quinta-feira, 16 de setembro de 2010

QUESTÕES parte II





Ou estaria meu animus deixando de ser subjugado pelo lado feminino dominador?

Ele nunca foi subjugado. Não possuímos esse poder. Pode-se tentar reprimir sua manifestação, mas isso promove sua potencialização e o arquétipo se manifestará de forma definitiva e imperativa definindo a condição de insustentabilidade e instabilidade da personalidade. O agregamos os conteúdo transformando e aceitando transformações ou somos subjugados pela força determinista do inconsciente.

Qual a dimensão externa e interna que um sonho desses pode representar?

O conteúdo envolve sua relação consigo mesmo, com seu interior, com sua alma. E envolve a sua relação com o mundo, a partir da harmonia ou desarmonia com o seu espírito.

Por outro lado, surge outro tipo de dúvida:

Até que ponto devemos ser independentes dos desejos, mesmo que as necessidades existam?

Esse pode ser o grande foco. Libertar-se dos desejos é um longo caminho de provações, renuncias e risco de ser engolido por eles. Mas não há caminho sem essa libertação.

Ou você encontra uma forma de satisfação dos desejos e se liberta ou não sacia e vira escravo dessa força. A repressão é o caminho menos indicado, tanto quanto o seu oposto, a satisfação sem limites, pois ela não sacia e aumenta a fome.

A liberdade pode ser trabalhada e conquistada, mas nunca o será através da força e do subjugo dos conteúdos psíquicos.

Você se forja com um indivíduo impecável, Fortalece seus princípios, se referencia na verdade, agrega disciplina, supera fragilidades renunciando aos vícios, fechando as portas para não cair nas tentações. Mas elas continuam a prevalecer.

Quando fortalecemos a coragem, a capacidade de amar, a compaixão, a humildade a vida passa a oferecer opções que anteriormente não se tinha. Parece que somos agraciados para viver os desejos de uma forma mais suave e mais passível de controle e domínio.

Diferentemente, quando abrimos a porta para a luxúria, os desejos se mostram insaciáveis e nos levam aos centros de prazer, à profusão das sensações e aos quintos dos infernos pagos com a venda da alma.

Vá de Retro Satanás!

Quem quiser que coloque a cabeça na reta!

Naturalmente estou sendo drástico. Eu me permiti chegar à porta do inferno e me dou feliz por ter conseguido retornar vivo e íntegro dessa jornada. Mas geralmente, poucos conseguem sobreviver quanto mais sair dessa densidade sem cicatrizes ou destruídos. A questão não é moral ou religiosa. Somos nós diante do mundo sob a força das pulsões internas. Um tipo de postura específico permite a muitos se livrarem da gosma, outros se superestimam e mergulham na noite dos desesperados, uma longa noite onde o retrocesso pode se tornar inviável.

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