sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

FEED BACK 4






Quanto aos feed back, estou anotando as considerações mais importantes no meu caderno de sonho. Tudo faz muito sentido, o difícil é encaixar isso na prática, ter coragem para fazer algo diferente e largar a mesmice da qual já sei prever o resultado. Acho que preciso me fortalecer e descobrir como me defender de uma maneira menos passiva ou falsa, a fim de impor um limite ao domínio alheio sem ter que fazer de conta que estou caindo nas armadilhas do outro. E além do mais, ainda existe um pormenor: como não me sentir culpada com essa imposição de limite, já que aparentemente o outro quer apenas me ajudar? Talvez os próprios sonhos me apresentem algumas respostas, será possível?


Olá! As anotrações feitas no  seu "LIVRO", voce verá mais tarde o quanto serão importantes e enriquecedores em tua vida.
Culpa é coisa complicada na vida de um povo que vive em uma sociedade cristã. Já nascemos culpados, já nascemos pecadores. Lembra-se do pecado Original? Mas se todo mundo tem culpa, há dois tipos, de forma genérica, que não a apresentam, desconsiderando as exceções:
·         Os Mentalmente transtornados e Deformados (Psicopatias, Sociopatias);
·         Os que atingiram um estado de diferenciação e não apresentam sintomas de culpa já que estão bem situados dentro da realidade e na formação de uma individualidade bem constituída.
Os primeiros praticam a maldade sem culpabilidade. Especialistas falam na falta de sensores. Eu prefiro acreditar no deslocamento (Gato X Rato). A culpa existe, mas eles a negam, esquivam, escapam, mentem para si mesmo, fogem do comprometimento, da responsabilidade em assumir as consequências dos atos que praticaram. Punem-se fugindo, e fogem a vida inteira (não sabem, mas acabam se escondendo na doença). São atormentados. Precisam criar realidades que os abriguem das pulsões de inconscientes que regulam os mecanismos de equilíbrio e compensam ações que atuam contra princípios coletivos incorporados, isso provoca imputs de memórias que nos lembram  erros, e é desse fenômeno que eles fogem ou até mesmo são levados a repetições compulsivas confrontados por essas pulsões.
Nosso pior carrasco somos nós mesmos.
Agora... Ter culpa por fazer escolhas pessoais? Por se constituir uma personalidade com pensamento próprio? Por fazer escolhas que não geram consequências para o outro?
Comece avaliando esses limites, se são sensatos, bem constituídos. Se o forem, ultrapassá-los implicará em quais consequências? Os excessos são do outro ou serão seus? A invasão é do outro ou é sua?
Quem não respeita limites são criaturas desajustadas. Eu penso que não estamos considerando esta situação. Limites são essenciais. São referências de convivência social. Precisam estar bem constituídos. Se respeitarmos os limites e as regras não invadimos o direito alheio, consequentemente não precisamos nos sentir culpados se o outro comete este erro e não somos omissos, nos manifestando, apresentando nossa opinião e pontos de vista.
Quando avançamos para constituir nossa maturação, não podemos ser simplistas, precisamos ir às ultimas consequências do nosso comprometimento. A referência é a verdade e o respeito integralmente. Agora, especialmente, lembro-me de uma cliente que queria muito ter um filho. Tinha 33 anos. Acreditou que o corpo era seu e ela a dona do corpo e da vida. Só acordou depois de engravidar, ter o filho sem o pai e ter que ser sustentada pelos pais. Mudou a sua vida sem “poder” para isto. Interferiu na vida dos pais impondo-lhes responsabilidades que não eram deles. Acreditou que estava apenas rompendo barreiras, valores e padrões sociais, mas estava invadindo e interferindo na vida alheia.
Individualidade é se constituir independente em todos os aspectos, para se responsabilizar por si mesmo. Assim, não temos por que carregar culpas. Não invadimos, não lesamos, não somos omissos, não nos escoramos em ninguém.
É necessário aprender a conviver com as diferenças, aceitá-las, respeitá-las. Quando assim o fazemos, os limites se mostram intrínsecos, sem que se mostrem castradores.

Um comentário:

  1. Não sou influenciável, mas sou flexível e algumas vezes dou crédito à opinião alheia, uma vez que não a vejo como errada, mas simplesmente como dessemelhante da minha. Eu sinto muito por mim mesma, mas sem autocomiseração, se sou mais de esperar do que de agir. Sinto-me uma folha solta ao vento, acreditando que esse vento é um sopro divino e sabe mais do que eu a ponto de levar-me ao paraíso das folhas. Tudo é muito mutável, até mesmo meus próprios sonhos. Começo a avaliar os limites, se são sensatos e bem constituídos como você disse. Perante meus sentimentos sim, mas racionalmente pensando seria egoísmo de minha parte. Quem não respeita limites são criaturas desajustadas e claro que minha situação não chega a tanto, pois creio que se eu impusesse mais respeito e limites aos familiares, eles deixariam de ficar impondo o que desejam e julgam ser o melhor para minha vida. Acho que comigo os limites nunca foram bem constituídos. Eu sei respeitar os limites e as regras do direito alheio e entendo que não preciso me sentir culpada se o outro comete este erro, mas a verdade é que sou omissa, não me manifesto abertamente apresentando minha opinião e pontos de vista, pois sempre acho que não vale a pena e que o outro não terá a mesma compreensão que eu tenho para analisar as necessidades e decisões individuais. Quando avançamos para constituir nossa maturação, não podemos ser simplistas, precisamos ir às ultimas conseqüências do nosso comprometimento como disse, e é isso o que me falta. como escreveu, a referência é a verdade e o respeito integralmente. Eu admiro isso plenamente, mas não vivo isso na prática. Entendo que individualidade é se constituir independente em todos os aspectos, para se responsabilizar por si mesmo. Questiono-me até que ponto eu conseguiria ser responsável integralmente por mim mesma e não consigo encontrar resposta. Talvez daí a sensação de culpa: adoro me escorar em alguém e chamar isso de companheirismo alegando para mim mesma que tudo está certo para ambas as partes, mas talvez nunca chegue a estar de fato. Vejo que a diferença é simples: pessoas de individualidades formadas se complementam e agregam valores, enquanto que, se uma dessas ou ambas tiver a individualidade falha, o relacionamento será de dependências e cobranças. Eu sei compreender as diferenças, aceitá-las e respeitá-las. Até suporto conviver com elas diariamente, mas daí já não consigo criar vínculos com a pessoa que possui tais diferenças. Chamo isso de falta de afinidade e não me forço de modo algum a esse tipo de convivência. Inclusive ‘fujo’ das pessoas ‘não afins’ sem problema algum e me julgo bastante radical nesse ponto. Talvez devesse fazer diferente, mas acho que meu instinto sempre predomina nessas situações. Pensando bem, acho que teria de mudar muito em mim para chegar a uma individualidade completa e fortemente solidificada. Espero um dia conseguir isso!

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