quinta-feira, 16 de setembro de 2010

QUESTÕES parte I





Muitas reflexões me surgiram:

Isso seria um sonho compensatório?

É possível, que o sonho tenha conteúdos sendo compensados, mas não me parece um sonho de compensação. Naturalmente o momento lhe empurra para uma relação a dois, sua carência precisa ser preenchida. Há a necessidade de contato de pele, de corpo. O corpo pode estar sedento da entrega à lascívia, há tendência à lubricidade. Mesmo que a força da necessidade da carne esteja latente, creio que o foco transcende a carne e atinge a sua dinâmica de transformação e constituição do ser simbólico.

O corpo é apenas berço entre o Ser simbólico que através dele, o ser como manifestação de um fenômeno que aflora, e o mundo onde este corpo existe. Mas nós somos os mediadores entre o corpo e o mundo. E nos cabe conduzir a bom termo e com inteligência a nossa trajetória enquanto vivos ou nos entregar como massa indiferenciada num universo que anseia diferenciação.

Esse homem representa o desejo de viver o mesmo com um homem externo?

É possível. Você pode se responder.

Mas esse encontro acontece internamente entre conteúdos Opostos, entre a sua natureza feminina e conteúdos do arquétipo Animus. Parece-me mais um estágio que antecede a materialização.

Esse homem é a projeção de meu animus?

Pode ser uma imagem ou representação do arquétipo. Portanto, "uma" e não "a".

Ainda existe em mim a necessidade imatura de ser carregada ou de movimentar-me através de um homem externo, um 'príncipe encantado'?

O sonho mostra que é assim que se conduz. Não chamaria isso de imaturidade. A força de suas origens mostra que esse é um enigma que você precisa superar. Ou simplesmente repete seus antepassados ou os superar avançando para estágios mais evoluídos onde se livra da necessidade de comandar para compensar a submissão interna, onde o feminino pela força da repressão se obriga ao subjugo do masculino.

O avanço você integra o masculino, aproveitando sua força para realizar as suas possibilidades de transformação e de intervenção no mundo.

O “Príncipe Encantado” é uma projeção da representação desse animus. É como se nenhum homem fosse o bastante para você. O bom é aquele que espelhe a sua imagem idealizada. Ou seja, o caminho da insatisfação, do fracasso e da infelicidade nas relações com o sexo oposto.

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