quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FEED BACK 3





Annie Leibovitz - Christo, New York City -1981



Gostaria de avançar na leitura de feed back2 , já que ela mesma pode esclarecer para você caminhos que seus conteúdos internos lhe apontam. 
Daí eu aprendi a camuflar-me, ser fingida ou, na maioria das vezes, ficar calada sem externar minha individualidade... Mas sim como uma forma de autoproteção. É exatamente assim que funcionamos: desenvolvemos respostas que nos protegem e com o passar do tempo elas vão sendo aperfeiçoadas, ou repetidas. Quando as respostas são apenas repetidas, caímos na armadilha da mesmice e de girarmos ao redor de nós mesmos. Em um primeiro momento a resposta nos protege, mas na repetição nos “trava” e acaba nos impedindo a possibilidade criativa de desenvolvermos novas atitudes aumentando o repertório de possibilidades de responder ao que a vida nos exige. O simplismo favorece que a cada novo momento ir ao arquivo de poucas respostas, e responder ao que somos exigidos. Se ao contrário de responder apenas com esse repertório restrito, pararmos para avaliar os acontecimentos, compreendendo-os como novo momento, novo evento, com novas variáveis. Dessa forma podemos desenvolver e nos especializar em repostas cada vez mais adequadas ao que o cenário exige. Um tipo nos aprisiona e nos limita, o outro nos projeta no presente. O primeiro nos protege tanto que passa a sufocar nos tornando  limitados e o segundo nos fortalece e nos prepara.
...que sou muito perseverante e disciplinada naquilo que quero. Duas grandes qualidades. Sem elas você não se sustenta. Muitas vezes não quero nada, sou simples e acomodada... Essa questão é chave: O desejo pessoal castrado surge como resultado da individualidade castrada. Se não existe individualidade, não existe desejo pessoal, ou é mais difícil detectá-lo, ou ele surge como a força, já em forma definitiva e incontrolável, de um vulcão e te reduz, ainda mais, a um  resultado de pulsões inconscientes, te fazendo suscetível, frágil e reativa.
..sem ter que entrar em conflitos com as pessoas. Falta-me uma vontade firme, um querer que me faça ser capaz de entrar em ‘guerra’ com os outros para me auto-defender. Pessoalmente acredito que você não precisa entrar em “guerra”. Lembro-me de Ghandi, baseado na Desobediência Civil de Thoreau. A resistência Pacífica e silenciosa. A ação através da Não-Ação.  Mesmo quando atacado e oprimido o limite do outro é estabelecido com clareza, ele pode até de matar, mas não pode mais do que esse limite. Há limites para a ação humana destrutiva.
Pessoalmente não subestimo ninguém, nem o poder da maldade ou a estupidez destrutiva da IRA.  Mas contra a resistência passiva nada se pode fazer. Então é uma questão do tipo de resposta que você escolhe dar. A “guerra” é a aceitação das armas do domínio. Não HÁ NECESSIDADE DE GRITAR, BATER, agredir. ofender, guerrear. Deixe isso para o “outro”, dessa forma eles perdem a “Razão”, perdem o senso e se escoram na estupidez, o que os torna mais fáceis de serem desarmados.

“costumo cumprir a vontade da vida sem impor a ela as minhas vontades,” Eu penso que isto é bárbaro, um exercício extraordinário de aprimoramento. Se você procurar na Biblia, encontrará o correspondente: Esteja onde Deus quer que esteja e serás abençoada. Isto é aceitar que os nossos limites existem e são claros. Vejo pessoas acreditando que podem construir seus destinos, e reviram o entorno, promovendo caos e sofrimento. Querem porque querem viver o que escolheram viver, e passam como um trator por cima do que quer que seja. Eu penso que existe um caminho entre o que queremos e que podemos. Podemos, e devemos, até romper e superar obstáculos, mas em sintonia com princípios éticos que envolvem a existência. Eu não acredito no poder humano de impor ao mundo a vontade pessoal. Podemos e devemos nos aprimorar, mas para mim a existência é ação coletiva e a pessoalidade tem limites absolutos. Isto não quer dizer que devo apenas “deixar a vida me levar” Há “mal entendido” nesta postura. Não podemos nos esconder na omissão. Problemas? Fazem parte. O que muda o nosso destino é a forma como enfrentamos nossas dificuldades.

Bom!
Desejo a você e a todos que visitam este BLOG um Novo Ano Novo. E Que você possa abrir suas asas e voar como um ser LIVRE em busca de sua realização. 





2 comentários:

  1. Depois do sonho com a cobra amarela que postei antes, tive mais um estranho sonho essa noite! Sonhei que estava passando por uma parte de um aeroporto donde havia um avião-jato fazendo propaganda de um avião, o qual estava dento do tal avião-jato, que por sua vez estava preso numa espécie de guindaste que parecia um brinquedo de parque de diversões. Olhando do chão aquele avião rodando ao redor do eixo hora baixo e depois alto, via-se dois pilotos, não dando para perceber qual era o verdadeiro e qual era o falso. Eu ali estava porque ia embarcar numa viagem de avião e medrosa daquela ‘propaganda viva’ despencar, entrei logo no aeroporto, mas para fazer o embarque tinha de passar por um túnel de segurança que parecia um brinquedo infantil, estilo uma toca. Eu não queria ter que entrar por aquilo, pois era muito justo e eu imaginava que ficaria sem ar e agoniada sem ter saída dentro daquele túnel que tinha muitas voltas. Era como se fosse uma rede de labirinto subterrânea. Sem alternativa eu enfrentei o processo, mas uma vez lá dentro comecei a ver animais com propaganda de produtos de pet shop nas curvas. Era muito estreito e se ao principio senti-me sufocada e medrosa de ter um ataque de pânico dentro daquela situação donde só podia ir para frente sem espaço para esticar nenhum membro, ao deparar-me com os animais fui me distraindo e sentindo-me entusiasmada e encorajada para ir adiante mais rápido. Se os animais ali estavam tranqüilamente, eu que apenas estava passando por eles conseguiria sair do labirinto de túnel sem maiores problemas.
    Quando me livrei do gigantesco emaranhado de túnel, constatei que estava de fato num pet shop e havia ganhado um bônus prêmio pela pontuação que fizera. Perguntei a moça o que aquilo significava. Ela explicou que a minha maneira de passar por cada animal recebia uma pontuação de acordo com a reação do próprio animal comigo. Não foi preciso perguntar o motivo daquilo tudo, pois já percebera que se tratava unicamente de uma maneira de expor os produtos ali vendidos e fazer assim uma propaganda divertida dos mesmos. Ao sair da loja eu segui por uma rua coberta, ou seja, ainda tinha a impressão de estar num túnel, embora bem maior. A rua estava movimentada com pessoas indo e vindo, enquanto eu parecia procurando algo ou estando meio perdida. Caminhei até o final do mesmo e, de repente, apareceu meu pai já falecido e um amigo dele desconhecido. Eles estavam com presa e queriam me mostrar à casa que esse amigo dele ai alugar ou comprar, não lembro ao certo. Estávamos num local diferente e imaginei que deveria ser em Portugal. Enquanto andávamos observei que havia uma caçamba de entulhos e havia vários galhos de roseira recém podados que ainda tinham lindas flores cor de rosa na ponta dos mesmos. Eu mostrei a eles as rosas pensando de pegar umas mudas, mas eles estavam apressados e apenas olharam as rosas sem me dar muita atenção. Também apressada para segui-los lembrei que estava muito longe de casa, provavelmente noutro pais, e desisti da idéia. Sem andar muito eles pararam na frente de um terreno cujo muro estava quase caindo. Por um buraco pude observar que no fundo do terreno havia as duas paredes laterais feitas de tijolos de uma casa cuja construção iniciada fora abandonada. O amigo do meu pai disse que estava na hora de se colocar o alicerce com forro de gesso e depois o telhado. Não entendi como seria possível se havia apenas duas paredes e pensei que o restante por certo seria feito de madeira como visualizava nas demais construções ao redor. De toda forma aprovei a escolha por gostar do estilo de construção com telhado bem inclinado, parecendo chalé, típico de regiões frias donde cai neve. O sonho continuou, mas como sempre, minhas lembranças findaram-se aqui. o que acha desse sonho?

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  2. Quanto aos feed back, estou anotando as conciderações mais importantes no meu caderno de sonho. Tudo faz muito sentido, o dificil é encaixar isso na prática, ter coragem para fazer algo diferente e largar a mesmice da qual já sei prever o resultado. Acho que preciso me fortalecer e descobrir como me defender de uma maneira menos passiva ou falsa, a fim de impor um limite ao dominio alheio sem ter que fazer de conta que estou caindo nas armadilhas do outro. E além do mais, ainda existe um pormenor: como não me sentir culpada com essa imposição de limite, já que aparentemente o outro quer apenas me ajudar? Talvez os proprios sonhos me apresente algumas respostas, será possivel?

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