sábado, 11 de setembro de 2010

EROTISMO EDIPIANO II




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Como funciona: a força da autoridade, de julgamento moral e criticidade que o sujeito aplica nas suas relações sociais são compensadas, na tentativa de promover equilíbrio biopsicoenergético, introduzindo-a em vivências que descompense a configuração de perfeição idealizada pelo sujeito, mostrando-o como igual àquilo que julga.

Enquanto o sujeito se idealiza perfeito e banaliza os outros, a psique tenta quebrar a sua idealização, antes que esta se apodere e desconecte o individuo do seu eixo, mostrando-o identificado com aquilo que condena ou que nega em si mesmo.

Há também neste contexto a competição entre você e sua mãe. O pai, ou no caso do menino a mãe, funcionam como o objeto onde o sujeito projetando seus desejos consegue realizar a compensação de estima que lhe permite se libertar do jugo dos pais.

Filhos precisam se libertar de pai e mãe, para se tornarem adultos, e na manifestação do desejo são projetados num jogo de competição que lhes permite a demarcação dessa individualidade e de um território pessoal que somente a eles pertence. Como a tendência de identificação é com o mesmo sexo, o desejo é projetado no oposto, e a competição aflora de forma imaginária.

Em princípio penso que quanto maior a mistura de identidades entre pais e filhos, maior a necessidade de separação, a competição, e tanto maior a força dos desejos perturbadores, neste caso, a perversão pode aparecer como uma forma para manter a referência limite da realidade.

Ou seja, a perversão não viria necessariamente de alguma deformação de caráter, mas de uma intenção pré-anunciada do inconsciente de proteger o equilíbrio psíquico do individuo referendando com limites morais que o mantém referendado na realidade social em que está inserido e o impedindo de avançar para comportamentos que possam devastar a sua estrutura psíquica.

Um exemplo: esta semana em Belo Horizonte um jovem de 23 e três anos foi preso logo após ter estuprado a mãe de 73 anos. Ele foi denunciado já que repetia este comportamento há algum tempo. Neste caso específico, esse jovem fazia uso de Álcool, possivelmente fazia uso de Crack – que moralmente é devastador. São substâncias que, sabemos, tem o poder de promover a deformação de caráter, relativizando a moralidade, os preceitos sociais, eliminando filtros quaisquer princípios de referência ética, moral ou religiosa. Liberando o sujeito à sua animalidade e bestialidade.

Duas semans atrás na zona rural próximo à região que moro, um jovem de 24 anos, estuprou a mãe, matou, cravando-lhe duas pontas de espelho nos ovarios, colocou-a deitada  na posição de cruxificada,  formou uma cruz , a vertical entre os seios e a horizontal  de seio a seio, e saiu pela rua gritando, nu aos gritos: estou liberto! Como já lhe: disse precisamos matar os pais, mas... Sem suicidar.


No sonho são perceptíveis suas mudanças de atitudes frente a esses sonhos de confronto que podem indicar alterações em sua dinâmica. A psique desarma o gatilho de defesa que havia construído. E esse desarme já lhe disse é feito no caminho inverso, por onde passou na ida passarás na volta.

É transparente a existência do conflito: a força do desejo lhe empurra para o acontecimento que racionalmente rejeita e perturba. Há o principio moral e a referência de realidade, mas o desejo lhe impinge a submissão.

É o que tentei mostrar mais acima: quanto mais reprimimos os desejos naturais, mais sua força se manifesta, escapando entre os dedos. Assim, a repressão não é o caminho. Quando escapamos do exagero moral, suavizamos nossas defesas, permitimos a manifestação mais suave dos impulsos que querem se realizar e conquistamos a possibilidade de transformá-los retirando-lhes suas polarizações, deslocando essa energia para ações de construção e criação. Isto é, aplicamos de forma positiva esta poderosa força da sexualidade em ações de transformação. Quando não o fazemos o vulcão explode de forma descontrolada e devastadora.

Enquanto você fica aprisionada na competição com a mãe, a representação do pai ainda é objeto de foco do impulso, ou instrumento para que a psiquê faça uso de sua inconsistência, e não abrindo espaço para outros homens, você não se liberta desse artifício psíquico que lhe empurra para a necessidade de sua libertação. Não amadurece com mulher de outros homens, mantendo a velha parceria e as velhas respostas... mas as coisas estão mudando, há entrega e o conflito parece ceder.

Para avançar precisaria de dados sobre o histórico de suas vivencias edípicas, o que não tenho. Fiquemos no básic.

Não se esqueça: para crescermos precisamos abrir mão e renunciar aos velhos hábitos, respostas e defesas.

Eu Cheguei a uma frase que para mim é uma síntese graciosa de bons conhecimentos:



NOVOS CENÁRIOS EXIGEM NOVAS RESPOSTAS.

PRECISAMOS APRENDER A DESENVOLVÊ-LAS,

SE QUISERMOS SER BEM SUCEDIDOS

EM NOSSA EMPREITADA DE VIVER.

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