terça-feira, 12 de janeiro de 2010

COMPREENSÃO 2





Walt Disney - Sleeping Beauty


Continuação... Um pouco assustada eu desci do mirante e subi numa árvore de pinheiro próxima, pensando que ali ele não me encontraria quando acordasse. O tronco da comprida árvore tinha uma casca externa rugosa, mas não tinha nenhum galho e só mesmo em sonho para conseguir subir numa árvore daquele tipo. De repente vi que o pessoal da sala na qual assistíamos ao filme infantil ia chegando. Pensei de descer da árvore e então notei que embaixo dela estava uma outra de mim desfalecida. Essa outra vestia um vestido longo bem rodado igual uma princesa. Como se fosse impossível eu me dividir em duas e estar uma parte viva e outra morta, fiquei me questionando quem deveria ser aquela outra ali desfalecida e tão parecida comigo.
Enquanto alguns foram ver se o homem mal estava morto – nesse momento eu já tinha certeza que ele realmente morrera - outros choravam ao achar que eu estava morta também. Depois de levarem o corpo da ‘parte de mim’ que por certo morrera, uma outra mulher e um rapaz mascarado apareceram em baixo da árvore como se soubessem que eu estava no alto da mesma. Daí eu desci e o rapaz tirou a mascara. A mulher me disse:
‘Está aí seu príncipe, você o libertou’. E realmente era ele, um alguém que dentro do sonho eu conhecia e amava plenamente, mas fora do mundo onírico é alguém que nem se quer conheço. Extremamente feliz beijei-o e saímos abraçados atravessando entremeio a uma multidão de carros congestionados numa larga avenida. Isso aconteceu como se todo o cenário anterior, o qual parecia uma espécie de floresta, houvesse se transformado instantaneamente numa cidade grande. E o estranho foi ter saído junto dele sem nem lembrar das demais pessoas que por certo continuariam achando que eu estava morta. Logo em seguida acordei.


Vamos finalizar a leitura do sonho. Como venho falando: para renascer é preciso morrer. Essa final parece-me fantástico num dimensão antropológica. Considerando a teoria evolucionista de C. Darwin, a evolução humana, do macaco para o “homo sapiens” passou pela descida da arvore. Quando descemos da árvore para a terra firme conquistamos em escala evolutiva. Você desce da árvore e encontra o seu parceiro, seu príncipe. A fala é: Aí está seu príncipe você o libertou! Seria a libertação de sua alma masculina? Espírito aprisionado por você mesmo? Possivelmente você já vem há tempos realizando um processo de reconciliação consigo mesma, e principalmente com conteúdos de “Animus”, sua alma masculina.
 Naturalmente você ainda tem um lado carregado de fantasia. Infantilidade? Defesa? Recusa em crescer? Mas isso agora é um detalhe já que com sua maturação você tende a abandonar este lado de Bela Adormecida sendo salva do sono eterno pelo beijo do Príncipe, para "viver felizes para sempre". Você atravessa a multidão realizando a união entre homem e mulher, suplanta a força do coletivo (não para reduzi-lo) fortalecendo a individualidade, a pessoalidade, integrando seu lado ativo, masculino, sua força, seu principio de realidade.
Neste aspecto, vislumbro conteúdos em transformação e não apenas compensatórios.Neste caso relevo a compensação. A psique compensa para atualizar, equilibrar, mas sinaliza o futuro indicando transformação. Ainda que possa aparecer como necessidade, demanda de atitudes e de mudanças. Por isso a mensagem para mim é de que no seu momento há escolha: você pode manter o cenário confortável da negação de si mesma e mergulhar na renúncia de sua vida; ou pode avançar no seu processo de maturação para que realize o seu destino como mulher amadurecida. Fantasias podem ser realizáveis na realidade, alimentá-las apenas no universo mental e caminho de infelicidade.
Além da descida da árvore, não podemos esquecer o conteúdo simbólico de árvore da vida e do pecado, consequentemente do mergulho na realidade.



Walt Disney - a Bela Adormecida


2 comentários:

  1. Essa coisa de sonhar e analisar os sonhos está ficando cada vez mais interessante! Acho que nunca tive um sonho tão sensual e exatamente por isso tão agradável como o dessa noite. Eu estava num quarto muito sofisticado, parecia um motel feito especialmente para milionários. Eu retirei meu roupão e apenas com uma meia fina branca que batia pouco abaixo do joelho e salto alto, deitei na cama larga, alta e cheia de almofadas. O sonho pareceu muito real de forma que eu podia sentir confortavelmente o forro de cetim prata que cobria a cama como se eu também estivesse dormindo sobre um lençol de cetim. Nisso meu acompanhante apareceu: um deus de homem que trabalhava como fotógrafo e modelo. Não sei o que eu era, mas não tive a sensação de sermos famosos. De todo modo, mesmo que eu não fosse fotógrafa profissional, sabia que também ia tirar fotos dele posteriormente às minhas. Diante de um homem tão bonito olhei para mim mesma e verifiquei que meu corpo era escultural: músculos definidos, nenhuma celulite, estria ou gordura localizada. Eu era perfeita também e isso me deu segurança como se fosse uma surpresa ver-me tão bela. Sempre me achei bonita e, mesmo não sendo nada vaidosa, contraditoriamente busco realçar e aperfeiçoar mais minha beleza tanto interna quanto externa, pois gosto da beleza simples e acho que ela ajuda sim a dar segurança e alto-astral a uma pessoa. Geralmente eu costumo me imaginar fisicamente quase igual a como estava no sonho, pois isso me dá animo e alegria para as atividades físicas, além do que, realmente creio na possibilidade de mais bela ficar, embora não tenha idealização de ser tão perfeita fisicamente quanto no sonho. Voltando a este, tanto eu quanto ele éramos com certeza duas criaturas de desejo sexual para homens e mulheres por conta da beleza fora do comum. Eu sabia que ele gostava de tirar fotos minhas, pois estas não precisavam ser retocadas em programas de computador como o Photoshop. Em qualquer ângulo eu saia perfeita!

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  2. Continuação...
    No que ele apareceu eu levantei da cama e beijei-o nos lábios perguntando em seguida se ele estava pronto. Dentro do sonho eu não sabia o que ia suceder e fiz a pergunta baseada no ato sexual que por certo teríamos. Eu estranhei porque ele parecia distante e ainda não tirara o roupão. Levantando-se ele pegou a maquina fotográfica e respondeu: ‘Vamos tentar, se não der a gente deixa as fotos para o final’. Daí eu entendi o que estava se passando como se uma lembrança de que íamos tirar fotos houvesse vindo em mente. Visualizando tudo com mais entendimento pela lembrança sobre o fato de que íamos tirar algumas fotos antes, pensei que ele tinha de se segurar, pois eu não estava disposta a me maquiar e arrumar os cabelos outra vez, muito menos depois de liberar minhas energias sexuais, ou seja, eu ia perder toda a expressão física de excitação, exatamente o favorável para as fotos provocantes e semi-nuas. Pensando nisso comentei que ele dava conta tranqüilo de tirar as fotos antes, pois o mesmo acontecera no dia em que havíamos nos conhecido. Embora tenha dito isso, para mim não ficou claro ‘fora do sonho’ como havíamos nos conhecido, apenas o fato de que não fora através de fotografias tão ousadas. Foi como se eu houvesse falado sem relembrar-me da ocasião em si. Rindo ele respondeu: ‘Você que não sabe de nada. Vou te contar um segredo. Nunca houvera me sentido tão excitado e desestruturado em todos os sentidos como me ocorreu no momento em que lhe vi pela primeira vez’. Eu sabia e imaginava o quanto devia ser difícil para ele, pois eu já me sentia imensamente excitada, quase querendo desistir das fotos.
    Adiantando a urgência de acabar logo com a sessão fotográfica, ele arrumou o cetim embaixo de mim fazendo-o ficar levemente desarrumado e deu-me uma comprida e grossa estola de pluma cor de rosa. Ele pediu-me para abrir as pernas levemente flexionadas e arrumar a estola de forma a tampar a vagina, cobrir um seio, passar por trás da cabeça e terminar no outro seio, de forma que eu ia colocar cada mão de encontro a um seio para segurar a estola. Posicionei-me para a foto e, no momento em que ele bateu o primeiro flash, eu acordei. Foi impossível dormir outra vez, mesmo que eu quisesse adentrar no mundo onírico e lá ficar pelo menos mais algumas horas. Em quesito de erotismo e sensualidade, mesmo não sonhando com um ato sexual em si, esse sonho foi muito ousado, pois nem mesmo em sonho, ao menos que me lembre, tivera anteriormente me sentido vivendo momento tão fortemente desejável. Eu me sentia completamente bem com meu corpo, feliz com meu parceiro, com as fotos, já que adoro ser fotografada inclusive seminua, enfim, foi um sonho além de qualquer expectativa de sonho que eu pudesse desejar sonhar, quer dormindo ou acordada. Agora minha única curiosidade é: porque tive esse sonho? No sonho anterior você me disse que não o percebia apenas como compensatório, mas como indicativo de ajuste de equilíbrio entre meu lado masculino e feminino, de mudanças e progresso. O que no subconsciente poderia ter me concedido esse sonho?

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