Uma Sala Azul
CH 62
Essa noite sonhei que estava num lugar com uma colônia de locais religiosos e havia atendimentos diversos de curas. No primeiro local que entrei estava difícil encontrar banco vazio e logo depois que consegui me sentar, peguei um cobertor e deitei. Me deu muito sono. Nisso minha mãe passou perguntando onde eu deixara a minha blusa de frio e mostrei-lhe indicando apenas com o dedo donde colocara. O local exigia silêncio. Ela estava sem coberta e por certo queria vestir minha blusa. O local era grande e espaçoso, mas havia poucos bancos e não sei como deitamos nos mesmos. Era como se eles houvessem se transformado em camas. Estava bastante frio lá dentro por causa do ar condicionado. Depois de ficar um tempo relaxando ali deitada, fomos liberados e assim como todos, eu me levantei e saí por uma porta lateral. Ao atravessar a rua com minha mãe notei o logotipo ‘Centro Espírita Bezerra de Menezes’ escrito em letras maiúsculas na parte superior daquela parede lateral. A rua era asfaltada e mais parecia uma ladeira.
Eu subi a íngreme ladeira e adentrei num outro local de penumbra azul cuja porta era fechada por uma assistente logo após a passagem das pessoas. Eu não entrei sozinha, mas com outras três ou quatro pessoas que também estavam entrando. Prestativa outra assistente pediu-me para aguardar na fila e então notei que minha mãe já houvera entrado antes e estava lá na frente, quase passando para outra sala de atendimento. Não sei dizer por que ou como ela entrou primeiro se, até então, estávamos juntas. Tal local era bastante místico. Havia várias medalhinhas com estrelas e demais símbolos metálicos pendurados em tiras verdes circulares. Nisso levei a mão ao pescoço e eu também tinha uma fitinha verde com um pingente que era uma estrela de cinco pontas dentro de um circulo. Enquanto constatava aquele adereço no meu pescoço (para mim uma coincidência inexplicável), minha mãe que, nesse momento mais parecia uma pessoa estranha, tentou adivinhar a medida da circunferência de algo que não lembro o que era. Ela chamou uma das assistentes e pediu para medir o objeto redondo, dizendo que de vista ela dava vinte centímetros. A jovem mediu com a régua e depois buscou um catálogo com aquela medida da circunferência aberta em três vezes. Os resultados batiam e a circunferência tinha vinte e sete centímetros. Então a jovem comentou que tudo ali terminava com o número sete.
Eu parecia bem à vontade. Não sei dizer até que ponto aqueles locais me eram desconhecidos. Talvez eu já os conhecesse e estivesse tendo a impressão de que estavam muito diferentes, quase irreconhecíveis. Tinha local de palestras e oficinas de arte em igrejas semelhantes às católicas e crentes. Aquela colônia parecia manter um respeito harmônico independente de crenças. Eu trabalhava em algum daqueles locais e inclusive era conhecida como Eugênia (não tenho muita certeza desse nome). Eu achava estranho, quase tinha vontade de dizer-lhes que meu nome era outro, mas não acreditava que todas as pessoas houvessem esquecido e errado meu nome, além do que, também me sentia possuidora do nome Eugênia de tanto assim me chamarem. Na vida real não conheço ninguém com esse nome e nem sei o porquê dele no sonho. Depois eu lembro vagamente de estar numa sala de recreação infantil, mas não sei o que aconteceu por lá. Por fim pareceu-me estar num local rural, pois houve um momento em que tive de abrir uma porteira para passar. De resto tudo é muito vago e não consigo lembrar. Que significado tal sonho pode ter?
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