Mais sacrifício...
Sonhei primeiro que estava com um homem, mas daí ele reduziu de tamanho e tornou-se um bebê. Deitei e coloquei-o de bruços sobre meu peito. Acariciava seu corpo sendo que estávamos ambos nus. Ele começou a sugar em meus seios e rindo comentei que daquele jeito ia acabar saindo leite.
O sonho indica relações que merecem ser compreendidas. A associação imediata poderia ser a relação entre sua baixa estima e a redução da representação masculina ao estágio do período de amamentação. Naturalmente reduzindo o homem e crescendo o poder da mulher como seio da vida, se assume diante da vida uma relação de maternidade e proteção onde a estima se compensa através da redução do outro.
Tão importante na mulher quanto a natureza de matriz da vida é a capacidade de nutrir a vida no outro através da alimentação no seio sagrado.
Muitos podem ter dificuldades de compreender que essa relação santificada envolva uma natureza erótica. Mesmo para o recém-nascido que obtém conforto e o consequente prazer ao eliminar a dor e o desconforto causado pela fome, o seio se torna objeto de satisfação erótico que determinará e definirá a relação afetiva do sujeito com o mundo.
PEQUENA REFLEXÂO CONCEITUAL
Já disse anteriormente que este momento é crucial da definição da Personalidade Afetiva do individuo.
Penso que deixando de lado classificações tradicionais, podemos até definir dois Biótipos básicos de formação da Personalidade:
O Biótipo Afetivo e o Biótipo Não Afetivo.
• O primeiro aquele que resulta de relações onde o sujeito obtém prazer, saciação e satisfação na relação Oralidade-Seio materno;
• O segundo tipo, aquele que sendo frustrado na conquista do prazer e formado na insaciação estabelece com o mundo uma relação de culpa e de ressentimento e reatividade projetada de forma agressiva e no não estabelecimento de vínculos relacionais afetivos.
O segundo biótipo define a formação das Sociopatias modernas e os desvios sexuais e compulsivos.
O SONHO
Sabemos que existe a tendência familiar de repressão aos conteúdos de origem Arquetípicos de Animus e a consequente presença destes conteúdos se manifestando em forma da definição de personalidade das mulheres como dominadoras e castradoras. Mas agora podemos introduzir um acréscimo a essa visão:
Entenda que a natureza da psiquê é dinâmica com tendência a instabilidade, Uma instabilidade decorrente do processo de impermanência da natureza e de forças de expansão do universo. A estabilidade é resultado do individuo que a conquista passando a determinar a relação entre o seu sistema e o mundo.
Digo isso porque, mesmo que a dinâmica seja: A repressão do animus... A sua manifestação imperativa determinando o domínio da personalidade feminina visível na geração da mulher dominadora e castradora. Mas, como nenhum sistema se mantém permanentemente estável, nos momentos em que ocorram variações e instabilidades nessa dinâmica de contaminação do Animus na personalidade feminina, afloram as tendência naturais do feminino, neste caso a necessidade de proteção, a maternidade, a afeição e essencialmente a relação do feminino com a sua natureza e corporalidade.
No sonho a representação arquetípica do animus é reduzida ao estágio da dependência feminina, ao estágio da relação de Simbiose Filho X Mãe e o sonho surge como compensatório pois reequilibra a contaminação do animus sobre a personalidade da mulher dando-lhe a satisfação de super estima reduzindo o animus ao nível da dependência nutricional.
Por outro lado fica claro que este conteúdo Arquetípico (Animus) necessita se desenvolver, se libertar deste estágio de simbiose, e sua natureza feminina precisa se libertar desta compensação maternal.
Não há como ocorrer desenvolvimento e evolução se o indivíduo (no caso a mulher) não integrar os conteúdos opostos à sua personalidade, deixando de ser refém destes conteúdos e vivendo na necessidade de compensação para saborear um pouco de sua natureza feminina.
Ainda que nesta relação exista um alimento erótico, consigo mesmo. Um alimento que nutre apenas o erotismo narcísico de uma personalidade aprisionada em si-mesmo, nas suas próprias armadilhas.
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