldades e desconhecimento. Essa resignação é uma humildade complacente e o suporte espiritual está associado ao sopro vital que alimenta o nosso espírito, a nossa alma. Abrir mão disso e escolha dos incautos que se superestimam. Hoje em dia o espírito religioso nos habita de forma livre, independente de rituais e de amarras. Fundamental é a intenção e a atitude diante da vida, diante dos outros.
A segunda parte do sonho parece-me um avanço na sua dinâmica pessoal de reconciliação, união dos opostos, compromisso consigo mesmo pela tarefa de realizar essa integração pessoal entre seus polos diferenciados. Se não me engano, pela primeira vez surge a imagem do seu casamento, a incorporação do matrimônio que é a disposição de unificação dos opostos, a dinâmica direcionada para a realização da integração dos opostos. Antes de casarmos com alguém no mundo precisamos casar com nós mesmos, como não é tarefa fácil, mais fácil pode ser encontrar um parceiro no mundo externo e realizar a intenção projetiva, para que a vivência possa ser um exercício para a realização do matrimonio interno entre os lados opostos que vivem em nós.
Interessante é o afloramento de sentimentos e de uma afetividade menos egocentrada, já há manifestação do amor pessoal pelo “outro”,
E amor é amar além da paixão.

Bacana!

Admirável!


2 comentários:

  1. Das lembranças dessa noite, sonhei que estava deitada com a cabeça no colo de um homem que era casado. Haviam outras pessoas também sentadas no mesmo sofá, mas não lembro quem ou quantas eram. Eu folheava um álbum de retratos ou algo parecido enquanto ele remexia em meus cabelos agradavelmente. Eu tinha receios de que ele pudesse se interessar por mim (e até eu por ele) ou que alguém falasse algo sobre aquela intimidade, tanto que depois eu lembro de estar comentando com uma das jovens sobre o fato de que, na minha opinião, uma traição só existe quando envolvem sentimentos profundos entre ambos os envolvidos e mentira para uma terceira pessoa ou mais. Disse-lhe que até mesmo um beijo selinho eu seria capaz de dar e nem por isso poderia configurar o caso como traição. Também disse que, quando um homem pensa em trair a esposa (ou visse e versa), em verdade ele está traindo a si mesmo em primeiro lugar. Interessante que eu estava com a cabeça no colo dele e só via suas pernas vestidas na calça jeans comprida, ou seja, não vi o rosto dele, mas sentia o carinho, não sei com qual nível de interesse, com que ele remexia em minha cabeça massageando o couro cabeludo. Na vida real eu já tive envolvimento com homens casados (cada um completamente diferente do outro) e, embora soubesse da minha posição apenas de amante e não ousasse querer nada além disso, por vezes gostando da liberdade que usufruía pelo não compromisso, cheguei à conclusão de que pouco me satisfazia e, mesmo que existisse sentimento envolvente de ambas as partes, preferi excluir da minha vida relacionamentos do gênero. E por incrível que pareça, acho que tenho a sina de atrair homens casados... ou tinha, pois hoje em dia minha postura perante os mesmos são outras e, apesar do discurso do sonho (o qual revela verdadeiramente o que penso), acho que na vida real não daria liberdade para a cena sonhada, muito menos para um selinho ‘inocente’. Atualmente prefiro me esquivar completamente da posição de amante.
    No segundo sonho eu estava na casa de alguém sentada num sofá. Eu estava triste, parece que até escondendo ou segurando um choro, quando uma criança de óculos, provavelmente com uns três anos, veio me alentar. Primeiro era um menino com feições também tristes, mas depois já era uma menina loirinha sorridente. Quando criança meus cabelos eram loiros e lisos, mas ficaram castanhos e cacheados com o passar do tempo. Entretanto eu só vim a necessitar de óculos na adolescência. A menina não era eu quando pequena, mas talvez ambos possam ser uma representação minha. Não lembro muito ao certo o que se passava. Na seqüência, ainda no mesmo local, foi servido um banquete. Haviam duas enormes mesas rodeadas de pessoas comendo quando apareceram alguns mendigos pedindo comida. Não sei se alguém lhes negou ou como foi, mas num repente os mendigos começaram a invadir a mesa para pegar comida. Nisso um homem da outra mesa pareceu irritar-se e jogou no mendigo uma travessa de feijão. Começou uma guerra de comida e horrorizada com aquela cena, não querendo me sujar com aquela baderna, agachei-me num canto até que todos começaram a sair do local e, já por ultimo, fiz o mesmo. Parece que todos ficaram com medo dos mendigos e confesso que eu também, embora houvesse por trás outro tipo de medo: o de chegar na condição daqueles mendigos. Achei interessante o contraste entre a fartura de comida (banquete) e a falta dela (mendigos). Sei que parece uma coisa absurda, mas um dos maiores medos que já tive e, cuja explicação não tenho para dar por nunca ter sofrido disso, é a possibilidade de passar fome e não ter onde morar, ou seja, me tornar uma mendiga. No sonho isso pareceu explicito no meio do contraste dos que têm muito com aqueles que nada têm, mas que violentamente agem na intenção de sobreviver. Os sonhos me pareceram reveladores por indicar que talvez eu ainda tenha problema com os dois tipos de contextos. Será isso? Que mensagem eles podem me passar?

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  2. Mais um pequeno sonho...
    Durante a noite sonhei que estava num campo donde a vastidão de verde era infinita, muito bela e agradável. Havia uma plantação de cana recente que batia no rumo da cintura e ao longe era possível avistar um trator numa lavoura e boa quantidade de vacas (ou talvez ovelhas) espalhadas. Eu caminhava com um cachorro labrador branco e, no meio do trajeto, encontrei um formigueiro. Parece que eu e minha mãe estavam de fato procurando por formigueiros para jogar veneno a fim das mesmas não picarem as plantas (isso foi um fato real que ocorreu na chácara na ultima vez em que lá estive, há cinco dias atrás). No sonho minha irmã estava também, mas eu não sei dizer o que ela fazia no contexto, uma vez que ela não gosta do espaço rural. na concepção da minha irmã, uma vida simples é sinónimo de uma vida medíocre e é isso que ela pensa de quem prefere o campo à cidade. Eram formigas cabeçudas e eu comentei que não sabia como aquelas formigas conseguiam equilibrar-se e locomover tendo a cabeça maior do que o corpo. “Ao invés de arrastarem o rabo elas arrastam a cabeça” – eu disse em tom de brincadeira. Foi apenas isso o que eu me lembro, mas conservei em mim a sensação de tranqüilidade natural que aquele local campestre me transmitia. O cachorro, as vacas ou ovelhas e as formigas parecem ser elementos oníricos novos (mesmo que talvez não sejam inéditos). O local do sonho me era desconhecido da vida real e, inicialmente, eu me divertia correndo com o cachorro como se fosse uma criança. Vale esclarecer que gosto de todos os animais, mas entre os domésticos, sempre preferi os felinos aos caninos. Ainda assim não tenho vontade de ter nenhum dos dois e me satisfaz cuidar apenas dos passarinhos do quintal que livremente entoam seus cantos agradáveis enquanto tomam água adocicada e ‘fazem a festa’ comendo migalhas de pão ou arroz cru que lhes proporciono. Se isso reflete a minha personalidade, posso dizer que primeiro vem à liberdade e alegria, depois a introspecção e independência (que tem um forte fundo de egoísmo), ficando por fim a amizade e o companheirismo afetuoso. Talvez essa ordem não seja boa ou benéfica, mas que sou assim eu assumo que sou. Eu não estive rememorando os formigueiros da chácara que estavam picando os pés de laranjeira e carambola, daí presumir que deve existir uma significação além da sincronia com o fato vivido dias atrás. Formiga para mim representa trabalho. Enfim, o que tal sonho num contexto geral pode significar?

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