quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

NATUREZA DOS OPOSTOS



OBSERVAÇÕES - este post antecede e completa a leitura do próximo sonho

A dualidade é estágio de desenvolvimento de consciência. A partir do nascimento da consciência a dualidade surge como referência Arquetipica, comparativa e associativa. A consciência se origina na dualidade. Mas a busca evolutiva é a busca da síntese da unificação. Nascemos da Mãe/Pai, com dois hemisférios cerebrais, duas naturezas Feminina/Masculina, nos alimentando em dois seios, num mundo do Dia/Noite, Dentro/Fora, Interior/exterior, Alto/Baixo, Frente/Costas, Direita/Esquerda, Sol/Lua, Razão/Emoção, Micro/Macro, Amor/Ódio, e dezenas de outras manifestações de duplicidade.

Jung abordou o tema: Os opostos são as inerradicáveis e indispensáveis precondições de toda a vida psíquica (CW14, p206). Consciente e Inconsciente tendem ao equilíbrio e à harmonia no dinamismo psíquico tanto quanto no universo os sistemas buscam o equilíbrio das forças.

Quando a força de um dos lados prepondera gerando alteração de configuração e definindo o desequilíbrio, a natureza se adapta. Quando o sistema não consegue reencontra o equilíbrio em sua configuração original ele o encontrará na nova formatação, se equilibrará no desequilíbrio.

Para mim a doença é o sinal de que o corpo se adapta ao desequilíbrio, estabelecendo novas relações de harmonização. Naturalmente que o sujeito quando desconsidera esse equilíbrio promovendo ou impondo novos estados de adequação do corpo, se infligirá estados que podem ser significativamente desconfortáveis.

Quando ocorre a preponderância de um determinado conteúdo promovendo o desequilíbrio e a desarmonia, o distúrbio, a atualização se faz necessária através de compensação do sistema. O sistema se autoregula, se compensa promovendo equilíbrio no estado desequilibrado.

Na dinâmica de confronto entre os opostos, quando o elevado nível de tensão se torna insuportável, a natureza altera a configuração ou apresenta uma nova alteranativa, uma nova configuração. Uma solução para o conflito. Inicialmente surge a reconciliação e posteriormente a síntese, que transcende a dimensão da lógica e da escolha.

Isto fica claro no zen budimo. O mestre apresenta ao discípulo questões conflitantes que geram confronto mental produzindo uma elevação do nível de tensão cuja solução liberta o sujeito do aprisionamento mental. Veja um exemplo no link jornada da alma


O pensamento de Hermes Trimegistos expressado na Tábua de Esmeralda, vemos a lucidez de quem detectou essa característica da natureza dos opostos.
Click no link e veja o post no Jornada D’Alma


Ficar na dualidade é se perder nos limites das diferenças. É preciso buscar a síntese, a unificação dos contrários, para realizar a união dos opostos. Assim podemos encontrar a unicidade da individuação. E este é uma ardua batalha, é preciso seguir o caminho do equilibrio, trabalhar principios e harmonia, a verdade, o aprimoramento, para eliminar os vázios de consciência para que no tempo deciso a psique complete a alquimia  das trasmutações realizando a plenitude da individuação.


 Ψ

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