sexta-feira, 28 de agosto de 2009

VOAR












 
Terceiro sonho: este foi pouco antes de levantar. Eu estava com um grupo religioso e cantávamos uma musica suave e alegre. Atravessamos uma ponte muito comprida toda de madeira. Passamos por ela com velocidade voando na vertical, era como se estivéssemos deslizando levitados. O rio ficava a uma profundidade bem grande abaixo da ponte, a qual estava no nível do solo. Olhar para o rio era como olhar para um abismo e passei olhando apenas para frente. Depois de atravessá-la continuamos o trajeto andando calmamente. Verifiquei que estava descalça e com um vestido longo branco. Havia muita paz e harmonia em tudo. em sequencia estava em casa quando as luzes apagaram e observando pelo portão da garagem avistei uma enorme nave de extraterrestres. Era um disco voador brilhoso e iluminava fortemente por onde passava. Ele desceu na rua de casa e corri para os fundos. Vi um dos alienígenas andando pelo quintal. Ele era ou estava vestido como um astronauta todo de branco amarelado, da mesma cor da nave. No sonho fiquei com muito medo, pois achei que eu fosse ser levada embora. Enquanto isso minha mãe fazia deboche. Logo depois eu estava numa espécie de universidade e aguardava numa fila de pessoas que pareciam ser conhecidas, mas não lembro ao certo quem eram. A maioria era mulher e estavam bem vestidas, alias pareciam vestidas de noiva. Enquanto isso eu estava de biquíni, mas me sentia bonita no meu traje e não importei do contraste. Não sabia ao certo o que fazia naquela fila e a mulher que estava atrás de mim disse para eu escolher fazer o curso com a Ana. Mas eu não sabia quem era essa tal de Ana. Quando fui dar meu nome completo o homem custou muito para entendê-lo e tive que repetir inúmeras vezes. Diferente das demais eu não pude dizer com quem desejava fazer o curso, pois ao dizer que desejava uma instrutora mulher, uma das auxiliares já informou que eu ia fazê-lo com a turma da Juliana. Também não conheço nenhuma pessoa com esse nome, nem em realidade como também no sonho. No que me uni à turma, perguntei se aquilo era uma espécie de curso. Ela me explicou rapidamente que sim, era um curso para sermos voluntárias em hospitais. Achei que íamos ser levadas a algum laboratório, mas nos encaminharam a um local estranhíssimo. Inicialmente um galpão enorme e vazio coberto com lona azul. Ao final desse galpão havia um terreno muito inclinado e cuja terra coberta de grama ressecada era toda de morrinho. No meio das plantas havia uma vala que cortava toda a extremidade do terreno, mas não soube se aquilo era uma nascente ou apenas um buraco cavado para passar cano ou algo de gênero. Ao longe eu avistei duas pessoas remexendo com uma massa que parecia cimento, mas tudo era muito sem sentindo e ali fiquei esperando junto à turma sem entender nada. Por fim eu estava vendo a área de lazer de um presídio e fiquei espantada ao ver a piscina no meio do jardim bem tratado. Pensei comigo mesma: ‘não sabia que existia cadeia com interior desse tipo, parece mais um hotel’. Isso foi tudo o que lembrei. Porque sonho tantas coisas distintas e misturadas? Será que alguma coisa disso tudo pode ser destacado com algum significado importante? A impressão que tenho ao escrever tanto sonho é que vivo mais dormindo do que acordada, pois a vida real é uma rotina e os sonhos sao sempre cheios de aventuras, misterios e situacoes jamais ousadas de serem vivenciadas no dia-a-dia. Desde já obrigada.

Você oscila entre a necessidade de relaxar, e a de fugir (iludir-se, fantasiar) e a conturbação. Novamente o sonho de vôo agora acrescido de nave espacial. Na recorrência de seus vôos aparece como uma necessidade de libertar-se da gravitação, da realidade na qual se arrasta, da rotina que já não te alimenta. Neste aspecto o rio fluxo da vida sinaliza uma tentativa apenas no imaginário de mudança de margem, de mudança de consciência, de mudança de estado de consciência. No entanto a mudança apenas no idealizado obriga-te a cair no “no sense”, no sem sentido de uma dia a dia onde você é empurrada para ações que pouco têm a ver com sua natureza e sensibilidade. E você perplexa sem nada entender, empurrada, só encontra alento quando envolvida na idealização. Você está misturada, indiferenciada e conturbada de informações e fantasias. Muitos prisioneiros encontram justificativas que os façam permanecer prisioneiros, até mesmo acreditar que a prisão é um hotel, outros acreditam que na profusão de sensações e informações encontram a satisfação quando apenas encontram inquietação. Há sinais de que você se deixa levar, ser conduzida, sem entender muito “o que” acontece, como se quisesse se desobrigar da responsabilidade de se conduzir, como se cansada até mesmo de se ouvir. Seu inconsciente vem dando mostras de conturbação e sinalizando com símbolos de preservação da psique, por outro lado a alegria e o prazer encontrados na religiosidade sinalizam a possibilidade da prática religiosa favorecer o conforto. A ponte longa sinaliza a grande distância as margens. Margens distanciadas; estados distanciados; distância entre o que você é e o que você pensa que é? Isto produz dissociação. Pratique mais o que você idealiza. Aquiete sua mente, seus pensamentos, para redirecionar sua vida. Venho tentando fazer essa leitura para sabermos com mais segurança o que seu inconsciente vem tentando te dizer. Neste cenário, há limites para leituras já que o diálogo é limitado. Por hora Reflexão e paciência!

2 comentários:

  1. Olá, eis algumas respostas:
    Já estudei sobre assuntos religiosos e mitológicos, pois isso muito me interessa. Quando você escreveu: “Não tenho a informação se a associação da cachoeira com oxum nasce dentro ou fora do sonho” seria como se estivesse me perguntando se tenho esse conhecimento dentro ou fora do sonho? Naturalmente já me sinto associada a isso na vida real, independente de crer ou não nos aspectos culturais africanos. Quando você diz “Indicativo de sua natureza de água e de elemento natural (você entra no seu elemento para se banhar). Jovens dançando ajoelhadas, podem indicar essa sua genese (mulheres + velhas habitam águas profundas, como jovens habitam rasas)”. O que significa minha natureza ser de elemento natural água? O fato de eu estar na parte mais baixa da água e com o corpo todo imenso quer dizer que meu lado espiritual é velho, antigo, mais sábia?
    Vamos as suas perguntas: “Como você consegue se proteger da ameaça masculina na realidade? Fantasiando? Se iludindo? Seduzindo? Transformando as relações em amizades? Ou esta é a intenção que você não consegue realizar? Atrair o homem para relações mais próximas e menos ameaçadoras? Como você vem estabelecendo relacionamentos com o masculino? Ninho evoca acasalamento, formação de família, filhos, aconchego, lar, proteção. Existe movimento de acasalamento? Ou medo de acasalamento? A intenção de atrair o homem para amansá-lo com a visão de ninho?” Perante minha imaturidade do passado passei por conflitos relacionados a “espécie masculina” em geral. Não é que eu sinta o masculino como uma ameaça, mas não confio a ponto de estabelecer aproximação. Sou arredia e esquiva. Sou mais realista do que fantasiosa nesse ponto, até porque acho que não conseguiria me iludir com mais ninguém. Gosto de sedução, mas não sou dada a isso. Em verdade sou muito fechada e desconfiada e acabo não gostando (creio que pelas minhas próprias dificuldades) de estabelecer relacionamentos diretos e íntimos, seja com amizades masculinas ou femininas. Em verdade creio que não busco amansar homem com a visão de ninho, pois sou eu quem precisa ver um ninho para sentir-me sem receios, ou seja, eu preciso me sentir muito segura para aproximar-me de alguém. Na verdade eu preciso da idéia pré-estabelecida de formação de família para envolver-me sentimentalmente. Sou do tipo de mulher que se define como “pronta para casar” e não aceita relacionamento sem compromisso. Essa foi a reflexão que fiz.

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  2. (continuação)
    Mais adiante você escreveu: “Emocionalmente você é susceptível à condição precária de maternidade, e essa fragilidade está relacionada ao medo de sofrer num cenário de semelhante, à identificação com essa condição pessoal na sua história ou a uma natureza de auto comiseração que você possui, neste caso é necessário fortalecer sua auto-estima e trabalhar a aceitação das realidades desfavoráveis”. Fiquei chocada ao ler isso, pois nunca imaginei que um sonho pudesse refletir algo tão real de minha individualidade e jeito de ser. Meu único e maior medo é o desalento e a pobreza, independente de estado maternal. Sou muito preocupada com as situações desfavoráveis e muito sensível a isso. Tenho super dificuldade de ir a locais como asilos e hospitais, pois fico muito engasgada e com vontade chorar. Sofro muito quando vejo mendigos e pessoas em situações precárias, seja de dinheiro, saúde ou afeto, principalmente porque me julgo limitada e não consigo fazer nada para ajudar ninguém. A sensação nítida é de me ver e sentir-me no lugar daquela pessoa e se ficar muito perto chego a passar mal.
    Ao dizer “...essa realidade é apenas a sua escolha, que te faz diferente do outro, nunca melhor. A prioridade é o coletivo” ficou-me uma verdadeira alerta. Meu maior defeito é ser egoísta e muitas vezes realmente me julgo melhor do que os outros pelas minhas escolhas de ser e viver. Na vida real não me julgo melhor que ninguém, mas acho que sinto isso interiormente. As perguntas: “alguma associação com seus 8 anos? Existe uma criança na sua vida? Sutilmente, a imagem de mãos dadas com sua amiga é fraterna ou como Girl Friend? Existem desejos latentes por iguais que acionam conflitos? culpa?” Sinceramente achei difícil pensar sobre isso, pois pouco lembro dos meus oito anos. Não tenho filhos e nem tenho proximidade com nenhuma criança. Acho que o sonho reflete a necessidade de amizades fieis e intimas, algo que realmente não consigo estabelecer, mas que sempre desejei. O tipo de amizade em que você considera o outro como um verdadeiro irmão ou irmã. Ao dizer-me: “Você está misturada, indiferenciada e conturbada de informações e fantasias... Há sinais de que você se deixa levar, ser conduzida, sem entender muito ‘o que’ acontece, como se quisesse se desobrigar da responsabilidade de se conduzir, como se cansada até mesmo de se ouvir.”. Realmente faz sentido, pois vivo o tudo na fantasia e o nada na realidade. Sou uma pessoa acomodada que adora ser levada e guiada pela vontade da vida sem fazer planos para com nada. Tenho certeza de que não conseguiria ser diferente, até porque, independente disso ser uma maneira errada ou certa de viver, não tenho vontades de mudar e, por conta própria, comandar a vida. Prefiro deixar ela me comandar. Sempre me sinto acovardada diante da vida.
    Quanto à frase: “a alegria e o prazer encontrados na religiosidade sinalizam a possibilidade da prática religiosa favorecer o conforto” é muito verdadeira, pois a religiosidade é minha maior, senão única, fonte de conforto e segurança pessoal. Não tenho religião especifica, pois sou eclética e acho todas importantes com seus pontos positivos e negativos. Estou feliz em saber tudo isso, pois nunca pensei de fato que os sonhos pudessem ser mensagens do inconsciente e refletir tão certo e vivo o nosso mundo interior. Desde já muito obrigada. Vou prestar mais atenção nos sonhos, pois agora eles me fascinam muito mais. Existem noites que sei que sonhei e não lembro, mas noutras é como se eu não houvesse sonhado. Existe diferença, ou seja, é possível não ter sonhado, ou tudo é apenas esquecimento? Espero que não seja incomodo continuar tendo sua ajuda para entender meu mundo onírico. Será que algum dia eu mesma terei condições de auto-analisá-los?

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