domingo, 25 de abril de 2010

UMA ALQUIMIA I

 
  
CH 53

Mais uns sonhos: Eu caminhava com minha mãe por uma espécie de bosque com lindas casas rústicas quando encontramos uma árvore chamada palito de picolé. Achei incrível pois o chão estava cheio de palitos. Fiquei impressionada, pois não achava que os palitos já viessem prontos de alguma árvore. Minha mãe mostrou-me que a casca da árvore se soltava e esfarelava ficando apenas os filetes de palito, os quais já vinham na largura certa e depois de recolhidos bastava apenas ser cortados em tamanhos iguais e adequados ao picolé. Fiquei totalmente fascinada! Noutro flash de memória eu estava no quarto (parecia de hotel) com um homem que fazia suas malas e separava seus documentos. Ele era um jogador de futebol famoso e percebi isso quando ele tirou um documento parecido a um passaporte donde tinha os carimbos dos jogos que ele já participara. Não sei o que eu fazia ali a observá-lo.

Depois eu estava conferindo uma mulher que tinha inúmeros pinos de plástico saindo das costas. Tentei verificar se aquilo não era uma montagem sobreposta à pele, pois de fato parecia, mas quando comecei a perceber que era real, ou seja, que de fato estavam cravados dentro da carne também, nem quis continuar analisando. Também havia um homem que tinha gigantes cortes pelo corpo. Tais pessoas diziam que estavam sofrendo tais fatos estranhos de forma involuntária. Nisso eu entrei num local com uma outra jovem e comentei para uma terceira moça que conferira as pessoas e os fatos só não seriam verdadeiros se aqueles indivíduos tivessem algum distúrbio mental a ponto de provocarem aquilo em si próprios. As duas fizeram seus comentários e então a que entrara no local comigo pegou uma espada que enfeitava uma das paredes e fazendo suspense disse que também poderiam ter sofrido aqueles danos de uma terceira pessoa numa espécie de ritual qualquer. Indagando a coragem que eles teriam para se alto flagelarem na intenção de aparecerem e ganharem fama, a jovem passou a espada no rosto da outra moça. Ela pareceu-me tranqüila, mas eu não. Eu sabia que a jovem não ia cortar a pele da outra moça, mas fiquei com receio disso acontecer. Ela passou a espada na lateral direita do rosto, na testa e parte acima da cabeça, finalizando com o mesmo no lado esquerdo da face. Foi algo rápido e não entendia por qual motivo ela estava fazendo aquilo.

Quando percebi que ela vinha com o instrumento para meu lado saí do local não querendo passar pelo seu ‘teste’. Eu sabia que ela não ia fazer nada comigo, mas visivelmente aquilo era sinônimo de ameaça e perigo, pois ela podia me ferir mesmo sem querer. Ela não me deixou escapar e mesmo com medo fui obrigada a encarar a situação. Ela passou a lamina do lado direito. Senti meus cabelos voarem com o movimento rápido dela passar a espada e me paralisei de medo. Ela comentou que daquele lado eu não tinha energia não sei o quê. Não escutei direito e nem me importei tamanho medo que sentia. Ela pós a ponta da espada na minha testa, entre os olhos e depois deslizou o metal para trás. Nisso um tremendo bem-estar percorreu todo meu corpo. Um forte arrepio desceu a me envolver feito uma descarga de energia. Ela voltou a esfregar a espada e comentei que aquilo era bom, tanto que inclusive podia sentir cada fio de cabelo se eriçar. Sorrimos alegres. Nisso a espada transformou-se numa chave gigante e outras jovens apareceram. Não sei por que, mas eu me senti uma deusa no meio de ninfas. Com os dentes da chave a jovem começou a pentear as compridas mechas do meu cabelo enquanto cada uma das outras seguravam um pouco dos meus cabelos. O medo foi tomado pelo sentimento de imenso prazer, alivio e completude. Foi algo rápido e percebi a tolice do medo que houvera sentido, mas o qual irrefutavelmente tinha de existir e ser enfrentado. Percebi claramente no sonho que não há problema em ter medo, pois em verdade, o problema está em não ter coragem para enfrentá-lo. Depois de enfrentá-lo, seja de forma natural ou forçada, percebemos que ele passa e abre caminho para o alivio, o prazer da superação, a completude da força pessoal.

Elas ainda remexiam em meu cabelo quando apareceu uma professora trazendo umas crianças e adentramos novamente no local de antes, o qual já não era o mesmo. Havia dois tapetes de aniversário montados sobre o chão e em cada um deles haviam dois bolos lindamente decorados com motivos infantis. Era uma comemoração de dois meninos e duas meninas. Observei os bolos bem diferentes de todos os que já vira. Eram bolos comuns com um diferencial: eles não eram inteiros, mas sim montado de pedaços já partidos e cobertos com chocolate ou pasta americana bem fina. Além do mais, creio ser totalmente fora do comum tudo ser montado sobre o chão e não sobre uma mesa. Fiquei perto dos dois aniversariantes masculinos e analisando aqueles rostinhos lindos, serenos e carismáticos por natureza, lembrei do meu jardim de infância. O tão gostoso momento foi interrompido, pois logo em seguida eu acordei.

Isso é um sonho ainda com sinal da necessidade de superar os medos?


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