segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

ARQUÉTIPO

crédito - Imagem recebida por e-mail de

Acima Darth Vader  Arquétipo Sombra -  referência do mal, passível de algum tipo de transformação a partir do afeto, a única possibilidade de limite no caminho do mal, à exceção da dissolução final como célula de vida. Na imagem retratado de forma socializada. e customizada, mitificado como simbolo do poder do mal, das sombras, que se contrapõe ao caminho da luz

Considerando a popularidade do termo. sua importânica e complexidade,  abaixo a abordagem  que me pareceu mais plausível para introdução ao conceito e à compreensão e que pode ser encontradada no livro "Dicionário Crítico de Análise Junguiana" de A. Samuels, B. Shorter e F. Plaut, publicado pela Imago Editora.

Bem! taí uma boa  identidade, gostar de um Café. Com licença, deixe-me ir saborear um capuchino...


ARQUÉTIPO

"A parte herdada da PSIQUE; padrões de estruturação do desempenho psicológico ligados ao INSTINTO; uma entidade hipotética irrepresentável em si mesma e evidente somente através de suas manifestações.

A teoria dos arquétipos, de Jung, desenvolveu-se em três estágios. Em 1912 ele escreveu sobre imagens primordiais que reconhecia na vida inconsciente de seus pacientes, como também em sua própria auto-análise. Essas imagens eram semelhantes a motivos repetidos em toda parte e por toda a história, porém seus aspectos principais eram sua numinosidade, inconsciência e autonomia (ver NUMINOSO). Na concepção de Jung, o INCONSCIENTE coletivo promove tais imagens. Por volta de 1917, escrevia sobre dominantes não-pessoais ou pontos nodais na psique, que atraem energia e influenciam o funcionamento de uma pessoa. Foi em 1919 que pela primeira vez fez uso do termo arquétipo, a fim de evitar qualquer sugestão de que era o conteúdo e não o esboço ou padrão inconsciente e irrepresentável que era fundamental. São feitas referências ao arquétipo per se para que fosse claramente distinguido de uma IMAGEM arquetípica compreensível (ou compreendida) pelo homem.

O arquétipo é um conceito psicossomático, unindo corpo e psique, instinto e imagem. Para Jung isso era importante, pois ele não considerava a psicologia e imagens como correlates ou reflexos de impulsos biológicos. Sua asserção de que as imagens evocam o objetivo dos instintos implica que elas merecem um lugar de igual importância.

Os arquétipos são percebidos em comportamentos externos, especialmente aqueles que se aglomeram em torno de experiências básicas e universais da vida, tais como nascimento, casamento, maternidade,morte e separação. Também se aderem à estrutura da própria psique humana e são observáveis na relação com a vida interior ou psíquica, revelando-se por meio de figuras tais como ANIMA, SOMBRA, PERSONA, e outras mais. Teoricamente, poderia existir qualquer número de arquétipos.

Padrões arquetípicos esperam o momento de se realizarem na personalidade, são capazes de uma variação infinita, são dependentes da expressão individual e exercem uma fascinação reforçada pela expectativa tradicional ou cultural; e, assim, portam uma forte carga de energia, potencialmente arrasadora a que é difícil de se resistir (a capacidade de fazê-lo é dependente do estágio de desenvolvimento e do estado de CONSCIÊNCIA). Os arquétipos suscitam o AFETO, cegam o indivíduo para a realidade e tomam posse da VONTADE.Viver arquetipicamente é viver sem limitações (INFLAÇÃO). Entretanto, dar expressão arquetípica a alguma coisa pode ser interagir conscientemente com a imagem COLETIVA, histórica, de forma tal a permitir oportunidade para o jogo de polaridades intrínsecas: passado e presente, pessoal e coletivo, típico e único (ver OPOSTOS).

Todas as imagens psíquicas compartilham, até certo ponto, do arquetípico. Esta a razão por que os sonhos e muitos outros fenômenos psíquicos possuem numinosidade. Comportamentos arquetípicos têm a maior evidência em tempos de crise, quando o EGO está vulnerável ao máximo. Qualidades arquetípicas são encontradas em SÍMBOLOS e isso, em parte, responde por sua fascinação, utilidade e recorrência. DEUSES são METÁFORAS de comportamentos arquetípicos e MITOS são ENCENAÇÕES arquetípicas. Os arquétipos não podem completamente ser integrados nem esgotados em forma humana. A análise implica uma conscientização crescente das dimensões arquetípicas da vida de uma pessoa.

O conceito do arquétipo, de Jung, está na tradição das Ideias Platónicas, presentes nas mentes dos deuses, e que servem como modelos para todas as entidades no reino humano. As categorias apriorísticas da percepção, de Kant, e os protótipos de Schopenhauer também são conceitos precursores.

Em 1934, Jung escreveu: Os princípios básicos, os archetypoi, do inconsciente são indescritíveis em virtude de sua riqueza de referência, muito embora recognoscíveis em si mesmos. O intelecto discriminador naturalmente prossegue tentando estabelecer-lhes significados únicos e, assim, perde o ponto essencial; pois aquilo que, antes de tudo, podemos estabelecer como compatível com sua natureza é seu significado múltiplo, sua quase ilimitada riqueza de referência, que torna impossível qualquer formulação unilateral ( CW 9i, parág.80)"

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