quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ATERRISSANDO


   
Carlotinha  elaborando 

Não sou influenciável, mas sou flexível e
algumas vezes dou crédito à opinião alheia, uma vez que não a vejo como errada, mas simplesmente como dessemelhante da minha. Eu sinto muito por mim mesma, mas sem autocomiseração, se sou mais de esperar do que de agir. Sinto-me uma folha solta ao vento, acreditando que esse vento é um sopro divino e sabe mais do que eu a ponto de levar-me ao paraíso das folhas. Tudo é muito mutável, até mesmo meus próprios sonhos. Começo a avaliar os limites, se são sensatos e bem constituídos como você disse. Perante meus sentimentos sim, mas racionalmente pensando seria egoísmo de minha parte. Quem não respeita limites são criaturas desajustadas e claro que minha situação não chega a tanto, pois creio que se eu impusesse mais respeito e limites aos familiares, eles deixariam de ficar impondo o que desejam e julgam ser o melhor para minha vida. Acho que comigo os limites nunca foram bem constituídos. Eu sei respeitar os limites e as regras do direito alheio e entendo que não preciso me sentir culpada se o outro comete este erro, mas a verdade é que sou omissa, não me manifesto abertamente apresentando minha opinião e pontos de vista, pois sempre acho que não vale a pena e que o outro não terá a mesma compreensão que eu tenho para analisar as necessidades e decisões individuais. Quando avançamos para constituir nossa maturação, não podemos ser simplistas, precisamos ir às ultimas conseqüências do nosso comprometimento como disse, e é isso o que me falta. como escreveu, a referência é a verdade e o respeito integralmente. Eu admiro isso plenamente, mas não vivo isso na prática. Entendo que individualidade é se constituir independente em todos os aspectos, para se responsabilizar por si mesmo. Questiono-me até que ponto eu conseguiria ser responsável integralmente por mim mesma e não consigo encontrar resposta. Talvez daí a sensação de culpa: adoro me escorar em alguém e chamar isso de companheirismo alegando para mim mesma que tudo está certo para ambas as partes, mas talvez nunca chegue a estar de fato. Vejo que a diferença é simples: pessoas de individualidades formadas se complementam e agregam valores, enquanto que, se uma dessas ou ambas tiver a individualidade falha, o relacionamento será de dependências e cobranças. Eu sei compreender as diferenças, aceitá-las e respeitá-las. Até suporto conviver com elas diariamente, mas daí já não consigo criar vínculos com a pessoa que possui tais diferenças. Chamo isso de falta de afinidade e não me forço de modo algum a esse tipo de convivência. Inclusive ‘fujo’ das pessoas ‘não afins’ sem problema algum e me julgo bastante radical nesse ponto. Talvez devesse fazer diferente, mas acho que meu instinto sempre predomina nessas situações. Pensando bem, acho que teria de mudar muito em mim para chegar a uma individualidade completa e fortemente solidificada. Espero um dia conseguir isso!



 ADENDO: 

"Como nossa mente cria personagens que não existem na realidade e nos faz viver algo em sonho como se fossemos super íntimos e afins desses mesmos personagens? No sonho eu parecia ter encontrado minha alma gêmea de tão emocionante e bom que foi o desfecho final. Isso é só um sonho compensatório? O que faz os sonhos terem características de uma história infantil? Será que tudo isso tem algum sentido perante minha vivência?"


A construção é a possível e dentro das representações que a psiquê possui para montar suas imagens. Tentando clarear: O registro mental é Imagem e Código, a psiquê usa este registro construido por você para montar sua mensagem. O príncipe já foi idealizado por voce, a imagem árquetípica é adequada ao nosso tempo. Convenha que o inconsciente poderia até representar a imagem de um Príncipe de contos de fadas, ou um principe de alguma dinastia moderna, mas acredito que isto poderia designar a intensidade e profundidade da representação. No seu caso, a imagem é de homem e apenas o símbolo é idealizado: O príncipe; o "Brad"; Mas a indicação ainda não é profunda e fora da realidade, está associada ao seu processo de idealização e não a um quadro patológico já constituido. Por outro lado estes conteúdo são seus. São intimos de sua construção, suas fantasias ainda que evidenciem uma reconciliação. Veja: Voce poderia ter as fantasias no passado (e ainda tê-las), mas a relação com seus conteúdos masculinos era de Embate e Conflito, principalmente pela repressão exercida sobre esses conteúdos, ou pela reatividade aplicada por eles sobre você. Neste momento os sinais são de União, conciliação, andar junto.

Suas outras questões parece-me que ja foram respondidas. Bye

2 comentários:

  1. Desculpe se estou lhe sobrecarregando de sonhos, mas conforme vou entendendo-os, parece que eles vão ficando mais claros e isso me faz ter mais atenção a cada lembrança onirica, como se fossem capitulos de uma história só. Observe o sonho dessa noite: Sonhei que estava num local donde tinha uma sensação maravilhosa e quando alguém me chamou para irmos passear eu pensei: ‘Num lugar desse nem precisava passear, só esse interior já me transmite algo muito bom’. Era o interior de uma casa, acho, e o ambiente me dava uma sensação de segurança, aconchego no estilo casa de inverno, liberdade, suspense, mistério e algo inexplicavelmente bom que não consigo decifrar, pois era uma residência normal como qualquer outra. Parece que eu havia viajado para outra cidade ou país e estava nessa casa que devia ser de algum amigo dessa pessoa com quem eu houvera viajado e que me chamou para passear. Nunca senti isso na vida real, mas dentro do sonho foi um sentimento preciso e difícil de traduzir em palavras. Depois disso eu estava noutro lugar com algumas pessoas, mas não lembro do lugar em si e nem das pessoas, só lembro que inexplicavelmente eu conseguia manter uma gigante pedra meio arredondada abaixo dos meus pés. Parecia um truque de ilusionismo, pois a pedra flutuava acompanhando os movimentos do meu pé. Eu não sabia como estava fazendo aquilo, mas tinha o jeitinho certo para ‘atrair’ e manter a pedra flutuando abaixo do meu pé. Creio que depois de mais um monte de sonhos, antes de acordar tive este ultimo: eu estava numa espécie de chácara, acho inclusive que era a minha com algumas diferenças, quando olhei minha tia ‘Pituca’ construindo uma casa. Achei estranho a diferença do lugar e o fato dela estar construindo ali perto, pois até então ela só estava mexendo com construções em Caldas Novas. Estranhando aquilo percebi que eu estava olhando uma enorme tela de televisão que era muito nítida, plana e moderna. Imediatamente perguntei para minha mãe de quem era aquela televisão e ela falou que não sabia, que deveria ser de minha tia ou irmã. Achei estranho, pois nenhuma das duas estava ali no momento para ter levado junto a televisão.

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  2. Nisso um carro queria estacionar ali perto da casa e um garoto desligou a televisão e apertou num botão fazendo-a reduzir de tamanho a ponto de caber numa gaveta. Acho que era um aparelho bem mais moderno do que os atuais. Nisso ele chegou para a minha mãe e perguntou onde podia guardá-la, ficando visível que a televisão era dela. Nessa parte do sonho as pessoas já haviam descido do carro e aproximado da mesa que estava com alguns petiscos. Irritada eu disse para minha mãe: ‘Eu sabia que era mentira’ e as pessoas me olharam. Sem me constranger eu continuei a fala: ‘Ela sempre mente. Se ela compra uma caneta mente para mim que achou na rua’. As pessoas pareceram dizer o seguinte pela expressão facial: ‘O que você tem a ver com as compras da sua mãe?’ Essa parte da caneta é algo real que de fato aconteceu e minha mãe desmentiu na maior inocência tempos depois sem lembrar que houvera me dito anteriormente que a encontrara na rua. Sempre fui muito econômica, mas nunca achei que as mentiras fizessem diferença, pois em geral fico desconfiada perante uma e, depois do gasto executado, prefiro sofrer com a verdade do gasto a ter que sofrer com a perda de confiança que a mentira gera em mim. Eu não estava preocupada com a gastaria de dinheiro naquele momento, mas sim com a verdade. Irritada eu retirei-me da mesa e um tanto sem preservar os bons modos disse em bom tom jogando um pedaço de pão que ia comer e desistira sobre a mesa: ‘Ah, querem saber, eu vou ficar com a minha turma’. Mas todos ali sabíamos que não havia mais ninguém nas proximidades do local, ou seja, quis deixar claro que eu ia ficar sozinha, pois ninguém pensava como eu ou se importava com a maneira de eu pensar. Eu saí voando como se estivesse galopando sem cavalo e enquanto sentia o vento passar pelo meu rosto apreciava aquela maneira divertida de me locomover.
    À parte do pasto estava plantada com um bonito milharal até a metade exata do terreno. Ali havia uma cerca e acima desta continuava sendo o pasto sem nenhuma plantação, ou seja, havia aumentado a parte de plantação e diminuído à parte do pasto. No que aproximei da cerca vieram vários homens com espingarda. Fiquei apavorada tentando fechar a cerca, mas não entendia porque queria fazer aquilo, pois eram vários homens contra uma mulher e, além do que, se eles realmente fossem atirar, uma cerca de arame farpado não era proteção nenhuma. Fiquei ali até conseguir fechar a cerca enquanto eles discutiam se atiravam em mim ou não. Pareceu-me estranha aquela discussão e não pude entender ao certo o que eles estavam querendo, mas o fato de não atirarem em mim fez-me sentir uma sensação de poder sobre eles. Um deles chegou a dizer ‘Ela não’ para o mais próximo de mim que quase encostou a ponta da espingarda na minha cabeça. Era como se eles temessem fazer algo comigo e isso pareceu aliviar meu medo. Adentrei pelo milharal ainda voando a galope rapidamente e já distante subi voando sobre a plantação até chegar no local da casa. Lá eu alarmei uns homens, que pareciam peões, que havia intrusos na área e daí acordei. Achei muito interessante esse sonho pelo contraste entre ser falsa e receber a falsidade. Eu admiro a verdade expressa com coragem e vivo na meta-tentativa de não ser falsa, conseguindo assim expressar o que penso e sinto de forma natural, simples e espontaneamente. Parece que o sonho fez-me sentir com mais precisão o fato de que a verdade é menos cruel do que perda de confiança que a mentira gera, mesmo que essa mentira seja para preservar o lado emocional do outro. Além do que, no sonho eu fui capaz de dizer o que pensava e sentia mesmo a custo de sofrer rejeição e desaprovação. Eu mesma me retirei do ambiente e até aí o sonho pareceu-me repleto de sentido. Mas daí eu não entendi a parte dos homens armados. O que lhe parece?

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