quinta-feira, 13 de maio de 2010

ABANDONO I


CH 65


Essa noite sonhei que minha mãe passava mal e minha irmã extremamente ágil pegou o carro para irmos fazer umas compras para ela. Mal tive tempo de apagar a luz e a televisão que ela deixara ligada. Mamãe ia ficar sozinha a vomitar no banheiro. Minha irmã pareceu tão apressada que eu nem tive tempo de raciocinar o que estava acontecendo. Alguém comentou que melancia era boa para aquele enjôo. Eu não entendia aquela pressa, pois mamãe vomitava, mas isso não significava que ela estivesse correndo risco de vida e nem entendia por que aquela urgência de comprar frutas exatamente naquele instante em que deveríamos ficar lá, ao lado dela. Fiquei receosa dela estar com alguma complicação séria.

Quando fui entrar no carro notei que havia uma conhecida de minha irmã no banco da frente e então tive que entrar atrás. As duas conversavam cochichando e eu só entendia o que falavam por fazer uma leitura labial de ambas através dos vidros do carro que estavam fechados e as refletiam. Entretanto não lembro da conversa e sim que minha irmã corria muito e receosa coloquei o cinto de segurança mesmo sabendo que já estávamos praticamente chegando ao supermercado. Entretanto minha irmã não foi a nenhum supermercado e sim a uma loja de artigos para bebês. Nesse momento desconfiei que minha mãe estava grávida (isso é incabível com a realidade). Fiquei muito chocada sentindo enorme melancolia e pensando que eu não seria mais a caçula e teria de dividir tudo o que era (ou seria) meu com essa outra criança. Seria apenas mais uma pessoa no mundo para me criticar e não gostar de mim. Eu não queria ter de sofrer tudo isso outra vez (confesso que senti esse medo de ser desprezada com relação a minha sobrinha adotiva, pensando comigo que ela seria apenas mais uma na família para me esnobar). Eu não estava irritava, apenas pesarosa e triste, mas fazendo força para pensar de maneira positiva. Eu sabia que tudo o que estava pensando e sentindo era um monte de bobeiras, mas ainda assim era real dentro de mim. Eu precisaria de um tempo para sentir o oposto e buscava me autoconceder essa precisão.

Quando fomos passar no caixa uma jovem negra (não sei se tem importância, mas era a atriz Aparecida Petrowky) comentou que fizera os exames de gravidez e descobrira que perdera o filho homem ficando apenas com a menina. Embora não houvesse dito, ficou claro que até então ela estava esperando filhos gêmeos. Ela falou com alívio, achando o fato bom. Estranhei aquela postura materna e pensei que talvez ela não tivesse condições financeiras favoráveis para dois filhos de uma vez. Na hora em que estávamos indo embora eu tive de retornar para pegar meus óculos que esquecera na loja. Minha irmã bastante apressada já estava chegando no carro e eu ia logo atrás, dando passos largos, acompanhando a outra mulher que fora conosco. Foi para ela que comuniquei a precisão de voltar à loja, pedindo a ela que pedisse para minha irmã me esperar. Com tamanha pressa eu tinha quase certeza de que não seria esperada e continuava a não entender aquela correria, bem como o que minha irmã tinha em mente. Ao chegar de volta na loja a mesma já havia fechado, mas daí um senhor que trabalhava nela e conversava com uns amigos na calçada comentou que podia ir lá dentro pegá-lo para mim. Fiquei na espera e depois eu já estava era nas ruas de São Paulo. Eu peguei um ônibus qualquer e queria ir para a casa da minha irmã, mas não conseguia lembrar nem mesmo do bairro que ela morava. Nisso me veio o nome Tabajaras na cabeça (minha irmã reside no Tatuapé) e perguntei a uma das senhoras que estava sentada se aquele ônibus ia para lá. Ela estranhou como se não existisse tal bairro e respondeu que não, perguntando para a cobradora depois. Como eu estava um pouco distante, resolvi passar na roleta e assim falaria melhor com a mesma. Questionei se o ônibus chegaria a um ponto final ou terminal, pois embora dispusesse de mais dinheiro, não estava disposta a pagar outra passagem de ônibus, ou seja, eu queria sair daquele ônibus e pegar o certo independente da baldeação, mas contando que o passeio não saísse caro. Eu não estava preocupada de me perder, pois além de estar encarando aquilo como um passeio, tinha dinheiro suficiente para dormir em um hotel e, ademais, se eu conseguisse chegar nas proximidades do bairro da minha irmã, poderia ligar para ela me buscar de carro. Nisso a cobradora não quis me devolver o troco todo, dizendo que ia ficar com uma moeda para ela em troca do serviço prestado de informação. Embora parecesse justo, não gostei da ousadia dela. Pouco depois o ônibus chegou ao seu ponto final e fiquei dentro do veículo a esperar que ele fizesse o trajeto de volta para um suposto terminal. Eu nem sei como funciona os ônibus de São Paulo, mas aqui em Uberlândia é assim.

Nesse ínterim, a cobradora começou a se debater e logo incorporou vindo para o meu lado. Eu sabia que ‘aquilo’ seria comigo. Eu estava sentada e ao meu lado estava o motorista e uma fiscal. Nesse momento já não parecíamos estar dentro de um ônibus, mas de toda forma não dei atenção ao local em si. Ela aproximou-se e fiquei me indagando se ela estaria mesmo incorporada ou apenas fingindo aquilo tudo por algum motivo pessoal que não saberia deduzir. Perguntei quem era ele e de forma imprecisa a resposta foi: ‘Pode ser um caboclo’. Seus modos aparentemente discretos não se enquadravam no perfil de um caboclo e a resposta não me foi convincente. Ele perguntou se eu lembrava o que ele avisara da outra vez e a pergunta me soou com ar de cobrança, reprovação e advertência. Perguntei por parte de quem era o aviso, pois dentro do sonho eu vagamente poderia lembrar de muitos avisos, mas não sabia qual caboclo era ele e, logo, não tinha como saber de qual aviso ele se referia. O mais interessante é que eu não me senti intimidada e sabia que nem teria motivo para tal, mesmo que eu estivesse ali na condição de devedora ou de alguém desobediente que não cumprira algo. Senti que na verdade eu não tinha costume de dar importância suficiente àquelas comunicações. Tenho a sensação de que comentei sobre não gostar de gastar dinheiro com entidades. Infelizmente não lembro o resto. outra vez um sonho com caboclo...

ABANDONO II



Atitudes de submissão favorecem a omissão. Omissos se fazem de submissos e submissos em geral são omissos, entregam a responsabilidade de ações, iniciativas, intervenções ao outro, desta forma ficam à parte da tomada de decisões importantes e são levados por aqueles que se responsabilizam, se comprometem e não se omitem, por proteção ou por medo, em ações e escolhas de posicões.

Neste aspecto o sonho te confronta com suas atitudes de dominada e submissa já que realçam sua impotência e a condução de sua vida em momentos chaves pelo “outro”. No caso sua irmã. Assim aquela que acusa de abandono, sua mãe, é abandonada por você.

Muitas vezes em comportamentos manipulativos deixamos que o outro faça o que gostaríamos de fazer. Assim não colocamos a cara na frente, ficamos protegidos e deixamos o outro se expor e carregar a pecha daquilo que evitamos. Assim é mais fácil condenar o outro, julgar o outro e ficar escondido atrás do muro.

A realidade nos exige que saíamos detrás das máscaras, das defesas neuróticas, e que nos exponhamos aos impactos e acontecimentos da vida, já que não dá para ficar escondido dentro de casa e a realidade exige-nos posicionamento e maturação. Que curtamos a pele de cordeiro no sol da realidade.

O sonho anuncia ansiedade, angústia, tensão e fuga. E o grande risco de que possa estar agindo da forma como condena nos outros, abandonando-os. Esta implícito que o maior abandono é o que comete com os seus propósitos, com a condução da sua vida, mas este abandono é projetado no outro em forma de carência pessoal e julgamento e criticidade.

A segunda parte já se mostra a vinculação neurada de sua dependência afetiva. Crescer significa abandonar a pele velha para deixar a nova nos revestir. Morrer o velho para permitir o nascimento do novo. E mesmo que conceitualmente você já saiba que é irracional se sentir ameaçada pelo nascimento de uma criança, a atitude infantilóide é competitiva, resultante de quem se recusa a se assumir como adulto, se escondendo na necessidade de se manter criança, mesmo que como filha mal amada. Desta forma busca manter a dependência de sua mãe mantendo a culpa e a responsabilidade dela nos seus cuidados.

Entendeu? Mantendo-se criança, dependente, submissa, carente, frágil, você encontra a justificativa para aprisionar a mãe como objeto de seu domínio.

O momento em que você se “desliga” de sua irmã é o momento em que você tem que recuar para resgatar seus óculos. Este resgate, a busca, é o regaste do seu ponto de vista, da sua forma de olhar o mundo, do instrumento que lhe permite olhar a realidade com os seus olhos. Abandonando a cegueira. Assim você toma atitude e... Sai da proteção familiar. Ainda que esqueça a sua mãe ou a necessidade dela, justificativa pra ficar vinculada na simbiose, você se lança no mundo.

No inicio é assim, o individuo se lança no mundo e se descobre perdido, sem rumo. Paradoxalmente, neste momento começa a jornada de retorno à casa. O bom filho a casa torna. Precisamos encontrar o caminho de volta para casa. Voltar para a nossa CASA. É o resgate do pessoal, da referência pessoal. Já não mais como a casa da criança dependente, mas a casa do adulto que encontrou parte do seu destino, sua individualidade, sua pessoalidade.



No sonho 56, Sonhos e Confrontos, aparece o seguinte: “Foi então que apareceu um homem malvado e me disse que na vida eu não conseguia nada porque era daquele jeito: me jogava e não me permitia cair, pois ficava presa a superfície, ao passado, ao medo, às mágoas. Fiquei muito mal ao escutar ele dizendo aquilo e tentei fazer força emocional para desvencilhar-me de tudo.”

Não sei se a referência do aviso é o acima ou se houve outro aviso. Mas pode ter a ver com o risco que precisa correr, de se lançar na sua jornada pessoal. O cabloco neste caso entre outras significações possíveis tem a ver com conteúdos de inconsciente que estão tentando focar sua atenção no seu compromisso de realizar as mudanças que se fazem necessárias, na sua vida, para que possa realizar plenamente sua maturação.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O OLHAR NO MAR

 
CH63


Dois sonhos dessa noite:
No primeiro sonho eu estava com minha mãe na sacada de um apartamento que dava vista para o mar. Entretanto a maré estava muito alta de forma que houvera coberto toda à parte de areia e as ondas estavam quebrando direto nas pedras que ficavam ao contorno da praia, depois da facha de areia. Eu queria entrar na praia e minha mãe perguntou por que eu não colocava o biquíni e ia para lá. Disse que não e expliquei que era muito perigoso entrar com aquela maré alta, pois se a onda forte me arrastasse para trás, eu não ia me ralar na areia e sim me chocar fatalmente contra as pedras. Inclusive estava achando um absurdo às pessoas entrarem no mar daquele jeito, principalmente os idosos. Não sei ao certo, mas parece que meu pai era um dos idosos que houvera entrado no mar e preocupada fiquei atenta como se eu fosse um salva vidas a olhar a cena com total distância.

O mar é representação e símbolo das águas primordiais e do inconsciente. Você defronte ao seu inconsciente observando e vivendo a cautela necessária para lidar e se aprofundar nestas águas. Cautela, cuidado, noção e senso do perigo frente ao momento delicado da maré alta. È necessário certa distância para observarmos a nós mesmos, quanto mais mantemos essa distância mais imparciais nos permitimos ser, menos misturados podemos olhar o nosso “mar”.

O pai? olhe abaixo a sequência do sonho (64).  A maré alta pode ser indicativo de conteúdos de inconsciente a aflorar, movimento na dinâmica do inconsciente por influência de Lua ou outro evento fora do  controle pessoal.

Observemos...

RELAÇÕES INCESTUOSAS


CH 64


No segundo sonho

havia um casal de negros deitados nus sobre uma cama a contracenar um momento pós-intimidade. Inicialmente eu pensei no quanto deveria ser difícil ficar nu perante um parceiro irreal e todo o resto do pessoal que organizava a gravação da cena. Eu não sabia se a dificuldade maior seria em não ter vergonha da exposição ou em não se excitar diante daquela atuação de tanta intimidade. Ela estava deitada sobre ele e tinha a cabeça apoiada em sua barriga. Ele estava encostado num travesseiro de forma que ficava levemente inclinado a olhar para ela. Nisso ela comentou algo demonstrando grande preocupação e ele tentou tranqüilizá-la. Ambos tinham um sério problema a resolver sobre a própria união que pareceu comprometida ou até mesmo proibida. Nesse momento achei a cena artificial. Era como se não condissesse tratar daquele assunto naquele momento. Senti a cena falha como se faltasse alguma coisa ou como se algo estivesse errado, mas não sei ao certo explicar o quê. Também não sei o que eu fazia ali a ver aquela cena.

O primeiro sonho parece recorrência de outro antigo já analisado, mas o segundo eu não sei qual a motivação e mensagem sugerida pelo meu inconsciente.

NOTA sobre o sonho anterior: Estava vendo televisão e ao ver a propaganda do próximo capítulo da novela das oito o meu sonho clareou-se de forma que lembrei de um detalhe que talvez seja importante. No ultimo sonho que escrevi sobre um casal que contracenava nus, os atores eram Taís Araújo e César Melo. Na atual novela das oito da Rede Globo, ele atua fazendo o a papel de Ronaldo e ela vive a personagem Helena, sendo que ele é padrasto dela na história. Meu sonho inverteu os papeis, já que na novela a Helena se apaixona pelo filho de seu ex-marido. Por mais problemático que fosse a necessidade de revelar tal união dela com o padrasto, resolvendo de vez o conflito que esta geraria, senti que o amor dos dois era sincero, do mesmo modo como a novela transmite o envolvimento de Helena e seu atual companheiro, filho de seu ex-marido. Creio que foi essa inversão de parceiros e de relacionamento que me soou mal dentro do sonho, talvez como se a cena estivesse sendo gravada errada. Entretanto acho muito interessante minha mente ter montado esse tipo de cena. Se eu tivesse algum padrasto ficaria preocupada, mas isso nem é o meu caso. Por que fui sonhar com isso?

“Tá tudo certo...mas tá esquisito” esta frase antiga, primórdios das pichações urbanas, manifestação de anônimos que ainda eram instigantes e inteligentes, pode retratar o seu momento emocional dentro do sonho. Tinha alguma coisa de errado. Pensei em princípio que poderia ser a representação, o papel, a falta da autenticidade, mas a sua nota posterior parece esclarecer e colocar em pauta conteúdos que envolvem a sua relação Edipiana, ou melhor, “Electraniana”, entre você e seu Pai drasto. Volto a lhe dizer: neste cenário em que estamos existem limites que se mostram intransponíveis e que deixo a seu encargo. Para mim não é claro o bastante a sua relação com o seu pai, a vivida na infância, na adolescência ou no seu presente. Eu pré-sinto que existe algo nebuloso nesta relação que não se mostra. Poderia ser pela forte presença da mãe, mas parece-me uma relação que não se realiza, que não acontece, e o pai aflora como uma sombra na sua vida.

No sonho anterior seu pai aparece, entrando, no mar. O sonho introduz conteúdos de origem paterna contidos no inconsciente, e neste você assiste a uma performance de relação “incestuosa” ou de traição entre o marido da mãe e a filha da mãe. Tá tudo certo mas está esquisito. Faça um retrospecto na sua história, revisite essa relação Filha x Pai.

Resta esperar outros indicativos ou movimentos da dinâmica da psiquê.

O que estaria fazendo ali? Assistindo o que o inconsciente quer que veja.

sábado, 8 de maio de 2010

SONHO CURATIVO

Uma Sala Azul

CH 62
Essa noite sonhei que estava num lugar com uma colônia de locais religiosos e havia atendimentos diversos de curas. No primeiro local que entrei estava difícil encontrar banco vazio e logo depois que consegui me sentar, peguei um cobertor e deitei. Me deu muito sono. Nisso minha mãe passou perguntando onde eu deixara a minha blusa de frio e mostrei-lhe indicando apenas com o dedo donde colocara. O local exigia silêncio. Ela estava sem coberta e por certo queria vestir minha blusa. O local era grande e espaçoso, mas havia poucos bancos e não sei como deitamos nos mesmos. Era como se eles houvessem se transformado em camas. Estava bastante frio lá dentro por causa do ar condicionado. Depois de ficar um tempo relaxando ali deitada, fomos liberados e assim como todos, eu me levantei e saí por uma porta lateral. Ao atravessar a rua com minha mãe notei o logotipo ‘Centro Espírita Bezerra de Menezes’ escrito em letras maiúsculas na parte superior daquela parede lateral. A rua era asfaltada e mais parecia uma ladeira.

Eu subi a íngreme ladeira e adentrei num outro local de penumbra azul cuja porta era fechada por uma assistente logo após a passagem das pessoas. Eu não entrei sozinha, mas com outras três ou quatro pessoas que também estavam entrando. Prestativa outra assistente pediu-me para aguardar na fila e então notei que minha mãe já houvera entrado antes e estava lá na frente, quase passando para outra sala de atendimento. Não sei dizer por que ou como ela entrou primeiro se, até então, estávamos juntas. Tal local era bastante místico. Havia várias medalhinhas com estrelas e demais símbolos metálicos pendurados em tiras verdes circulares. Nisso levei a mão ao pescoço e eu também tinha uma fitinha verde com um pingente que era uma estrela de cinco pontas dentro de um circulo. Enquanto constatava aquele adereço no meu pescoço (para mim uma coincidência inexplicável), minha mãe que, nesse momento mais parecia uma pessoa estranha, tentou adivinhar a medida da circunferência de algo que não lembro o que era. Ela chamou uma das assistentes e pediu para medir o objeto redondo, dizendo que de vista ela dava vinte centímetros. A jovem mediu com a régua e depois buscou um catálogo com aquela medida da circunferência aberta em três vezes. Os resultados batiam e a circunferência tinha vinte e sete centímetros. Então a jovem comentou que tudo ali terminava com o número sete.

Eu parecia bem à vontade. Não sei dizer até que ponto aqueles locais me eram desconhecidos. Talvez eu já os conhecesse e estivesse tendo a impressão de que estavam muito diferentes, quase irreconhecíveis. Tinha local de palestras e oficinas de arte em igrejas semelhantes às católicas e crentes. Aquela colônia parecia manter um respeito harmônico independente de crenças. Eu trabalhava em algum daqueles locais e inclusive era conhecida como Eugênia (não tenho muita certeza desse nome). Eu achava estranho, quase tinha vontade de dizer-lhes que meu nome era outro, mas não acreditava que todas as pessoas houvessem esquecido e errado meu nome, além do que, também me sentia possuidora do nome Eugênia de tanto assim me chamarem. Na vida real não conheço ninguém com esse nome e nem sei o porquê dele no sonho. Depois eu lembro vagamente de estar numa sala de recreação infantil, mas não sei o que aconteceu por lá. Por fim pareceu-me estar num local rural, pois houve um momento em que tive de abrir uma porteira para passar. De resto tudo é muito vago e não consigo lembrar. Que significado tal sonho pode ter?


SONHO CURATIVO - LEITURA


  Ilustração do livro Medicina da Alma
energia Yin polaridade negativa ,PASSIVA,cor azul -
energia Yang, POSITIVA, cor vermelha 


Ao longo desta caminhada me manifestei acerca de sonhos que considerei como significativos no estabelecimento de um diálogo entre nossos inconscientes através de nossas consciências, intermediados pela tecnologia que aproxima os distantes. E independente das grandes dificuldades implícitas à condição deste “encontro”, venho pressentindo a consistência deste diálogo instigante, como um cego que pressente a arte quando a apalpa e a “sente” no inominável, e a vê pela carícia, pelo toque sutil das mãos, pelo calor do   objeto no corpo ou pelo calor do corpo no objeto, pelo afeto e pelo amor da generosidade.

O sonho:

Condições ambientais podem definir configurações oníricas, imagens e sons, sensações, ambientes, cenários e acontecimentos. Assim o frio noturno pode ter definido o frio no sonho e a predominância da cor azul nos ambientes pelos quais passou, bem como o contexto de cura favorável à intervenções mediúnicas.

Por isso não há como dizer se a condição ambiente favoreceu o acontecimento ou se os acontecimentos foram alterados por conta do momento que vivia.

A deficiência da energia Yang com níveis adequados da energia Yin indica a síndrome do frio tipo Xu (deficiência) de YANG.
O ‘Centro Espírita Bezerra de Menezes’, pode ser indicativo de intervenção mediúnica. Há a possibilidade de ter recebido dentro destas condições uma intervenção de conteúdos espirituais originários de outros níveis ou dimensões, considerando a possibilidade do sonho como canal de conexão intradimensional, ou de níveis mais profundos do inconsciente, o espírito santo, o espírito do tempo, que se conecta em nós, que reside em nós. De qualquer forma, considero a possibilidade de intervenções (duas) regularizadoras, atualizadoras ou corretivas na sua dinâmica corporal e psíquica. Intercalados por estágio de mudança de nível. A subida da ladeira é essa ascensão, essa mudança de nível de consciência, mudança de estágio, de estado, de condição física ou mental.

A estrela de cinco pontas, para baixo simboliza o mal, a magia negra, e para cima é símbolo de manifestação da luz, do centro místico, do foco ativo de um universo em expansão. Representa o Ser regenerado, radiante como a luz mesmo que rodeado, em meio, às trevas do mundo profano. Símbolo da perfeição representa o microcosmo humano. “estreitamente ligada ao céu, a estrela evoca os mistérios do sono e da noite; para resplandecer com o seu brilho pessoal, o SER deve situar-se nos grandes ritmos cósmicos e harmonizar-se com eles. Rodeada do circulo está envolvida pelo céu e pelo sentido unificado do equilíbrio, considerando a possibilidade mandálica da forma que aflora para reequilibrar os conteúdos em desordem.

Cinco é símbolo de perfeição, bem como vinte representa o Deus solar, símbolo do arquétipo do homem perfeito, e o Sete simboliza o ciclo completo, a dinâmica perfeita, entre outras representações. Verdadeiramente, tudo termina com o Sete, ele fecha os ciclos, para que se possa abrir os renascimentos. E o verde é mediador entre o calor e o frio, o caminho do meio a imagem da vida e do destino.

Eugênia: “Significa bem nascida, nobre e indica uma pessoa atenta aos detalhes e exigente consigo mesma e com os outros, só se relaciona bem com pessoas do mesmo nível cultural e social que o seu.”. O quê, convenhamos, tem tudo a ver com você.

Se considerarmos a composição do nome, EU + GEN + IA podemos pensar no Broto do EU, ou em uma EU+GENIO+SA, mas isso é apenas especulação e curiosidade.

Por fim o local recreativo diminui a tensão e compensa o desequilíbrio tanto quanto o meio rural que é o retorno ao elemento de sua origem, portanto reequilibrador e referência para a sua reentrada nesta nossa dimensão de realidade.

Ah! Talvez seja hora de uma manta aconchegante para aquecer o corpo da friagem da madrugada.

BYE

sexta-feira, 7 de maio de 2010

ÁGUAS UTERINAS






CH 60

Mais sonhos:

Primeiro eu estava com minha mãe num clube de águas quentes e passávamos de uma piscina para outra (as piscinas eram emendadas). O sol estava quente e disse que teríamos de ficar na sombra, uma vez que estávamos sem chapéu e sem óculos de sol. Nisso adentramos numa piscina que era coberta e na seqüência eu não tive como passar para a próxima piscina, pois estava escuro e eu não conseguia enxergar direito. Uma menina passou rápido perto de mim e disse que a próxima piscina estava vazia e constatei que de fato ninguém a utilizava. Tentei visualizar se o vazio que a menina falara era sem água, mas não conseguia enxergar. Pensei que talvez a mesma não estivesse sendo utilizada por conter água fria ou por ser muito funda. Preferi não arriscar.

Bem... Parece-me transição, mudanças. Nadar na vida, nas águas primordiais. Poder-se-ia pensar em estado de regressão ou regressivo. Não creio. Relação com a vida com forte presença da mãe, seja por simbiose ou por proteção. Piscinas, águas primordiais, conteúdo sombrio desconhecido, avanço, busca de referências, cautela, avançar, arriscar, ficar, cautela, cuidados.

Em sonhos anteriores piscinas apareceram, mas nesse você está dentro.

Como iniciei falando, parece-me transição entre estados de Ser, de consciência e nestes momentos tateamos por que a consciência exige. Uma menina passa rápido, impulsos, foco de atenção, mobilização de seus filtros de referências externos, mas seu estado de consciência já não vai na onda, avalia o cenário para se posicionar.

Eis mudanças de atitude decorrentes de novas posturas assumidas frente à realidade. O sujeito se prepara para realizar mudanças de estado, de cenário. Ou a psiquê se atualiza, se adéqua, preparando as condições para que o sujeito realize suas transformações.

Bye

CARÍCIAS E ÊXTASE

Beijos orgásticos
CH 61

A segunda lembrança que tenho é de estar aos beijos com um rapaz em um local público, mas não lembro exatamente que tipo de lugar era. Havia outros casais, eu estava bem tranqüila e segura de mim. Eu beijava-o apenas com os lábios de maneira lenta e longa conforme o gosto dele, mas procurava me satisfazer também. Houve um momento em que eu tentei um beijo de língua, mas ele demonstrou desagrado e respeitei-o buscando outras formas de agradar-me do beijo e realmente eu conseguia isso. Era como se estivéssemos descobrindo maneiras agradáveis de nos beijar dentro do gosto pessoal de ambos e, assim, usufruir o momento para troca de prazer. Eu não sentia existir laço de compromisso entre nós, ou seja, não existia afeto de forma mais profunda (creio que de ambas as partes). Interessante notar que eu me sentia favorecida por isso e até posso dizer que essa era a minha segurança maior. Parece contraditório dizer que sentia segurança por não haver compromisso ou amor, mas eu focava a existência de liberdade, respeito e nenhuma cobrança. Embora no sonho ele fosse um rapaz desimpedido, esses sentimentos me remetem aos relacionamentos que já tive com homens casados. Outro ponto interessante é que eu me sentia no domínio da situação, não no sentido de posse ou de autoridade sobre ele, mas no sentido de autonomia, de coragem para me satisfazer, de capacidade de autodesempenho sem medo de desagradar. Essa sensação me é falha na vida real, não só em questão de relacionamentos, mas com tudo em geral. Também notei que sendo mais ativa do que passiva eu me sentia na posição de homem, não de forma literal, mas de forma crítica ao que eu estava fazendo, ao meu comportamento. Claro que no sonho isso não me incomodou e nem deveria, mas na vida real eu não sou tão ativa e atuante assim. Sei que é besteira, principalmente no século atual, separar ativo para masculino e passivo para o feminino, mas na prática isso sempre me freou as atitudes. Raras foram às vezes que consegui tomar iniciativa perante uma figura masculina, independente da idade. Talvez isso até indique submissão, mas creio ser uma rigidez de postura passiva que joga a obrigação sobre o mais forte. É como se eu fosse antiquada por vontade ou, ao menos, por culpa própria.
Houve um momento em que tive orgasmo apenas com os beijos e senti-me estranha por ter provocado, permitido e sentido aquilo antes da hora. Nisso começou a pingar muito de um liquido azul da minha vagina como se fosse tinta bem escura. Só dava para notar que era azul quando a mesma caia no chão e esparramava. Fiquei muito assustada com aquilo pela anormalidade do fato. Questionava-me se teria feito algo errado para aquilo estar acontecendo comigo. Existia um sentimento de culpa, mas eu também pressupunha que apenas sentia aquilo por causa de crenças castradoras que existiam em mim. Em seqüência jorrou uma bola do mesmo liquido na cor vermelha e pensando ser sangue coagulado fiquei tranqüila pois, embora aquilo não fosse normal, ao menos sendo vermelho eu sabia que era sangue. Depois disso eu voltei ao normal e então acordei.
Confesso que fico chocada com sonhos desse tipo, pois são muito estranhos e não sei o que representam. Pode parecer um absurdo, mas acho que eu sou machista por natureza. Estive pensando como eu seria se fosse um homem. Creio que eu buscaria uma mulher exatamente como sou, ou seja, mais recatada, caseira, que gosta de trabalhos manuais e que aprecia a natureza. Não que eu quisesse ser homem, mas sinto que enquanto sendo mulher eu sou agravada por minhas próprias crenças antiquadas.
Será que o sonho representa que ainda estou na tentativa de reconciliação de anima X animus?
Em terceiro eu não lembro ao certo que local eu estava, mas havia várias pessoas. Comentei da gravidez que deu errado e um rapaz ao escutar interessou-se pelo assunto e curioso perguntou se eu tentara ter um filho que sofrera aborto espontâneo. Respondi que não e minha irmã me olhou com ar de reprovação. Ainda assim eu completei a fala dizendo que o caso era comigo mesma, que não era para eu ter nascido. Entretanto não estava disposta a falar mais nada na presença de minha irmã e só completei dizendo que era uma longa história. Ele perguntou se algum dia eu poderia lhe contar e disse que sim, talvez num momento mais propício. O ar de reprovação da minha irmã sentenciava que eu não devia contar minúcias da minha vida a um desconhecido. Embora não concordasse por não ver malefício algum em contar sobre meu nascimento, preferi fazê-lo quando sentisse livre da presença dela. Talvez minha irmã não concordasse com a idéia que eu refletia sobre meu próprio nascimento, mas não senti que seu olhar repreensivo tenha sido por isso.
Na vida real eu nunca pensei que não era para eu ter nascido, mas no sonho eu falei isso com tanta certeza que acordei impressionada. Uma pessoa até pode causar a própria morte antes da hora planejada de morrer, mas acredito fielmente que ninguém nasce se não tem de nascer e isso me fez perguntar a mim mesma: teria eu atentado contra minha própria vida ainda na fase uterina? Minha vontade de não existir nessa vida era suficiente para eu pensar que não tinha de nascer? Havia melancolia como se eu houvesse nascido por minha própria imprudência ou insuficiência e agora estivesse pagando um preço condizente com algo que não era para ser. Minha vida soou como sinônimo de castigo. Tal sonho me soa como um absurdo, mas se sonhei com isso deve haver alguma mensagem válida. Qual seria?


CARÍCIAS E ÊXTASE II



êxtase no orgasmo
CH 61
A atitude pode, sem dúvida, chamar de Proativa. Você se assume no seu desejo, rompe com o tradicionalismo, o conservadorismo, o Modelo de mulher incorporado, por você, como o adequado, o valorizado, o idealizado, o aceitado pelos seus princípios e valores, e exercita a sua experiência pessoal de ser mulher, como individuo que se dá o direito de se descobrir na busca do que lhe dá prazer, satisfação dos seus desejos, fantasias.

Sua experimentação pode deixar-lhe desconcertada, pois rompe com o seu modelito clássico de mulher, qu funciona focada no prazer do homem, como objeto de prazer dele, para avançar na busca de carícias que lhe satisfaçam sua demanda afetiva.

Poderíamos por exemplo pensar em possível fixação oral, ou numa demanda oral que satisfação sua carência oral, sua relação de simbiose não completada e não finalizada. Mas pessoalmente pensão que numa analise de sonhos podemos utilizar a referencia conceitual apenas como referência de leitura e não mais que isso já que o conceito pode ser reelaborado a partir da satisfação da demanda.

Pouco pode significar para você se descobrir conceitualmente prisioneira de uma fixação oral em decorrência de uma oralidade não satisfeita na fase de vivência simbiótica com a mãe. Mas muito pode significar, para você, a vivência oral realizada no exercício da sexualidade adulta que lhe permita viver o não vivido e se libertar ou liberar energias aprisionadas na frustração naquele momento do passado.

Para essa liberação não basta apenas viver a sexualidade de forma plena ou na expectativa de que o outro satisfaça o seu desejo. É necessário que você parta em busca do seu prazer, siga a referência íntima de sua necessidade, dos seus desejos e de seus impulsos.

Isto pode parecer assustador e chocante, primeiro por que nos colocamos alinhados, ou sob o poder da força dos desejos, na satisfação dos desejos e em geral nem sabemos de onde vêm e onde eles podem nos levar. Mas a consciência nos guia, pois permite, nesta jornada do imponderável, exercitar-se dentro de princípios e limites de segurança e do bom senso. Não como coletivamente como na música de Milton Nascimento: “Sede de viver tudo...” vivido no passado por uma geração. É preciso se permitir proativa, descobrir seus desejos e o caminho de saciá-los, sem colocar no outro a responsabilidade de que ele faça-a feliz e realizada.

A sexualidade está no seu corpo, na sua energia e é preciso se conhecer, para que até dela possa se libertar ou transmutar, no tempo devido, essa energia e transcender de forma plena.

A sociedade já vem rompendo com os modelos puros de homem e mulher, nas atitudes, rompendo com os modelos de ativo para falus e passivo para vagis. Mulheres que se responsabilizam pela satisfação do prazer permitem aos homens que se façam passivos e objetos de prazer para no momento seguinte serem ativos e que, ainda, satisfaçam as mulheres que gostam da virilidade máscula, ou como foco e objeto do prazer masculino. Não há modelos pré-definidos como no passado de o homem como comedor e a mulher como objeto de conquista.

Seja Livre para buscar sua satisfação e cuide da sua felicidade ou fique esperando, na janela, que o príncipe encantado apareça e que não seja castrado.

O sonho compensa seus desejos e mostra-lhe o caminho que podes seguir para encontrar sua satisfação ou para satisfazer seus anseios. Você não tem que ser mulher assim, ou homem assado. Você precisa encontrar o seu caminho pessoal para ser feliz, é o seu direito e é o seu dever, consigo mesma. Você precisa refazer conceitos, e deixar que essa mulher que existe em você aflore e mostre a sua força, beleza e determinação.

Parece-me que carrega há anos essa ideia de flagelo e culpa. Rompa com esses preceitos incorporados sabe-se lá de quem. Você está viva. Se não era para ter nascido, nasceu! Já que nasceu, cumpra seu destino de viva e não seu destino de morta, seu destino de viver e não o de morrer. Existem questões que não nos cabe pelo absurdo e insólito que se mostram. Se você vive é graça de direito divino... VIVA!!! RELAXE e... GOZE. Pois assim que o tempo passar a Madalena se santificará.

Quanto a isso é necessário que reflita uma questão básica; Se você não abre espaço para realizar sua demanda pessoal, você entra em um RUSH energético que pode lhe provocar doenças orgânicas de todos os matizes possíveis, distúrbios e transtornos. Enfim, infelicidade. É difícil, mas carregamos um corpo animal que anseia realizar instintos básicos e administrá-lo definirá sua transcendência. Há quem acredite em flagelo libertador, no chicote, no sofrimento, na punição, no castigo. A escolha é sua.

Viver, é o digo sempre, não é uma festa. Exige-nos, permanentemente, no limite. Mesmo em cenários de orgasmos, abandono e lassidão. E não nos resta, em consciência, outra atitude senão atravessar esse melancólico vale de sofrimentos. Dependendo da forma como o atravessamos temos a chance de aplacar as dores e encontrar caminhos sublimes e suaves, como agradáveis manhãs primaveris e até alongar esses momentos como se nos blindássemos por méritos e conquistas nos confrontos e no dever cumprido.

Mas não se esqueça: Não faça sua vida mais difícil com tanta severidade, punição e perfeccionismo. Você é apenas uma mulher... simplesmente uma pessoa...



quinta-feira, 6 de maio de 2010

DEUS NÃO JOGA DADOS


FEED BACK 16


Mais uma pergunta:

Minha mãe sempre comentou que foi castigada, pois todas as coisas que criticava e detestava na postura de minha avó (sua mãe) e do meu pai, enquanto ela estava grávida de mim, nasceram comigo.

Todas as vezes que escutava isso eu achava um absurdo ela me colocar como um objeto de martírio e dizia-lhe que Deus seria injusto por fazer um filho sofrer os defeitos dos parentes ou antepassados apenas porque a mãe revoltou-se contra os mesmos durante o período de gravidez.

Por acaso isso seria possível?

Bem, parece-me que são duas visões:

• Sua mãe se sentia castigada:

• Você injustiçada.

Sua mãe se sentia castigada por ver a filha repetindo o que condenava na mãe. Os fantasmas nos perseguem. Quanto mais a gente foge das assombrações mais elas nos aparecem.

A natureza em sua ordenação se repete. É o inferno do Sansara, o tormento da repetição. É a vida nos covidando a mudarmos, nos transformamos. Caso contrário àquilo que condenamos seremos condenados a repetir. O grande risco e castigo de sua mãe, se não superou sua avó, se não se renovou, será repetir a sua avó na sua velhice, e ver em você o que nela não suporta. Neste caso sua mãe repete sua avó e você repete sua mãe, e... Sua filha repetirá... Você.

Esse é o principio: se não nos amadurecemos diante da vida, repetiremos nossos pais, num eterno ciclo de retorno.

Seu sentimento de injustiça faz sentido quando ela joga a culpa em cima de você. Você não deixa de ser responsável na repetição, quando não supera o código de repetição, mas inicialmente é uma dura e árdua tarefa superar a repetição de nossos pais. Antes de superarmos precisamos identificar como eles existem em nós. E eles existem, em nós, nas boas conquistas que realizaram e nas incômodas mazelas que repetimos.



A configuração de gênese repete o formado no tempo em que a fecundação ocorreu. Naquele momento mágico em que a fecundação ocorre, quando os gametas masculinos e femininos se encontram eles reproduzem a configuração Psíquica daquele “instante” do gerador e da fecundada. Além deste espelho, eventos podem ocorrer que podem reconfigurar, independente da proteção excepcional que está submetido o feto, o estado do ser gerado.

Vejamos alguns exemplos:

Estados de tormento da mulher podem definir uma gravidez conturbada que consequentemente submeterá o feto às condições que determinarão sua configuração vibracional, neste caso, alterações, inquietações, angústias, suscetibilidades, fragilidades, que poderão se manifestar após o nascimento;

Mulheres fumantes gerarão filhos abaixo do peso, e até filhos com tendências mais suscetíveis às compulsões e dependências químicas;

São dois exemplos básicos. Não é pela revolta ou crítica, das vivências maternas, que Deus a formou para confrontá-la. Ela gestou características que existiam nela e que não foram superadas ou possivelmente foram apenas mascaradas.

Deus para mim está além do bem e do mal, da justiça ou da injustiça. Em um nível mais próximo de nossa dimensão existencial, a natureza já oscila entre polaridades vibracionais, mais leves ou mais densas, mais transparentes ou mais opacas, mais carregadas ou menos polarizadas, que definem o grau de vibração em que nos inserimos neste cenário cósmico.

Se aprendermos a lidar com este universo energético e vibracional teremos mais possibilidades de escolher as frequências em que quisermos viver. Neste aspecto a natureza nos convida a fazer as nossas escolhas, as nossas apostas. Deus não joga dados, mas humanos se deliciam em jogar como se deuses fossem. E neste aspecto a vida é absolutamente justa, você escolhe como quer seguir o seu caminho e assim será. Nós decidimos os caminhos quando escolhemos ou abandonamos escolhas.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

FEED BACK15


                         RIO DA VIDA                         


RELACIONADO AO POST "A CAPITÃ DO CAPITÃO"


Relação competitiva entre pai e mãe, em que sentido?

Envolve a sua história de vida com pai e mãe, e os jogos de domínio na relação deles, entre eles e com os filhos.

Desconheço que exista de minha parte desafeto com um homem mais velho de hierarquia superior.

Avalie sua relação com Pai.

Conteúdos masculinos incorporados como ressentimentos ou fruto de mágoas: isso me pareceu complexo... como destrinchar isso?

Muitas vezes nos jogos de domínio que pai e mãe vivem, há projeção da insatisfação  com o parceiro nos filhos, mágoas, ressentimentos, raivas. É uma forma de vingar do outro nos filhos e destruindo a imagem do outro, reduzindo-o e desqualificando-o. Esta postura é em geral características de desafetos e afetos que se tornaram negativos por serem frustados, não realizados. Ou tambem decorrencia de caprichos, vaidades, orgulhos. Tudo isto numa panela, misturado e projetado nos filhos tendem a produzir traumas e transtornmos na formação da personalidade dos filhos.

É impressão minha ou existe uma relação de conflito interior entre os conteúdos femininos e masculinos?

Isto já apareceu em sonhos anteriores.Em geral como herdadeiros de dois seres sexualmente diferentes, já temos um desafio fenomenal nessa jornada mítica de reunir estes opostos em um só ser. A natureza propricia a primeira reunião no corpo formado. A nós o desafio de nos formamos completos realizando a união destes opostos. Quanto menos nos conhecemos maiores são os conflitos e a s dificuldades destes opostos de se relacionarem. É uma tarefa árdua, de toda uma vida. Em geral, poucos conseguem completá-la, realizá-la.

Relacionado até a terceira geração de antepassados, puxa, isso me pareceu surpreendente!

Nós somos o resultado de nossos ancestrais, de suas conquistas e de seus fracassos. O que eles avançaram, ou seus retrocessos, recebemos com herança, que definem nossos desafios a serem enfrentados. Para avançar precisamos superar o que eles não avançaram. Isto pode definir nosso destino. E enquanto avançamos nos libertando da carga coletiva dos ancestrais, também vamos nos defrontando com os nossos enigmas pessoais, frutos de nossas escolhas e vivências. Ou... Simplesmente repetimos nossos ancestrais e não saimos do lugar.

Acionamento de conexões seccionadas em decorrência de experiências de meus antepassados, como é isso?

Nada do que fazemos, ou vivemos é isolado. Tudo reverbera no universo. Quando as pessoas não avançam no aprimoramento pessoal e na relação (conexão) íntima e espiritual com “Espírito Santo do Universo” elas não conseguem fortalecer vínculos Neurogéticos que buscam, por impulsos e tendências naturais, essa conexão, consequentemente se fazem ilhas desplugadas do sistema e deixam de herança para seus descendentes a solução da dissociação.

O que eu posso ter a ver com quem nem se quer cheguei a conhecer?

Tudo! Você é o resultado deles. E esse é o sentido da evolução, o encadeamento é que nada se perde. Se eles travam, param no tempo, cabendo aos descendentes avançar evolutivamente o que eles se negaram a fazer, a cumprir, a realizar, por descaso, incopetência, dificuldades, etc. 

Seria uma influencia genética?

A genética é banco de dados celular, memória de configuração. Cada célula possui toda a memória do Ser. A natureza é excepcional, ela dá a todos os recursos adquiridos pelos ancestrais e ainda pode nos dar a possibilidade de aprender com eles em contato pessoal (difusão de conhecimento), e ainda dá à pessoa a chance de avançar dependendo apenas de si, do conhecimento e da referência coletiva

Só conheço essa avó que citei no sonho e nenhum outro parente mais velho (avós ou bisavos), pois todos já morreram. Não cometer os erros dos antepassados, realmente faz sentido e tenho alguns defeitos que, por coincidência ou não, me faz bem parecida com minha avó, a mesma do sonho. Dos outros não possuo referência.

Interessante analisar que gosto de guardar minha feminilidade para momentos mais necessários ou especiais e creio de fato não usar meu potencial de mulher nesse sentido.

Um rapaz para romper meus entraves pode ser uma boa solução, mas espero que não seja a única.

Mudança de atitude e postura diante da vida: isso sim me parece muito difícil, pois não consigo deixar de me sentir perdida sem saber o que realmente quero da vida.

Tudo o que faço é viver tentando aproveitar o que me faz bem e ser feliz o quanto posso, mas ter um plano de vida realmente me parece um desafio gigantesco.

Os sonhos podem me direcionar no sentido de encontrar um foco mais presente em mim para não ter que ficar apenas lamentando o passado ou analisando as vidas alheias?

Você já deve estar preparada para responder à sua indagação.

É possível encontrar esse tipo de resposta através dos sonhos, ou seja, saber qual é meu real objetivo de vida, em que devo trabalhar, me focar?

Esse tipo de resposta você só encontra dentro de si mesma. Olhar para dentro de nós, o que somos, queremos, sonhamos, quais os nossos propósitos, é tarefa pessoal. Este tipo de questão não se encontra respostas olhando vitrines, ou a vida alheia, ainda que possamos aprender com a experiência do “outro”.

Até então os sonhos têm me ajudado bastante a desvendar meus aspectos negativos encobertos, autodissimuladores. Melhorar-me é um desafio, mas sinto meio caminho andado por conseguir reconhecer os pontos que precisam de mudança e, principalmente, aceitar a necessidade disso. Confesso que muitas das coisas que tenho descoberto só estou aceitando por se tratar de meus próprios sonhos, caso contrário não acreditaria. Estou satisfeita com as análises e me sinto curiosa para prosseguir nessa descoberta pessoal.

OK.
               BYE!

terça-feira, 4 de maio de 2010

UMA FACE



CH 59

Segundo sonho - Tem recorrência com festa e espíritos, mas num contexto muito diferente. Eu estava sentada numa quina de muro a desenhar. Comigo estavam três espíritos (assim eu identifiquei inicialmente): uma mulher branca, um menino negro e o terceiro não recordo como era. Agora não lembro dos detalhes, mas sei que eles eram parentes da mulher dona daquela casa que estava dando aquela festa muito chique. Todos os três espíritos enquanto vivos haviam sido mortos por essa mulher a troco de interesses escusos. No sonho eu sabia da saga melhor, mas agora tudo é meio vago. Sei que a mulher branca ficou comigo e os outros dois adentraram na festa. Eu me sentia uma discriminada, rechaçada, desprezada. Eu me sentia uma insana, mas que tinha sanidade. Por vezes eu me sentia negra e não parecia ser eu com a minha atual aparência. Fiquei pensando no que estariam fazendo os outros dois espíritos lá dentro da casa. Eles não estavam ali para se divertirem e imaginei na hipótese deles se empolgarem com a festa e me esquecerem ali largada. Nisso a mulher da festa veio conversar comigo. Por certo ela foi influenciada pelos dois espíritos que haviam ido lá dentro. Eu sabia que ela era muito perigosa. Sentia medo, mas estava livre de julgamentos, pois fazia da humildade a minha força. Não recordo bem o inicio da conversa, mas sei que, ainda sentada no chão, encostei a cabeça no joelho dela e humildemente desabei a chorar e dizer que estava muito triste. Eu estava triste com ela, mas não cheguei a ser tão direta de início. Eu não tinha pretensão de convencê-la ou sensibilizá-la, queria apenas desabafar o que sentia com tanta força dentro de mim e dar a ela a oportunidade de se arrepender. Interiormente eu sentia que estava agindo por influencia espiritual da mulher que estava comigo. Era como se fosse ela quem estivesse chorando através de mim. Eu comecei a falar não lembro o quê e a mulher foi ficando histérica. Apesar de sentir medo eu parecia confiante. Embora ela tentasse não demonstrar sua ira, eu fui sentindo seus olhos ficarem agitados e sua mudança ficou nítida para mim. Percebi que corria perigo e quando ela fez venha de me matar na explosão de seus ímpetos instintivos de autoproteção, eu disse o nome dos três espíritos. Extremamente agitada pelo peso da própria culpa maligna que ninguém podia descobrir, ela começou a sentir-se sufocada e a ter um ataque dos nervos que a fez desmaiar (ou morrer, não sei). Eu sentia que todos da casa e conseqüentemente da festa me discriminavam como se eu fosse uma negra, mendiga ou louca, como se eu fosse a vilã mais repugnante do mundo, mas naquele momento isso não me importou, pois independente do que eu fosse, ainda assim eu tinha uma força poderosa dentro de mim que me protegia. Eu tinha a influência espiritual que não era mal, mas que buscava justiça, que queria esclarecer os fatos.
Na seqüência eu fui buscar ajuda e deixei o corpo da jovem, ou seja, em tal momento eu era o espírito. Não era meu próprio espírito desprendido do corpo, de forma que depois de acordar não entendi a cena. No interior da casa donde a festa acontecia, pedi socorro dizendo que houvera ocorrido um mal entendido fora da casa e duas pessoas precisavam de ajuda, mas ninguém me escutava. Eu não me sentia mal por ninguém me escutar, mas por não estar conseguindo a ajuda que tinha de ser urgente. Fui gritando até que um homem, provavelmente o marido dela, sentiu vontade de ir atrás da mesma. O outro homem que conversava com ele foi junto segurando seu copo de bebida. Eu acompanhei. Os dois homens ao ver que algo houvera acontecido foram socorrê-la imediatamente enquanto a jovem (que até então pensava ser eu) tremia rocha de frio encolhida e embrulhada numa coberta fina. Ela também estava muito mal a ponto de morrer, mas ninguém se preocupou com ela. Então me aproximei e acalentando-a senti que tudo ia ficar bem.
Nisso acordei assustada. Foi um sonho dramático, pesado, intrigante. A cena da mulher desprezada chorar humildemente prestes a falar de suas dores sentimentais para a dona da casa, a qual por um momento fez lembrar-me de minha irmã, parece refletir meu medo de ser injustiçada e agredida de uma maneira geral pelas pessoas incompreensíveis. De toda forma eu não compreendo o resto. Eu era uma espécie de médium e depois eu parecia ser apenas um espírito. Seria eu em verdade um pouco de cada personagem, inclusive da mulher que era dona da casa? O que tal sonho pode significar?


A OUTRA FACE



Para Jung os espíritos vistos pela ótica da psicologia “seriam complexos autônomos inconscientes que aparecem como projeções porque não estão associados ao ego” (CW9i, p285), para ele as intervenções dos chamados espíritos parecem corresponder a necessidades de ampliação da consciência. Para ele as aparições de espíritos evidenciam a existência de um nível elevado de tensão entre os mundos materiais e imateriais, fenômenos que existem na fronteira destes mundos e que querem aflorar e ganhar existência.

Ainda em Jung, para ele, sonhos e visões são um dos fenômenos de grande importância e evidência da existência de um reino diferente do reino material e corpóreo, seja relatado pelos primitivos ou pelo homem ocidental. Ele se usava do termo “espírito” para referir-se ao aspecto não material de uma pessoa viva (Intento, Pensamentos,) bem como a um ser incorpóreo desligado do corpo (fantasma, sombra, espectro, alma ancestral). Concebe o espírito como o oposto da matéria, conteúdo que não pode ser descrito ou definido, infinito. Sem forma, aflora sem controle ou solicitação e provoca uma resposta afetiva positiva ou negativa. Sua obra sobre os fundamentos psicológicos da crença do homem em espíritos chamava a atenção para a necessidade humana de um relacionamento consciente com o “Espírito”.

Recorro a alguns conceitos de Jung para indicar minha identidade com sua cosmovisão, ainda que hoje possamos ter uma compreensão mais completa desta relação do homem com o seu mundo, universo externo e interno. E esta imagem de um “Espírito” que sobrevive em todos simboliza um evento de conexão do indivíduo com o universo. Não precisamos entrar em nenhum conceito religioso, de qualquer lugar ou de qualquer tempo, para sabermos que, como seres vivos, participamos de uma rede universal conectada, interligados. Portanto não somos ilha, fragmentos de vida, esquizo fragmentos, e possuímos mecanismos que nos mantêm, como estrutura micro universal, unidos ao “Grande Espírito Santo do Universo”, ou como se queira nominar. Visto isto...

No sonho há confronto, compensação e catarse. Mas mais importante, vejo dois fenômenos singulares que merecem referência:

1. Você se defronta com a mulher maligna, sua sombra, agressiva, irritada, atacada, nervosa, histérica, possessa, possuída, agitada, impulsiva, descontrolada, e com a humildade necessária, independente do medo, enfrenta o embate e derruba o Dragão;

2. Você busca socorro para seu lado que sucumbe, por compaixão.

O sonho retrada a sequência de sua jornada. É preciso descer ao fundo do mundo das sombras para enfrentar nossos próprios demônios, criados e relevados por nossos ancestrais, revelado para nós em vida para que superemos aquilo que eles não deram contra de superar. Neste caso os espíritos funcionam para lhe servir, pra ir buscar, aonde você não tem acesso, aquilo com que você precisa se defrontar. Você só consegue entrar naquele espaço que não tinha acesso quando a compaixão a faz superar suas dificuldades, sua inferioridade.

Seu choro é catártico e ocorre em decorrência da bipolarização energética no contato com as forças de inconsciente. Isto é fenomenal. Estou pensando no mecanismo que o inconsciente nos mostra neste momento. Você é levada a um condição de tensa, o choro, que prepara-a e a coloca em um nível vibracional ajustável para que possa sintonizar uma vibração específica do corpo etéreo, psíquico,que a leve ao encontro com conteúdos de inconsciente sem que sucumba à força destes conteúdos, em decorrência de desajuste de sintonia e que permite à construção o inconsciente não se dissolver frente à força da tensão em que funciona psiquicamente. Fantástico!

E tudo isso para permitir este encontro entre você e conteúdos de origem inconsciente que estão em fase de transformação em decorrência de mudanças de estados da consciência na sua relação com o mundo, que provoca um reajuste de conteúdos arquetípicos ou ancestrais em metamorfose.

É relevante a força espiritual e a busca de justiça. É necessário rever conceitos e não se esquecer de que é preciso ter compaixão, mas também é preciso aprender a aceitar o destino do mundo sem sucumbir por excesso de compaixão.

Preste atenção: não tenho dúvida da dramaticidade e da força de um sonho desta magnitude, Mas você superou a primeira batalha, isto significa que se o conteúdo foi dissolvido você o integrou. Se não o foi, novos encontros ocorrerão. Mantenha-se firme no seu propósito e mudanças. Transforme seu lado sombrio em iluminado, e para fazermos isso precisamos nos armar de humildade e coragem e olhar no espelho aquilo que renegamos, o que somos.

Por hora... relaxe.



Bye.

domingo, 2 de maio de 2010

PEDRAS E BATATAS

   
 Cristal sob O TAO
ainda que acima
Ch 58


Mais dois sonhos: Primeiro –
Eu andava com uma pessoa por um local catando pedras de cristais. Havia muitas, de todos os tamanhos. Umas eram mais transparentes, outras esbranquiçadas e algumas tinham um pouco de verde com cor de rosa por dentro. Eu escolhia as mais transparentes e que fossem de tamanho médio. Houve um momento donde percebi que havia um monte de batatas cozidas no meio dos cristais, mas elas pareciam tanto com os mesmos que só tocando para identificar, pois eram moles. Não entendi por que de tais batatas no meio dos cristais.

Em princípio você deve avaliar o consumo deste carboidrato (batata), qual a participação dele na sua dieta, se você o consome periodicamente, em excesso, com sal (cristais salinos), qual a origem desse produto (pode estar carregado de agrotóxicos) que podem formar algum tipo de composto que lhe faz mal. Avalie se o consumo deste alimento lhe causa mal estar após a digestão, ou se sua digestão é dificultada, etc.

Pedra é símbolo do ser, da coesão e da conformidade consigo mesmo. Símbolo da regeneração da alma pela graça divina e de sua redenção. As pedras preciosas são símbolo de transmutação, da transformação do sólido opaco em translúcido, a conquista da transparência, a partir da lapidação do espírito, a saída do espírito das trevas para os caminhos de luz, a transmutação do sem forma para o formado, do imperfeito para o perfeito.

É interessante que as pedras já surjam nos seus sonhos, já que sinalizam seu processo de mudança e da lapidação que realiza.

O sonho parece-me responder uma antiga dúvida sobre se deveria ser mais transparente nas suas ações, respostas, atitudes ou continuar se escondendo para se proteger.
Quanto às batatas... Bem nós somos constituídos por aproximadamente 27% de carboidratos, fazem parte da configuração do corpo. Alguns são batatas moles outros são batatas duras de roer, mas será possível que “suas batatas estejam assando”? Se estiverem, podem sinalizar percalços pela frente ou confrontos que terás que descascar, ou que tenha batatas quentes nas mãos. Avalie se voce está deixando coisas importantes de lado, ou evitando solucionar problemas.

Em segundo lugar, consideremos as possibilidades de mensagem:

Será você esta confundindo batatas com pedras preciosas?

Será que você não valoriza o que tem valor e desvaloriza o que não tem valor?

Boa reflexão!

Bye.

sábado, 1 de maio de 2010

O GRAN CANYON E O BREJO

Aquarela de Antoine de Saint-Exupéry
do livro "O Pequeno Principe"
CH57


“O amadurecer parece mais difícil do que imaginava a princípio.
 Essa noite sonhei que estava num local que identifiquei como cânion, mas ele era diferente, pois ao invés de ter pedras rochosas, todo o terreno era de barro. A parte baixa formava um brejal com valas fundas donde havia extensa e natural plantação de um bananal, mas era uma espécie de banana cujo pé não crescia muito e cujas folhas reluziam como se tivesse uma camada de verniz. Embora fosse um local turístico famoso, eu não gostei do mesmo e pensei comigo que se o terreno fosse meu, mandaria um trator acertar todo o solo e depois mandava replantar as bananeiras. Achei perigoso a permanência das pessoas naquele local. Alguém comentou comigo que só era possível estar ali na época da seca, pois somente em tal época a terra ficava compacta e sólida permitindo a caminhada naquela parte superior. Quando voltei para o hotel havia um beija-flor perto da porta do quarto e ele pousou na minha mão. Quis tirar uma foto dele e o levei para dentro do quarto, mas quando fui tirar a foto ele se transformou em um gato e então reparei que havia uma ninhada de gatinhos dentro de uma caixa bem ali perto. Encantada tirei várias fotos deles.

Outra vez volto a sonhar com bananeiras e gatos, essa repetição é sinal de que ainda não estabeleci progressos?”

A coisa parece mas não é tão simples. Vivemos em um universo em dinâmica de expansão, mas que sofre uma força da retração. Evoluímos enquanto forças em sentido contrário atuam e intervêm nessa expansão, ou regredimos enquanto forças atuam nos empurrando para a expansão, para o futuro. E nós? Bem... seguimos tentando escapar enquanto vivos, mantendo a saúde mental, para não sermos devastados ou devorados pelo devorador de almas: o tempo.

No sonho anterior abordamos a natureza da transição e do espaço e agora surge o beija-flor se metamorfoseado em gato. Nos sonhos os pássaros surgem como símbolos da personalidade do sonhador. Neste caso vemos uma representação de sua ambivalência como beija-flor e ninho de gatos. O pássaro mediador entre o céu e a terra, frágil, que paira no ar como quem resiste à força gravidade (lembra o sonho anterior?), mas que se metamorfoseia no gato animal tinhoso, seu preferido, dissimulado, egoísta do tipo que mantém relações por oportunismo, ainda que sejam ternos, mansos e escorregadios.

O gato é um predador. É felino. Não é um tigre, mas tem suas qualidades como caçador de primeira grandeza. No budismo o gato é aquele que não se comoveu com a morte do Buda (falta de afeto ou sabedoria de não envolvimento?). Na Cabala como no budismo é associado à serpente é indica o pecado, o abuso dos bens neste mundo.

“O Buda faz da Bananeira o símbolo da fragilidade, da instabilidade das coisas e que não merecem por conta disso absorver o interesse... “as construções mentais assemelham-se a uma bananeira”. É o símbolo da impermanência e da imprevisibilidade da vida.” Trecho de leitura anterior.

Se os abismos representam estados da existência sem forma definidas, o fundo sem fundo, lado das sombras, evocando o inconsciente, para Jung ele surge como uma indicação de uma natureza interior a ser explorada, para ser iluminada e conhecida. Uma aventura de libertação da alma para afastá-la de seus fantasmas, de suas sombras.

Nada mais natural que sua natureza seja de barro, de onde surgimos moldados do barro das origens divinas. Dei-lhe essas referências para que possa entender minha percepção:

Se este cânion é representação de seu inconsciente sua ação é uma tentativa de reconfigurá-lo,

“se o terreno fosse meu, mandaria um trator acertar todo o solo e depois mandava replantar as bananeiras.”

Eis a mão humana cumprindo o seu dever, realizando o que veio realizar, aprimorar aquilo que é aprimorável, mudar o moldável, iluminar as sombras, plantar para colher o frutificado.

Há bom senso na indicação de cautela com o terreno. É necessário cautela ao investigar, ao explorar, ao descobrir o desconhecido. Quando o solo não é firme, anda-se sobre terreno pantanoso, brejo, perigo, inconsistência, instabilidade. O terreno seco e firme é sólido e seguro. Se você em sonho andava em terreno sólido e seco e compacto a indicação é de que o caminho é um bom caminho de investigação. No fundo desconhecido a necessária cautela, no nível superior o terreno compacto de acesso aos níveis mais inacessíveis.

E aí, na volta o encontro com o beija flor e sua metamorfose em gato. Mas ele pousa na sua mão. Teu espírito tua alma pousa na tua mão, seu sopro de vida. De imediato, pensei na metamorfose, mas há um detalhe: O espírito a gente não fotografa, é inacessível ao registro posto que sutil, fugidio e sopro divino. Nem sua esperteza de querer fotografar foi tão veloz, já que consegue apenas registrar-se no espelho da lente transparente. Você sem o saber mergulha numa viagem às profundezas de sua alma, numa jornada Mítica e espiritual.

Lidar com o sagrado é assim, enquanto somos puxados para o acesso imediato na superficialidade e da materialidade, somos como que obnublados  da dimensão sagrada que vivemos e não conseguimos detectar as placas indicativas de nossa existência excepcional. Somos como prisioneiros de nossas ilusões e do que vemos fora de nós, e ficamos extasiados vendo afogados em êxtase girando ao redor de seus umbigos adornados de Ouro e riquezas, e deixamos de "ver" o essencial.
Bem o disse

 Antoine Exupéry em “O Pequeno Príncipe”:

“-Adeus – disse a raposa-
Eis o meu segredo.
É muito simples:
só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível aos olhos.”

Eu acrescento:

O essencial é visível ao Olhar. Mas precisamos buscar esse essencial e direcionar o Olhar.

E aí?... Será que não estabeleceu progressos?

Bye.