sexta-feira, 28 de agosto de 2009

OXUM


Olá, sou eu outra vez. Gostei muito da interpretação que fez e outra vez decidi consultar-te. Essa noite acordei tres vezes e em cada uma anotei meus sonhos. Primeiro sonho: Eu estava numa cachoeira turística e religiosa, como se fosse a cachoeira de Oxum. Abaixo de sua ultima queda formava uma espécie de piscina natural entre grandes pedras. Eu vi a cachoeira de longe e depois já estava dentro da água dessa piscina. No topo da cachoeira havia uma lanchonete e algumas jovens dançando ajoelhadas. Na lateral estavam vendendo rosas vermelhas e amarelas. Eu houvera comprado duas amarelas, mas como estava dentro da água e não tinha onde colocá-las, não tardou e vi-as se despetalar. Por estranho que pareça eu havia comprado as rosas para meu falecido pai. Fui embora do local numa espécie de trem-bala só com os talos das rosas e tinha intenção de plantá-los no quintal de casa. Na hora lembrei de um monte de mudas de roseiras, como se estas fossem minhas. Em seqüência eu me vi andando ligeiramente pelas ruas. Em verdade eu não andava, mas voava verticalmente, ou seja, em pé. Às vezes eu passava pelo interior das casas e ninguém me via. Não havia necessidade de abrir as portas e portões, pois tudo se abria automaticamente. Eu ia tranqüila quando passei por três rapazes que me viram e um deles resolveu me pegar. Daí eu subi para cima e comecei a voar horizontalmente, ou seja, deitada como se estivesse nadando no ar. Ele continuou me seguindo mas não conseguia voar como eu. Ele subiu no muro, passou para o telhado e começou a pular de casa em casa. Num determinado momento da fuga duas situações aconteceram simultaneamente: ele caiu e eu avistei um ninho de passarinho na parte interna de um telhado, o qual me fez ficar deslumbrada. Daí eu resolvi parar e chamei-o para ver o ninho donde o filhote era alimentado. Foi como se o ninho houvesse retirado de mim todo o medo e automaticamente houvesse transferido para o rapaz que me perseguia. Ele ficou desconfiado da minha atitude e só depois que o chamei pela terceira vez é que ele veio ao meu encontro para contemplar o ninho. Parece que a perseguição terminou em amizade. Achei esse desfecho positivo, mas obviamente muito estranho.
No dia deste sonho chovia forte? Acontecimentos simultâneos na realidade podem ser utilizados para induzir a formação da imagem ou para evocá-las, independente da simbologia, mesmo que a imagem evocada seja para linkar com a gênese da pessoa. Neste caso: cachoeira religiosa e OXUM. Se bem me lembro no sonho anterior havia uma indicação de uma mulher sinalização para origem xamânica e agora você faz referência a oxum. Na Mitologia Yorubá Oxum é um orixá feminino. O seu nome deriva do rio Osun localizado na Nigéria. É o Orixá das águas doces ( rios e cachoeiras) do amor, da prosperidade, em Oxum os seguidores buscam auxílio amoroso nos problemas do amor e na vida financeira. Símbolo da sensibilidade muitas vezes derrama água (choro) quando desce em alguém, característica de seus filhos identificados por chorões. Não tenho a informação se a associação da cachoeira com oxum nasce dentro ou fora do sonho. Se dentro do sonho, o inconsciente pode estar tentando te lembrar de suas origens, ou sinalizando para a importância dela. ATENÇÃO! Pode estar sinalizando para a negação de suas fortes origens e para a necessidade de sincronizá-las no seu processo de desenvolvimento. Indicativo de sua natureza de água e de elemento natural (você entra no seu elemento para se banhar. Jovens dançando ajoelhadas, podem indicar essa sua genese (mulheres + velhas habitam águas profundas, como jovens habitam razas). ROSAS VERMELHAS E AMARELAS Representa a manifestação das águas primordiais, simboliza a taça da vida, a alma o coração, o amor. Pode ser considerada como um centro místico, e contemplá-la como uma mandala. Símbolo de regeneração, é o primeiro grau de regeneração e de iniciação aos mistérios. A rosa vermelha simboliza o objetivo da Grande Obra ( na alquimia). Neste aspecto é possível que a rosa amarela seja referência ao self, me chama a atenção a relação com a oferenda ao pai falecido. Naturalmente é a oferenda ao pai pela sua regeneração (dele) em outra dimensão, mas pode estar sinalizando para a sua relação com o masculino e a necessidade de restaurar esse elemento como princípio de realidade e de união, sua regeneração. Como símbolos de metamorfose da libido, você planta roseiras para colher rosas, você planta atitudes para colher resultados, amor prosperidade, religiosidade.Mas... é necessário plantar. Quando passei por três rapazes que me viram e um deles resolveu me pegar. De novo a recorrência da perseguição masculina. Medo e ameaça masculina. O Vôo aparece como possibilidade de fuga da ameaça masculina, desejo sublimado, de ascensão frente ao fracasso na realidade. Muitas vezes o vôo pode significar mudar de andar, subir (novamente a necessidade de subir, avançar na ética, na moral, nos pensamentos superiores). Como você consegue se proteger da ameaça masculina na realidade? Fantasiando? Se iludindo? Seduzindo? Transformando as relações em amizades? Ou esta é a intenção que você não consegue realizar? Atrair o homem para relações mais próximas e menos ameaçadoras? Como você vem estabelecendo relacionamentos com o masculino? Ninho evoca acasalamento, formação de família, filhos, aconchego, lar, proteção. Existe movimento de acasalamento? Ou medo de acasalamento? A intenção de atrair o homem para amansá-lo com a visão de ninho?
Deixo as perguntas para que você possa refletir. Quanto à mensagem, penso que, pode estar relacionada ao elo que une você ao seu passado e à construção do seu futuro. Não há como construir um futuro sem considerar suas origens, porque mesmo que você se transforme você transformará o que já está construído, o que foi herdado, e em bases sólidas poderá estabelecer relações humanas mais estáveis e harmônicas e menos ameaçadoras.

5 comentários:

  1. Olá, tive um sonho que achei sem sentido (como quase todos) e ao acordar no meio da noite disse a mim mesma que queria sonhar com algo mais esclarecedor. Pois eu sonhei algo quase semelhante, mas continuei sem entender. Eis os sonhos:
    1 - “Não sei se a ordem está correta, mas vagamente lembro que sonhei com circo, depois sonhei que estava numa espécie de fazenda que da varanda eu avistava uma grande extensão de chão todo gramado. Era meu cunhado quem estava podando a grama. Era meu cunhado quem estava podando a grama e o fazia com uma tesoura de poda. Achei loucura ele estar com aquela tesoura e não com uma maquina elétrica ou até mesmo um trator propicio para tal. Quando vi minha mãe perguntei por ela onde estavam os três gatinhos filhotes que eu estava cuidando, mas a lembrança da resposta eu não tenho. Depois eu estava limpando a parte de baixo de dois filtros de água e tanto um quanto o outro estava cheio de larvas de pernilongo, aquela parecida com a do mosquito da dengue. No que fui limpar a meleca do lodo escuro cheio de bichinhos, eles começaram a entrar dentro da minha mão e ficou cheio de sinalzinho. Eu lavei a mão com bastante sabão liquido e fiquei meio horrorizada. Por fim eu estava numa espécie de local religioso que parecia umbanda, mas em verdade era uma religião inexistente dentro da minha realidade conhecida. Eu estava indo pela primeira vez. Ao chegar comecei a participar dos cantos e rezas. Como depois disso o pessoal começou a ir embora eu entendi que naquele dia a reunião era apenas para isso. No que fui saindo minha mãe chegou e uma mulher levou-a para uma sala de atendimento particular dizendo que tinha um assunto a tratar com ela a respeito de um antepassado. As lembranças são muito falhas e não consigo resgatar os detalhes de como tudo isso se passou exatamente”.

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  2. (continuação)
    2 - “Eu parecia estar num ponto de ônibus ou algo semelhante. Estava abraçada a um rapaz que era meu namorado, mas só o conhecia dentro do sonho. Eu estava feliz por estar com ele e parecia até mesmo surpresa com isso. Nisso ele resolveu comprar um pacote de salgados de um vendedor ambulante, mesmo após eu dizer que não queria. No que ele comprou e trouxe o cenário mudou. Daí eu já estava numa espécie de bar com uma amiga (também conhecida só no sonho) e, quando ela foi tirar o salgado do papel de embrulho, este estava cheio de lesma. As lesmas eram bem pequenas e foi uma terceira pessoa que me mostrou algo gosmento no salgado. Daí eu mostrei para minha amiga. Pensei que ela não fosse conseguir enxergar direito, mas nisso as lesmas começaram a crescer até ficarem parecendo uma lagarta. Elas se espalharam e começaram a andar por todo o balcão. Diante daquilo ela ficou muito brava dizendo que queria o dinheiro de volta e fez eles devolverem a quantia exata. Eu fiquei com muito nojo, mas continuei calma como sempre, até porque (embora o cenário fosse outro) inicialmente eu nem queria o tal salgado e parecia não me importar muito com o ocorrido em si. Creio que isso se deu pelo fato de ter sido ela a pagar pelo meu também. Como numa tentativa de evitar escândalos às portas do bar foram fechadas e uma mulher começou a chorar enquanto passava pano no chão e dizia que o patrão não soltava verba para cuidar da higiene do local. Outra vez o cenário mudou e repentinamente estávamos numa espécie de pensão improvisada. Nele eu e essa mesma amiga estávamos nos arrumando para viajar. Ela foi ao banheiro escovar os dentes e me perguntou se eu lembrara de pegar a camiseta. Disse que sim e ela comentou: ‘Ainda bem que já passei o desinfetante no seu cabelo para facilitar’. Ao acordar fiquei por entender essa frase dita por ela, principalmente a palavra desinfetante. Uma mulher muito receptiva do local disse que ainda estava cedo, mas nosso horário de embarque estava marcado. Enquanto me arrumava e olhei para mim mesma, senti que eu estava mais alta. Parecia que meu corpo era outro e achei estranho, mas nada que me desagradasse. Logo depois eu acordei e as lembranças ficaram apenas nisso.
    No primeiro sonho eu não entendera o recado de meu inconsciente, mas juntando-o ao segundo achei muita coincidencia sonhar com larvas na lama do filtro de água e depois sonhar com gosma de lesmas no salgado. O que tais sonhos realmente possuem de comum e querem me dizer?

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  3. Achei interessante o que escreveu sobre os ciclos de vida e do inconsciente. Não sabia que estes podiam variar tanto de pessoas para pessoas de cinco, sete ou dez anos. Supondo que eu fosse fazer vinte e cinco anos hoje eu poderia estar entrando no sexto ciclo se fosse acelerada, mas poderia ser meu terceiro ciclo ou até mesmo o segundo se eu fosse atrasada. É isso? Mas daí vem a duvida principal, quantos ciclos a vida tem e como eles são caracterizados? Sou leiga no assunto, mas sempre escutei dizer que a vida em apenas quatro ciclos ou fases: infância, adolescência, fase adulta e terceira idade. Para os adiantados tudo bem, mas acho que para os atrasados deve ser horrível, pois o mundo exige um desempenho que deve gerar conflitos quando a pessoa ainda não está no ciclo de realmente desempenhar aquilo que uma pessoa adiantada estaria realizando. Estou certa? Como lidar com isso?

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  4. Estou anotando meus sonhos e desejo realmente entender-me melhor atravez deles. Hoje foi uma noite de muitos sonhos picados. Primeiro sonhei que estava na Índia. Pelejei muito para lembrar os detalhes, pois sei que o sonho foi longo, entretanto recordo pouca coisa. Eu estava com um grupo e tirávamos fotos todos juntos. Parecia um concurso e eu estava num traje muito bonito e característico que me fez receber elogios. Tudo era muito colorido, principalmente as pinturas geométricas tão regulares dos portais. Não sei porque tirávamos aquelas fotos. Não era uma viagem turística, parecia uma peça teatral ou algo que queríamos em comum. Sei que após as fotos estive passeando sozinha pelo mercado indiano e as ruas cheias de pessoas, mas não lembro direito. Estranho é que, nessa parte do passeio, me parece que eu estava de bicicleta e levava comigo dois filhotes de cachorro da raça Sharpei. Será que isso é influencia da novela que assisti?
    Num segundo sonho eu estava quase chegando em casa com minha mãe quando ela falou para eu entrar na casa da vizinha da frente e me trancou lá dentro. No que fui adentrar na casa para conversar com a vizinha e pedir a ela que abrisse o portão novamente, verifiquei que aquilo era uma festa surpresa para mim, mas ao mesmo tempo não era para mim e fiquei nessa dúvida. Pensei que poderia ser uma surpresa para meu aniversário ou então uma festa de despedida da filha dela que ganhou um curso de pesquisa da faculdade e ficará um ano em Portugal. Havia muitas pessoas desconhecidas dentro da casa e esta era totalmente diferente da moradia da vizinha que um dia conheci. Os moveis eram de madeira escura talhada e de estilo bem antigo. Na sala havia um bolo gigantesco e várias crianças. Pensei que aquilo só podia ser armação da minha irmã. Conforme ia passando pelos cômodos eu cumprimentava as pessoas e não sei até que ponto elas eram conhecidas ou desconhecidas, mas me sentia bastante à vontade com tudo. Essa vizinha já trabalhou fazendo quitandas e bolos decorados para vender e, creio que duas vezes quando era criança, foi a ela que minha mãe encomendou bolo para minhas ‘festas’ de aniversário. Ninguém disse que a festa era para mim e não sabia se podia me sentir a homenageada. Quando cheguei num dos cômodos do fundo, o qual eu não sei dizer o que era ao certo, talvez uma intermediação entre a sala e a cozinha, havia algumas jovens e todas elas estavam anotando algo em agendas e cadernos. Queria perguntar a alguma delas se por acaso aquela festa era para mim, mas vendo-as tão compenetradas não quis atrapalhar. De todo modo e, não sei porque, eu sabia que todas elas estavam anotando seus sonhos. Pensei que devia fazer o mesmo, mas não tinha nada em mãos.

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  5. Continuação...
    No terceiro sonho eu estava saindo com minha mãe quando peguei minha chave. Fomos à casa de um casal conhecido nosso e que há muito tempo não sabemos notícia. Eles davam um curso aqui perto de casa. As duas filhas do casal também participavam do estudo e no sonho encontrei-as dormindo. Lembro que ficamos um tempo conversando na sala, mas não sei nada da conversa em si e nem das pessoas que realmente ali estavam. Só lembro que, quando fomos embora do local, as meninas acordaram para dar um recado à mãe sobre a escola na qual ela estava esperando uma vaga para lecionar. De fato essa mulher é professora. Em seqüência foram as duas que saíram, pois a mais nova ia à natação. No sonho, tanto uma quanto a outra estavam cerca de uns cinco anos mais jovens. Em verdade nem sei porque sei que aquelas pessoas eram as que eu conheço na realidade, pois dentro do sonho a aparência era diferente em todos. No que fui sair verifiquei que estava com dois molhos de chaves iguais. Ganhei meu chaveiro de uma tia quando me formei e ele tem meu nome grafado. Achei estranho ver outro chaveiro idêntico ao meu, mas soube diferenciá-los pela quantidade de chaves. Um deles, o que certamente não era o meu, havia uma chave a menos. Fiquei sem entender aquela confusão e imaginando de quem seria o outro molho de chaves. No que saí com minha mãe ela quis passar em um supermercado e então me dei conta de que estava nua. Era como se ela não houvesse me aguardado vestir a roupa. Embora constrangida eu reagia normalmente, pois em todos os sonhos de nudez, sempre penso dentro deles que existe de fato pessoas que culturalmente adotam esse estilo de vida ‘sem roupa’ e, sendo assim, o problema seria dos outros se me achassem uma louca, despudorada, esdrúxula, etc. De tempos em tempos sonho que estou em locais públicos e me encontro nua, por vezes enrolada num cobertor ou toalha, ora só com a parte superior ou inferior e, até mesmo, só com peças intimas. Por mais chato que isso possa ser, nos sonhos eu sempre me forço a agir normalmente como se isso de fato fosse super normal. Parece que o pensamento influencia em sentir mais ou menos vergonha. Sei que sonhei mais coisas, porém novamente as lembranças ficaram apenas nisso. Ah, e quanto ao sonho das lesmas que comentei outrora?

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