quarta-feira, 17 de março de 2010

TORMENTOS II




Charlot36

Desastre,
 “enormes carretas foram literalmente passando por cima de todos os carros” Foi um massacre total e me deram como morta.” “eu não havia morrido, mas ela não acreditou que eu fosse eu.”... Fiquei desesperada...  Tinha de fazer algo. Perguntei a preta velha se era verdade que eu morrera... Eu ainda não havia morrido. Pedi ajuda.
Um acontecimento que ronda a fantasia de muita gente, é morrer e ser enterrado vivo. Ou seja, morrer para os outros, ter a consciência de estar vivo, mas ser considerado como morto. Não é apenas morrer, mas morrer sabendo que morreu sem morrer. No caso de ser enterrado o desespero aumenta porque o enterro define a impossibilidade de escape da situação, o que implicará em ter que morrer novamente, o que pode significar muita punição. No seu sonho é morrer sem ter morrido. O que nos remete a morte em vida. Esse o grande risco que corremos: estarmos vivos, mas simbolicamente não representarmos mais do que uma lembrança para os outros, e principalmente, independente do outro, viver sabendo que na vida estamos mortos, que a nossa dinâmica está paralisada, que pouco representamos, pouco realizamos, que nada somos. Vivos mortos, mortos vivos.
Veja que interessante: Após o “Grande Desastre” nas imagens iniciais do sonho, ocorre uma pausa e a mensagem parece clara: “Fiquei OBSERVANDO para meus pés que estavam calçados com algo improvisado...”.

 Duas possibilidades:
            1. Insatisfação pessoal. Você gostaria de estar calçada (diante da realidade) com outro calçado. Sua realidade é precária e te deixa insatisfeita. Seu foco é estético e não é funcional, te faltando pragmatismo, objetividade, pés na realidade;
            2. Há ocorrência de inadequação entre suas atitudes e os instrumentos que você utiliza para  se apresentar dentro do que lhe exige a realidade. Você observa, “O Olhar” para sua realidade, “seus pés”, e se percebe usando instrumental improvisado.

“... e relatou-me que para algumas festas era convidado, mas para outras, como a daquela noite, infelizmente o convite não era feito.” 
Lembre-se da música de Cazuza: “Não me covidaram para essa festa pobre que os homens armaram para me convencer... quero ver quem paga prá gente ficar assim”. A festa tá rolando e você não foi covidada, não se Sente covidada a participar. Eu pressinto mudanças de autoestima frente a este confronto: A necessidade de festas como demanda para aliviar seu elevado nível de tensão (ocorrências em sonhos anteriores) deixa de ser o foco e você independente dos fatos consegue manter-se diferenciada continuando o diálogo amigavelmente.
E aí, volta a confusão:
“...eu estava andando pela rua normalmente quando começou a acontecer um verdadeiro caos. Explosões, tiros, um enorme avião que foi decolar e caiu”
A mudança é que você apresenta postura, e PRONTIDÃO, iniciativa, se mobiliza para a sua proteção corre, se esconde, se protege. Mas... Sonhos são assim... Enquanto não nos diferenciamos em consciência a profusão dos acontecimentos nos envolvem de forma tão avassaladora que passamos para um estágio em que não sabemos o que fazemos, nem porque fazemos. Perdemos o fio da meada. Ocorre relação com a realidade? Sim, na vida, no dia a dia é assim, se não nos diferenciamos e se não mantemos nossas referências, os acontecimentos podem ser tão avassaladores que esquecemos a razão de nossas respostas, perdemos o fio da meada, perdemos a compreensão para o sentido de nossas respostas. Passamos a agir e a responder sem saber por que assim fazemos, sem termos a conexão com o fato determinante. Nos perdemos na profusão dos acontecimentos, passamos a ser apenas a reatividade, a resposta sem conexão com o evento desencadeador.
Você Foge. De que Foge? Porque foge? Você apenas foge para se proteger de uma ameaça abstrata, de uma realidade desfavorável. Foge para evitar ter que se mostrar, para não encarar o que você realmente é, e não sua idealização. Foge para se esconder na idealização do que quer parecer.
“Nisso a jovem que estava comigo deu-me cobertura e falou para me esconder embaixo do banco no qual ela estava sentada e assim, escondeu-me com sua saia rodada. Continuaram na procura e eu não cabia totalmente em baixo do banco.” Você se esconde por debaixo na barra da saia de uma mulher jovem. Frágil e ameaçada. Mas você é confronta até o seu limite de angústia e descoberta, desmascarada.
“Achei que eu fosse ser levada presa ou até que fossem me matar, mas unicamente avisaram que eu ia ser deportada.” Esse o seu medo: Se mostrar e ser marginalizada, excluída do meio, condenada, deportada para o desterro, lugar ermo, solitário, solidão. Condenada sem crime, culpada, submissa e escapista por medo de sofrer o degredo.
O aprisionamento em seguida dá mostra de que nem aprisionada você se livra do confronto e da ameaça.

A FUGA APENAS ADIA O ENCONTRO INEVITÁVEL COM O DESTINO



TORMENTOS III



Something More -1989
 photo Tracey Moffatt - Austrália

“Novamente tive que enfrentar mais duas pessoas e, correndo risco de vida, mas sem matar nenhum dos dois, eu consegui rendê-los (também usando facas e facões) até a chegada da policia que, não sei como foi avisada, não demorou a cercar o local.”
Este acontecimento eu considero excepcional e absolutamente sutil: Nos sonhos o aumento da consciência na realidade favorece o aumento da consciência e do poder de resposta a desafios em sonho. Isso quer dizer que ganhamos em controle, disciplina, observação e resposta. Deixamos de ser apenas reativos para sermos também agentes. Quando ocorre uma energia mobilizada para nos confrontar ou quando o inconsciente mobiliza, aciona um FLUX de energia, (um Quantum ou Quanta) para determinar uma construção de realidade onírica (imagens sucessivas dentro do roteiro dos sonhos, às vezes completados com mobilização da memória dos sons), essa mobilização permanece dentro de um ciclo intermitente de repetição (como um redemoinho) e somente é desmobilizado quando uma tensão igual, contrária ou superior consegue dissolver essa mobilização.
Neste sonho, os desastres iniciais são fluxos constantes e poderosos de energia que mobilizados no inconsciente afluem aos sonhos e mostram sua desorganização e a necessidade de serem ordenados, para que deixem de interferir na condução de sua psykhé como conteúdos autônomos. Na sequência, eles pausam, como que favorecendo um refresco para a consciência pessoal (inserida no sonho), aliviam a tensão para não devastar essa consciência e retornam no ciclo de repetição do fluxo. Quando você encara e assume o confronto, você superar o desafio a que foi convocada e aí a tensão se desfaz. Neste momento uma parte dessa energia, ou toda ela, é incorporada pela consciência. Se toda essa energia for incorporada o individuo se prepara para novos desafios já que será blindado e fortalecido em sua estrutura. Se só uma parte, dessa energia, for incorporada você se livra temporariamente do confronto, já que parte da desordem permanece autônoma afluindo à consciência. E se o confronto não se realiza pela fuga empreendida pelo individuo ele será permanentemente atormentado e solicitado a agir, se posicionar, não se esconder na omissão para que a reconfiguração psíquica possa ser realizada.
Nesse sonho parece-me que quando você é desmascarada em seu esconderijo e enfrenta a ameaça, você supera a angústia, desmobiliza o nível elevado da tensão dos opostos, transforma e metamorfoseia a realidade psíquica. O fluxo é desmobilizado e reaparecem os sinais de reencontro com o eixo do mundo:
Depois disso eu caminhava com alguém que chamava de mãe, mas não se parecia com minha mãe, por um corredor cheio de variadas espécies de plantas. Tinha jeito de viveiro misturado com passagem de esconderijo secreto. No caminho, perto de uma parte que parecia uma gruta, encontramos dois sujeitos e um deles disse que me conhecia. Embora ele também me parecesse conhecido, eu tinha certeza de não conhecê-lo e desvencilhei-me com custo dele. Não estava nos planos encontrar ninguém ali e não sabia por que aqueles dois sujeitos passavam por ali. Ao final entramos numa espécie de laboratório de plantas e começamos misteriosamente a analisar e pegar algumas sementes. Entretanto, deixei minha mãe fazendo o serviço e fui analisar o local melhor. Saindo daqueles dois cômodos que eu conhecia bem, encontrei outros desconhecidos. Alguns cômodos pareciam abandonados, embora fossem amplos e de construção bem conservada, enquanto outros estavam bem mobiliados. O local era bonito e agradável, mas tudo ali parecia ser-me uma incógnita.
Já fora da tensão dos Opostos, do fluxo e da dinâmica caótica, você caminha com a “Mãe” por um corredor (passagem, transição) ornado com a força vida da natureza (plantas), origem variada (riqueza), passa pelo túnel, gruta, gênese e moradia ancestral, encontra dois homens, energia Yang (transmutada?) e segue para o laboratório de plantas, lugar de análise, origens, conhecimento, estudo e sementes (poder germinador, nascimento, renascimento, transformação, vida). E você navega pelos ambientes, descobrindo novos lugares, novos espaços, experimenta o agradável e o confortável sem ameaças, o belo e o desconhecido mistério da vida.
              Muito mais teríamos, mas... por hora ...                    Bye.


QUESTÕES





Por que essa mistura de pessoas tão amigas e outras tão ameaçadoras?
São conteúdos opostos, amigos geralmente não representam ameaças e desconhecidos sim. E definitivamente o mundo é mais desconhecido do que amigo. Porque excluir a maior representação. Nosso pequeno mundo rodeado de conhecidos é uma ínfima representação da realidade desconhecida que nos envolve.

Por que a diferença de ambientes torturantes e outros agradáveis?
Os agradáveis associados aos torturantes protegem a psykhé da desestruturação ou da avassaladora consequência de suas ameaças. Mas se os agradáveis são amortecedores naturais dos impactos que sofremos de estímulos ou realidades desfavoráveis, os torturantes evidenciam ameaças internas que exigem de nós mudanças na forma de interagir com o mundo, nas atitudes ou mudanças de personalidades e de comportamento que se mostram e se fazem necessárias. Nossa natureza é dupla:Luz e sombras.

PRECISAMOS ILUMINAR AS SOMBRAS QUE NOS ASSOMBRAM

O que faz um sonho ter essas características contrastantes?
Tensão do Opostos. Nossa natureza, assim como o universo, oscila entre polaridades opostas. Nisso reside a força do mundo que mobiliza as dinâmicas de mudanças. Quando procuramos estados confortáveis que desconsideram a força bruta, selvagem, que mora em nós, e que anseiam por transformação, nós como que engessamos esse vulcão, que acumula energia até que rompa de forma desordenada a frágil blindagem que construímos. A melhor forma de destruir um inimigo é se associando a ele. Você o mantém sob o olhar vigilante, não o perde de vista e pode administrar melhor a ameaça que ele representa. O inconsciente não é nosso inimigo, mas anseia por libertação, transformação e metamorfose, para que possa realizar o seu “sentido” da vida.

O INCONSCIENTE ANSEIA REALIZAR O SEU SENTIDO DE VIDA

Por que sonhar com tantas pessoas que só as conheço dentro do sonho?
Não se deve esperar que o nosso mundo onírico seja apenas um espelho do nosso mundo pessoal. Ele abarca a memória de nossa ancestralidade, a memória do mundo e é neste vasto universo que ele espelha, já que anseia não perder a referência do eixo do mundo (morte em vida). Eu não falo da morte. A morte é natural.

O UNIVERSO SE RECOMEÇA A CADA DIA

Eu falo do intento original que é “Se realizar”, até o último suspiro isso é possível estando plugado no eixo. Agora quando se perde o eixo, o fracasso é completo.
O homem avançou de forma excepcional no conhecimento do universo e de si mesmo, o que não o afastou das armadilhas de se perder no oceano da ignorância.

O MUNDO DOS HOMENS É APENAS ESPECTRO DE NOSSAS ILUSÕES

Mundo, mundo, Vasto Mundo, muito mais vasto do que minhas ilusões.

sexta-feira, 12 de março de 2010

FEED BACK 8 "A"




Old Age Adolescence Infancy the Three Ages
Salvador Dali 

FEED BACK 8
Minhas lembranças oníricas nas ultimas noites são mínimas. Entretanto, sei que são sonhos de proximidade tanto com o elemento masculino quanto feminino. São sonhos de entrosamento que me passam sensação de liberdade e auto-superação bem positiva, embora ainda reduzida. Percebo que em alguns sonhos eu pareço consciente de estar sonhando como se fosse sonho dentro de sonho, algo difícil de explicar. Neles eu tenho noção de que tenho mais domínio da minha própria força interior de agir e, assim, nessa liberdade que acaba sendo quase irresponsável, experimento o contexto do sonho com mais fidelidade ao que sinto, sou mais libidinosa, mais ousada, instintiva. Isso me deixa confusa quanto ao que verdadeiramente sou, as minhas capacidades, necessidades e vontades. Não que eu tenha domínio do sonho, mas sim que eu tenha domínio de uma outra de mim que se permite viver vários tipos de situações oníricas mais intensas e desejáveis do que a realidade. Você falou sobre núcleos autônomos e, em alguns sonhos, vejo essa outra parte de mim sendo eu livre desses núcleos. Isso é possível? Alguns sonhos me proporcionam prazeres inexistentes que em vida não posso ter, seja por falta de oportunidade, de senso de capacidade, desinteresse, e até contenção moral. Às vezes chego a acordar de mal-humor por conta disso. O despertar se torna meu pesadelo.
Acontece que, em várias situações, eu me bloqueio não por opção ou vontade, mas automaticamente como que por instinto inconsciente. E quanto mais vou contra o meu jeito natural de reação, pior parece ser. Busco ser mais ousada e expressiva, demonstrar o que gosto, falar o que penso, expor meus sentimentos, porém da teoria para a prática o ‘bicho’ pega. Daí eu vivo tentativas frustradas na realidade e sou compensada irritantemente com experiências fascinantes durante os sonhos. Às vezes me pergunto se eu poderia ser a pessoa que sou nos meus sonhos que, enquanto acordada, está naturalmente contida. Nos sonhos falo e faço o que fora deles não falaria e nem faria, seja por falta de vontade, medo, pudor, etc. Isso é normal ou acontece só comigo? Por que nos sonhos aquilo que parece impossível na vida real se torna tão fácil e natural, mesmo que não tenhamos controle sobre o que sonhamos? Por que nos sonhos tenho mais liberdade, iniciativa, vontade e capacidade para ser eu mesma? Ou será que nos sonhos eu não estou sendo eu mesma de fato, mas sim o que desejaria ser? Fisiologicamente falando, os sonhos podem acarretar mudanças práticas na personalidade de uma pessoa? Ou será que isso só pode ser possível analisando os mesmos e compreendendo as mensagens incitadas?

FEED BACK 8 "B"



Antes e tudo perdoe-me a contundência da resposta anterior, é resultado do meu lado ZEN, provocar um FOCO para que o impacto possa facilitar o aprofundamento e a reflexão. E o tema envolve questões tão graves e determinantes em nossa saúde mental que aproveitei a oportunidade para realçar essa gravidade dando chance aos que visitam esse blog de refletir e evitar a armadilha e sua gravidade.
Vou procurar responder suas interrogações, assim você pode avançar na sua reflexão:
Você falou sobre núcleos autônomos e, em alguns sonhos, vejo essa outra parte de mim sendo eu livre desses núcleos. Isso é possível? Claro! Na realidade (na vigília) você também tem essa liberdade. Com algumas diferenças do mundo onírico. Como somos voltados para o externo, a profusão de estímulos nos chama para o exterior, e nessa realidade ainda lutamos para sobreviver, vencer, superar, cumprir deveres, aprender, trabalhar, atenção, ameaças, inseguranças uma profusão de exigências. Ou seja, estamos praticamente voltados para fora. Quando o mundo externo nos chama a atenção, o interno como que funciona no embalo. Resta-nos a consciência para que possamos responder a um cenário severo e exigente e com rapidez. Assim funcionamos com uma velocidade e processamento fenomenal e pode-se passar despercebidas as pulsões autônomas que nos mobilizam ou que interferem em nossas respostas.
Já nos sonhos estamos inseridos unicamente no nosso universo pessoal, fica aparentemente mais fácil nos observarmos. E neles você está liberada da repressão moral que se aplica na vigília, assim seus desejos mascarados, reprimidos, fluem com força, ímpeto e afloram as manifestações, desejos, fantasias, sentimentos, emoções, conceitos, reatividade... Tudo aquilo que você tenta esconder de si mesma e dos outros.
“... chego a acordar de mal humor por conta disso. O despertar se torna meu pesadelo.”
Entendi que sua preferência seria continua no sono e aí acordas mau humorada. Essa é a sua chance de mudar sua realidade. Não é necessário promover mudanças drásticas e dramáticas  em sua vida, mas sempre que possível se permita ir além, se surprender, como disse: “ser ousada”. Ouse mais, sempre, saia da sua mesmice, arrisque, todo dia é dia, toda hora é hora. É um exercício fenomenal. Quando realizá-lo vai perceber a riqueza que sua vida transformará e com certeza descobrirás que agindo assim podemos ser profundamente feliz. Não precisamos correr atrás da felicidade ou de lugares fantásticos ou bens materiais. Nós podemos produzir toda a felicidade que quisermos ou necessitarmos no nosso entorno.
“Busco ser mais ousada e expressiva, demonstrar o que gosto, falar o que penso, expor meus sentimentos, porém da teoria para a prática o ‘bicho’ pega.” Não tenho dúvidas da dificuldade de romper com muralhas que construímos, defesas em que nos armamos e nos amarramos, conceitos e preconceitos defensivos, resistência e tensão.
O novo Atrai, mas Exige e Amedronta.
A nós nos resta a possibilidade de rompermos com essas amarras que nos aprisionam nos limitam, nos castram. Essa é a conquista de liberdade.
E vou lhe contar um segredo, é uma conquista admirável e inigualável.
“Às vezes me pergunto se eu poderia ser a pessoa que sou nos meus sonhos que, enquanto acordada, está naturalmente contida.”
Naturalmente. Pode ser essa pessoa e muito mais. J.P.Sartre na sua obra intitulada; “O Existencialismo é um Humanismo”, escreveu: “O homem é um projeto de Si mesmo. É hoje o que ele projetou no passado. E será amanhã o que hoje projetar.”  Para ficar na atualidade: o livro O Segredo de Rhonda Byrne, publicado em 2006, ela conjuga conceitos de Física Quântica com conceitos de Psicologia e esotéricos para reafirmar a mesmíssima coisa; Nós seremos aquilo que projetarmos. Você encontrará no pensamento Hindu e do  Sufismo o mesmo conceito. Para isso é necessário: mente ordenada, domínio, disciplina, a manifestação de sua ação guerreira, determinação, clareza, postura, atitude, iniciativa, capacidade de decisão de escolha, etc. É com você. Supere as barreiras que você mesma colocou à sua frente e siga seu caminho, eu reafirmo:

O UNIVERSO CONSPIRA A FAVOR DAQUELES QUE SE SUPERAM.

Nos sonhos falo e faço o que fora deles não falaria e nem faria, seja por falta de vontade, medo, pudor, etc. Isso é normal ou acontece só comigo?
A realidade é a mesma, os universos pessoais são diferentes, cada um possui sua singularidade.





FEED BACK 8 "C"

   
Por que nos sonhos aquilo que parece impossível na vida real se torna tão fácil e natural, mesmo que não tenhamos controle sobre o que sonhamos?
Sonhos são compensatórios e realizam a atualização dos mecanismos psíquicos. Reordenam o sujeito para adequá-lo a uma melhor performance. O universo é o limite e cada vivência apresenta um significado. Por exemplo: não sei se você é do biótipo INSATISFEITO. Se for, isso te faz uma infeliz. Você imagina que sua satisfação está em coisas impossíveis, consequentemente, deixa de encontrar a felicidade no cenário em que está inserida, no entorno que tem acesso. O sonho pode ocorrer para compensar sua infelicidade. Caso contrário, essa infelicidade pode desencadear uma devastação no seu mundo pessoal, uma dinâmica auto destrutiva.
 Por que nos sonhos tenho mais liberdade, iniciativa, vontade e capacidade para ser eu mesma?
No seu mundo pessoal essa é a natureza que você reprime
 Ou será que nos sonhos eu não estou sendo eu mesma de fato, mas sim o que desejaria ser?
Você fala naquilo que você é. Mas o que você vem sendo? Essa mulher livre que se manifesta e que escolhe o que quer ou aquela que se reprime e não se permite ser? No sonho compensador você se mostra como o que você gostaria de ser mas que não consegue ser. Não é exatamente o que gostaria de ser?
Fisiologicamente falando, os sonhos podem acarretar mudanças práticas na personalidade de uma pessoa?
Só de estarmos vivos já estamos inseridos numa dinâmica de impermanência. Mas isto não basta, é pouco, quando realizamos uma força contrária à transformação. Neste caso o destino pode destravar considerando certos eventos: Ciclos de instabilidade pelos quais passamos que nos coloca em predisposição à mudanças; acontecimentos traumáticos; choques de estresse; perdas afetivas; sofrimento, tragédia; etc. Quando evitamos nos transformar a vida apresenta sua mão pesada. Eu prefiro trabalhar mudanças preventivamente, antes de levar uma “precatada” na Testa.
 Ou será que isso só pode ser possível analisando os mesmos e compreendendo as mensagens incitadas?
A análise é um "Bom" caminho, pois abre a possibilidade de compreensão e sinaliza o rumo das mudanças. Essa transformação, é necessário que se diga, é importante não apenas para definir ou redefinir as relações do sujeito com a realidade externa, mas principalmente por que redefinem a relação do sujeito consigo mesmo, reconfigurando o organismo não apenas para a sua vida mas para a função primordial de perpetuação da espécie, transformando o sujeito, e seus descendentes, em indivíduos mais integrados e bem preparados para o desafio da vida.
No processo de seleção natural os indivíduos mais bem preparados e mais saudáveis serão aqueles que apresentarem maiores possibilidades de sobrevivência. Eles funcionam como arquivos vivos da memória genética. Não erramos quando incluímos nesta dinâmica os indivíduos mais bem qualificados e emocionalmente mais saudáveis, pois eles completam o projeto especial que a vida realiza através de nós.
Considerando estes aspectos podemos pensar num movimento natural que busca a transformação do ser humano. Seria como se melhorássemos o projeto de um carro enquanto ele percorre uma High Way a 200Km/h. Isso se chama tranformação evolutiva.

Sintetizando: cumpra com o seu dever
supere seus desafios,
rompa suas amarras,
se liberte e busque a consciência,
 que a vida faz o resto. 

BYE


quinta-feira, 11 de março de 2010

FEED BACK 7


  Ilustração do livro "GRIFFIN & SABINE"
de Nick Bantock
  
FEED BACK 7 - Charlot
Ainda não havia pensado pelo lado de que mentir significava uma manipulação do outro. Achava apenas que isso fosse uma fuga para não me expor e, consequentemente, não me desgastar com discussão ou evitar críticas. Realmente faz sentido o que escreveu, mas parece difícil de ser entendido. Poderia me explicar essa questão de neura melhor? Você pergunta o que chamo de ousadia. Acho ousado tanto a intenção de mentir quando a de conseguir ser verdadeira, mas principalmente a segunda que, na vida real, me parece sempre mais difícil. Por acaso é o costume de mentir que faz a mentira parecer mais fácil ou, melhor dizendo, menos arriscada? Eu nao minto por mal, talvez seja por pura insegurança pessoal...
Poderia me explicar essa questão de neura melhor?
“Cuidado com as justificativas eles servem para reforçar suas intenções. Isso para mim é artimanha de neura.”
Já me manifestei aqui sobre um detalhe conceitual: “Para mim a doença, literalmente, não é uma manifestação sem dinâmica ou uma coisa morta, a doença é uma manifestação viva”.
O que quero dizer é que ela é sintoma manifesto da matéria ou de algum agente vivo dentro do corpo, ela encontra um canal para se manifestar como núcleo autônomo. Indivíduos não diferenciados não se diferenciam do meio externo como individualidade nem do meio interno como Personalidade. Não sabem distinguir, sentimentos, emoções, origem da reatividade à estímulos externos, conteúdo simbólico pessoal e coletivo, significado do pensamento, etc. Tudo o que acontece dentro dos indiferenciados é considerado por eles como eles mesmos. Este princípio é a dinâmica básica de formação da pessoa em processo de desenvolvimento.
A maturação significa um processo de desenvolvimento onde o sujeito é capaz de distinguir o seu conteúdo Pessoal (EU) de conteúdos que preenche a câmara do pensamento, mas que possuem origem não detectada.
Há uma diferença entre o sujeito pensar que é filho de Deus (todos os somos) e acreditar que é Jesus. Isto naturalmente ocorre com intensidades diferentes no dia a dia. A pessoa tem pensamentos que não sabe diferenciar. A neurose se utiliza dos vácuos de consciência para se insurgir na câmara de pensamentos travestida de EU, e direciona, comanda o sujeito para as ações que alimentem sua constituição, aumentando sua sobrevida.
Neste aspecto o neurótico encontra todas as justificativas para fazer aquilo que sustenta sua neurose, que a alimenta e a faz se desenvolver. O pequeno distúrbio no presente inevitavelmente, se não for dissolvido, se transformará no grave distúrbio de amanhã.
Acho ousado tanto a intenção de mentir quando a de conseguir ser verdadeira, mas principalmente a segunda que, na vida real, me parece sempre mais difícil.
Eu, penso o contrário: Falar a verdade, não é uma questão moral, é mais... um desafio excepcional, um trabalho de permanente vigília, confronto, determinação, firmeza, propósito, disciplina e que também envolve a reafirmação constante dos princípios éticos  e morais que referenciam a vida de uma pessoa. Falar a verdade é uma batalha diária contra a insanidade, contra a neurose, contra a fantasia e a irrealidade, contra inimigos invisíveis e implacáveis a postos para nos derrotar no mundo da fantasia. Falar a verdade é uma conquista diária que necessita ser reafirmada a cada momento neste cenário de guerra contra a bestialidade.

Olha que interessante: Uma pessoa que seja 99% verdadeira e apenas 1% mentirosa, será um individuo considerado verdadeiro ou mentiroso? Ele será um mentiroso! A verdade não aceita contaminação, ou se é 100% ou não se é. Pense: Um reservatório de água 99% pura e com 1% de contaminação por micro-organismos será água pura ou contaminada? Ah! Considerando padrões de volume a definição de percentual de diluição poderá determinar, mas falando em micro universo, será água contaminada; E uma pessoa 99% mentirosa e 1% verdadeira, será? Mentirosa. A mentira sempre prevalece determinando a pureza ou a contaminação.
Falar mentira é fase de infância (4/5 anos) que o adulto imaturo repete. É brincadeira de ludibriar, enganar, esconder, omitir, camuflar, conflito com a realidade, fragilidade emocional. Coisa de criança e de adulto que não quer crescer. E você chama isso de difícil? Dificil é lutar contra essa imposição, contra a ilusão que nos lança no oceano do imponderável, no universo da irrealidade.
A Consciência é uma aquisição recente da humanidade na história de nossa gênese, abrir mão da verdade é abrir mão dessa consciência e da lucidez que ela nos invoca.
Por acaso é o costume de mentir que faz a mentira parecer mais fácil ou, melhor dizendo, menos arriscada? Eu nao minto por mal, talvez seja por pura insegurança pessoal...
Eu costumo dizer que o inferno está cheio de pessoas bem intencionadas, desavisadas, simplistas. A índole é boa, mas o instrumento é a armadilha para transformar o bom em estragado. O mentiroso contumaz se superestima, cada vez mais e subestima o outro. E a mentira não se faz menos arriscada, ao contrário, os riscos serão cada vez maiores já que a falsa segurança fortalece a superestima. Em geral, esta é a armadilha em que os Sociopatas se derrotam. A mentira é fonte de prazer para aqueles que se acreditam inexpugnáveis, se protegem nas suas armaduras, máscaras de defesa, enquanto rodopiam no entorno do próprio umbigo sofrendo pela consciência que possuem da farsa que se forjam.
O Sociopata se forja na mentira, na deformação do caráter.
Hoje em dia se fala em mentira social, A neurose pessoal avança para uma neurose coletiva. O cinismo e a hipocrisia se acobertam na mentira.
 A mentira é o caminho da infelicidade.

quarta-feira, 10 de março de 2010

DESASSOSSEGO

     
CH 35
Esta noite sonhei que estava com dois amigos homens mais velhos que eu (conhecidos apenas no sonho) e que estávamos numa espécie de trailer na beira da praia. Entretanto, aquela não era uma praia comum, pois o mar era para baixo. A areia condensada formava as pedras rochosas de forma que, para entrar na água, era preciso descer pelas pedras de argila. O divertido era ver as ondas do mar vir e não nos alcançar, como se estivéssemos olhando-as de um pequeno penhasco que formava uma espécie de L deitado (eu olhava estando na base do L). Eu me servi de uma bebida com gelo e aparentava estar bastante pensativa enquanto fazia charme com o canudo. Ao menos o copo era de servir uísque, mas não sei qual era a bebida, pois não prestei atenção ao gosto dela em si. Eu estava concentrada em outra coisa além das ondas. De maneira geral o sonho pareceu-me imensamente distante da minha realidade e, depois de acordada, pouco consigo me identificar na mulher que eu vivi dentro do mundo onírico. A questão é que um dos companheiros me perguntou o que eu tinha e rispidamente respondi: “Me deixa em paz” e fui saindo de perto dele. Entretanto, eu não falei isso por querer paz, mas para testá-lo. Eu não estava irritada ou mal, mas dava essa aparência para analisar a reação que ele teria comigo. Ao contrário da paz pedida, eu queria que ele fosse atrás de mim e insistisse em conversar comigo, mas ele não o fez. Eu também queria analisar como ele ia reagir com minha resposta dura. De certo modo ele me desagradou não indo atrás de mim (eu literalmente estava fazendo cena e, exatamente por isso, um paparico seria bom), mas também me agradou o fato dele não se melindrar com minha resposta rude (até porque eu não tinha nenhum problema pessoal com ele) e respeitar-me não indo atrás de mim (se de fato estivesse mal eu ia mesmo querer não ser perturbada com interrogatórios). Analisei tudo isso enquanto brincava com o canudo remexendo o gelo e olhava sozinha para as ondas que se movimentavam enquanto algumas pessoas posavam para fotos ou entravam na água. Verificando que ele não ia ir atrás de mim, resolvi ir mansinha atrás dele, pois aprovara sua postura. Fiz de conta que a bebida havia me relaxado e aliviando-me do problema inexistente que fingia estar me consumindo. Do resto não lembro.
Questiono: como podemos ter tanta ousadia nos sonhos a ponto de não nos reconhecermos? Essa ousadia existe mesmo dentro de mim, está em processo de construção ou o sonho representa apenas uma necessidade ou desejo de possuir tal coragem e liberdade de expressão? Na vida real eu teria sim capacidade de manipular uma cena, mas acho que não seria tão boa atriz quanto no sonho. Neste eu fingia tão bem que podia enganar até a mim mesma de que estava com algum problema e precisava de sossego sem ninguém me rodeando. Entretanto, se fosse para ser verdadeira e precisasse mandar alguém me deixar em paz, acho que nenhuma coragem teria para tal, muito menos da forma ríspida e direta que falei no sonho. Como pode uma situação dessas?

“O poeta é um fingidor
Mente tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente”.
Desassossego -Fernando Pessoa.

O que você chama de ousadia? A intenção de mentir e a realização, ou a de conseguir falar e fazer o que lhe passou pela cabeça?
Entre outros, pela vida afora, nós temos três caminhos a seguir:
·         Ser verdadeiro;
·         Ser um autêntico mentiroso;
·         Ser um mentiroso que se finge de verdadeiro.
A verdade nos aproxima de um tipo de autenticidade especial, onde não negamos a natureza da origem, o que favorece em nós a construção do individuo consistente em princípios éticos, valores, conduta, comportamento, atitude, respeito, integridade, honradez.
A mentira nos aproxima da inconsistência, uma autenticidade forjada na fantasia, o que favorece a desconstrução do indivíduo, levando-o a formação de distúrbios de personalidade, conflitos, neuroses, isolamento sócio-afetivo,  suscetibilidades e pulsões fora de controle.
Quando nos baseamos em referências inconsistentes acionamos mecanismos de tensão contrários aos princípios de ordenação que referendam a relação do individuo com a realidade.
Por exemplo: Assassinos em série sempre deixam rastros para serem descobertos, tanto quanto, ladrões, parceiros infiéis, mentirosos, desonestos, corruptos e transgressores de forma geral. E Por quê? A psique busca uma forma de solucionar seu desequilíbrio, na ordenação, produzido pelo impacto das Tensões que desarranjam os mecanismos que estabelecem a relação do individuo com a realidade. Ou seja, é uma questão primordial que supera a ética a moralidade ou  a religiosidade.
No sonho você toma o “controle” do “INTENTO” em suas mãos, e consequentemente vai pagar o preço pela escolha feita.  O “outro” não está sob o poder do seu controle, portanto ele se movimentará a partir da imprevisibilidade contida no seu leque de respostas possíveis (tudo pode acontecer). Como você não possui o controle da ação alheia, a chantagem, a manipulação, a sedução, e outros jogos de domínio, só são possíveis dentro de certos limites restritos (muito mais restritos do que se pode imaginar). Consequentemente, para escapar dessa realidade desfavorável, você terá que se convencer, em seus atos, a subestimar o outro, acreditando que ele é mais controlável do que na verdade o é. E aí mora a armadilha do manipulador. Quando o outro é subestimado você se submete à lei da imprevisibilidade, porque o ser humano possui em sua esplêndida natureza um poder acionado por sua gênese, por sua natureza divina. Isto quer dizer: O Ego pode ser primariamente controlado e dominado por estímulos externos mas ele está sob o jugo de pulsões internas (o mar, o oceano) que transcendem a nossa capacidade de manipulação.
O Ego é apenas mediador entre a realidade externa e uma realidade interna dirigidas por forças poderosas e desconhecidas que comandam a natureza do corpo.
A mensagem é clara: o seu poder de manipular o outro é limitado, e acreditar que ele é superior só é possível se você subestima-lo (armadilha) e se superestimar. Quanto mais se superestimar maior será o recuo que terás que realizar no futuro, ou maior o tombo que sofrerás.
Entretanto, se fosse para ser verdadeira e precisasse mandar alguém me deixar em paz, acho que nenhuma coragem teria para tal, muito menos da forma ríspida e direta que falei no sonho.
Cuidado com as justificativas eles servem para reforçar suas intenções. Isso para mim é artimanha de neura. A força exigida para Ser verdadeiro é a mesma para Ser dissimulado. Uma avança numa mão e a outra na contramão, considerando o aumento do nível de tensão Intra-Psy. Quando você apresenta dificuldades em expressar suas intenções, você se utiliza da força de repressão ancorada na necessidade de manipular, seduzir sem o risco de perder seu objeto de foco. Quando você apresenta a expressão de forma ríspida você mudou a forma mas continua a realizar a intenção de manipular e dominar o seu foco, uma como vítima passiva e outra com agente ativo.
Esta é a forma complicada de viver, e a pior forma que se pode escolher para se relacionar no coletivo e com você mesma. Fingindo, dissimulando suas intenções, expressando seus desejos pelo avesso, pelo não desejo, “eu quero mas demonstro que eu não quero”, eu desejo mas escondo o meu desejo para fazer o outro mostrar o seu desejo se colocando suscetível à manipulações”.
O caminho saudável é fazer sua escolha e mostrá-las, expressá-las, sem medo das consequências, sem subterfúgios, de forma transparente, honesta. E o outro? É problema dele. O seu problema é só seu, sua escolha, sua atitude, seu posicionamento, sua postura, firmeza, determinação. Qual o problema? O “Não” é o direito do outro e precisa ser respeitado. Serei melhor sendo livre e não aprisionando o incauto, APRISIONANDO "A VIDA ALHEIA".
                      -Eu quero!                                          -Eu não quero!
                      -Eu vou!                                              -Eu não vou!
                      -Segue teu caminho.                        -Eu sigo o meu!
Um afirma o outro nega, são as diferenças. Aceitá-las é fundamental. Eu não preciso e não devo convencer o outro a fazer aquilo que quero, Se o fizer só estabeleço uma relação com um espectro de mim mesmo.
                                                                                    
   

Você foi lúcida na sua percepção: "... eu fingia tão bem que podia enganar até a mim mesma..." 
 É o que acontece com quem mente, acabam se convencendo das  mentiras que produzem e se perdem como crianças na muiltidão, perdem a referência da realidade. Lentamente acabam sendo corroídos pela insanidade, perdidos e insanos, charfurdam na lama viscosa e afundam no pântano de sombras. 
  CORRA LOLA! CORRA!

    BYE.




   

domingo, 7 de março de 2010

FEED BACK

 
Você é resultado de planejamento familiar? Não!


Seus pais escolheram a gravidez ou ela foi fortuita? Foi Fortuita, inclusive minha mãe já estava com trinta e oito anos e considerava-se velha para engravidar.


Como eles lidaram com essa mudança na vida deles? Pelo que sei ficaram alegres, ao menos é o que sempre disseram.


Estavam preparados? Como foi uma surpresa não esperada, creio que tiveram de se preparar de forma um tanto obrigatória.


Com que estado emocional sua mãe atravessou este período de nove meses. Como ela lidou com as transformações do corpo? A gravidez foi desejada? Ansiada? Esperada? Planejada? Depois de saber estar grávida creio que o planejamento de me fazer vir ao mundo surgiu por imposição do destino. Agora tenho um fato relevante que, pelo visto, fará diferença em lhe ser relatado. Minha mãe sofreu uma queda de uma escada e teve que engessar a coluna, pois teve fratura com esmagamento de vértebra. Ela já estava grávida, mas não sabia disso. Ela reclamava os sintomas de gravidez e os médicos diziam ser do tombo. Quando realmente foi descoberta a gravidez, tudo lhe foi dito. Alguns diziam que eu nasceria toda defeituosa por conta dos raios-x constantemente feitos, etc. Até abordo foi cogitado perante a situação dela. Não sei maiores detalhes. Enfim, ela resolveu enfrentar o que tivesse de ser e me dar a luz da vida. Vale também dizer que minha mãe já houvera sofrido bastante ao ter tido minha irmã de sete meses cerca de treze anos antes e, cerca de um ano depois do nascimento dessa minha irmã, (que foi a primeira filha) ela veio a ficar viúva, vindo a arcar sozinha com uma vida bastante difícil (ela estava longe da família pois fora morar em São Paulo na época, donde inicialmente fora buscar melhores condições de vida e de emprego). Supostamente, se lhe faltou apoio, foi mais na primeira gravidez do que na segunda, uma vez que em tal época ela não tinha uma vida financeira ainda estruturada.


Ela esteve só ou acompanhada? Foi assistida? Embora a gravidez tenha tomado ares trágicos por sua fratura nas costas, creio que ela teve apoio familiar e, pelo que conta, só não ficou desesperada a ponto de cometer alguma loucura porque seu medico, o mesmo que fez o meu parto, lhe tranquilizou muito durante todo o período da gravidez dando-lhe o apoio psicológico que ela tanto precisava.



Emocionalmente o que rolou com ela frente às mudanças na vida dela? Sinceramente não sei responder.


Como foi o nascimento e o seu primeiro ano de vida? Tudo indica que tenham sido normais, porém existem fatos que infelizmente não posso fazer vir a tona. Já escutei relatos de que minha mãe sofreu uma grave “obsessão” durante os tramites de gravidez e durante os meus primeiros anos de vida. Ela bebia muito, fumava, via e ouvia absurdidades. Se foi problema espiritual, mental, psicológico ou sabe-se lá o que, eu não posso dizer, pois era apenas uma pequena criança e, obviamente, não lembro de nada. Dizem que foram feitos trabalhos (esses de centros espíritas) e ela se curou. Nunca mais bebeu, embora só tenha deixado o cigarro a poucos anos e, conforme dizem, sua mediunidade foi fechada. Esse assunto não é muito bem aceito para ser dialogado aqui em casa. Sempre achei uma injustiça pensar que o mais importante de nossa personalidade (não sei se estou usando as palavras corretas) se estabelece nos primórdios da vida ainda no útero materno. Somos apenas suscetíveis e indefesos nesse iniciar da vida.


Eu é que agradeço por ter me feito valorizar tanto os meus próprios sonhos. Incrível verificar que não são apenas baboseiras (mesmo que assim pareça ser).

Obrigado!
Sua compreensão é fundamental neste diálogo, quando abordamos temas delicados que podem nos tocar em suscetibilidades. 
Sonhos ainda são uma porta para um universo desconhecido e que envolve muitos mistérios. Tenho procurado por respostas a várias décadas, insatisfeito com resultados pouco conclusivos ou básicos a que os estudos de grandes pesquisadores chegaram. Muitos ainda se contentam com conhecimentos que se mostram precários e outros mais exigentes continuam em busca de compreensão. C.G.Jung abriu à humanidade um grande portal avançando nos conceitos do início do século passado desenvolvidos pelo Dr Freud. Humildemente continuo na busca, tanto quanto outros, de conhecimentos ou de uma abordagem que possa representar algum avanço nesta área e... Informações sempre são preciosas para que possa descartar hipóteses, consolidar conceitos, eliminar equívocos e encontrar caminhos mais seguros nesta jornada na “Noite da Humanidade”.

sábado, 6 de março de 2010

BABOSEIRA ONÍRICA I




   

Olá, é eu de novo. Sonhei inúmeras coisas, mas agora acho impossível colocar na seqüência certa. Vou descrever o que mais facilmente ficou registrado. Lembro de estar vendo minha avó completamente esclerosada junto de uma outra senhora de idade também. Elas mal conseguiam ficar sentada e, por um descuido de minuto, ambas caíram no chão, pois pareciam não terem forças para se manterem na posição em que haviam sido colocadas. Por incrível que pareça isso não me causou sentimentos desagradáveis. Eu sabia que aquilo era natural da vida e, junto de um médico, mãe e tias, aceitava o fato de nada ser possível fazer para reverter à situação da velhice.
Também sonhei que segurava um pássaro amarelo (parecia uma mistura de canário com um passarinho normal). Ele era muito manso e não fugia da minha mão, uma vez que eu o segurava de maneira livre. Eu alisava a cabecinha dele e ele abria as asinhas demonstrando que estava gostando do carinho. Dei rosquinha para ele comer e ele bicou as migalhas parecendo faminto. Tudo estava bem, mas nesse meio tempo, alguns outros passarinhos que por certo deveriam estar pousados na calha da telha, fizeram caca e esta caiu em cima da minha cabeça. Enojada eu saí e entrei numa espécie de escola (que também lembrava o interior de um shopping) e procurei por um local donde pudesse lavar a parte superior da cabeça. Assim eu fiz (mesmo que completamente enojada) em um lavatório, e saí dele jogando os cabelos molhados de um lado para outro a fim deles secarem logo. Eu estava parecendo uma exibida jogando os cabelos daquela forma, mas não estava preocupada com o que poderia estar ou não aparentando. Essa despreocupação me dava sensações de domínio interior, pois sentia que podia fazer o que bem me permitisse fazer. Nisso entrei numa salda de aula donde ia ter uma orientação de trabalho em grupo, se não me engano com uma professora de biologia e sobre um assunto relacionado a flores. Eu estava preocupada porque ainda não havíamos nem se quer começado a fazer tal trabalho. Nesse momento eu tinha a sensação de estar numa escola normal, mas fazendo um curso superior. Ao certo nem uma coisa e nem outra se encaixa no meu real contexto de vida, pois apesar da sensação, o sonho nada tinha a ver com minha época de escola ou de faculdade, muito menos com o que eu vivo agora. Enquanto a professora orientava outro grupo, fui ao banheiro, fiz minhas necessidades, analisei como ficara o cabelo e retornei. Quando cheguei de volta à professora estava olhando dois livros que eu havia pegado na biblioteca e então comentei que lia dois livros por semana e ela disse que tal hábito era muito bom. Começamos a conversar dos livros quando uma jovem sentou-se inesperadamente atrás de mim no banco comprido de madeira e, mantendo a parte da frente do peito encostada nas minhas costas, começou a passar as mãos nas minhas pernas. Eu achei aquilo meio estranho, mas como não me incomodava, continuei tentando procurar uma passagem do livro que queria mostrar para a professora

Continuação...
Não lembro exatamente como o assunto continuou, apenas recordo do momento em que a professora comentou com essa jovem que ficara sabendo
sobre o fato dela estar grávida. Ela confirmou e disso que queria aproveitar a oportunidade para perguntar se era verdade que, conforme o médico havia falado, ela teria complicações relacionadas ao colostro. Como não entendia do assunto, não sabia o que era colostro e nem era eu a grávida, não dei muita atenção. A professora confirmou dando algumas explicações e, quando acabou de falar, eu entrei no assunto brincando num tom de cinismo: ‘está vendo, eu que sou a melhor amiga dela pareço estar sendo a ultima a saber’. Eu de fato não sabia que ela estava grávida pela segunda vez. Até aqui eu pergunto: isso pode ter alguma referencia entre eu e minha mãe? Questionei-a sobre meu período de amamentação e ela não me deu informação nenhuma que fosse indicio de ter tido algum problema relacionado ao fato. Minha irmã que nasceu prematura e nunca mamou no peito fala até o que não precisa, mas eu que, pelo visto mamei muito e de forma natural, cresci tímida e recatada. Não entendo... Na seqüência eu fui procurar o resto do pessoal do grupo, uma vez que a professora nos aguardava. Eu era a maior responsável de todos, algo que, independente de sonho, sempre foi uma verdade em relação aos estudos e trabalhos acadêmicos. Creio que tivemos a orientação, mas não lembro dessa parte muito bem. Sei que, logo após, aproximei-me de um rapaz colega de classe e disse que precisava lhe falar uma verdade. Abertamente falei que, de todos os alunos novatos da classe (isso excluía apenas um aluno cuja amizade já mantinha anteriormente), ele era o que eu mais achava bonito. Retrucando ele se referiu ao aluno excluído (que expressamente eu dissera estar acima dele em quesito de beleza): ‘é o Danone não é?’ O outro rapaz não tinha nome e nem apelido de Danone e isso me soou como um termo pejorativo que demonstrava inveja ou ciúme, algo que compreendi. Entretanto, depois de acordar, me perguntei se essa palavra não poderia ter contexto oculto assim como o iogurte do sonho de noites atrás. Eu ri não querendo desviar o assunto para o ‘Danone’. Completando a fala, quis deixar bem claro que não estava com pretensões de namorá-lo e dissera aquilo apenas para que ele soubesse de minha admiração por sua beleza. Pensei que ele fosse dar uma de convencido e pronto, mas o que aconteceu foi o contrário, ele não soltou mais minha mão, ficou meloso, me acompanhou para fora da sala de aula e tentou me beijar. Durante esse processo de sair da sala de aula, eu vi o rosto dele ir se transformando em muitos rostos masculinos que de fato achei belos durante o decorrer da vida e, no exato momento do beijo, o rosto dele era a imagem do meu rosto em formato masculino. Eu não o beijei porque realmente não estava interessada nele, por mais que o achasse bonito. Se ele me parecia atraente, isso se perdeu uma vez que se tornou um meloso oferecido. Mas ainda pior foi quando eu me vi estampada nele, como se estivesse diante de um espelho a mostrar-me como eu seria se tivesse um corpo masculino. Por incrível que pareça, acho que analisar os sonhos está me fazendo entrar num mundo onírico cada vez mais ligados ao contexto da própria significação dos mesmos...
ultima continuação:
Mas o impressionante de tudo veio na lembrança onírica seguinte. Eu estava numa casa (conhecida apenas dentro do sonho) e, de maneira jamais desejada em contexto real, eu naturalmente beijava uma outra jovem e havia uma intensidade de desejo e prazer imenso. Já estou perdendo as contas dos sonhos embasados em envolvimento sexual com pessoas do mesmo sexo. Isso me incomodou nos primeiros sonhos (se não me engano há uns dois ou três anos atrás), mas agora já é super natural, não apenas por eu respeitar a diversidade sexual que existe (inclusive se me descobrisse sendo bissexual), mas também por entender que a significação disso pode ser vasta. Uma outra lembrança muito embaçada que ficou é de eu estar andando na rua com um resto de leite dentro de uma vasilha. Eu ia levar esse leite para alguém, mas depois me lembrei que estava muito cedo e voltei para casa. Isso parece totalmente sem sentido e só estou contando por lembrar do que me disse sobre algum distúrbio que sofri na fase de amamentação. Não sei o que aconteceu depois e nem se meus sonhos prosseguiram por muito mais tempo até eu acordar. Em todos eles eu me sentia bastante à vontade, tranqüila e no meu natural. Até mesmo a caca de passarinho na minha cabeça, algo que no momento foi chato e nojento, foi rápido de ser resolvido. Será que de toda essa baboseira onírica há algo relevante para ser verificado?

BABOSEIRA ONÍRICA II

Perspectivas



Será que de toda essa baboseira onírica há algo relevante para ser verificado?


BABOSO - adj (baba+oso) 1 Que se baba. 2 Que articula mal as palavras, ou não sabe o que diz. 3 Muito obsequioso com as mulheres. 4 Que tem grande amor e paixão. 5 Parvo, tolo.

Sonhos não são fantasias e não me parecem baboseiras, mesmo que a vida o seja. Possivelmente você em seus momentos de impaciência se permite mais ácida. Parece-me que você se cansa e isso lhe deixa uma ponta mais intolerante ou irritadiça. Lembra-me alguém praguejando. Acho divertido a impaciência em jovens. Não deixa de ser banalização, mesmo que a reatividade da resposta possa sinalizar uma invasão de conteúdos de inconsciente na sua consciência, o que lhe torna suscetível, caprichosa, vaidosa e regredida. Não se assuste! Todos em fase de desenvolvimento e maturação estão sujeitos a essas incursões que nos deixam suscetíveis a conteúdos além do nosso poder de controle.
 Compreendo seu cansaço, percebo e valorizo o seu esforço, mas preciso lhe alertar para um detalhe: Nada em nossa vida é destituído de sentido.  A falta de sentido é projeção dos que perderam em vida o rumo da estrada e isso diferencia quem está em busca de encontrar relações mais harmoniosas com o mundo, com propósitos definidos de realização.
Eu não posso ver sentido num general que em guerra não queira aniquilar seus inimigos. Definitivamente sou contra guerra, por isso não ingressei em exércitos. Mas respeito a escolha alheia e não posso pensar um general evitando batalhas, fugindo para não derrubar o inimigo. Sua atitude coloca em risco seus subordinados, seu compromisso, suas responsabilidades. Ele poderá até trabalhar pelo humanismo, mas se estiver em guerra ele terá que ser General. Estou fazendo uso de uma imagem radical para salientar a importância da coerência de suas atitudes com seus propósitos.
Nessa vida, Estados Nacionais podem ser impunes com criminosos o que os tornam injustos com os que cumprem as leis. Mas a vida supera a incompetência humana, ela é implacável com sua mão pesada ancorada na força do tempo. Não se esqueça: A vida é IMPLACÁVEL em sua cobrança.
Concebo alguém severo consigo mesmo apenas para não se permitir em erro que o torne alvo da cobrança da vida. Se não a IMPECABILIDADE DEIXA DE TER  SENTIDO. Simplistas em geral se permitem omissos, descompromissados, irresponsáveis e não percebem que suas atitudes alimentam caprichos que os afastam do cerne da questão, promovendo, sem que o saibam, ações que acabarão reverberando contra eles próprios. VIGIAI! Esta porta que estou tentando lhe ajudar a abrir, tem sentido quando  o indivíduo se conecta ao sagrado, com o divino, o que lhe exige compostura. Não se deve cometer o risco de profanar o sagrado já que a intenção é contrária, é a jornada do Jasão em busca do “Velo de Ouro”, “Sacralizar o Profano”.
Ah! Verdadeiramente encontro humor e compaixão na minha vida, e até rio da meninice e bobice alheia com todo respeito possível. Compreendo, aceito e emocionalmente não me afeto, portanto, escrevo-lhe achando graça em sua colocação, mas não seria justo e verdadeiro comigo (meu primeiro compromisso), e em seguida com você se não lhe alertasse para os cuidados que precisa ter no trato com as coisas do Inconsciente.
Por favor, não se ofenda, não tenho porque fazê-lo, tampouco se sinta agredida, não gostaria de magoá-la, mas trinta e cinco anos estudando a psique me indicam que o melhor trato é a verdade, o respeito, o cuidado e a reverência permanentemente. Os que desconsideram estes princípios básicos incorrem em erros fatais e irreversíveis.
Este universo do inconsciente nós é desconhecido, e estamos numa jornada humana coletiva de retirada do véu que o encobre para vislumbrar um pouco daquilo que pode ser esta força universal. Por enquanto estamos todos sob este jugo divino, na batalha de Deus contra o Diabo, e não podemos subjugar o desconhecido. Quem assim age se permite INCAUTO, se superestima, se aniquila.
A vida é estranha. Muito estranha. Por vezes é assustadora, outras se mostra incompreensível. Doída, doida, maluca, vida bandida... Tudo é possível. Cansativa, angustiante, para muitos um tédio. Sensacional, emocionante. Puro Êxtase. Quanto mais vivo mais percebo como ela é exigente. Se você erra, o preço é alto.   A vida só não é desinteressante. Nós podemos ser desinteressantes. Os limites são nossos. Se não descubro tesouros, não é porque eles não existem é porque eu não soube procurar. A vida é um manifesto fantástico do universo.
Ao longo desses meses tenho me surpreendido com sua riqueza interior. Logo você que se acreditava pobre. Tenho tentando mostrar-lhe esse tesouro, seu interior não é pobre. Aproveito para agradecer-lhe de todo o coração a oportunidade de escrever sobre essas nuances que definem nossa vida nesta relação com o mundo, entre a banalização e o significativo, entre o Sagrado e o Profano.
E se agora o faço é para aproveitar a oportunidade de falar para quem visita esse Blog: Um alerta... o que projetamos é o que viveremos. Se projetarmos tesouros encontraremos riquezas, se projetarmos miséria colheremos desastres.
Para concluir é preciso lembrar que no sonho 32 chamava-lhe atenção para a importância da responsabilidade do falar ou da utilização deste instrumento nas relações sociais. Nesta civilização interativa precisamos de uma civilidade responsável. Infelizmente nossos exemplos são os piores possíveis. Na política vemos um presidente que compensa seu complexo de inferioridade semanalmente falando pelos cotovelos as maiores asneiras, grosserias e banalizações (não falo em erros de linguagem, desnecessário), falo em verborragia. No dia a dia a competição social extrapola a competência da ação para se fixar no falatório, onde falastrões e falastronas se ungem na “falastria”. Rompa suas barreiras e impedimentos, mas mantenha a referência nos limites, rigidamente trabalhados no  seu  passado  para não incorrer na armadilha de ser apenas compensativa.

BABOSEIRA ONÍRICA III -





   
SIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSESIMBIOSE
      
S I B I O S E
"Até aqui eu pergunto: isso pode ter alguma referencia entre eu e minha mãe? Questionei-a sobre meu período de amamentação e ela não me deu informação nenhuma que fosse indicio de ter tido algum problema relacionado ao fato. Minha irmã que nasceu prematura e nunca mamou no peito fala até o que não precisa, mas eu que, pelo visto mamei muito e de forma natural, cresci tímida e recatada. Não entendo..."

Continuo sem informação: não sei como foi o desenvolvimento da gravidez de sua mãe. Você é resultado de planejamento familiar? Seus pais escolheram  a gravidez ou ela foi fortuita? Aconteceu? Como eles lidaram com essa mudança na vida deles? Estavam preparados? Com que estado emocional sua mãe atravessou este período de 9 meses. Como ela lidou com as transformações do corpo? A gravidez foi desejada? Ansiada? Esperada? Planejada? Ele esteve só ou acompanhada? Foi assistida? Emocionalmente o que rolou com ela frente às mudanças na vida dela? Como foi o nascimento e o seu primeiro ano de vida?
 A psicologia considera a partir da visão de desenvolvimento de Freud, três estágios de desenvolvimento na primeira infância: Fase Oral; Fase anal; Fase Genital. Na primeira fase ocorreria uma dinâmica de Simbiose entre a criança e a mãe. Determinante em todo o processo de desenvolvimento do individuo.
Eu pessoalmente tenho uma teoria que amplia este “Tempo” Simbiótico. Eu não acredito que ele nasça na fase oral junto com o processo de amamentação. Para mim a fase de SIMBIOSE inicia-se a partir da formação do feto, ou seja, No quarto Mês. O feto formado e vinculado à mãe pelo cordão umbilical estabelece o vinculo simbiótico que avança após o parto, atinge a fase de oralidade e pode estar completo a partir da fase anal.

Reflita a minha tese: 
A Simbiose inicia-se já no quarto mês de gravidez com o complemento do processo de formação fetal, e se desenvolverá a partir deste momento com o desenvolvimento e crescimento do feto”.

Neste caso a partir da relação vivida a partir de seu quarto mês de vida dentro da barriga de sua mãe sua estória já estaria traçada independente do período de amamentação, ocorrido posteriormente.
Sempre que acompanho crianças não perco o olhar neste foco, o período de gestação, já que esse período será determinante em todo o processo de desenvolvimento e de formação da personalidade do indivíduo, ao longo de toda uma vida. Muitas vezes, esse processo nãose fecha, as pessoas ficam aprisionadas nesse oceano primordial do líquido Amniótico.